Alexia
Parece que quanto mais a gente reza, mais assombração aparece! No meu caso, não é nem assombração, é o diabo em pessoa mesmo.
— Oi… eu respondi ao tal Lorenzo, com um sorriso amarelo, mas eu confesso, ele estava ainda mais bonito, e os cabelos soltos, deixavam ele charmoso.
— Senta, eu vou buscar uns drinks pra gente no bar… disse Meire saindo.
— Você sumiu baby… disse ele sentando de frente pra mim.
— Ocupada, trabalhando… e meu nome é Alexia… eu disse.
— Claro, Alexia, eu tinha esquecido confesso, são tantas mulheres… disse ele convencido e eu tive que rir, em tom de deboche mesmo.
— Claro, muitas clientes não é mesmo?! Eu disse.
— Você fala como se me conhecesse, não é? Disse ele.
— Acontece que eu conheço, você é um… uma palavra que me recuso a dizer aqui, vai que alguém escuta… eu disse.
— Não conhece não, mas eu conheço você… disse ele.
— E como me conhece? Diz aí… perguntei.
— Você é uma mocinha que está prestes a se casar, mas seu noivo não está no país, e você está muito mal com isso, e esses conflitos estão acabando com você, trabalho, casamento, e ainda tem o que eu causo em você… disse ele e eu ri.
— Você tá louco, você não me causa nada querido! Eu disse.
— Oh se causo, e você vai reconhecer isso pra mim um dia, quando eu estiver na sua frente assim como eu tô agora, mais perto claro, olhando no fundo dos meus olhos, com a mão no meu rosto, com um sorriso meigo e um pôr do sol bem atrás da gente, você vai reconhecer que eu causo algo em você… disse ele e eu engolir seco.
— Você é louco! Se acha que eu vou cair no seu joguinho, se acha que vai brincar comigo, se acha que eu vou ser mais uma cliente sua, está enganado… eu disse firme.
— E eu não quero isso, quero ser mais do que isso, quero ser a sua “Paixão Proibida”… disse ele e eu gargalhei.
— Nunca! Eu disse debochada.
— Você vai ver… disse ele com um sorriso safado… bem, você acha que me conhece, mas não conhece, e eu te convido a conhecer, se você topar é claro, essa noite… disse ele e eu gelei.
— Sem chances, está louco, eu não vou sair com você… eu disse.
— Como amigos, eu prometo, eu só quero tirar essa má impressão que você tem de mim, eu sou um cara normal, que também faço coisas normais e bem mais divertidas do que isso aqui… diz ele olhando em volta.
— Sem chance… eu disse desviando o olhar dele.
— E é desse jeito que você diz que não é preconceituosa? Não quer sair comigo como amigos, claro, só porque me acha inferior a você?
— Você distorce as coisas, não é nada disso… eu disse.
— Então aceita e aí você vai tirar essa má impressão que eu tenho de você em relação a isso, e eu prometo, não vou fazer nada que você não queira… disse ele, e me pareceu sincero, eu deveria dizer não, eu deveria, eu deveria, mas era mais forte do que eu.
— Tudo bem… eu disse… mas no momento em que você passar dos limites eu vou embora e não vou querer voltar a te ver nunca mais, entendeu? Eu disse.
— Tudo bem, como você quiser! Disse ele todo animadinho.
— Demorei mais cheguei! Disse Meire trazendo os drinks.
— Vamos brindar… disse ele pegando o seu drink e me entregando o outro… as novas amizades! Ele levantou seu copo pra brindar e eu brindei junto, então ele sorriu todo bobo, parecia vitorioso por dentro.
Anoitecer — Alexia.
Eu sou uma maluca mesmo! Porque eu aceitei sair com aquele cara? O que eu tenho na cabeça? Não, isso não pode ser, ninguém pode me ver com ele, de jeito nenhum, ninguém pode sequer imaginar que eu sou amiga de um… garoto de programa, que me deixa nervosa, com medo, o que eu tô fazendo?
Eu estava pronta, coloquei uma calça jeans e uma jaqueta jeans também, e botas, pois a noite estava fria.
E estava parada em frente ao espelho, tomando coragem pra ligar e recusar esse encontro, isso não pode ser, eu não posso ser nem amiga de homem como ele.
