Quando o som frio do toque soou no gélido escritório, o que o som rasgou não foi apenas o fluxo silencioso do ar, mas também a atmosfera estranha no escritório.Um homem muito mais magro do que antes lançou um olhar casual para a tela do celular em sua mesa.- Você não se importa, não é?Ele levantou levemente as pálpebras e examinou o homem igualmente impressionante sentado na cadeira do outro lado da mesa.Apesar de parecer uma pergunta, ele claramente não se importava se o homem sentado à sua frente se importava ou não.Sem esperar por uma resposta, os dedos longos já haviam pegado o celular na mesa e pressionado a tecla de atender.Quando Tiago apertou a tecla para atender a chamada, e a tela mostrou que a chamada havia sido atendida, ele silenciosamente entregou o celular, já em uma chamada, à palma estendida em sua direção.A mão de Jane tremia um pouco. Ela não disse uma palavra, e de alguma forma conseguiu conter as lágrimas, fazendo com que seus olhos ficassem vermelhos.Do ou
A mão que segurava o celular tremia como folhas caindo no outono, Tiago nunca tinha visto uma mulher assim. Sua tristeza não precisava ser falada, apenas sentada ali, ela era a personificação da melancolia do outono. Rafaela sempre sentiu uma angústia no peito que ela não entendia completamente. Nunca em sua vida ela havia compreendido tal sentimento, mas o que mais lhe preocupava era...- Jane, como está? O Presidente Gomes, ele...- Presidente Gomes vai deixar o Grupo Pereira em paz. - A mulher na cadeira de vime, de olhos fechados, interrompeu Rafaela. O rosto de Rafaela iluminou-se com alívio.- Jane, eu sabia que você era a mais compassiva.- Mas o Grupo Pereira agora é meu. - A voz da mulher era nem leve nem pesada.- O quê???Rafaela gritou em surpresa, como se tivesse sido atingida por um raio. Seu grito agudo quebrou a paz à beira da Lagoa de B. Ela apontou para a mulher na cadeira de vime, incrédula:- Como você ousa!?- Eu ousaria. - Jane respondeu calmamente.- Isso é desr
Xavier estava na Lagoa de B.Ele viu aquela mulher.Ele queria se aproximar, mas seus pés estavam como se pesassem uma tonelada.Era noite.A noite na Lagoa de B, às vezes, era muito ventosa.No lado oposto da "Memória", sempre havia um carro estacionado.Às vezes um táxi, às vezes um carro particular, com placas diferentes, mas sempre com uma certeza, Xavier estava lá dentro.Ele não ousava se aproximar daquele hotel.Porque ela estava lá.O vento desta noite, era forte.O motorista, um tanto impaciente:- Senhor, já chegamos ao seu destino.Era um cliente estranho, essa já era a terceira vez que pegava o pedido de corrida deste homem.O destino era sempre o mesmo.Em todas as vezes, ele era silencioso durante a viagem.Sempre que chegavam ao destino, ele olhava fixamente em uma direção, como se estivesse perdido.- Senhor, se você quiser se hospedar, pode ir para o hotel agora. - O motorista o apressou.Ele simplesmente não entendia os pensamentos desses jovens.No banco de trás:- E
“O Grupo Pereira está acabado!”Essa notícia tem circulado freneticamente na Cidade S recentemente.- Esse Rafael...Em reuniões privadas entre ricos, com algumas taças de vinho a mais, esse tópico vinha à tona.- Rafael realmente não valoriza velhos laços. Afinal de contas, Lucas era seu sogro.Matheus, sentado silenciosamente na mesa do banquete, fumando seu cigarro, a fumaça desenhando círculos leves no ar.Ele tinha pouca paciência para esses jantares, mas no mundo dos negócios, tinha que aturar certas formalidades, não importava o quão desagradável pudesse ser.Quanto aos chefes à mesa, ao beberem, falavam tanto quanto as senhoras no mercado.- Sr. Matheus, você já fumou metade do maço, a conversa está animada, por que não se junta a nós?Um homem careca, com olhos embriagados, tentou se aproximar de Matheus.- Continuem falando, estou ouvindo.Matheus moveu-se discretamente meio centímetro para o lado, evitando a mão gorda do careca.Mas, com a menção ao nome de Matheus, todos se
