Alexia
O dia passou depressa e logo chegou a hora do casamento da minha amiga, ela estava linda demais, radiante, e o meu coração batia mais forte só de pensar que daqui a alguns meses serei eu a estar extremamente feliz assim.
A decoração do local que seria a cerimônia e a festa estava linda, era como um jardim enorme, cheio de flores e árvores, parecia uma paisagem de quadros de paredes.
Estava perfeito!
Meire, eu e nossas amigas chegamos primeiro pois éramos as madrinhas, o padrinho que seria meu par, era o irmão da Priscila, já que o Leandro não poderia vir.
Aos poucos todos já estavam esperando em seja lugares até que a noiva chegasse, até o noivo da Priscila já estava lá, e parecia muito nervoso, não parava de andar de um lado pro outro.
Depois de uma hora de atraso, a cerimônia começou, e eu só sabia chorar do início ao fim, vem a minha amiga feliz, transbordando a felicidade dela pra todos a sua volta foi incrível, foi lindo ver como eles se olhavam e como eles falavam seus votos de casamento com tanta paixão, tanta verdade.
Foi lindo, e a essa altura a minha maquiagem já havia ido lágrimas abaixo.
Depois que a cerimônia terminou, todos cumprimentaram os noivos e fomos para a recepção ao lado de onde foi a cerimônia, um jardim onde havia mesas, cadeiras, pista de dança, tudo pensado em cada detalhe pra deixar o lugar confortável e elegante.
— Amiga!!!! Disse Meire vindo até mim já com uma taça de champanhe na mão.
— Oi, o que houve? Pergunto.
— Amiga, você já viu o cara que veio com a Graziela Leal, nossa, onde aquela mulher achou aquele homem maravilhoso? Disse ela e eu ri.
— Aí amiga, você já está reparando os convidados, que horror! Eu disse.
— Amiga, você tem que ver, ele é uma delícia de homem, meu Deus! Disse ela se abanando.
— Para com isso, Meire, se ele está com ela, deve ser algum novo namorado, ela só vive trocando de namorado… eu disse.
— Ou não, dizem que ela paga os homens pra acompanhar ela, já tá na idade né amiga, e tem dinheiro pra isso… sussurrou ela e eu a olhei repreendendo.
— Para com isso, Meire! Eu disse entre dentes.
— Vem agora vê-lo e me fala, o que ele viu na seca da Graziela, anda… disse ela me puxando.
— Aí Jesus, calma, vamos discretamente… eu disse e fomos até o outro lado.
Graziela estava entre algumas pessoas, apresentando o tal cara, estavam de costas e ficamos observando de longe.
— Bom, de costas ele parece grande, forte, os cabelos estão presos e… eu fui falando e de repente me veio a lembrança do homem misterioso da Mansão, alto, forte, cabelos presos, fiquei perdida em pensamentos.
— Amiga, amiga! Acorda mulher, olha, ela tá vindo pra, disfarça… disse Meire e eu me desliguei do transe.
— Oi meninas, minhas lindas, vocês estão incríveis, belíssimas! Disse Graziela se aproximando de nós, segurando o braço do seu acompanhante.
Voltei os olhos pra ele e meu corpo estremeceu.
— Esse aqui é o Lorenzo, meu amigo… disse ela e ele sorriu pra nós.
— Muito prazer… disse ele.
— Essas são Alexia e Meire, filhas das minhas amigas, as vi crescer… disse ela sorridente.
— O prazer é todo meu, Lorenzo! Disse Meire toda atirada.
Eu não conseguia dizer uma palavra, eu estava paralisada, aqueles olhos, aquele sorriso, não, não podia ser.
Meire e Graziela não paravam de falar, e ele, me olhava, às vezes tirando os olhos, mas voltava a olhar e aquilo me deixou completamente intrigada.
— Você não acha, Alexia?! Disse Graziela e eu tive de voltar a minha atenção a ela.
— Oi? Desculpe, eu, estava distraída, o que vocês diziam? Perguntei.
— Que o Lorenzo é o homem mais bonito da festa, com certeza! Disse Meire.
— Que nada, são seus olhos… ele respondeu.
