– Tropecei nos meus pés, como de costume. – Gargalha de si mesma ao contar.As duas se sentam e ao invés de apenas se alimentarem embalam em uma conversa animada, riem muito juntas. Era nítido o amor entre elas. Minha filha fala animada sobre o desfile e April ri, falando que jamais poderia ser uma modelo já que consegui ir ao chão sem esforço algum. Claro, além de não ter altura suficiente.Eu que sempre gostei do silêncio nas refeições me peguei adorando aquilo. Acredito que desde que saí da casa dos meus pais, o que aconteceu assim que fui para a universidade, nunca mais havia sentido aquele clima familiar.– Meninas, tratem de comer antes de ir. – Uma senhora aparece falando com elas.As duas sorriem para a senhora baixa e muito elegante. – Não posso! – April diz fazendo beicinho.Ver aquele gesto deixou-me mais aguçado por ela. Volto a dar atenção para o meu pecado vivo.– Menina, trate de se alimentar. Tem suas apresentações.– Show! – Jordana corrige a senhora.– Melinda, apres
– Vim ver como estavam – explica alinhando os braços como se fosse um sargento.– Acho que está com esse uniforme para seduzir o senhor Galileu. – April fala rindo alto.– Hum, bem pensado irmã. – Jordana finge estar refletindo. – Aquelas olhadas dos dois.– Ai por favor! Quem pode com as duas – diz indo embora.– Não fica chateada. – A coisinha linda fala sorrindo ao ver a mulher desaparecer.Jordana gargalha. – Acho que desta vez ela coloca pimenta no nosso bolo.– Hum. – April suspira. – Talvez seja melhor nós duas fazermos o nosso próprio bolo de chocolate.– Sabem fazer bolo? – pergunto abismado.– Sim papai. – Jordana diz feliz. – Suas filhas são prendadas.Vejo April abaixar os olhos com tristeza, olha para mim discretamente. Engulo aquela afirmação da minha filha. – Vamos logo – ordeno.– Vai nos levar? – Jordana pergunta intrigada.– Vou acompanhá-las – falo, vendo April sair na nossa frente.Ao chegarmos na enorme garagem olho o meu lindo pecado indo na direção oposta e ela
Na ilustre família Griff o que não faltavam eram segredos escondidos embaixo do tapete.E com o lindo, sexy e arrogante CEO Derick Griff, rei do mercado petroleiro, não seria diferente.Aos dezessete anos ele engravidou a filha de um amigo do seu pai; o escândalo estava batendo na porta, mas o que ele não sabia era que aquilo seria só a ponta do iceberg.Os jovens futuros pais não queriam se casar, o que foi aceito pelas respectivas famílias, e todos juntos decidiram o nome do bebê. Se fosse menina, a criança carregaria o nome das avós, e se fosse menino o dos avós. Assim nasceu Jordana Adalberta Griff. Linda e adorada por todos, a menina foi criada pela mãe sem nunca deixar de passar as férias com seu pai amoroso, mas não tão presente quanto ela gostaria.Derick fazia valer seu sobrenome, agindo nos negócios com punhos de ferro e se mantendo um dos Griff’s mais cobiçados de todos os tempos.Bridget Reviello, mãe de Jordana, assim como Derick nunca se casou, pois ambos possuíam uma eno
A CHEGADA NA MANSÃO Depois de uma noite exaustiva deixando todos meus negócios em ordem, preparando tudo para que eu possa trabalhar em Los Angeles da melhor forma possível, lá estava eu chegando nos portões da mansão de Bridget, mãe da minha filha.Observo como os jardins mudaram depois da morte do responsável por aquilo, a última vez que estive aqui foi para assinar os papéis de adoção de uma criatura que não vejo há mais de seis anos. Na verdade, a vi poucas vezes; uma quando Brid, como eu chamo aquela desmiolada que colocou Jordana no mundo, em certa ocasião teve a infeliz ideia de adotar aquela coisinha mirrada. Como ela não tinha o consentimento dos pais recorreu a mim, que sempre tive influência junto a eles para ela poder realizar tal ato, e outra vez em uma ocasião em que precisei ir buscar Jordana em um evento e aquela coisa estava junto fazendo algum tipo de teste para algo.Entro na bela casa e não encontro nada além da imensa sala de entrada. Fico ali observando como os
