Capítulo 21
Vamos levantar acampamento, lobinho?
Simone serviu o jantar porém em seu rosto estava perceptível o arrependimento e tristeza. Sentei-me a mesa ainda com um pouco de irritação de ter sido interrompido em um momento erótico e na verdade não consegui mais entender sua lamentação por me amar. A gente não escolhe quem amar, pode escolher desenvolver esse amor, nutrir esse amor mas amor sentimos por quem nos faz bem. Eu não queria que ela tivesse aquela percepção sobre nós dois. Jantamos calados. Estava uma delícia. Ela serviu o vinho em silêncio.
- Então, vamos ficar assim? - Perguntei. - Nossa última noite e você vai ficar chorando antecipadamente?
Ela me olhou com raiva.
- Não estou chorando antecipadamente, apenas disse algo que não devia ter dito.
- Eu n&atild
Capítulo 22O lobo solitárioSimone chorou muito e aquilo partiu meu coração. Ele ficaria ali com ela durante muitos meses da minha vida. Nós nos abraçamos e ficamos um tempo grudados enquanto os rapazes preparavam suas motos.- Me liga? - Ela pediu.- Com certeza, meu bem. Vai me ver.- Pode deixar.Eu odiava despedidas, me deixavam melancólico. Se eu tivesse partido sem vê-la seria menos dolorido para mim porém muito triste para ela. Subi na moto e enfiei os fones de ouvido do celular nas orelhas. Tocava Thrills in the night do Kiss e seria assim que eu queria partir. Ouvindo rock.- Lobo, se você correr, na primeira parada eu vou te meter um soco nessa tua cara - Avisou Bill.- Ele não é um amor? - Perguntei a Simone enquanto ajeitava o capacete.- Um doce - Respondeu ela com os olhos vermelhos. - Te amo...- Te ador
Capítulo 23Um lobo adormecidoDona Vânia entrou no quarto abrindo as cortinas, fazendo barulho. Pisquei várias vezes os olhos. Estava ainda com a roupa do corpo com a qual cheguei de viagem. Estava morto de cansaço. Tinha dirigido por horas e quando chegara, meu pai teve que correr ao hospital e passar o dia.- Vitor, o alfaiate chegou meu filho.- Que horas são? Não posso ir de calça jeans e um paletó do pai?Sentei na cama coçando o saco por fora da calça enquanto bocejava. Ainda nem tinha conseguido ver meus irmãos.- Não meu amor, não pode, seu pai exigia que todos estivessem impecáveis e você será notado por muitos. Pode prender o cabelo?- Vou tomar um banho, mãe e já desço para ver o alfaiate, juro não vou deixar o homem esperando.- Seja rápido e quando formos a empresa, por f
Capítulo 24O corruptoO dia seguinte chegou.Todo aquele processo matinal de banho, perfume, prender os cabelos, arrumar gravata e tomar um café fora cumprido. Cheguei a empresa na hora marcada, oito da manhã e minha secretária pessoal já me aguardava empunhando sua prancheta e agendas. Todos cumprimentaram de suas mesas naquela imensa sala cinza cheia de mesas ligadas a seus computadores e telefones. Laís me seguiu e a vi pelo canto do olho dando uma corridinha para me acompanhar.- Bom dia senhor.Ao chegar a sala vazia, a primeira providência que tomei foi retirar o paletó. Notei que Laís observava a camisa branca social por baixo. Era um pouco difícil que tudo ficasse em ordem já que eu era um cara definido, o que fazia com que aquele tipo de tecido repuxasse nos braços e ombros, me irritando profundamente.- Isso é tão irritante, ter
