Capítulo 3

Alexia 

O dia passou depressa e logo chegou a hora do casamento da minha amiga, ela estava linda demais, radiante, e o meu coração batia mais forte só de pensar que daqui a alguns meses serei eu a estar extremamente feliz assim.

A decoração do local que seria a cerimônia e a festa estava linda, era como um jardim enorme, cheio de flores e árvores, parecia uma paisagem de quadros de paredes.

Estava perfeito! 

Meire, eu e nossas amigas chegamos primeiro pois éramos as madrinhas, o padrinho que seria meu par, era o irmão da Priscila, já que o Leandro não poderia vir.

Aos poucos todos já estavam esperando em seja lugares até que a noiva chegasse, até o noivo da Priscila já estava lá, e parecia muito nervoso, não parava de andar de um lado pro outro.

Depois de uma hora de atraso, a cerimônia começou, e eu só sabia chorar do início ao fim, vem a minha amiga feliz, transbordando a felicidade dela pra todos a sua volta foi incrível, foi lindo ver como eles se olhavam e como eles falavam seus votos de casamento com tanta paixão, tanta verdade.

Foi lindo, e a essa altura a minha maquiagem já havia ido lágrimas abaixo.

Depois que a cerimônia terminou, todos cumprimentaram os noivos e fomos para a recepção ao lado de onde foi a cerimônia, um jardim onde havia mesas, cadeiras, pista de dança, tudo pensado em cada detalhe pra deixar o lugar confortável e elegante.

— Amiga!!!! Disse Meire vindo até mim já com uma taça de champanhe na mão.

— Oi, o que houve? Pergunto.

— Amiga, você já viu o cara que veio com a Graziela Leal, nossa, onde aquela mulher achou aquele homem maravilhoso? Disse ela e eu ri.

— Aí amiga, você já está reparando os convidados, que horror! Eu disse.

— Amiga, você tem que ver, ele é uma delícia de homem, meu Deus! Disse ela se abanando.

— Para com isso, Meire, se ele está com ela, deve ser algum novo namorado, ela só vive trocando de namorado… eu disse.

— Ou não, dizem que ela paga os homens pra acompanhar ela, já tá na idade né amiga, e tem dinheiro pra isso… sussurrou ela e eu a olhei repreendendo.

— Para com isso, Meire! Eu disse entre dentes.

— Vem agora vê-lo e me fala, o que ele viu na seca da Graziela, anda… disse ela me puxando.

— Aí Jesus, calma, vamos discretamente… eu disse e fomos até o outro lado.

Graziela estava entre algumas pessoas, apresentando o tal cara, estavam de costas e ficamos observando de longe.

— Bom, de costas ele parece grande, forte, os cabelos estão presos e… eu fui falando e de repente me veio a lembrança do homem misterioso da Mansão, alto, forte, cabelos presos, fiquei perdida em pensamentos.

— Amiga, amiga! Acorda mulher, olha, ela tá vindo pra, disfarça… disse Meire e eu me desliguei do transe.

— Oi meninas, minhas lindas, vocês estão incríveis, belíssimas! Disse Graziela se aproximando de nós, segurando o braço do seu acompanhante.

Voltei os olhos pra ele e meu corpo estremeceu.

— Esse aqui é o Lorenzo, meu amigo… disse ela e ele sorriu pra nós.

— Muito prazer… disse ele.

— Essas são Alexia e Meire, filhas das minhas amigas, as vi crescer… disse ela sorridente.

— O prazer é todo meu, Lorenzo! Disse Meire toda atirada.

Eu não conseguia dizer uma palavra, eu estava paralisada, aqueles olhos, aquele sorriso, não, não podia ser.

Meire e Graziela não paravam de falar, e ele, me olhava, às vezes tirando os olhos, mas voltava a olhar e aquilo me deixou completamente intrigada.

— Você não acha, Alexia?! Disse Graziela e eu tive de voltar a minha atenção a ela.

— Oi? Desculpe, eu, estava distraída, o que vocês diziam? Perguntei.

— Que o Lorenzo é o homem mais bonito da festa, com certeza! Disse Meire.

— Que nada, são seus olhos… ele respondeu.

— Ah sim, claro, como não, um espetáculo, está fazendo o maior sucesso com minhas amigas! Disse Graziela convencida… se quiserem, eu o empresto pra uma dança, mas só uma hein… disse ela rindo.

