APRIL É DA FAMÍLIA

– Pai, a April é da família – diz com tristeza pelo meu modo de falar. – Ela é minha irmã e melhor amiga. E se ainda não sabe, ela é a sensação da música pop. O senhor não vê televisão, não lê jornais, revistas, ou ouve música? – pergunta pasma.

– Leio jornal a parte que me interessa – respondo incomodado com o modo como Jordana defende a talzinha. – Quanto a assistir não tenho tempo para nada além do canal de finanças. E sim, filha. – Eu a olho sem paciência. – Ouço música, porém apenas boa música, algo que valha a pena e não que danifique meu bom gosto.

– Nossa, pai! – diz com total reprovação.

– Nossa, o quê? – indago irritado.

– Estou seguindo carreira de modelo – diz de modo séria. – Como pode falar assim de pessoas que fazem o que gostam?

– Você é diferente. – Limito aquilo a fim de não engajar em uma discussão.

– Por quê? – questiona na defensiva.

– É minha filha, tenho de aturar e apoiar seus sonhos, está caminhando para uma vida adulta; quando se formar, só então saberá de fato que carreira quer seguir.

– April tem o dom nato, certamente essa é a carreira dela. Precisa ir vê-la um dia, ia se encher de orgulho, assim como a mamãe e eu – argumenta.

– Basta Jordana! – encerro aquilo. – Não vou ficar aqui discutindo por causa da neta do jardineiro! – digo às brutas. – Sou seu pai e não dela. Apenas assinei aqueles papéis por pura falta de sanidade mental. Sua mãe atordoou tanto a minha cabeça que acabei aceitando, contanto que ela influenciasse aquela coisinha feia a nunca usar o meu sobrenome.

– Não se preocupe, senhor – fala em um tom firme.

Viro para a voz mais meiga que já ouvi. Involuntariamente afrouxo o colarinho ao ver tamanha beleza parar atrás de mim. Aquela não podia ser quem eu receava. Não aceitava aquilo! Aquela mulher bela e sexy mulher despertou meu nervo dentro das calças. Limpo a garganta e a odeio por aquilo! Ninguém faz Derick Griff ter de limpar a garganta antes de dizer algo! – Posso saber quem você é? – pergunto com uma falsa frieza.

Ela ergue o nariz para responder. – Sou a neta do jardineiro. A coisinha.

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