Noite de sábado — Alexia.
Depois que terminei de me arrumar, desci para a sala onde minhas amigas já me esperavam para irmos à despedida de solteira de Priscila.
Do nosso grupo de amigas, todas menos a Meire eram noivas, eu inclusive, havia ficado semana passada, e agora estou super ansiosa pra começar os preparativos do meu casamento.
Meus pais sempre sonharam com esse casamento e eu também, Leandro e eu nos conhecemos na faculdade e desde então, desde que nos formamos, nossos pais sonhavam com o dia em que finalmente oficializaríamos o nosso namoro e depois de um tempo, o noivado, e o dia chegou.
Agora, ele estava viajando a negócios e eu, eu precisava focar em tudo pra que daqui a 1 ano, esteja tudo pronto pra nos casarmos.
Eu estava muito feliz, era tudo que eu queria, eu sonhei tanto com isso e hoje, tudo estava se tornando realidade.
— Vamos então? Não podemos chegar atrasadas, senão perdemos o show… diz Meire toda animada.
— Ok, vamos, estou louca pra chegar lá! Diz Priscila.
— Certo, vamos meninas! Digo e saímos de casa.
Em dois carros nós seguimos até o endereço que Meire nos passou.
Era uma casa, um pouco longe da cidade, e lá a maioria das mulheres da sociedade iam, mas em segredo, sem os homens saberem, pra se divertir e ver os homens dançando, não tinha um nome fixo, mas as meninas chamavam de Mansão.
Eu não havia ido lá, mas já havia ouvido falar várias vezes, as mulheres adoram.
Depois de um certo tempo nos chegamos, estacionamos e descemos do carro.
— Meninas, preparem-se para a melhor noite da vida de vocês! Disse Meire indo na frente.
— Confesso que estou com medo, e se descobrirem que viemos aqui? Eu digo.
— Ah, relaxa Alexia, ninguém sabe que viemos aqui e isso aqui é segredo de todas as mulheres, lembra? Disse Priscila.
— Não sei, estou com um frio na barriga… digo… como se algo fosse acontecer… digo.
— Ih, sem paranóia Alexia, vamos logo! Disse Meire.
Ela se aproximou da porta e falou algo com os seguranças e logo a porta se abriu e nós pudemos entrar.
Lá dentro era como uma boate, com luzes, cadeiras e mesas espalhadas, um balcão bem grande e um bar onde os garçons serviam as bebidas, e logo as meninas ficaram animadas ao verem que os garçons só vestiam uma calça e uma gravata borboleta.
E a frente tinha um palco enorme, com umas luzes que iluminavam e uma passarela enorme que ficava entre as mesas do salão.
— Vamos, nossa mesa é a da frente, eu reservei e já deixei tudo pronto pra nossa noite ser inesquecível! Disse Meire indo na frente e nós a seguimos.
Fomos até a mesa e nos sentamos, Priscila no meio e as meninas em volta, e eu fiquei em uma das pontas.
Já haviam várias mulheres ali, bebendo, rindo e conversando, enquanto os garçons vinham na mesa nos servir.
Um deles trouxe tequila pra todas nós.
— Um brinde meninas, a Pri, curta sua última noite antes do casamento amiga, faça tudo que eu faria! Disse Meire levantando a tequila e todas nós também levantamos, brindamos e bebemos.
E meia hora depois já estávamos todas rindo atoa, pois foram várias rodadas de tequila.
Eu já não conseguia nem mesmo ficar em pé sozinha, eu ria de cada coisa, e durante os shows que tinham, dos caras dançando e seduzindo a gente, eu só sabia rir, e morria de vergonha me escondendo atrás das minhas amigas.
Estávamos tão animadas, estava tudo perfeito, a noite estava incrível.
Até que…Todas as luzes se apagaram e apenas uma no meio do palco se acendeu.
E então começou a tocar uma música, que deixava a gente completamente presa, com os olhos presos naquele cenário e então um homem entrou no palco e as mulheres gritaram. Eu não conseguia ver seu rosto, pois ele estava com um capuz e uma capa preta que cobria seu corpo.Então ele começou a se aproximar da frente do palco que era como uma passarela. E todas não tiravam os olhos deles, inclusive eu.
