Matondo Passei o dia inteiro tentando organizar meus pensamentos. Desde a festa na casa da mãe de Justin, eu não conseguia parar de pensar em tudo o que aconteceu. As palavras frias de sua mãe, o tratamento indiferente de algumas pessoas, e, acima de tudo, o peso das revelações que vieram à tona. Não era só a bagagem que Justin trazia consigo, mas também o fato de que, talvez, eu nunca fosse suficiente para me encaixar em seu mundo. Acordei cedo, mas não me sentia pronta para encará-lo. Não queria ir ao escritório, então optei por trabalhar em casa. Liguei para Clarice e passei parte da manhã conversando com ela sobre tudo. Ela, como sempre, foi um porto seguro, mas nem mesmo sua lógica impecável conseguiu afastar o nó que se formava em meu peito. Quando Justin ligou pela primeira vez, ignorei. Não era por maldade, mas eu precisava de espaço. Cada toque do telefone parecia me lembrar de como estávamos desconectados. — Você precisa falar com ele, Matondo. — Clarice disse, enquanto
Justin Acordei com o som irritante do alarme, aquele mesmo barulho que sempre me fazia querer jogar o celular longe. Mas a verdadeira irritação não vinha disso. Ela vinha de Matondo. A distância entre nós parecia crescer a cada hora, e eu não sabia como parar isso. Depois de desligar o alarme, fiquei deitado, encarando o teto do quarto. As palavras dela da noite anterior ecoavam na minha cabeça. O tom frio, a maneira como recusou meu convite para jantar... aquilo me incomodava mais do que eu queria admitir. Eu sabia que tinha errado. A festa de noivado foi um verdadeiro desastre. Minha mãe, as ex-namoradas, Hailey... era como se o universo inteiro estivesse conspirando contra nós. Levantei-me lentamente e fui direto para o banheiro. A água quente caiu sobre mim, mas não trouxe o alívio que eu esperava. Meus pensamentos estavam presos em Matondo, no jeito que ela me olhou na festa e na forma como parecia fugir de mim desde então. Precisava resolver isso. Não podia deixá-la escapa
Matondo Postos no estacionamento da empresa, ainda de mãos dadas, Justin me convidou para jantarmos juntos naquela noite. Ele insistiu tanto, com aquele olhar determinado, que acabei cedendo. — Tudo bem, Justin, mas só dessa vez, porque você não vai desistir até eu aceitar, não é? — Falei, tentando manter um tom leve, mesmo com a sensação de desconforto ainda pairando.Ele sorriu vitorioso, apertando levemente minha mão. — Sabia que você não resistiria ao meu charme.Revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir. Justin sempre tinha essa habilidade de transformar qualquer momento tenso em algo mais leve. Quando descemos do carro, pedi a ele para subir antes de mim. — Vai na frente. Não quero que nos vejam juntos.Ele franziu o cenho, claramente incomodado. — Por que isso importa, Matondo? Estamos juntos. — Importa, Justin. As pessoas aqui adoram falar, e eu prefiro evitar os comentários. Ele soltou um suspiro pesado. — Isso é bobagem. Não temos nada a esconder. — Talvez vo
passei o dia pensando no que Matondo havia me dito no carro. O silêncio dela no elevador, o tom evasivo... tudo isso estava me deixando inquieto. O jeito como ela falou sobre Clara me incomodou, mas, ao mesmo tempo, me fez perceber que talvez eu estivesse deixando lacunas entre nós eu precisava corrigir isso. Passei o dia me dividindo entre reuniões e tentando encontrar uma forma de corrigir as coisas com ela. Quando o relógio marcou 17h, saí do meu escritório e fui direto para o setor dela. Precisávamos desse jantar mais do que nunca. Chegando à sala de Matondo, bati levemente na porta antes de entrar. Ela estava concentrada no computador, mas levantou o olhar quando percebeu minha presença. — Justin? — Perguntou, surpresa. — Estou aqui para te lembrar do nosso jantar. Não vai me dizer que esqueceu, né? — Falei com um sorriso, tentando aliviar o clima. Ela sorriu de canto, mas parecia hesitante. — Não esqueci. Estou quase terminando aqui, me dá só mais alguns minutos.
