Terror no vilarejo

Não era uma pessoa religiosa. A fé, para mim, sempre fora uma abstração distante, um conceito aprendido nos livros de história mais do que vivenciado no coração. Mas naquele domingo, algo me impulsionou a cruzar o limiar da pequena igreja de São Miguel, no vilarejo. Talvez fosse a promessa de um refúgio silencioso, um antídoto para a inquietação que me habitava.

Assisti à missa, um ritual que me era estranho, mas que, de alguma forma, me acalmou. Paguei o dízimo, um gesto quase mecânico, guiado por um impulso que eu mesma não conseguia decifrar. Ao término da celebração, permaneci sentada nos bancos de madeira escura, sozinha, envolvida pelo silêncio respeitoso e pelo aroma persistente de incenso e mirra. Era um cheiro antigo, carregado de história, que impregnava o ar e me envolvia como um abraço suave.

O padre, um homem de rosto enrugado e olhos gentis, percebeu minha presença solitária. Aproximou-se, sentando-se ao meu lado. A voz dele, baixa e compassada, quebrou o silêncio.

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