O celular vibra, era uma mensagem…
“— Espero que não tenha desistido de mim, acho que você vai gostar do que vou te mostrar hoje, ainda estou esperando no lugar marcado baby.”
Depois que li meu coração acelerou… quer saber, eu vou, e seja o que Deus quiser.
Me levantei pegando minha bolsa e as chaves do carro e sai, indo ao local que marcamos de nos encontrar.
Chegando lá, eu estacionei o carro e desci, e ele me esperava encostado em uma mesa dessas que ficam nas praças com banquinhos pras pessoas sentarem.
Quando me viu, ele sorriu, estava de braços cruzados, jaqueta de couro e os cabelos soltos novamente.
Meu Deus, eu me sentia em uma cena de filme, a mocinha indo encontrar secretamente o vilão da história.
— Você veio! Disse ele.
— Não queria, mas vim… eu disse.
— Queria sim… mas enfim, vem… disse ele estendendo a mão pra mim.
— Onde vai me levar? Pergunto.
— Relaxa baby, não vai te acontecer nada, só vem… disse ele e depois de alguns segundos peguei sua mão.
E então ele me levou até uma rua, que não haviam muitas pessoas, e no final da rua tinha um bar, entramos e fomos até uma mesa, nos sentamos e um homem veio nos atender.
— Fala Malvadão, quando tempo não vem cara… disse o homem e eu o olhei tentando entender esse apelido.
— Muito trabalho meu amigo, mais como estão todos? Pergunta ele.
— Tudo bem… mas e aí, o que vão beber? O homem pergunta.
— Eu vou querer uma cerveja e você? Ele pergunta.
— Água, só água mesmo… digo e sorrio pro rapaz.
— Ok, eu já trago… disse ele saindo.
— Malvadão? Pergunto
— Longa história baby… diz ele rindo… todo mundo aqui, e lá na Mansão me chamam assim.
— Entendi… nome de “guerra”… mas, qual o seu nome de verdade? Pergunto
— Melhor você não saber… diz ele.
— Mas você sabe o meu, e se queremos ser “amigos”, é por aí que começa né, como espera que eu acredite em você se não sei nem o seu nome… digo e ele fica pensativo.
— Certo… meu nome é Pablo, mas não fica dizendo por aí isso… disse ele, e eu ri.
— Tudo bem… eu disse.
E ficamos conversando, ele me contou algumas coisas da sua vida, seu passado triste, ele não conheceu os pais e foi criado aqui por uma senhora, mas essa senhora acabou adoecendo e morreu, e ele teve que sair pra trabalhar bem cedo, não encontrava nenhum emprego e então conheceu um cara que apresentou a ele todo esse mundo que ele vive agora.
Bom, ele me disse que não era “garoto de programa”, que não ia pra cama com as mulheres, que só dançava na Mansão e que, só acompanhava as mulheres quando elas pagavam por isso.
Posso ser uma idiota, mas eu acabei acreditando.
Me contou também que ele ajudava o pessoal daqui dessa rua, pois foi onde ele cresceu e conhecia todos, sabia de cada dificuldade que cada um passava, e eu achei isso muito corajoso, um ato de bondade verdadeira.
E enquanto ele contava a sua história, eu via nos seus olhos e na forma dele falar, no pesar das palavras, na expressão do seu rosto, que era verdade.
— E essa é a história baby, espero que você não pense que estou mentindo pra te impressionar, mas se quiser posso chamar o cara que atendeu a gente e ele te conta… disse ele.
— Eu acredito, não sei, mas, você pareceu bem sincero… eu disse.
— E agora é a sua vez de me contar… disse ele me encarando.
— Contar o que? Pergunto.
— A sua história, você não é como as mulheres da sua classe que eu conheço, você é… não sei, é diferente… disse ele.
— Diferente como? Perguntei curiosa.
— Ah… não sei… é diferente, eu não sou muito bom em elogiar sem falar umas safadezas, se é que me entende, eu não sei nem se tenho coração… e as palavras que eu sei usar, não são pra serem usadas com uma mulher como você, embora eu ache que, você é tudo isso que eu tô pensando… disse ele e eu ri.
— E que elogios são esses? Pergunto.
— Acho que você não vai gostar de escutar… disse ele rindo.
