Aquela voz rouca, cheia de súplicas, carregada de humilhação.Rafael parou, tensionou o corpo:- O que você está dizendo?! - Ele repreendeu.A mulher abaixo dele virou a cabeça, seus olhos cheios de humilhação e resistência:- Me humilhar, sempre foi um prazer para você, Rafael, não é?Lágrimas em seus olhos:- Você quer minha humilhação, seu desejo é uma ordem.Era isso que ele queria, não era?- Não quero.A voz do homem estava rouca, a dor em seus olhos como uma agulha espetando, olhando para a mulher abaixo dele:- Eu sinto muito.Ele a abraçou apertado por trás, segurando a mulher frágil em seus braços, sua garganta sufocada, como ela poderia dizer palavras tão vulgares?Como ela poderia dizer palavras tão humilhantes!Não!Não era isso!Era ele!Era culpa dele!Ele a pressionou novamente, ele a pressionou novamente!Com o cabelo longo, envolvendo seu corpo molhado, a pessoa em seus braços, tão magra que mal podia segurar, a dor nos olhos escuros do homem, a mulher em seus braços,
Rafael não queria pedir ajuda, mas já estava em pânico. O amor realmente não era algo que se possa conquistar pela força.Sentado ao lado da cama de Jane, no quarto de hóspedes, o aroma calmante ainda flutuava no ar. Ele olhou para a mulher na cama, a impotência em seus olhos não tinha lugar para ser expressada.Ele fez uma ligação para Bruno, já tarde da noite. Bruno, sonolento, atendeu o telefone, ouvindo atentamente, enquanto Rafael falava sobre ele e Jane.A voz profunda de Rafael, nessa noite silenciosa, neste quarto tranquilo, parecia solitária e desolada.Bruno ouviu em silêncio, sem emitir som por um bom tempo. Quando se tratava de amor, ele também não entendia muito bem, mas entendia bem seu amigo Rafael.Ouvindo Rafael contar o que aconteceu durante a noite, mesmo que Bruno tenha percebido que Rafael estava deliberadamente evitando algo, ele ainda podia sentir a amargura do homem do outro lado da linha.- Vocês da família Gomes, realmente não há uma boa pessoa entre vocês - B
No dia seguinte.- Eu quero me mudar. - Na mesa de jantar, Jane largou seus talheres, falando para o homem elegante e compacto ao seu lado. Ela estava ansiosa, conhecendo a dominância e dureza deste homem...- Certo. - A colher de prata caiu na tigela, e o homem respondeu rapidamente.Jane ficou paralisada por três segundos, e então olhou para o homem com suspeitas.Ele, concordou tão facilmente?- Que tal o apartamento em Jardim das Oliveiras?Rafael tinha o hábito de beber café preto pela manhã, tomou um gole elegantemente, olhou para a mulher à sua frente e disse:- Você pode se mudar, mas eu preciso garantir sua segurança. O apartamento em Jardim das Oliveiras fica perto da sua empresa e a segurança lá é uma das melhores da cidade.Jane estava prestes a refutar, mas o homem já havia colocado o café de lado.- Jane, você precisa entender uma coisa, eu realmente não quero que você se mude.Ele deixando-a ir, era a maior concessão que ele poderia fazer.Apesar de ceder, sua atitude a
O menino tinha um corpo esguio, cabelos curtos castanhos cobertos por um boné de aba curva. Seu rosto era belo e de pele branca, exibindo uma expressão de impaciência.A mulher ao seu lado era linda, rosto de feições finas, nariz afilado e lábios cor de rosa claro. Ela parecia ter apenas vinte e cinco ou vinte e seis anos.No momento em que ela fez o garoto ao seu lado chamar Jane de "irmã", Jane sabia que era uma "dívida do amor" de seu pai.Uma onda de repulsa a invadiu.Embora André fosse frio com ela, ele era parte da lembrança que ela cresceu junto desde a infância.E este menino, que de repente apareceu, alegando ser seu irmão.Jane baixou a cabeça, um traço de sarcasmo passou rapidamente pelos seus olhos claros. Ela perguntou calmamente:- Sr. Rafael, os outros seguranças estão de folga hoje?Rafael entendeu o recado, seus lábios finos se curvaram para cima com firmeza. Ele virou-se e perguntou a Michel:- E os outros?Michel entendeu imediatamente o que Rafael queria dizer:- C
