olhos de sangue.

O cheiro de desinfetante e pó de giz ainda pairava no ar quando Sarah me convenceu a voltar para a loja. Aceitei o convite com um misto de alívio e apreensão. A solidão da minha casa havia se tornado um monstro silencioso, devorando meus dias em um mar de pensamentos obscuros. Mas voltar ao trabalho? Era como mergulhar de volta em um mar agitado, depois de ter me refugiado na praia calma e silenciosa da minha própria companhia.

A loja estava um caos, como eu esperava. Caixas desorganizadas, prateleiras empoeiradas, um verdadeiro campo de batalha pós-guerra. Comecei a arrumar tudo, quase que em um transe, a cada caixa organizada, a cada prateleira limpa, sentia um pequeno alívio, como se estivesse limpando também a poeira da minha própria alma. Sarah observava, um sorriso irônico nos lábios. “Você tem um talento oculto, Clara”, disse ela, “nunca imaginei que você tivesse jeito para isso.” A aprovação dela, inesperada e sincera, me aqueceu mais do que o sorvete gelado que comp
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