— Melhor você não falar mesmo, concordamos que seríamos amigos… eu disse e ele riu.
— Relaxa, eu prometi e quando eu prometo, eu cumpro… disse ele piscando.
E até que, não foi tão ruim a noite, eu pude conhecer o outro lado do Pablo, sim, esse era o nome dele de verdade, eu comprovei quando alguns senhores no bar o chamaram assim… e aí eu comecei a acreditar que era sim tudo verdade, as pessoas ali gostavam muito dele, e ele era atencioso com elas, diferente do homem que eu havia conhecido, diferente do sedutor que ele é.
Amanhecer — Pablo Eu não sei exatamente se eu tive a noção do que eu fiz, mas eu precisa de um motivo pra Alexia confiar em mim, e não conseguia achar outro que não fosse mostrar parte da minha vida normal, a vida que eu levo além da Mansão. Eu não sei explicar, eu sentia um tesão enorme por ela, aquela vontade de levar ela pra qualquer lugar e transar até não me aguentar mais em pé, mas naquela noite, conversando com ela, eu não quis isso, pelo menos por algumas horas com ela eu só queria escutá-la, embora ela não tenha me contado muito da sua vida, mas eu vou ter tempo pra descobrir. Acabei me lembrando que, as amigas da Graziela estávamos falando dela, era ela que iria se casar com o cara rico que estava viajando a trabalho, e uma delas disse que não era só isso que ele estava fazendo lá, me intrigou, mas eu não podia dizer nada, eu não sei de nada. Pela primeira vez, em muito tempo, eu senti uma coisa estranha, uma coisa boa dentro de mim, uma coisa que eu deixei de sentir quan
Pablo — O que você tanto vê nesse celular? Pergunta ela saindo do banho. — Nada, só umas bobeiras… eu digo fechando as mensagens e colocando o celular de lado. — Quando você vai me contar sobre esse passado? Pergunta ela. — É passado gata, não tem nada pra ser dito… eu digo me recostando na cabeceira com as mãos atrás da cabeça. — Mas você sempre volta a ele, e não pode me dizer do que se trata, isso quer dizer que você não confia em mim… disse ela. — Gostosa, vamos ter uma DR? Achei que isso fosse coisa de casal… eu disse. — E nós somos o que Pablo? Somos apenas uma foda? Ela pergunta com raiva. — Hei… desde quando isso te incomodou Katherine? Pergunto sério… Você tá cheia de cobrança, isso não faz parte do nosso relacionamento, se for isso que você quer, se for ficar chato assim, eu tô caindo fora… eu disse me levantando da cama e vestindo minha calça. — Para! Para com isso, para… disse ela se aproximando de mim e me abraçando por trás. — Sei lá, você tá… com ciúmes de tudo
PauloConcordei com alguém batendo na porta do quarto, drogas, tinha dormido muito.— Vai Malvadão, para a Mansão já aberta! Diga Nicolas, meu amigo.- Ha voce, ha voce! Eu disse levantando rápido, tomei um banho frio para lembrar e me aconcheguei mais rápido do que pude, depois fui para os camarins.— Porra, ou o que você dizia todas as man
Alexia Sai da boate muito nervosa, chorando de raiva de mim mesma, andei até o estacionamento e fiquei ali no meio dele, respirando fundo e tentando me controlar. — Baby, tá nervosa porque? Foi só uma brincadeira! Disse ele vindo até onde eu estava, com as mãos no bolso da jaqueta, com aquele sorriso todo debochado e desinteressado. Me virei com raiva e fui ao seu encontro. — Olha, eu te chamei aqui porque já chega, a gente não pode continuar com isso, não podemos ser amigos, não podemos, é isso… eu disse firme chegando a sua frente. — Que? Me chamou aqui pra me dar um fora? Perguntou ele. — Não é um fora, não temos nada, porque seria um fora? Só disse que não quero mais tentar ser sua amiga… eu disse. — E isso só porque eu tô me tornando a sua "paixão proibida"? Ele perguntou rindo. — Você é tão ridículo, da onde tirou isso? Simplesmente essas coisas não podem acontecer, porque eu sou noiva e você não perde uma oportunidade de me provocar, falando coisas, escrevendo coisas, se
