NÃO VAI SAIR

– Entendo – falo sentindo a derrota. Um gosto amargo surgiu na minha boca ao pensar o que o canalha poderia ter feito. Sigo com ela até outra suíte.

–– Não conte a mamãe que levei o senhor até a suíte dela. – Sorri amarelo.

–– Ela não deixou ordens para que eu ficasse naquele circo, não é? – questiono sem acreditar na travessura da minha filha.

–– É! – confessa sem jeito. – Na verdade, ela mandou preparar o melhor quarto de hóspedes, e longe do dela e da April.

Ficar longe da coisinha deliciosa por um instante me pareceu uma boa ideia, o que se apagou rápido e outra maior surgiu.

– Acontece que ficarei perto do quarto dela e do seu. – Jordana arregala os olhos. – Assim não poderão dar um passo sem que eu saiba.

Desanimada, Jordana acaba me conduzindo para uma suíte ao lado do quarto da irmã.

Entro e me jogo na cama, tomado de exaustão. Física e psicológica.

Fecho os olhos por um instante, quando acordo com alguém me chamando.

–– Pai, o jantar foi servido. Não gosto de comer sozinha e como é seu primeiro dia aqui fiquei até que se familiarize com a casa.

Abro os olhos sonolentos. – Sozinha? Como assim ficou porque é meu primeiro dia aqui, onde acha que ia?

–– Não costumo ficar em casa – revela.

–– Não vai sair sem que eu saiba onde e com quem foi – ordeno e ela faz cara feia. – Também terá horário para retornar – aviso indo para o banheiro, mesmo de porta fechada pude ouvir quando ela saiu reclamando sozinha. De calça jeans, camiseta e calçando apenas tênis fui rumo a sala de jantar, quando entro dou de cara com April em pé, conversando no celular com alguém e a olho. – Desliga o celular no horário do jantar – ordeno por puro ciúmes e ira ao não saber com quem falava e sobre o quê. Ela franze a testa, depois arregala os olhos como quem tenta entender, pega a bolsa que só então reparei e vai em rumo à saída. Seguro seu cotovelo e sinto uma merda de corrente elétrica percorrendo até mesmo minhas veias. Como bom empresário que sou, pude notar o quanto o mesmo aconteceu com ela e me aproximo, deixando nossos corpos bem juntos; a vejo ficar rubra, arfar. Abaixo a cabeça até um dos seus ouvidos.

– Senta-se para jantar, agora – ordeno irritado. April estremece e percebo sua pele arrepiada. Outra vez salivo para ter sua boca na minha no meu pau. Saio dos meus devaneios quando ela puxa o braço com força, se desvencilhando de mim.

–– Senhor Derick Griff – fala de modo séria. – Como o senhor mesmo disse, não é meu pai. Não manda em mim.

–– Não tente me desafiar – aviso sentindo a porra do que seria capaz para tê-la.

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