Ele começou a tirar a sua capa e a deixou cair, estava apenas vestindo uma calça preta bem apertada que marcava todos os músculos de suas pernas, e usava uma máscara que cobria metade do seu rosto, ele tinha os cabelos grandes de estavam presos pra trás em um rabo, ele dançava e sensualizava para as mulheres que se derretiam inteira, algumas passavam a mão em seu corpo e até apertavam suas partes íntimas, nossa eu ficava envergonhada por elas… então, ele se aproximou da nossa mesa e pegou na mão da Priscila a fazendo levantar e ficou dançando com ela, segurando em sua cintura e fazendo-a olhar pra ele com a outra mão, ela dançava e ria, enquanto as outras batiam palmas, depois de dançar com ela, ele se aproximou de mim e eu já fiquei morrendo de medo dele, estendendo a mão pra mim, ele sorriu e me chamou com o dedo, as meninas ficaram todas animadas e Meire praticamente me empurrou pra cima dele, fazendo meu corpo bater de frente com o seu peito, enorme e musculoso, meu Deus, que vergonha eu senti… ele me segurou pra que eu não caísse e depois me virou de costas pra ele, encostando seu corpo no meu, e o meu corpo automaticamente se arrepiou inteiro quando senti que ele estava super quente e também senti aquele volume mais em baixo, tentei me soltar e voltar pro meu lugar, mas ele me virou rapidamente fazendo com que eu ficasse de frente, e eu tinha que olhar pra cima pra encara-lo, pois ele era grande, e pude ver seus olhos, lindos de ver eu confesso, eram olhos claros que hipinotisariam qualquer mulher, ele me olhava, concentrado em mim, e eu me perdi no seu olhar, era penetrante, envolvente, eu queria sair dali, mas meu corpo não reagia, então ele me soltou e me conduziu pro meu lugar, e eu já trêmula me sentei novamente, depois daquele momento eu não tirei os olhos dele até que a dança terminasse, e percebi que ele também me olhava as vezes, e parecia querer me provocar, passando a mão pelo corpo, abrindo o zíper da sua calça, mordendo seus lábios e dando sorrisos maliciosos… Mas claro, aquilo fazia parte do show, não era exatamente pra mim que ele estava fazendo aquilo, mas então porque seus olhos sempre se voltavam pra mim depois que ele dançava com as mulheres.
Eu confesso, estava morrendo de medo daquele homem, ele era misterioso, rústico, mas aqueles olhos eram lindos, pois não consegui ver todo o seu rosto por conta da máscara.
E quando o show dele acabou, eu estava hipnotizada e com o coração quase saltando do peito.
— E aí meninas, gostaram? Pergunta Meire.
— Maravilhoso amiga! Principalmente esse último, que homem gostoso era aquele gente! Disse Priscila.
— Meninas, eu já vou, acho que bebi demais, não estou muito bem… eu disse nervosa.
— Calma amiga, nós também vamos, amanhã é o meu grande dia e eu quero estar bem descansada… disse Priscila… obrigada Meire, amei a minha despedida de solteira!
— Por nada meu amor, e já sabem, no final do ano, a da Alexia também vai ser aqui! Disse Meire.
— Vamos então… eu disse me levantando e saindo na frente, precisava de ar, precisava esquecer o que havia acontecido ali naquela noite, acho que o álcool realmente subiu a minha cabeça, eu estava suando, e tudo estava girando, não bebo tequila nunca mais!