— Ah sim, claro, como não, um espetáculo, está fazendo o maior sucesso com minhas amigas! Disse Graziela convencida… se quiserem, eu o empresto pra uma dança, mas só uma hein… disse ela rindo.
— Eu quero, com certeza… disse Meire toda atirada.
— Me desculpem, eu vou procurar uma pessoas, com licença… eu disse e sai dali o mais rápido possível.
Corri pra uma parte distante de tudo, onde haviam algumas árvores pequenas, com flores, ali havia um banco, me sentei e respirei fundo.
Não, eu estava vendo coisas, não podia ser o cara da noite passada, não mesmo, mas o sorriso, os olhos, o porte, a altura, os cabelos, tudo era igual.
Não, não podia ser, ou podia?
Se for, eu quero distância desse homem… mas, acho que ele não me reconheceu, porque não expressou nenhuma reação, menos mal, e eu fiz papel de boba paralizada na frente dele e da Graziela, que tonta que eu sou.
Enfim, esqueça isso Alexia, volte pra festa e divirta-se, esqueça isso! Eu disse a mim mesma e voltei pra festa.
Pablo
Depois de muita formalidade com as amiguinhas da coroa e o seu bando de riquinhos, metidos a besta, eu pude pelo menos me livrar um pouco dela e aproveitar pra beber um pouco e comer, também sou filho de Deus, estou aqui trabalhando, mas não sou de ferro.
E, ainda tenho um probleminha pra resolver.
A garota! Ela estava no bar ontem a noite, foi ela que quase desmaia de medo quando eu a peguei pra dançar, e ela me reconheceu.
Eu não pude fazer nada, não podia estragar o disfarce e o meu trabalho, e e espero que ela não estrague tudo também, preciso acha-lá e ter certeza de que ela não vai falar sobre mim, senão meus dias estão contados.
Depois de dançar com não sei quantas mulheres, eu consegui escapar um pouco e fui procurá-la, ela sumiu do mapa, não achava em lugar algum, até avistei ela algumas vezes enquanto dançava, mas não podia sair dali naquela hora, essas senhoras me alugaram a noite inteira, eu sou dançarino, mas ninguém aguenta uma música atrás da outra.
Disfarçadamente eu me afastei de onde estavam todos e fiquei procurando pela garota, e pra minha sorte ela estava ao fundo, entre umas árvores, e não havia ninguém lá com ela, então é agora, me aproximei e ela falava ao telefone.
— A gente se ver amanhã então, até logo! Disse ela e desligou, já estava voltando mais deu de cara comigo.
Seus olhos se arregalaram ao me ver e pude perceber que ela ficou extremamente nervosa.
Me aproximei um pouco mais, com uma das mãos no bolso e a outra segurando minha taça de champanhe.
— Oi! Eu disse e sorri, do jeito que sorri pra ela na Mansão.
Ela não disse nada, o silêncio que estava ali, quase dava pra ouvir o coração dela pulando, e a respiração forte.
— Você, me conhece? Perguntei a ela.
— Eu deveria conhecer? Ela perguntou.
— Só me responde se conhece… eu disse.
— Não sei exatamente… disse ela e eu me aproximei mais, ficando de frente.
— Eu sou Lorenzo, um empresário que veio pra fazer negócios, no Brasil, é isso… eu disse.
— Se você diz, por mim tudo bem… disse ela e ia saindo rápido, mas eu segurei em seu braço, a fazendo parar ao meu lado, suficiente pra que eu pudesse sussurrar próximo ao seu ouvido.
— Eu me lembro de você, estava tão nervosa, como está agora… eu disse e a olhei de lado.
— Me solta, não sei do que está falando! Disse ela.
— Sabe sim, e também sabe que eu fiz você suspirar, e por isso você vai guardar o meu segredo… eu disse e deslizei a minha mão pelo seu braço, até chegar em sua mão, e apertei a mesma.
— Eu não vou dizer nada, só me deixa ir… disse ela e estava com medo.
— Não precisa ter medo, eu não vou fazer nada, embora eu queira muito… eu disse e segurando a sua mão, eu levei a mesma até meus lábios e beijei.
Ela soltou rapidamente minha mão e saiu dali muito rápido, quase correndo, e eu ri, eu tive que rir, ela estava morrendo de medo, sei disso, aqueles olhos assustados, aquela boca entreaberta e a respiração forte, eu sei que eu causo isso nas mulheres.