— Eu quero, com certeza… disse Meire toda atirada.

— Me desculpem, eu vou procurar uma pessoas, com licença… eu disse e sai dali o mais rápido possível.

Corri pra uma parte distante de tudo, onde haviam algumas árvores pequenas, com flores, ali havia um banco, me sentei e respirei fundo.

Não, eu estava vendo coisas, não podia ser o cara da noite passada, não mesmo, mas o sorriso, os olhos, o porte, a altura, os cabelos, tudo era igual.

Não, não podia ser, ou podia? 

Se for, eu quero distância desse homem… mas, acho que ele não me reconheceu, porque não expressou nenhuma reação, menos mal, e eu fiz papel de boba paralizada na frente dele e da Graziela, que tonta que eu sou.

Enfim, esqueça isso Alexia, volte pra festa e divirta-se, esqueça isso! Eu disse a mim mesma e voltei pra festa.

Pablo

Depois de muita formalidade com as amiguinhas da coroa e o seu bando de riquinhos, metidos a besta, eu pude pelo menos me livrar um pouco dela e aproveitar pra beber um pouco e comer, também sou filho de Deus, estou aqui trabalhando, mas não sou de ferro.

E, ainda tenho um probleminha pra resolver.

A garota! Ela estava no bar ontem a noite, foi ela que quase desmaia de medo quando eu a peguei pra dançar, e ela me reconheceu.

Eu não pude fazer nada, não podia estragar o disfarce e o meu trabalho, e e espero que ela não estrague tudo também, preciso acha-lá e ter certeza de que ela não vai falar sobre mim, senão meus dias estão contados.

Depois de dançar com não sei quantas mulheres, eu consegui escapar um pouco e fui procurá-la, ela sumiu do mapa, não achava em lugar algum, até avistei ela algumas vezes enquanto dançava, mas não podia sair dali naquela hora, essas senhoras me alugaram a noite inteira, eu sou dançarino, mas ninguém aguenta uma música atrás da outra.

 Disfarçadamente eu me afastei de onde estavam todos e fiquei procurando pela garota, e pra minha sorte ela estava ao fundo, entre umas árvores, e não havia ninguém lá com ela, então é agora, me aproximei e ela falava ao telefone.

— A gente se ver amanhã então, até logo! Disse ela e desligou, já estava voltando mais deu de cara comigo.

Seus olhos se arregalaram ao me ver e pude perceber que ela ficou extremamente nervosa.

Me aproximei um pouco mais, com uma das mãos no bolso e a outra segurando minha taça de champanhe.

— Oi! Eu disse e sorri, do jeito que sorri pra ela na Mansão.

Ela não disse nada, o silêncio que estava ali, quase dava pra ouvir o coração dela pulando, e a respiração forte.

— Você, me conhece? Perguntei a ela.

— Eu deveria conhecer? Ela perguntou.

— Só me responde se conhece… eu disse.

— Não sei exatamente… disse ela e eu me aproximei mais, ficando de frente.

— Eu sou Lorenzo, um empresário que veio pra fazer negócios, no Brasil, é isso… eu disse.

— Se você diz, por mim tudo bem… disse ela e ia saindo rápido, mas eu segurei em seu braço, a fazendo parar ao meu lado, suficiente pra que eu pudesse sussurrar próximo ao seu ouvido.

— Eu me lembro de você, estava tão nervosa, como está agora… eu disse e a olhei de lado.

— Me solta, não sei do que está falando! Disse ela.

— Sabe sim, e também sabe que eu fiz você suspirar, e por isso você vai guardar o meu segredo… eu disse e deslizei a minha mão pelo seu braço, até chegar em sua mão, e apertei a mesma.

— Eu não vou dizer nada, só me deixa ir… disse ela e estava com medo.

— Não precisa ter medo, eu não vou fazer nada, embora eu queira muito… eu disse e segurando a sua mão, eu levei a mesma até meus lábios e beijei.

Ela soltou rapidamente minha mão e saiu dali muito rápido, quase correndo, e eu ri, eu tive que rir, ela estava morrendo de medo, sei disso, aqueles olhos assustados, aquela boca entreaberta e a respiração forte, eu sei que eu causo isso nas mulheres.

Ah garota, você me deixou interessado nesse jogo, e eu sei que ainda vamos nos encontrar de novo, e aí, eu vou fazer você ficar louca, assim como com essa sua atitude, você me deixou louco pra brincar contigo.

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