Capítulo 25Os White Wolves de voltaTive uma vontade enorme de ver o clube de novo e levar Simone para conhecê-lo. Ao sairmos da empresa, eu precisava arejar a mente e esquecer um pouco daqueles problemas. Ao chegar, Bill estava lá com Fred e eles arrumavam caixas de bebidas, reformando o local todo para abrigar um bar. Os White Wolves a princípio seriam somente um local de encontro, uma vez que todos os membros eram homens bem posicionados na vida e que nao tinham muito tempo para montar um bar. Aparentemente aquele pensamento tinha mudado desde que chegamos. Eu estivera as voltas com meu pai no hospital e com a posse na presidência da empresa e não pude visitar os White Wolves desde que retornamos. O abraço foi caloroso ao nos vermos de novo. Os dois olharam Simone e foram abraçá-la também.- Olha a moça que está perdida aqui no Rio! - Bill beijou a bochecha dela.<
Capítulo 26O capitão da minha nauA despedida de Simone foi muito ruim para mim. Via nela uma mulher que me apoiava em todos os sentidos. Eu a levei ao aeroporto e nos abraçamos muito forte até que o seu vôo fosse chamado.- Se cuida, motoqueiro.- Eu vou.- Qualquer coisa me chama.Novamente vi aqueles olhos bonitos avermelhados e inchados. Ela realmente me amava e eu levava isso muito em consideração mesmo sendo avesso a relacionamentos. Vi Simone entrar naquele portão de embarque com o coração apertado. Ela foi a única coisa boa que me aconteceu naquela trip maldita.Era hora de encarar o escritório novamente. Fui para o trabalho direto do aeroporto e tive que lidar com aquele péssimo dia do meu jeito. Ia até a sacada da minha sala fumar e ficar pensando na vida até Laís me tirar do transe reflexivo.
Epílogo Vitor instalaria uma sindicância interna na AF para descobrir os culpados de rombos e corrupção e isso o faria ter alguns inimigos não declarados. Porém sua consciência e sua honestidade sempre estariam acima de tudo na vida. Ele não ganhou todas as licitações mas sua consciência estava tranquila quando deitava a cabeça no travesseiro a noite sabendo que sua empresa não prejudicava mais ninguém e que sua família não pertencia mais aquela máfia. O pai nunca ficou sabendo de suas decisões. Era melhor para a sua saúde que melhorou muito depois de estar em casa, descansando. Porém aquela situação calma não demoraria muito tempo para mudar. O seu estilo de vida mudaria de um jovem inconsequente para um adulto moderado. Principalmente na bebida e nas aventuras porém não com as mulheres. Vitor Ferreira era um apaixonado pelas mulheres e colecionaria muitas em suas passagens pelas noites cariocas e em suas viagens a negócios. Passou a adotar o terno co
Lobos do asfaltoMulheres do caminhoMeia noite. Olhei o relógio de pulso. Tudo estava embaçado pela viseira suja do meu capacete e eu precisava parar a minha Harley. Foi nesse momento em que me recordei de momento semelhante há mais de cinco anos atrás. Estávamos em uma trippelo país, eu e os White wolves.Lembro bem quando Bill olhou para trás enquanto eu comia a poeira cor de barro da sua menina, uma Harley Ownlinda, toda metalizada. Bill “Lobo velho”estava quente aquela noite. Ele não parava por nada. Eu já sentia sede e “Mad Max”sinalizava para mim que deveríamos parar. Mad Max
Capítulo 2A cantora do bar de rockNaquele momento passei a observar a cantora do bar. Era uma gata que parecia novinha, estava vestida toda de jeans e salto alto e começou a me olhar insistentemente. Se não fosse pelo meu colete, eu poderia até achar que ela estava me “dando mole”. Era um fato, eu tinha o costume de me vestir sem camisa por baixo daquele colete dos White wolves e aquilo chamava a atenção das mulheres. Era visível que eu frequentava a academia e todos os meus músculos ficavam a mostra daquele jeito. Pena que eu estava bem cansado para transar naquela noite. Era um tédio ter que ficar fingindo para os amigos que era durão o tempo todo, o “comedor”da turminha de motoqueiros. Era enfadonho até porque eu não tinha me colocado nessa posição e sim eles. Toda roda masculina conta vantagem