Quando cheguei na aula segunda-feira Alissa e Val já estavam sentadas em dupla. Dani não havia chegado. Apesar do ocorrido, eu estava tranquila. Não havia quebrado o pacto. Eu estava gostando de Nicolas (muito), mas não havia tido nada com ele... Até agora.
- E então, recuperada da bebedeira? – perguntou Alissa.
- Sempre.
- E Nicolas? – perguntou Val.
- Eu não sei. Deve estar bem. Não falei mais com ele. Aliás, devo agradecer por ele ter sido tão gentil comigo. – tentei.
- Até demais. – disse Val.
- Está com ciúme, Val? – perguntei curiosa.
- Não sei... E você, está gostando dele?
- Eu? Mas é claro que não... – falei sem ter certeza se fui convincente. Parecia que estava escrito na minha cara que eu estava gostando por ele.
- Não vão se estranhar po
Eu fiquei muda e Lorraine começou a rir, dizendo:- Eu vou pegar algo para comer. Alguém quer?- Coca-cola. – eu disse ainda perplexa.- Não dê Coca-cola para ela. – disse Nicolas. – Faz mal.- Ela gosta de tudo que faz mal... E já que você vai pegar a prostituta, o refrigerante é o de menos, amigo.Ela saiu deixando a fumaça mal cheirosa, que tentei espalhar com minhas mãos, fazendo careta:- Perdoe os maus modos de todos nesta casa. – eu disse.Ele se virou e sentou ao meu lado.- Achei que ainda estivesse bêbada. Não foi sequer capaz de me ligar para agradecer por eu ter salvado você.- Não me salvou... E sabe muito bem disto.- Ainda quer ficar com Pedro?- Nick... Eu preciso lhe contar uma coisa.Ele me olhou. Estávamos tão próximos. Nossos corpos se encostavam, um
E então eu abri mão de ir ao Manhattan naquela noite para ficar com minha família. E foi uma decisão unicamente minha. Se eu me arrependi? Não.Mas também não fui capaz de pedir desculpas a Otto por tudo que eu fiz. Ou sequer agradecer por ele sempre estar ali conosco. Eu era péssima em pedir desculpas. Mais ainda em admitir meus erros. Mas o que importa era o que eu sentia naquele momento: gratidão e amor, por minha família... Do jeito que ela era.Na segunda-feira, quando cheguei na escola, antes de entrar na sala encontrei Alissa e Val no corredor.- Por que você não foi? – perguntou Alissa. – Ficou de castigo? O que houve?Dani chegou atrás de mim e me abraçou por trás, me dando um beijo. Coloquei a mão sobre o braço dela.- Não, eu não estava de castigo. – falei. – Decidi pass
Esperei pela ligação de Nicolas naquela noite, mas não aconteceu. Nem na terça. Na quarta eu já estava completamente impaciente. Havia tomado banho e estava pronta para dormir olhando para o telefone. Passava das onze horas. Pensei em ligar, mas já era tarde.Fechei meus olhos, inquieta. Droga, eu precisava ouvir a voz dele ou morreria. Então peguei o celular. Mas quando fui apertar o botão, ele ligou. Fiquei olhando, atônita. Será que ele também estava sentindo o mesmo que eu?- Oi, Nick.Houve um silêncio que pareceu uma eternidade da parte dele. Ouvia somente a sua respiração. Perguntei:- Nick, você está aí?- Sempre.- Por que não fala comigo?- Por que você não fala comigo? Por que não me liga?- Eu... Confesso que estava com o telefone na mão para ligar.- Sim, mas n
Assim que chegamos na porta de entrada, ele me largou. E foi como se eu ficasse completamente sozinha com ele longe do meu corpo. Pegamos nossas comandas e adentramos no Lounge 191.A primeira coisa que fiz foi procurar por todos os lugares para ter certeza se nenhuma das minhas amigas estava ali. Eu não estava fazendo nada escondida, mas ao mesmo tempo não queria ninguém conhecido naquela noite. Não queria ter que dividir a atenção de Nicolas.Achei que estávamos brigados depois da última ligação. Mas então ele chegou hoje como se nada tivesse acontecido. Ou aquele abraço de recepção o fez me perdoar. Espera aí... Perdoar por que mesmo? Eu não precisava de perdão. Tinha que colocar na minha cabeça que eu e Nicolas não estávamos juntos. E eu tinha o direito de beijar quem eu quisesse. E teoricamente ele também. E o que eu fa
