JONH*Eu não sei ao certo quando eu desabei no chão bêbado, mas quando eu acordei eu vi um rastro de destruição na casa, a minha cabeça estava me matando e a claridade da luz entrando na sala fez eu sentir o dobro da dor.Eu me rastejei até o meu celular que estava jogado no chão e quando eu desbloqueei a tela a foto da Hana apareceu pra mim, então eu me lembrei que estava bebendo enquanto me lamentava olhando pra foto dela.Eu liguei pro Tadeu que atendeu imediatamente, o que foi bem estranho.— Como você atendeu tão rápido? Ah, não importa, eu preciso de café e aspirina.Tadeu: Eu tomei a liberdade de comprar senhor, eu estou aqui na porta.Eu olhei pro vidro e lá estava o Tadeu com o celular no ouvido segurando um copo de café.— Acho que eu deixei aberto ontem, pode entrar.Ele então entrou e foi me socorrer, depois dele colocar o café na mesa de centro, ele me segurou e me levou pro sofá.— A minha cabeça está rodando,Tadeu.Ele tirou a aspirina do bolso, colocou na minha mão e
Às 19:00hs eu me arrumei, e saí de casa às 19:40, e quando eu cheguei na agência o estacionamento estava cheio de carros.— Não precisa abrir a porta Tadeu, eu vou ficar mais um tempo aqui.Tadeu: Sim senhor.Eu fiquei uns cinco minutos dentro do carro repassando o texto que eu havia criado, então tomei coragem e fui pro salão de eventos.Ao chegar lá deu pra sentir o peso do ambiente, todos olharam pra mim como se eu fosse inimigo deles.— Boa noite senhores.Eles responderam apenas por educação, então eu vi a Flávia e ela estava digitando algo no celular e depois olhou pra mim e apontou pra cadeira que certamente ela havia separado pra que eu pudesse sentar, eu caminhei até lá e sentei.A mesa estava farta, tudo foi muito bem produzido apesar do pouco tempo, haviam garçons que nos serviram bebidas antes do jantar, mas eles pareciam ter pressa pelo meu pronunciamento pelo ocorrido."Então Carter, estamos esperando suas explicações"...Disse um deles.Eu olhei pra Flávia e ela fez um
HANA*Eu já estava pedindo ao universo mentalmente pra que ele apagasse o fogo eterno do Klaus, pois ele me fodeu de todas as maneiras possíveis e várias vezes depois que comemos, e o meu corpo já não aguentava mais, eu achei a disposição dele fora do normal, e quando foi 03:50 da manhã ele finalmente dormiu e me deixou em paz, e eu dormi logo em seguida.Quando o dia amanheceu eu fui acordada com o café da manhã bem reforçado, e eu cheguei a pensar que apesar do Klaus ser bem mais velho, ele seria um bom namorado, isso se ele não fosse casado, pois eu jamais iria manter um caso com um homem comprometido.— Você caprichou, obrigada, eu realmente estou morrendo de fome.Klaus: Eu imaginei que você fosse acordar assim, então eu me antecipei.Ele colocou um pedaço de morango na minha boca e sorriu, eu fiquei sem jeito, mas sorri também.— Que horas são?Klaus: 09:30.— Caramba, eu preciso ir embora.Falei já me levantando da cama.Klaus: Você não precisa ir tão rápido, você nem se alime
Quando chegamos no restaurante, pedimos o cardápio e esperamos a Flávia que chegou poucos minutos depois, e a cara dela não estava nada amigável.Ingrid: Boa tarde pra você também Flávia.A Ingrid falou com ironia assim que ela sentou sem nos cumprimentar.Flávia: Olha só, eu não tenho muito tempo, então eu vou direto ao assunto, aqui está o documento de confidencialidade que você assinou Hana, então você tem duas saídas, ou você paga a multa por ter abrido essa boca pra um dos nossos principais clientes, ou você terá que desfazer essa merda toda.Aquele documento mudava tudo, eu havia esquecido dele, e a Ingrid não estava preparada pra aquilo.Ingrid: Deixa eu ler isso direito.A Flávia entregou o documento pra Ingrid e eu vi o brilho da Ingrid sumir.Ingrid: Ela está certa Hana, você assinou o termo no dia que participou da seleção.— Eu não vou pagar nada.Flávia: Então você terá que fazer exatamente tudo o que eu te disser, entendeu? E nós vamos precisar também da sua colaboração,