O dia começou com risadas e brindes. O aroma do pão quente e do café fresco preenchia a casa enquanto celebrávamos o aniversário de casamento dos meus pais. Eles estavam radiantes, como sempre. —Bom dia com Alegria família- disse assim que cheguei a mesa dando um beijo na bochecaha dos meu pais- Olá maninha. para a minha irmazinha. — Feliz aniversário para vocês e muitas mais anos. disse vendo meu pai beijava a mão da minha mãe com aquele olhar de admiração que sempre me fazia acreditar no amor verdadeiro.—Quais os planos para hoje.?—Meu pai todo feliz, com os seus quase 50 anos se ajoelhou e pediu a minha mãe para sair, achei muito Fofo da parte do Sr. Arthur e mais lindo ainda da Sr. Natália aceitar... eles são o complemento um do outro. Naquele momento, eu achava que nada poderia quebrar a harmonia daquela manhã.Se ao menos eu soubesse...O trabalho me consumiu mais do que o habitual naquele dia. Eu liderava um projeto importante e, quando finalmente cheguei em casa, a no
A primeira coisa que senti ao desembarcar na Alemanha foi o frio. Um vento gelado tocou meu rosto, tão diferente do calor abafado de Angola. Mas, junto com o frio, veio uma sensação estranha de liberdade, de renovação. Era o começo de uma nova vida, e eu estava pronta para abraçá-la, apesar de ainda carregar as cicatrizes do passado. Minha nova casa ficava em uma rua tranquila em Hamburgo. Aluguei um pequeno apartamento mobiliado no centro, suficiente para mim e para os sonhos que eu planejava reconstruir. Assim que entrei pela porta, soltei minha bagagem e percorri o espaço com o olhar. Havia uma sala com uma janela grande que deixava entrar a luz pálida do inverno, uma cozinha compacta, um quarto acolhedor e uma varanda que dava vista para a cidade. Na primeira noite, desfiz minhas malas devagar, como se cada peça retirada representasse um pedaço da minha nova vida que estava sendo montada. Ao deitar na cama, percebi que a solidão, embora pesada, era um preço pequeno a pagar p
A discussão começou de maneira banal, como sempre. Minha mãe, Pattie, insistia em me ligar várias vezes ao dia, como se eu ainda tivesse 16 anos e precisasse de supervisão constante. — Justin, você precisa parar com essas festas. Concentre-se no trabalho. Você tem responsabilidades! — a voz dela era firme, mas carregava aquele tom de preocupação que me deixava irritado. — Mãe, já chega! Eu sou um homem adulto, tenho 30 anos. Você não pode continuar tentando controlar minha vida! — retruquei, minha paciência no limite. — Estou tentando te proteger de você mesmo, Justin. Você não vê o que está fazendo? — ela rebateu, os olhos cheios de frustração. — Não quero ouvir isso agora. Preciso de um tempo longe de você e suas regras! — gritei, saindo antes que dissesse algo de que me arrependesse. Com raiva pulsando nas veias, mandei uma mensagem para Ryan, meu amigo de longa data. Ele rapidamente sugeriu uma noite na boate que reservei na semana passada, e, sem pensar duas vezes, concordei
A luz da manhã entrava pelas frestas da cortina enquanto eu me levantava do sofá do hotel, ignorando a bagunça ao meu redor. Ainda sentia os resquícios da noite anterior, mas sabia que precisava me recompor. Essa vida de excessos estava fugindo do controle, e Scott não me deixaria esquecer isso. Vesti uma camiseta limpa, óculos escuros para esconder o cansaço e saí para enfrentar o dia. Antes de qualquer coisa, uma rápida ida ao escritório central de uma das minhas empresas era necessária. Eu havia negligenciado muitos aspectos da minha vida profissional recentemente, e com a turnê pela Europa se aproximando, sabia que precisava me preparar para deixar tudo em ordem. Minha primeira parada foi em uma das minhas empresas mais recentes, Drew House, a marca de roupas e acessórios que estava ganhando força no mercado. Cheguei ao prédio moderno em West Hollywood, onde minha equipe me esperava para uma reunião sobre o lançamento de nossa nova coleção. — Justin, estamos trabalhando no d