Eu e Nicolas não nos falamos no domingo. Fiquei um pouco sem jeito de ligar e não sei o que o impediu de fazer isso. Esperei até mais de meia noite e o telefone não tocou.Eu ainda me sentia culpada por ter quebrado o pacto com minhas amigas e ficado com Nicolas. E embora tivesse gostado muito de estar com ele, havia tantas dúvidas quanto a como seria daqui para frente. Eu adorava falar com ele, a forma como me tratava, como nos completávamos... E se a gente começasse a se envolver, o que já estava acontecendo, não seria mais igual. Nicolas me conhecia como ninguém. Acho até que melhor que minhas amigas. E se qualquer coisa desse errado, eu não teria a quem recorrer... Porque era ele que estava lá, com seu ombro amigo quando eu mais precisava, me curando das minhas bebedeiras e me dizendo que tudo ia ficar bem. Eu já tive vários namorados... Inclusive alguns levei para cas
Quando retornei ao meu lugar comecei a conversar com as meninas como se nada tivesse acontecido. Eu precisava aproveitar aquele momento raro entre nós. Nicolas continuou onde estava com Pedro e quando nossos olhos se encontravam sorríamos, tentando não deixar ninguém entender o que se passava entre nós.Ouvi Valquíria falar sobre Adriano e me senti tão bem com aquilo. Sim, ele era o amor da vida dela. E eu poderia dizer aquilo com toda propriedade, porque fazia anos que ela era apaixonada por ele. Então não havia possibilidade de ela gostar de Nicolas. E eu nunca torci tanto em toda a minha vida para ela e Adriano se resolverem logo. Isso tiraria um peso de mim. Eu não sabia se algum dia teria coragem de contar a verdade a ela. Então eu seria uma mentirosa a vida inteira. A menina que quebrou o pacto e não disse a verdade. Olhei para ele, conversando animadamente com Pedro. E pensei que n&atil
Mas o restante da semana passou e o sábado chegou e eu não liguei para ele. Nem eu sei o motivo. Eu sempre fui a garota que correu atrás, que marcava em cima, que não aceitava não como resposta. Mas com Nicolas era diferente. Eu não queria fazer como sempre fiz. O que eu sentia por ele era intenso, mas não louco, como o que eu sentia pelos outros garotos que julgava ter gostado. Eu tinha desejo por ele, eu queria ficar para sempre nos seus lábios, eu queria ele dormindo no chão do meu quarto sempre que possível e me dando banho quando eu precisasse. Ele era doce, gentil e nunca seria capaz de me rejeitar ou me fazer sofrer. No entanto naquele momento eu estava deitada na minha cama e sofrendo por ele. Sabia que ele tinha que estar naquele bar que estava inaugurando porque era sua festa de despedida antes da formatura. Contudo Val estaria lá. E eu sentia ciúme. E medo... Muito medo do que poderia acon
A primeira coisa que senti foi uma dor horrível dentro de mim. Depois vontade de vomitar. Por que eu tinha quase certeza de que alguma coisa tinha acontecido? Ele não me ligou. Sequer se preocupou em insistir para eu ir. Eu só não tinha certeza se ele havia ficado com outra realmente porque queria ou para provocar ciúme em Val.- Tudo bem? – perguntou Val.- Sim... Eu só estou um pouco tonta. Deve ser o chope que bebi. Não estou muito acostumada.- Você bebendo chope? – perguntou Alissa.- Por que vocês não me avisaram que viriam para cá? Por que não convidaram? – perguntei.- Achamos que você não quereria vir... Você anda um pouco distante nos últimos dias.- Não mesmo... Imaginação de vocês.- Então vamos agora... Levante deste banco. – disse Val tentando me levantar.