Capítulo 26
O capitão da minha nau
A despedida de Simone foi muito ruim para mim. Via nela uma mulher que me apoiava em todos os sentidos. Eu a levei ao aeroporto e nos abraçamos muito forte até que o seu vôo fosse chamado.
- Se cuida, motoqueiro.
- Eu vou.
- Qualquer coisa me chama.
Novamente vi aqueles olhos bonitos avermelhados e inchados. Ela realmente me amava e eu levava isso muito em consideração mesmo sendo avesso a relacionamentos. Vi Simone entrar naquele portão de embarque com o coração apertado. Ela foi a única coisa boa que me aconteceu naquela trip maldita.
Era hora de encarar o escritório novamente. Fui para o trabalho direto do aeroporto e tive que lidar com aquele péssimo dia do meu jeito. Ia até a sacada da minha sala fumar e ficar pensando na vida até Laís me tirar do transe reflexivo.
Epílogo Vitor instalaria uma sindicância interna na AF para descobrir os culpados de rombos e corrupção e isso o faria ter alguns inimigos não declarados. Porém sua consciência e sua honestidade sempre estariam acima de tudo na vida. Ele não ganhou todas as licitações mas sua consciência estava tranquila quando deitava a cabeça no travesseiro a noite sabendo que sua empresa não prejudicava mais ninguém e que sua família não pertencia mais aquela máfia. O pai nunca ficou sabendo de suas decisões. Era melhor para a sua saúde que melhorou muito depois de estar em casa, descansando. Porém aquela situação calma não demoraria muito tempo para mudar. O seu estilo de vida mudaria de um jovem inconsequente para um adulto moderado. Principalmente na bebida e nas aventuras porém não com as mulheres. Vitor Ferreira era um apaixonado pelas mulheres e colecionaria muitas em suas passagens pelas noites cariocas e em suas viagens a negócios. Passou a adotar o terno co
Lobos do asfaltoMulheres do caminhoMeia noite. Olhei o relógio de pulso. Tudo estava embaçado pela viseira suja do meu capacete e eu precisava parar a minha Harley. Foi nesse momento em que me recordei de momento semelhante há mais de cinco anos atrás. Estávamos em uma trippelo país, eu e os White wolves.Lembro bem quando Bill olhou para trás enquanto eu comia a poeira cor de barro da sua menina, uma Harley Ownlinda, toda metalizada. Bill “Lobo velho”estava quente aquela noite. Ele não parava por nada. Eu já sentia sede e “Mad Max”sinalizava para mim que deveríamos parar. Mad Max
Capítulo 2A cantora do bar de rockNaquele momento passei a observar a cantora do bar. Era uma gata que parecia novinha, estava vestida toda de jeans e salto alto e começou a me olhar insistentemente. Se não fosse pelo meu colete, eu poderia até achar que ela estava me “dando mole”. Era um fato, eu tinha o costume de me vestir sem camisa por baixo daquele colete dos White wolves e aquilo chamava a atenção das mulheres. Era visível que eu frequentava a academia e todos os meus músculos ficavam a mostra daquele jeito. Pena que eu estava bem cansado para transar naquela noite. Era um tédio ter que ficar fingindo para os amigos que era durão o tempo todo, o “comedor”da turminha de motoqueiros. Era enfadonho até porque eu não tinha me colocado nessa posição e sim eles. Toda roda masculina conta vantagem
Capítulo 3O hálito da morteOuvi alguns dos amigos saírem do bar e fazerem alguma observação sobre mim que nem prestei atenção. Eu estava com a cantora e sabia que seria alvo das piadinhas deles.Não fazia muito tempo que estávamos ali sobre a moto e ela já gemia baixinho diante da minha destreza. Então puxei os cabelos da menina com delicadeza para trás, expondo o pescoço e beijei a pele macia e perfumada. Deslizei a língua hábil até a orelha e lambi, depois deslizei a língua até a boca. Eu sempre queria a mulher em ponto de colisão com as estrelas quando estivesse comigo. O meu beijo era demorado, gostoso, mordido, lambido. Eu me demorava muito beijando e deslizando as mãos pelo corpo da garota. Seg
Capítulo 4O perfeito cafajesteAo voltarmos a cidade, fomos diretamente para o hostel pesquisado para nossa estadia, Green yard hostel. Era, de fato, muito bonito e simples. Os White wolves não procuravam luxo ou sofisticação. A estrada era o prazer principal e não as hospedagens. Mas confesso que o lugar era luxuoso para um hostel e a localização de frente para o mar me fez abrir um sorriso largo. Eu estava morto de cansaço e fome e só queria jantar e descansar. Estava pilhado da adrenalina e da raiva e não sabia se conseguiria dormir. Fui levado até meu quarto por uma simpática dona do hostel que se apresentou, nos recepcionando com muito zelo. Era uma mulher madura, de talvez uns quarenta e alguns anos e muito bonita. Fiquei impressionado, mas evitei dizer isso aos amigos já que não fazia nem duas
Capítulo 5Ciúme e outras drogasA manhã me brindava com um raio de Sol forte batendo bem nos meus olhos. A cabecinha de Larissa estava sobre meu peito, descansando como um anjo. Caído. Eu já tinha conhecido garotas fogosas, mas como ela... Nem sabia como era sua família mas imaginava a desculpa que daria por ter passado a noite fora de casa. As amigas sempre costumavam ser as culpadas por essas travessuras. Eu a acordei com um beije leve nos lábios.-Princesa? Acorda, preciso ver como estão meus amigos e tomar o café.-Hummm -Ela resmungou cheia de preguiça -Não posso ficar mais um tempo? -Ergueu a cabeça para me olhar -Te amar mais um pouco?-Teremos tempo para isso, agora eu realmente preciso ver como estão as coisas. Eu te levo em casa
Capítulo 6O bad boyQuando acordei, tomei um banho e vesti uma calça jeans rasgada e o meu colete sem camisa por baixo, baguncei um pouco meus cabelos compridos e borrifei meu perfume no pescoço e braços. Olhei a hora pelo celular, não gostava de relógios de pulso. Eram vinte horas. Aquela hora tinha sido marcada pela dona do hostel em um terraço ali mesmo. Era óbvio para mim que nada mais estava marcado. Ao chegar ao saguão vi que ela estava deslumbrante com um vestido até a canela, vermelho, com brincos grandes e bonitos e batom vermelho. Se estava preparada para conversar comigo, tinha perdido seu tempo.-Boa noite. Até amanhã.-Que?!Eu me voltei para ela com um ar de seriedade, até de irritação.-Eu disse boa noite. Divirta-se com o Mad Max.O
Capítulo 7O acidenteEstávamos já há uma semana em Vila Velha, Espírito Santo.A quinta-feira chegava de novo, de mansinho, anunciando mais um final de semana em que eu sabia que os amigos iam querer beber até cair já que não podiam ir embora. Às cinco horas da tarde Bill recebeu um telefonema da delegacia informando que a sua Harley fora achada, mas que faltavam peças. A sua ira foi forte e justa. Bill jogou o celular longe, que por milagre saiu ileso daquele arremesso. Notei pelo canto do olhar que Simone viu o que tinha acontecido no restaurante de seu hostel e se aproximou devagar. Eu a olhei e me levantei para que não se aproximasse de Bill.-Vamos ali no canto, eu te conto.Ela me olhava com o olhar preocupado, porém sensua