Alexia Pablo me trouxe para uma parte da cidade, que havia uma trilha e não era o fim da trilha, foi como foi encontrada em uma pracinha, onde havia alguns bancos e havia estruturas que protegem as pessoas de choveu e também tinha um saco enorme que dava pra ver toda a cidade à vista, e como era de madrugada não tinha ninguém lá, e as luzes da cidade iluminavam o local.Aproximamo-nos por fora e nos reclinamos, ele ficou calado, como olhar longe no horizonte.— Você é a primeira mulher a beber aqui... diga a ele... eu gostaria de vir aqui de madrugada, quando não tenho nenhum, para praticar sozinho e não pensar em nada, são só as boas que tenho para a vida .— À primeira vista, ela é bonita... e... ela disse, mais lembrei do que ele disse que você é a primeira mulher atrás daqui... — Você disse que é a primeira mulher atrás daqui? Pra mim isso parece impossível.— Nunca, nunca, mostrei a eles que estou por trás do mal que todos conhecemos, e fui o primeiro a saber dessas coisas, e co
Paulo— Mais uma noite você saiu da Mansão? Outra vez revivendo ou seu "pasado"? Katherine pergunta, ela não vai me ver entrando no meu quarto?— Kathe, agora não tenho gato... digo.Minha cabeça está muito confusa, não sabia como decifrar o que havia acontecido até agora.— Parece que isso faz muito tempo com você, pena que você não quer me contar nada, claro, isso não significa nada para você, é apenas a sua noite de sono... diga a ela entrando no seu quarto direito longe.— Kathe, ou o que está acontecendo? Você está me cobrando por coisas que eu não cobrava, você está ocupado ou o tempo todo, achando que tem outras pessoas, você vai acabar comigo, por que isso? Pediu-me virando-se para ela.— Porque eu sou louca, louca Pablo, eu tô louca por você! Você me deixa louca… diga a ela que a vi correndo e me abraçando.— Kathe… Princesa… nós combinamos que não seria assim, que não chegaria a isso, você sabe, a nossa relação é perfeita do jeito que é… eu disse a soltando de mim.— E porq
2 meses depois — Pablo.— Meu bonito, lembre-se... lembre-se... disse uma voz feminina, você abriu os olhos para vagar e sorriu para ver o que era.— Querida… eu sussurrei… ela ficou encantada ao meu lado, acariciando meu rosto e sorrindo. — Amor... sussurrei de novo e sem susto.— Pablo, lembre-se, você está sonhando? O que é bebê? Diga Kathe.- Ele tem? Este? Não, quer dizer, não sei, eu tava faando alguma coisa? Digo passando as mãos pelas mãos te colocando pra trás.— Deixa para lá, concorda, Graziela está esperando o evento dela no fim de semana, e ela me manda ver um pedido de casamento pra você, tenho certeza que ela vai se casar... fala pra ela e eu levanto da cama eu desisto.— Tão foda! Graziela é coro preservado, mais pra esperar papai aqui eu tenho que ser namorada, não quero esperar... falei e ela gargalhou.— Você se acha muito Pablo, sai daí… diga ela.Fui pro banheiro, abri o chuveiro e entrei de cabeça em baixo, deixei a água cair no meu rosto e fiquei ali parado por
Alexia Corri para o banheiro e encarei minha mãe saindo, discretamente sequei as lágrimas e tentei me acalmar.— Ou o que aconteceu filha? Eu estava procurando por você... diga a ela.— Nada, eu... eu também estava tentando senhora... eu disse... qu foi uma surpresa, eu estú curioso.— Venha comigo, eu estava procurando você agora mesmo... diga a ela com um sorriso, peguei minha mão e fomos até onde todo mundo estava.Quando saímos do jardim, uma música começou a tocar ao som de violinos, todos estavam nos ouvindo, inclusive Pablo, eu o escutei discretamente e ele estava atento a mim, quando algumas pessoas abriram o caminho, ele apareceu um muito tempo, ou Leandro, meus olhos se voltarão para você e você abrirá um grande sorriso.— Meu amor... eu disse num sussurro com as mãos na boca.Ele começou a caminhar até mim, com aquele sorriso enorme, aquele que eu amava, e muito e que estava morrendo de saudades de ver.Eu não consegui esperar, eu corri até ele e pulei nos seus braços o ab