No dia seguinte, Abel esperava na praça de alimentação no shopping Morumbi, ouvindo suas músicas no celular.
Tinha chegado cedo, como sempre, se distraindo com duas bandas Heavy Metal, enquanto esperava seus amigos Danilo e Laura chegarem, assim como Dante. Os quatro tinham combinado de se encontrarem ali para comer algo e dar uma volta no shopping, um convite feito por Danilo depois de ficar sabendo do retorno dos amigos da viagem a Penedo. Apesar de Abelardo querer ter um encontro a sós com o ruivo, sentia falta dos amigos de escola também.
Lhe pareceu uma boa ideia sair um pouco e comer um lanche do McDonalds, e talvez, mais tarde, conversar a sós com Dante.
E, no que levantava a cabeça para olhar para frente, via o bendito se aproximar da mesa em que estava sentado, sorrindo.
– Bom dia baixinho.
E foi naquele momento tão lindo, que Dante dizia amoroso:– Te amo Abel, meu amado baixinho.Ouvir aquilo, fez Abel olhar o outro com surpresa em seus olhos. O brilho que surgia em seus olhos castanhos era tão adorável, e o coração parecia que ia explodir de tanta felicidade! Sorria maravilhado, tomando a iniciativa de beija-lo outra vez. Eles sentem a língua um do outro novamente, se entregando um pouco mais.– Você... Ainda quer vir a minha casa mais tarde? – perguntou Abel, sorrindo muito.Aquela pergunta foi como um gatilho para o ruivo. Ambos sabiam, naquele momento, que agora que estavam juntos e decididos a serem felizes juntos, eles não tinham nada a lhes impedir de fazer o que queriam. E, com um sorriso sedutor, Dante disse convicto:– Com certeza.***
Ele acorda com o barulho do despertador.Seis da manhã de segunda-feira.Aquele som estridente do aparelho lhe enchia os ouvidos, o irritando profundamente por tê-lo acordado tão cedo.O relógio ainda tocou por mais alguns segundos, antes do rapaz de dezesseis anos esticar preguiçosamente a mão até o criado-mudo e o desligar. Mas, como estava desorientado e muito cansado, ele simplesmente socou o relógio com um grunhido frustrado, o derrubando no chão e o desligando. Provavelmente o quebrando também.Bufou.Sua cabeça doía, assim como seu corpo. Mas o que ele esperava? Depois de uma saída com os amigos para um bar local na noite passada, não era surpresa que estivesse naquele estado. Claro que foi divertido, afinal, ele era assim.Dante Martin
– Não, fique tranquila – riu de novo – Quer geleia ou Leite Moça?– Os dois.– Serio?! Vai acabar ficando com dor de barriga desse jeito.– Não me culpe por fazerem tudo tão gostoso! Agora passa aí o leite condensado.Revirando os olhos, ele entrega o doce a morena de olhos castanhos.– Então? Pronto para a nova escola?– Não sei... Estou meio nervoso. E se eles me tratarem mal por causa da minha opção sexual? Ou por minha aparência?– Relaxa cara... Até parece que você vai sair contando pra todo mundo que é gay. Se perguntarem, não tem que responder se não quiser. Somente se você confiar na pessoa... E se alguém ficar de implicância com voc&ec
– Sim. Eu adoro o jogo. Sempre jogo a noite depois da escola.– Que demais cara! Você joga outros jogos? Tipos desses online?– Jogo alguns, as vezes jogo Lengue Of Lengeds.– Legal. Me manda uma solicitação depois? Assim podemos jogar juntos – disse empolgado, parecendo muito feliz em encontrar outra pessoa que gostasse de jogos como si.– Com certeza. É difícil encontrar outra que goste de jogar LOL – ele olha para o professor, se certificando de que ele não estava olhando. Ele se vira um pouco para trás, para poder conversar melhor com Danilo – E o que mais gosta além de jogos? Gosta de animes?– Sim, adoro animes, mangás... Eu ouvi que você gosta de desenhar. Posso ver um desenho seu? Se não tiver problemas, é claro.<
Ao meio dia e meio, depois das aulas, Abel acompanha seus dois novos amigos para o andar de baixo e esperar sua carona na frente do portão da escola. Laura e Danilo estavam ao seu lado, conversando normalmente, falando sobre como a escola funcionava, como eram os alunos e professores, e o que podia ou não fazer. Afinal, sendo um novato, o jovem Gonçalves tinha que ficar ciente das regras para que não irritasse a direção ou seus colegas.Seguir regras era essencial. E desde que se conhecia por gente, as regras foram feitas com um único propósito: garantir a ordem e controlar o caos, independentemente de qualquer coisa e sem exceção.Já era uma da tarde, quando então, o adolescente lembrou-se de algo importante.– Ah não!– O que foi? – perguntou Laura, surpresa.
Teria de lidar com isso, mas, por hora, queria apenas relaxar.– E o que aconteceu de novo?– Nada de mais, entrou um aluno novo na escola.– Um aluno novo?– Sim, um tal de Abel... E eu acho que ele é gay.– Dante! – disse repreendendo o caçula – Não pode ficar julgando as pessoas assim. Tem ideia do quanto isso pode ser ofensivo?– Mas eu disse que só "Acho" que ele é gay. Ele tem cabelo tingido de duas cores diferentes, parece emo e tem cara de menina. Dá para se suspeitar um pouco, não acha?– Mesmo assim. E mesmo que ele fosse gay, qual o problema?– Nenhum. Não me importo com isso.– Acho bom. Saiba que somos livres para sermos quem desejamos ser, não importa nossas escolhas. Deve-se respeitar a todos Dante, isso é o mais importante – disse sábio.O ruivo reviro
– MAS O QUE ESTÀ FAZENDO AQUI??!!Aquilo só podia ser algum tipo de piada doentia. Só podia!– D-Dante? Você é o irmão do amigo do Rodrigo?– Claro que sim – falou como se fosse obvio – Meu irmão falou que o Rodrigo tinha recomendado você para ser meu tutor e eu concordei.– E porque maldição você aceitou?! – fez a pergunta, consternado. Em resposta, só recebe um sorriso perverso do outro, o que fez um arrepio percorrer por sua espinha. Agora podia entender perfeitamente o motivo de Dante ter o observado na escola quase que o tempo todo, o porquê de ele parecer o analisar por inteiro. Dante não veio para a aula só por interesse em estudar ou fazer lição de casa.Mas sim um plano calculista para foder com s
Ele, apesar de ir mal nas provas, não era nem um pouco burro. Ao contrário, ele era muito inteligente! Seu único problema era talvez encontrar alguma motivação para estudar, pois não via graça nisso e não via sentido a forma como os professores queriam empurrar a matéria goela baixo dos alunos, então não conseguia se concentrar direito. Mas isso não o tornava menos inteligente, e queria provar isso ao outro, que parecia subestima-lo um pouco. Achava isso irritante, o fato de as pessoas terem essa má impressão dele logo de cara, embora concordasse que parte da culpa era dele.Mas, ainda sim, acha isso um saco.O de cabelos bicolores parecia ser igual aos outros. E, com sua personalidade destrutiva, não demoraria para ele se cansar do ruivo e manda-lo embora.Era sempre assim.Dei