– Pai, a April é da família – diz com tristeza pelo meu modo de falar. – Ela é minha irmã e melhor amiga. E se ainda não sabe, ela é a sensação da música pop. O senhor não vê televisão, não lê jornais, revistas, ou ouve música? – pergunta pasma.– Leio jornal a parte que me interessa – respondo incomodado com o modo como Jordana defende a talzinha. – Quanto a assistir não tenho tempo para nada além do canal de finanças. E sim, filha. – Eu a olho sem paciência. – Ouço música, porém apenas boa música, algo que valha a pena e não que danifique meu bom gosto.– Nossa, pai! – diz com total reprovação.– Nossa, o quê? – indago irritado.– Estou seguindo carreira de modelo – diz de modo séria. – Como pode falar assim de pessoas que fazem o que gostam?– Você é diferente. – Limito aquilo a fim de não engajar em uma discussão.– Por quê? – questiona na defensiva.– É minha filha, tenho de aturar e apoiar seus sonhos, está caminhando para uma vida adulta; quando se formar, só então saberá de fa
–– Entendeu mal. – Não completo a frase, vendo a perplexidade nos olhos da minha filha, afinal eu jamais tentei me desculpar com alguém e aquela era a primeira forma que encontrei de fazer aquilo.– Não! – diz molhando os lábios. – Sabemos que entendi perfeitamente bem, e como eu dizia. – Seu tom sai com desdém. – Nunca pretendi usar outro sobrenome que não fosse Blanck, o que aliás uso tomada de orgulho. Saiba o senhor que vir de origem humilde não é vergonha para ninguém! Já ser esnobe.Ela fala passando por mim e inalo seu maldito perfume, coisa que acendeu todo o resto do meu corpo. Aquilo é uma mulher? Ou uma bruxa? Encaro seus lindos olhos escuros e ela vai até Jordana, abraça minha filha ficando mais próxima de mim. Por Deus, podia agarrar ela e fodê-la ali mesmo.Chacoalho a cabeça diante da loucura que pensei. Presto mais atenção nela, reparo em cada detalhe sem que as duas percebam. April é mais baixa do que Jordana, tem uma cintura fina, o quadril perfeito com pernas certam
– Pai, esses tapetes de péssimo gosto que mamãe comprou são falsos, não é pele de verdade – explica. – Ela, April e eu somos contra qualquer atitude contra os animais. E este elefante gigante de pelúcia foi coisa do novo namorado dela. Ele adora essas coisas. Motivo de a mamãe a essa hora estar sendo devorada pelos mosquitos em um safári real.– Ela precisa arrumar outro namorado – digo ainda olhando aquilo com espanto.– Deus nos livre. – Ela volta a sorrir, desta vez olhando para a porta.Viro e lá está o motivo da minha ida ao inferno parada, olhando aquilo; quando acaba dá uma gargalhada e até rindo alto a maldita é um encanto para mim. Tudo nela me atrai de uma forma terrível.– April, lembra quando a mamãe namorou aquele astro do basquete? – Elas riem juntas.– Como esquecer? – Volta a dar risada. – O coitado achou que ela adorava tudo que era referente ao basquete, encheu a casa e o quintal com bolas e cestas. E nós. – Gargalha segurando a barriga.– Vocês o quê? – Tento ser a
– Entendo – falo sentindo a derrota. Um gosto amargo surgiu na minha boca ao pensar o que o canalha poderia ter feito. Sigo com ela até outra suíte.–– Não conte a mamãe que levei o senhor até a suíte dela. – Sorri amarelo.–– Ela não deixou ordens para que eu ficasse naquele circo, não é? – questiono sem acreditar na travessura da minha filha.–– É! – confessa sem jeito. – Na verdade, ela mandou preparar o melhor quarto de hóspedes, e longe do dela e da April.Ficar longe da coisinha deliciosa por um instante me pareceu uma boa ideia, o que se apagou rápido e outra maior surgiu.– Acontece que ficarei perto do quarto dela e do seu. – Jordana arregala os olhos. – Assim não poderão dar um passo sem que eu saiba.Desanimada, Jordana acaba me conduzindo para uma suíte ao lado do quarto da irmã.Entro e me jogo na cama, tomado de exaustão. Física e psicológica.Fecho os olhos por um instante, quando acordo com alguém me chamando.–– Pai, o jantar foi servido. Não gosto de comer sozinha e