Jane foi parada e não permitiu que Michel expulsasse a mulher. Baixando os olhos, lançou um olhar frio à mulher ajoelhada no chão. Silenciosamente avaliando a mulher à sua frente, uma sensação absurda se levantou em seu coração. Que situação poderia dar a essa mulher a coragem de implorar à filha da esposa legítima? E o que daria a seu pai essa autoconfiança com sua "amante", acreditando que Jane seria tão complacente?Jane olhou para a bela mulher ajoelhada à sua frente, abriu a boca sem expressão e disse:- Você diz que a Sra. Rafaela quer a vida de você e de seu filho. Estamos numa sociedade de leis, a Sra. Rafaela não teria essa coragem. Vejo que você, senhora, pode estar muito cansada recentemente. Sugiro que você vá ao hospital, na psiquiatria. A síndrome da perseguição pode ser controlada na medicina.Ao ouvir essas palavras, a bela mulher ficou pálida:- Jane...- Silêncio.Jane interrompeu diretamente a mulher, com palavras frias:- Antes de hoje, nunca a vi. Por favor, me cha
Jane estava preparada mentalmente, talvez essa Eunice iria impor condições muito rigorosas, talvez pediria a ela para convencer a Sra. Rafaela a se conter, mas ela nunca esperava que Eunice propusesse tal plano!Ela permaneceu em silêncio, Eunice ficou ansiosa e rapidamente esclareceu a Jane:- Eu não quero nada, de verdade, só quero que o Nelson possa aparecer dignamente diante das pessoas. O dinheiro da família Pereira, eu não quero um centavo. Tudo que importa é trazer o Nelson de volta à família Pereira.Ouvindo as palavras sinceras de Eunice, Jane ficou atônita:- Sra. Gomes, por favor, considere isso como uma compreensão do coração de uma mãe.Por um momento, ela ficou sem palavras.Até mesmo Rafael ao seu lado, ficou surpreso. Ao ouvir o pedido de Eunice, ele olhou profundamente para ela. Ele olhou para o rosto inexpressivo da mulher em seus braços, sabendo que tudo que ele poderia pensar, ela já havia pensado. O Grupo Pereira agora estava nas mãos de Jane, Lucas estava apena
- Quais as consequências?Eunice estava aterrorizada, especialmente pela expressão estranha no rosto de Jane, que a fazia estremecer de medo.- Se meu avô ainda estivesse vivo...Jane disse calmamente:- Você seria "a próxima vítima".Ela olhou para o cintilar de dúvida nos olhos de Eunice e disse com serenidade:- Não duvide, é exatamente o que você está pensando. Desastres naturais, acidentes, tudo o que você pode imaginar. Incluindo o que você não consegue. Acidentes de carro, queda de edifícios, afogamento, doenças, incêndios, sequestros...Antes que Jane terminasse, Eunice já estava gritando de medo, pálida como um fantasma:- Pare de falar!Ela olhou para Jane, aterrorizada. "Como pode existir alguém tão aterrorizante neste mundo? Ela pode falar dessas coisas terríveis sem demonstrar qualquer emoção. Isso é assassinato! Sim, Jane não é uma pessoa comum, ela é uma assassina!"Ela sempre soube que a filha de Lucas havia sido presa, mas não sabia o motivo. Ela e suas amigas costumav
Eunice realmente entendia Lucas, ela sabia o que Lucas queria.Com uma vozinha manhosa, ela se sentiu enojada, mas Lucas estava extremamente feliz.- Querido...Eunice, com uma expressão de tristeza, exagerou as palavras que Jane disse e contou a Lucas, terminando com lágrimas nos olhos:- Querido, você sabe, Nelson é tão jovem. Ele ainda não está totalmente desenvolvido. Sua filha está de olho em Nelson, até mesmo dizendo que quer que Nelson doe medula óssea. Eu não me importo de salvar André, mas Nelson tem apenas dez anos. Se ele doar o que tem em seu corpo agora, não sei quais serão as consequências quando ele crescer. Se Nelson fosse adulto, eu o levaria pessoalmente ao hospital. Mas Nelson ainda está em desenvolvimento, e se ele doar agora, não sei quais seriam as implicações.Ela disse muitas coisas, mas nunca disse explicitamente "não doar", era aí que ela era esperta. Essas eram palavras que ela não podia pronunciar...- Absurdo!Lucas bateu com força o jornal na mesa:- Essa