Pablo Depois dos shows, como de costume, eu subi pro quarto pra me trocar e esperar por algum trabalho.É, eu sou dançarino stripper e acompanhante nas horas livres, eu não faço programas como alguns dos caras aqui fazem, mas não faço por opção mesmo, eu só gosto de enlouquecer as mulheres, posso apontar uma por uma da alta sociedade que vão a loucura com o “malvadão” aqui, esse é meu vulgo na Mansão, aqui ninguém sabe o meu nome de verdade, só a Katherine, a chefe da casa, e dona do meu tesão também, a gente tem uma química que explode na cama.— Tá pronto Pablo? Tenho uma exclusiva pra você! Diz ela entrando no quarto.— Já disse pra não falar meu nome em voz alta… digo terminando de abotoar a minha camisa, em frente ao espelho.— Você hoje estava um espetáculo… diz ela chegando por trás de mim e deslizando as mãos por minhas costas, indo até meu peitoral.— Obrigado, fico feliz que tenha gostado… digo me virando pra ela e a prendendo em meu corpo com os braços em sua volta.— Quan
Alexia O dia passou depressa e logo chegou a hora do casamento da minha amiga, ela estava linda demais, radiante, e o meu coração batia mais forte só de pensar que daqui a alguns meses serei eu a estar extremamente feliz assim.A decoração do local que seria a cerimônia e a festa estava linda, era como um jardim enorme, cheio de flores e árvores, parecia uma paisagem de quadros de paredes.Estava perfeito! Meire, eu e nossas amigas chegamos primeiro pois éramos as madrinhas, o padrinho que seria meu par, era o irmão da Priscila, já que o Leandro não poderia vir.Aos poucos todos já estavam esperando em seja lugares até que a noiva chegasse, até o noivo da Priscila já estava lá, e parecia muito nervoso, não parava de andar de um lado pro outro.Depois de uma hora de atraso, a cerimônia começou, e eu só sabia chorar do início ao fim, vem a minha amiga feliz, transbordando a felicidade dela pra todos a sua volta foi incrível, foi lindo ver como eles se olhavam e como eles falavam seus
AlexiaEu corri o mais rápido que eu pude, mas não podia muito pois eu estava de salto.Corri até o banheiro e entrei bem rápido, tranquei a porta e me encostei nela ofegante, fui até a pia e molhei as mãos, passei sobre o pescoço e respirei o mais fundo possível, tentando me acalmar.Sim, era ele, era o cara da Mansão.Agora sem máscara, mostrando por completo seu rosto, seus olhos, e aquele sorriso sedutor.Não, não Alexia, esses pensamentos não podiam estar na sua cabeça, o que aquele cara tem que te deixa assim? Você mal o conhece, você só o viu uma vez na sua vida e ele mexeu assim com a sua mente? Só porque ele é o tipo de cara que parece proibido, que parece inalcançável pra você, um stripper, um acompanhante de mulheres e sabe-se lá mais o que.Só porque ele tem aqueles cabelos enormes, aquela barba que deixa ele ainda mais rústico e sexy, aquele corpo escultural e aquele tamanho todo que parece que com um abraço é capaz de eu me perder ali, não, não Alexia, esqueça isso, esq
PabloQue dia, eu estava morto! As mulheres não saíram do meu pé, também “carne nova” no pedaço.Na verdade nenhuma delas me reconheceu, mas sei que muitas delas já me viram dançar, por isso que é bom esconder o rosto.Pra elas eu sou o empresário recém chegado, podre de rico que adora esbanjar dinheiro.Mas a Graziela sabe que eu não sou nada disso, e aquela garota também sabe, as únicas que sabem quem eu realmente sou, bom, parte do que sou.Ah aquela garota, ela me instiga, ela desperta em mim uma vontade de jogar com ela, de provocá-la, de vê-la toda nervosa e sem jeito na minha frente, sem falar que, ela é linda demais, é aquela garotinha intocável, delicadinha, que me deixa louco pra experimentar, já que nunca fiquei com uma puritana assim.Esse jogo me instiga e eu vou continuar jogando até ela cair na minha conversa, sei que posso fazer ela ficar rendida aos meus pés, eu sou bom demais nisso, e vou fazer, ela é quem vai pedir pra eu a beijar, ela é que vai pedir pra mim a leva