JOHN *Quando todos os clientes foram embora e ficou apenas eu e a Flávia, eu a confrontei, afinal eu não sabia sobre o fim do contrato da Ingrid.— Agora me explica Flávia, porque a Ingrid falou com tanta convicção sobre o fim do contrato com a agência, sendo que está longe disso acontecer?Flávia: Acredite, isso não fazia parte do plano.— E qual era o plano?Flávia: Eu não sei se você se lembra, mas quando você fez a seleção para encontrar a virgem para o Sr. Klaus, as garotas tiveram que assinar um termo de confidencialidade, e como a Hana vazou informações confidenciais eu dei um ultimato nela, eu disse que ou ela pagava a multa ou teria que desfazer toda essa confusão, de início ela aceitou colaborar e nós combinamos tudo isso aqui que você viu hoje, mas no final, a Hana quis voltar atrás e disse que tinha uma condição pra aceitar fazer exatamente o que foi combinado.— Mas ela não tinha direito a fazer nenhuma condição, afinal ela foi a grande responsável por isso tudo.Flávia
Algumas perguntas surgiram na minha mente e eu tentei ignorar, mas elas penetraram de uma forma que eu não tive outra escolha a não ser responder pra mim mesmo.Afinal, quantas coisas mais eu teria que perder ou abrir mão até eu me conscientizar que eu tinha um problema? Todo o dinheiro e poder eram o suficiente pra me deixar feliz? Prazeres momentâneos seriam o suficiente pra fazer eu me sentir vivo?A resposta foi exatamente tudo aquilo que eu tentei ignorar.Era sempre o mesmo ciclo, eu ignorava como se isso fosse a solução.Eu me levantei da cadeira, peguei os meus documentos e fui falar com a Flávia, eu não poderia dizer que aquilo foi o impulso, na verdade aquele foi um grito de socorro pra mim mesmo.— Flávia, eu estou lhe dando completos direitos pra tomar qualquer tipo de decisão pelos próximos meses, contrate uma nova secretária pra lhe ajudar, aceite contratos que você julgar ser benéfico pra agência, abra uma nova seleção pras modelos, se precisar de mais ajuda, contrate,
HANA*Quando eu saí daquela agência sem retroceder, eu percebi que eu havia amadurecido, e apesar de ter passado pouco tempo, a lição que eu aprendi foi o suficiente pra eu entender que existiam amores da vida que não eram pra vida, eu havia lido aquilo em algum lugar, mas nunca havia entendido o real significado.O meu "EU" daquele momento não estava sendo compatível com o "EU" do Carter, e ele nunca havia me dado esperanças sobre os sentimentos dele em relação a mim, e aquela lágrima no dia do desfile não deixava nada claro.Eu peguei um táxi, fui pra casa e ao chegar lá eu peguei somente o necessário como documentos, cartão do banco, algumas peças de roupas, calçados e maquiagem, depois eu entrei na internet e procurei um destino, eu não havia parado pra pensar pra onde eu queria ir, pra mim qualquer lugar do mundo era melhor do que estar perto de Jonh Cárter.Eu achei passagens pra madrugada com destino ao Brasil, eu não sabia se a Ingrid iria concordar, mas eu sempre tive vontad
JONH * A gente não perdoa para deixar a pessoa que nos feriu livre, a gente perdoa para libertar a nós mesmos de uma vida cheia de feridas não curadas. Eu já estava bem cansado de carregar esse peso comigo, eu estava exausto de sabotar a mim mesmo, eu sabia que era preciso fazer algo de diferente, mas por mim e não pelos outros, não pelo o meu pai. O tempo não havia sido generoso com ele, a barba e o cabelo grisalho deixava claro o quanto ele tinha envelhecido, talvez não tivesse sido pelo tempo, mas pelo sofrimento da culpa que ele pudesse estar carregando. Ele ficou tão desacreditado que eu estava diante dele que nem me convidou para entrar, então eu fui invadindo a casa dele, procurei um lugar para sentar e esperei ele caminhar até onde eu estava. Eu repassei tudo o que eu precisava falar pra ele, eu não sabia se eu estava disposto a ouvi-lo, mas eu tinha bastante coisa pra colocar pra fora. Quando ele criou coragem, ele caminhou até o sofá que estava diante de mim e s