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Capítulo 03

Depois da noite anterior terminar em lágrimas, no dia seguinte antes das seis da manhã entrei em contato com o segurança Henrique da clínica. Eu queria muito relaxar meu corpo e libertar meus pensamentos, mesmo que por um momento. Mesmo sabendo que apos o ato de brincar com ele as escondidas fosse me deixar culpada, era a melhor maneira de relaxar ainda assim, uma foda com aquele musculoso segurança.

Ele sempre quis uma chance comigo, mas nunca levei em consideração até aquele momento que fiquei sem muitas opções. Por mensagem deixei claro minhas intenções. Como imaginava ele era um sem vergonha, topou na hora. Quando o táxi estacionou em frente a clínica lhe enviei uma mensagem avisando da minha chegada. Combinamos de ter nosso encontro íntimo em um dos banheiros. Adentrei o banheiro e tirei toda a roupa. Coloquei minha bolsa em cima da pia.

Henrique não demorou a aparecer no banheiro, puxei-o para dentro e tranquei a porta. O uniforme de segurança era um tesão. Ele parecia assustado, talvez fosse porque não esperava me encontrar sem roupas.

— Não vamos perder tempo, pois preciso trabalhar daqui meia hora. — avisei, puxando o cinto de sua calça. — Seu revólver está carregado? Acho bom ele ficar...

Ajudei-o a tirar a camiseta e beijei seu peitoral desnudo. Quando ele abaixou as calças confesso que bateu um pouco de decepção, porém, não demonstrei. A cueca vaga deixava claro que tinha um pau pequeno. Não que eu quisesse um pau de um jegue, mas pelo tamanho dele pensei que tivesse um presente bem apetitoso entre as pernas.

— Chupa ele todinho pra mim te comer gostoso! — disse ele, todo mandão, sacolejando o minúsculo pintinho. Segurei o riso e peguei no pequenino que logo ganhou alguns centímetros a mais. Ajoelhei-me no piso frio e mirei seu pauzinho com bolas grandes para compensar.

Eu não era nenhuma fresca, portanto, passei minha língua na cabecinha tímida dele antes de pôr todo na boca. Minha boca parecia enorme demais pra uma coisinha tão miudinha como aquela. Lágrimas escorreram do canto dos meus olhos porque estava rindo por dentro. Henrique começou a gemer feito o canto de uma garça engasgada. Não aguentei e caí na gargalhada.

— Desculpe, não dá! Você geme como uma garça engasgada! — comentei, aos risos. — Melhor não perdermos nosso tempo, pensei que valesse a pena, entretanto, olhando seu pau agora vejo que não vai fazer nem cócegas....

Por que mentir não é mesmo? Preferia dizer a verdade dolorida do que sair daquele banheiro insatisfeita. Comecei a colocar minhas roupas enquanto ouvia ele ficar puto comigo.

— Nunca passei por isso antes! Você se acha a gostosa porque parece mais jovem do que realmente é! Não acredito que caí no seu papinho pelo telefone! — esbravejou, vestindo suas roupas. — Piranha! Ninguém me faz de idiota!

Deixei ele latindo sozinho no banheiro e segui meu caminho. No banheiro do meu consultório aproveitaria que não tinha ainda pacientes pra escovar os dentes. Se soubesse que ele era daquele jeito, teria preferido sair com o radiologista da clínica uma segunda vez. O que foi? Eu não tinha tanto tempo pra ficar escolhendo com quem transaria ou não!

O segurança de pau pequeno me dedurou pra diretora da clínica, mostrou a gravação do exato momento que entramos no mesmo banheiro. E adivinhem? Ela não duvidou de sua palavra e bastou ver a tal gravação que ferrou tudo. Não pensei que quando ela tinha me chamado em sua sala era pra me demitir.

— Isso é sério? — questionei, com a carta de demissão em mãos. Engoli em seco, bem nervosa. Não queria acreditar que era real aquela demissão sem cabimento.

— Será usada como exemplo, senhorita Campos. Essa clínica tem princípios e não é nenhum bordel!

A coroa estava muito brava comigo e apenas comigo. Por que ela não colocou Henrique também para fora da clínica? Não sabia! Acabou sobrando pra mim! Em poucos minutos todos da clínica ficaram sabendo da fofoca do momento. Dra. Bruna foi a única que me tratou feito gente enquanto eu retirava minhas coisas do consultório.