Ah garota, você me deixou interessado nesse jogo, e eu sei que ainda vamos nos encontrar de novo, e aí, eu vou fazer você ficar louca, assim como com essa sua atitude, você me deixou louco pra brincar contigo.
AlexiaEu corri o mais rápido que eu pude, mas não podia muito pois eu estava de salto.Corri até o banheiro e entrei bem rápido, tranquei a porta e me encostei nela ofegante, fui até a pia e molhei as mãos, passei sobre o pescoço e respirei o mais fundo possível, tentando me acalmar.Sim, era ele, era o cara da Mansão.Agora sem máscara, mostrando por completo seu rosto, seus olhos, e aquele sorriso sedutor.Não, não Alexia, esses pensamentos não podiam estar na sua cabeça, o que aquele cara tem que te deixa assim? Você mal o conhece, você só o viu uma vez na sua vida e ele mexeu assim com a sua mente? Só porque ele é o tipo de cara que parece proibido, que parece inalcançável pra você, um stripper, um acompanhante de mulheres e sabe-se lá mais o que.Só porque ele tem aqueles cabelos enormes, aquela barba que deixa ele ainda mais rústico e sexy, aquele corpo escultural e aquele tamanho todo que parece que com um abraço é capaz de eu me perder ali, não, não Alexia, esqueça isso, esq
PabloQue dia, eu estava morto! As mulheres não saíram do meu pé, também “carne nova” no pedaço.Na verdade nenhuma delas me reconheceu, mas sei que muitas delas já me viram dançar, por isso que é bom esconder o rosto.Pra elas eu sou o empresário recém chegado, podre de rico que adora esbanjar dinheiro.Mas a Graziela sabe que eu não sou nada disso, e aquela garota também sabe, as únicas que sabem quem eu realmente sou, bom, parte do que sou.Ah aquela garota, ela me instiga, ela desperta em mim uma vontade de jogar com ela, de provocá-la, de vê-la toda nervosa e sem jeito na minha frente, sem falar que, ela é linda demais, é aquela garotinha intocável, delicadinha, que me deixa louco pra experimentar, já que nunca fiquei com uma puritana assim.Esse jogo me instiga e eu vou continuar jogando até ela cair na minha conversa, sei que posso fazer ela ficar rendida aos meus pés, eu sou bom demais nisso, e vou fazer, ela é quem vai pedir pra eu a beijar, ela é que vai pedir pra mim a leva
Alexia Os dias foram muito corridos, eu estava cheia de coisas pra resolver, no trabalho, as coisas do casamento, a saudade enorme que eu estava do Leandro, e ele muito ocupado, quase não tendo tempo pra falar comigo. Eu estava triste, eu queria ele aqui, eu queria que tudo isso acabasse logo. Estava em casa, olhando algumas decorações no computador quando Meire me ligou. — Oi amiga! Digo atendendo. — Oi sumida, não lembra mais da sua melhor amiga? Pergunta ela. — Desculpa, eu tava tão atolada de trabalho amiga… eu disse. — Hei, hoje é sábado, nada de trabalhar, vamos ao clube pra você se distrair um pouco… disse ela. — Sabe que é uma boa, tudo bem, te encontro lá então… eu disse. — Certo, te espero lá, beijos! Diz ela. — Beijos… digo e desligo. É, eu preciso me desligar um pouco dessa confusão que está na minha cabeça, relaxar, pegar um sol, beber um pouco e fofocar com a minha melhor amiga. Me levantei e fui trocar de roupa, soltei os cabelos e coloquei um vestido solti
Alexia Parece que quanto mais a gente reza, mais assombração aparece! No meu caso, não é nem assombração, é o diabo em pessoa mesmo. — Oi… eu respondi ao tal Lorenzo, com um sorriso amarelo, mas eu confesso, ele estava ainda mais bonito, e os cabelos soltos, deixavam ele charmoso. — Senta, eu vou buscar uns drinks pra gente no bar… disse Meire saindo. — Você sumiu baby… disse ele sentando de frente pra mim. — Ocupada, trabalhando… e meu nome é Alexia… eu disse. — Claro, Alexia, eu tinha esquecido confesso, são tantas mulheres… disse ele convencido e eu tive que rir, em tom de deboche mesmo. — Claro, muitas clientes não é mesmo?! Eu disse. — Você fala como se me conhecesse, não é? Disse ele. — Acontece que eu conheço, você é um… uma palavra que me recuso a dizer aqui, vai que alguém escuta… eu disse. — Não conhece não, mas eu conheço você… disse ele. — E como me conhece? Diz aí… perguntei. — Você é uma mocinha que está prestes a se casar, mas seu noivo não está no país, e vo