No dia seguinte, as principais manchetes dos jornais eram de arrepiar!"Grupo Pereira troca de chefe, a misteriosa herdeira da família Pereira, volta para se vingar!""A herdeira volta discretamente, será para salvar o Grupo Pereira da crise, ou há outros motivos?""Chocante! Grupo Pereira muda de chefe da noite para o dia, agitação interna, a família Pereira não tem ninguém para assumir.""Bilhões de riqueza à deriva, a filha do Grupo Pereira, indiferente aos laços familiares, mata e apodera-se!"Títulos sensacionalistas, assim, cobriram as manchetes dos principais jornais em um dia.Pessoas mais informadas vazaram que o herdeiro da família Pereira, André, estava em estado crítico devido à leucemia, e a única Srta. Jane, cujos marcadores combinavam, se recusava a doar medula óssea para seu irmão!Por um tempo, havia mais notícias negativas sobre Jane do que sobre ela mesma.Rafael acabava de acordar, e o mordomo já havia preparado o café da manhã na mesa do primeiro andar, com os jorn
Família Pereira.Lucas, apontando para o nariz de Rafaela, furioso, exclamou:- É assim que você educa uma boa filha! Que filha respeitosa você criou!Carregado de raiva, ele estava consciente do Grupo Pereira que não queria entregar de mãos vazias. No entanto, se ele não concordasse com as demandas de Jane, o Grupo Pereira entraria em colapso total.Ele sabia muito bem que enquanto o Grupo Pereira existisse, ele ainda seria rico, com uma casa, um carro e empregados. Sem o Grupo Pereira, ele não seria nada.Por mais relutante que fosse, Lucas, rangendo os dentes, transferiu a maior parte das ações do Grupo Pereira para Jane.Mas ele não tinha para onde direcionar a raiva em seu coração.Rafaela se tornou o alvo.Lucas, porém, se esqueceu de uma coisa. Para Rafaela, ele já era um patife que havia traído sua esposa.- Lucas, que direito você tem de me criticar? Jane foi educada por mim? Foi por seu pai! Se você tem que culpar alguém, por que não procura seu pai morto? - Rafaela não se se
Jane estava toda tensa, o calor do corpo dele, mesmo através de duas camadas de tecido, ainda passava de forma vívida.Ela não ousava se mover, ela estava com medo.Pelo menos, ela não estava pronta para aceitar isso agora.Diziam que o tempo desbotava tudo, mas muitas coisas, ao longo do tempo, se transformavam em uma dor marcada a ferro e fogo.A mulher apertava os dentes, fosse em resistência ou outra coisa, um olhar furioso surgia em seus olhos, mas ela ainda mordia os dentes.No entanto, suas mãos se apertavam fortemente, com as unhas afundando profundamente na palma da mão.Mas no segundo seguinte!Ela repentinamente ficou horrorizada, arregalando os olhos!No fundo dos olhos, finalmente apareceu uma emoção diferente da raiva e da resistência, medo.- Rafael! Você enlouqueceu?! - Sua voz rouca de anos, neste momento, tornou-se aguda ao ponto de quebrar.Ela pensava que era corajosa, pensava que poderia suportar, mas superestimou a si mesma!A mão dele em suas costas a segurava fi
Aquela voz rouca, cheia de súplicas, carregada de humilhação.Rafael parou, tensionou o corpo:- O que você está dizendo?! - Ele repreendeu.A mulher abaixo dele virou a cabeça, seus olhos cheios de humilhação e resistência:- Me humilhar, sempre foi um prazer para você, Rafael, não é?Lágrimas em seus olhos:- Você quer minha humilhação, seu desejo é uma ordem.Era isso que ele queria, não era?- Não quero.A voz do homem estava rouca, a dor em seus olhos como uma agulha espetando, olhando para a mulher abaixo dele:- Eu sinto muito.Ele a abraçou apertado por trás, segurando a mulher frágil em seus braços, sua garganta sufocada, como ela poderia dizer palavras tão vulgares?Como ela poderia dizer palavras tão humilhantes!Não!Não era isso!Era ele!Era culpa dele!Ele a pressionou novamente, ele a pressionou novamente!Com o cabelo longo, envolvendo seu corpo molhado, a pessoa em seus braços, tão magra que mal podia segurar, a dor nos olhos escuros do homem, a mulher em seus braços,