Com a vida profissional destruída, retornei pro meu apartamento, me sentindo a pior pessoa do mundo inteiro. Desesperada telefonei pro meu irmão Gabriel, na esperança que ele atendesse mesmo sendo tão cedo. Apesar de jovem ele era um ótimo ouvinte.

— Pluminha? Por que está me ligando essa hora? — questionou, limpando a garganta.

Sentei no chão, fechando um dos punhos, socando em seguida uma das minhas coxas.

— Estou desempregada! — revelei a bomba. — Te acordei? Me desculpe! Você sabe que certas coisas ficam entre nós dois, não é mesmo? Não quero envolver o papai e a mamãe.

Por que uma mulher adulta resolve falar com o irmãozinho caçula em vez de com os pais? Porque ele me entendia, diferente dos nossos pais, ele não pediria pra que eu voltasse pra casa. Gabriel era um adolescente sim, contudo, tinha bastante sabedoria.

— Mas, por quê? Você tem dedicado anos da sua vida naquela merda! Não se preocupe comigo, vamos falar de você! O que vamos fazer? Quer dizer, o que você pensa em fazer? Pamela, você sabe que não tem como esconder isso dos nossos pais, eles vão acabar descobrindo! Diz alguma coisa!

Contei tudo que houve enquanto chorava envergonhada. Não entrei nos detalhes sórdidos. O apoio do meu irmão naquele momento de certa forma foi um conforto e tanto.

— Onde vou arrumar outro trabalho? Minha ex chefe nunca vai m****r uma carta de recomendação. — afirmei, deitando-me no chão. — Estou ferrada pra caralho!

— Calma, Pluminha! Você é uma mulher inteligente e talentosa, logo consegue trabalho. E da próxima vez, evite envolvimento no trabalho. Não queremos que isso se repita, certo? — aconselhou-me.

— Pode ter certeza que não vou envolver prazer e trabalho ao mesmo tempo. Muito obrigada por me ouvir sem julgamento! E ontem você foi pra onde? Falei com nossos pais por chamada de vídeo e você não estava. — perguntei curiosa.

— Saí com uma menina ontem. Meu amigo disse que ela era legal e que deveríamos sair. — disse ele, nenhum pouco empolgado. — Devo confessar que foi péssimo! Ela não parava de falar do ex. Me senti como se fosse o amigo gay dela.

Gabriel também não tinha sorte na questão amorosa. Seria problema de família? Ou melhor de nós dois?

— Ela que perdeu de conhecer um rapaz, encantador feito você! — elogiei meu irmãozinho.

— Bajuladora! Quem ouve não pensa que tem momentos que você fica zombando de mim! Mas sempre te perdoou porque te amo, Pluminha!

Também amava meu irmãozinho, adorava ser chamada de Pluminha, ele dizia que eu era como uma leve pluma.

— Foi um elogio sincero! Eu te amo também, maninho! Melhor você levantar e tomar seu café da manhã! — falei convencida que ele ainda estava deitado na cama.

— Me conhece tão bem, hein! Estou deitado admirando a vista da parede vermelha. Colei alguns posters...

Fiz careta só de imaginar o tipo de posters que ele poderia ter colocado em seu quarto.

— Bom café da manhã! Não esquece de esconder bem essas porcarias dos nossos pais, me refiro aos posters... — comentei, seria um horror se nossos pais vissem por exemplo, fotos de mulheres peladas.

— Não são mulheres peladas! Estão de biquínis! — justificou, como se lesse meus pensamentos.

— Tudo bem, apenas evite que eles vejam. Tchau, maninho!

Despedi-me e encerrei a ligação. Larguei o celular ao meu lado e continuei esparramada no chão. Como pagaria as dívidas daquele mês? Mesmo que conseguisse um trabalho em uma clínica não receberia um adiantamento. Fitei os pés do sofá até que surgiu uma solução na minha cabeça.

— A senhora Albuquerque! Isso mesmo, ela vai poder me salvar! Uma mãe desesperada como ela pagaria qualquer valor pra que alguém ajudasse o filho doente dela! — murmurei, sentando-me bruscamente no chão. — Caramba, devo ter o cartão dela em algum lugar! preciso procurá-lo...

Seria provisório até eu ter um emprego de verdade, infelizmente precisava do dinheiro adiantado, com certeza, ela me pagaria. O filho louco dela não conseguiria me intimidar, estaria preparada para suas loucuras, até mesmo usaria um colete aprova de balas, pois achava indispensável devido ao seu histórico violento.

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