Aquela ruga

Ele não tentou me deter, não tentou me convencer a ficar. Aquele leve traço de preocupação, quase imperceptível, mas que eu captei com a sensibilidade de quem se sente observada, intensificou a minha confusão. Era genuíno? Ou uma demonstração de habilidade?

Ele se levantou, se aproximou e depositou um beijo casto em minha testa. Um beijo leve, quase imperceptível, mas que carregava uma ternura estranha, um respeito silencioso que me surpreendeu. Era como se ele soubesse que precisava me dar espaço, que minha decisão era minha e somente minha. Mas aquela ruga na testa... ela persistia, uma interrogação silenciosa que me deixava ainda mais perturbada.

Em seguida, ele se virou e desapareceu floresta adentro, sua figura se fundindo com as sombras da noite, deixando-me sozinha com meus pensamentos, sozinha com minhas dúvidas. Aquele gesto de despedida, tão cuidadoso, tão respeitoso, era contraditório com a imagem do homem possessivo e manipulador que eu também conhecia.

Me deixei cair
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