Alexia Os dias foram muito corridos, eu estava cheia de coisas pra resolver, no trabalho, as coisas do casamento, a saudade enorme que eu estava do Leandro, e ele muito ocupado, quase não tendo tempo pra falar comigo. Eu estava triste, eu queria ele aqui, eu queria que tudo isso acabasse logo. Estava em casa, olhando algumas decorações no computador quando Meire me ligou. — Oi amiga! Digo atendendo. — Oi sumida, não lembra mais da sua melhor amiga? Pergunta ela. — Desculpa, eu tava tão atolada de trabalho amiga… eu disse. — Hei, hoje é sábado, nada de trabalhar, vamos ao clube pra você se distrair um pouco… disse ela. — Sabe que é uma boa, tudo bem, te encontro lá então… eu disse. — Certo, te espero lá, beijos! Diz ela. — Beijos… digo e desligo. É, eu preciso me desligar um pouco dessa confusão que está na minha cabeça, relaxar, pegar um sol, beber um pouco e fofocar com a minha melhor amiga. Me levantei e fui trocar de roupa, soltei os cabelos e coloquei um vestido solti
Alexia Parece que quanto mais a gente reza, mais assombração aparece! No meu caso, não é nem assombração, é o diabo em pessoa mesmo. — Oi… eu respondi ao tal Lorenzo, com um sorriso amarelo, mas eu confesso, ele estava ainda mais bonito, e os cabelos soltos, deixavam ele charmoso. — Senta, eu vou buscar uns drinks pra gente no bar… disse Meire saindo. — Você sumiu baby… disse ele sentando de frente pra mim. — Ocupada, trabalhando… e meu nome é Alexia… eu disse. — Claro, Alexia, eu tinha esquecido confesso, são tantas mulheres… disse ele convencido e eu tive que rir, em tom de deboche mesmo. — Claro, muitas clientes não é mesmo?! Eu disse. — Você fala como se me conhecesse, não é? Disse ele. — Acontece que eu conheço, você é um… uma palavra que me recuso a dizer aqui, vai que alguém escuta… eu disse. — Não conhece não, mas eu conheço você… disse ele. — E como me conhece? Diz aí… perguntei. — Você é uma mocinha que está prestes a se casar, mas seu noivo não está no país, e vo
Amanhecer — Pablo Eu não sei exatamente se eu tive a noção do que eu fiz, mas eu precisa de um motivo pra Alexia confiar em mim, e não conseguia achar outro que não fosse mostrar parte da minha vida normal, a vida que eu levo além da Mansão. Eu não sei explicar, eu sentia um tesão enorme por ela, aquela vontade de levar ela pra qualquer lugar e transar até não me aguentar mais em pé, mas naquela noite, conversando com ela, eu não quis isso, pelo menos por algumas horas com ela eu só queria escutá-la, embora ela não tenha me contado muito da sua vida, mas eu vou ter tempo pra descobrir. Acabei me lembrando que, as amigas da Graziela estávamos falando dela, era ela que iria se casar com o cara rico que estava viajando a trabalho, e uma delas disse que não era só isso que ele estava fazendo lá, me intrigou, mas eu não podia dizer nada, eu não sei de nada. Pela primeira vez, em muito tempo, eu senti uma coisa estranha, uma coisa boa dentro de mim, uma coisa que eu deixei de sentir quan
Pablo — O que você tanto vê nesse celular? Pergunta ela saindo do banho. — Nada, só umas bobeiras… eu digo fechando as mensagens e colocando o celular de lado. — Quando você vai me contar sobre esse passado? Pergunta ela. — É passado gata, não tem nada pra ser dito… eu digo me recostando na cabeceira com as mãos atrás da cabeça. — Mas você sempre volta a ele, e não pode me dizer do que se trata, isso quer dizer que você não confia em mim… disse ela. — Gostosa, vamos ter uma DR? Achei que isso fosse coisa de casal… eu disse. — E nós somos o que Pablo? Somos apenas uma foda? Ela pergunta com raiva. — Hei… desde quando isso te incomodou Katherine? Pergunto sério… Você tá cheia de cobrança, isso não faz parte do nosso relacionamento, se for isso que você quer, se for ficar chato assim, eu tô caindo fora… eu disse me levantando da cama e vestindo minha calça. — Para! Para com isso, para… disse ela se aproximando de mim e me abraçando por trás. — Sei lá, você tá… com ciúmes de tudo