Amanhecer — Pablo Eu não sei exatamente se eu tive a noção do que eu fiz, mas eu precisa de um motivo pra Alexia confiar em mim, e não conseguia achar outro que não fosse mostrar parte da minha vida normal, a vida que eu levo além da Mansão. Eu não sei explicar, eu sentia um tesão enorme por ela, aquela vontade de levar ela pra qualquer lugar e transar até não me aguentar mais em pé, mas naquela noite, conversando com ela, eu não quis isso, pelo menos por algumas horas com ela eu só queria escutá-la, embora ela não tenha me contado muito da sua vida, mas eu vou ter tempo pra descobrir. Acabei me lembrando que, as amigas da Graziela estávamos falando dela, era ela que iria se casar com o cara rico que estava viajando a trabalho, e uma delas disse que não era só isso que ele estava fazendo lá, me intrigou, mas eu não podia dizer nada, eu não sei de nada. Pela primeira vez, em muito tempo, eu senti uma coisa estranha, uma coisa boa dentro de mim, uma coisa que eu deixei de sentir quan
Pablo — O que você tanto vê nesse celular? Pergunta ela saindo do banho. — Nada, só umas bobeiras… eu digo fechando as mensagens e colocando o celular de lado. — Quando você vai me contar sobre esse passado? Pergunta ela. — É passado gata, não tem nada pra ser dito… eu digo me recostando na cabeceira com as mãos atrás da cabeça. — Mas você sempre volta a ele, e não pode me dizer do que se trata, isso quer dizer que você não confia em mim… disse ela. — Gostosa, vamos ter uma DR? Achei que isso fosse coisa de casal… eu disse. — E nós somos o que Pablo? Somos apenas uma foda? Ela pergunta com raiva. — Hei… desde quando isso te incomodou Katherine? Pergunto sério… Você tá cheia de cobrança, isso não faz parte do nosso relacionamento, se for isso que você quer, se for ficar chato assim, eu tô caindo fora… eu disse me levantando da cama e vestindo minha calça. — Para! Para com isso, para… disse ela se aproximando de mim e me abraçando por trás. — Sei lá, você tá… com ciúmes de tudo
PauloConcordei com alguém batendo na porta do quarto, drogas, tinha dormido muito.— Vai Malvadão, para a Mansão já aberta! Diga Nicolas, meu amigo.- Ha voce, ha voce! Eu disse levantando rápido, tomei um banho frio para lembrar e me aconcheguei mais rápido do que pude, depois fui para os camarins.— Porra, ou o que você dizia todas as man
Alexia Sai da boate muito nervosa, chorando de raiva de mim mesma, andei até o estacionamento e fiquei ali no meio dele, respirando fundo e tentando me controlar. — Baby, tá nervosa porque? Foi só uma brincadeira! Disse ele vindo até onde eu estava, com as mãos no bolso da jaqueta, com aquele sorriso todo debochado e desinteressado. Me virei com raiva e fui ao seu encontro. — Olha, eu te chamei aqui porque já chega, a gente não pode continuar com isso, não podemos ser amigos, não podemos, é isso… eu disse firme chegando a sua frente. — Que? Me chamou aqui pra me dar um fora? Perguntou ele. — Não é um fora, não temos nada, porque seria um fora? Só disse que não quero mais tentar ser sua amiga… eu disse. — E isso só porque eu tô me tornando a sua "paixão proibida"? Ele perguntou rindo. — Você é tão ridículo, da onde tirou isso? Simplesmente essas coisas não podem acontecer, porque eu sou noiva e você não perde uma oportunidade de me provocar, falando coisas, escrevendo coisas, se