Saí de casa ainda tenso depois de tê-la deixado. A aparição do pai dela pela manhã não ajudou em nada.
Era uma droga ter que lidar com Gustavo agindo daquele jeito, e o peso das decisões que precisávamos tomar começava a me sufocar.
Ao me aproximar da prefeitura, deparei-me com uma pequena multidão de repórteres e manifestantes, que pareciam fazer mais barulho do que na época das eleições. Alguns jogaram tomates no meu carro, gritando absurdos, e os flashes das câmeras quase me cegaram. Apertei o volante com força, mantendo a calma apenas na superfície, enquanto meu estômago revirava.
Entrei no prédio, e a segurança fechou a porta da garagem rapidamente, isolando-me do caos lá fora. Respirei fundo, tentando me recompor, mas a tensão não diminuía. Ao sair do carro, meu assessor estava me esperando, e
Por mais que a família do Gabriel estivesse por perto, a aflição não me abandonava. Cada minuto parecia um teste para os meus nervos, principalmente depois que a mãe dele, Joana, ligou a televisão e o noticiário local mostrou imagens de manifestantes em frente à prefeitura.O estômago se apertou de medo e culpa.— Isso é por minha causa? — perguntei, sentindo um calafrio percorrer meu corpo.— Melhor não vermos televisão hoje — respondeu Joana, desligando a TV com um gesto firme, mas gentil.Ela se virou para mim, e apesar de seu sorriso caloroso, a preocupação nos olhos dela era evidente.— Você está bem, querida? — perguntou, inclinando-se um pouco mais para frente, como se quisesse garantir que eu realmente iria me abrir.Assenti, mas a verdade era que não tinha certeza de nada. Tudo parecia um borrão, como se a qualquer momento o chão pudesse desaparecer sob meus pés.— E o bebê? — ela continuou, olhando para minha barriga com ternura.Acariciei minha barriga, tentando encontrar u
Aquele dia não foi nada fácil, mas eu tinha que estar preparado para situações piores. Quando cheguei em casa, preferi não comentar nada com a Anne, ela já tinha passado por muita coisa e não precisava de mais preocupações.Durante o jantar, Anne me informou que minha mãe havia marcado uma consulta com um obstetra para o dia seguinte. Naquele instante, uma onda de culpa me atravessou. Como eu não pensara nisso antes? Com tudo o que havíamos passado, eu deveria ter priorizado o cuidado dela e do nosso bebê. Contudo, o caos dos últimos dias, com todas as ameaças e a necessidade de proteger Anne, havia ofuscado essa necessidade.Naquela noite, demorei a pegar no sono, preocupado com a consulta e com tudo o que ela poderia revelar. E se algo estivesse errado? E se os meses de estresse e maus-tratos tivessem afetado a saúde dela ou do bebê? Esses pensamentos
A festa de inauguração do novo hospital estava a todo vapor. Era um grande feito para nossa cidade, finalmente os moradores não precisariam mais viajar por duas horas para receber atendimento médico de qualidade. Eu estava orgulhoso, e isso se refletia no meu sorriso confiante enquanto subia ao palco.As luzes dos flashes me cegavam momentaneamente, mas eu já estava acostumado com a atenção.— Boa noite a todos — comecei, ajustando o microfone. — Hoje é um dia histórico para nossa cidade. A inauguração deste hospital é um marco que nos permitirá oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem que precisemos nos deslocar por horas. Este hospital representa nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.Os aplausos ecoaram pelo salão, mas, ao olhar para o fundo, vi Gustavo Trancoso com os braços cruzados e uma expressão de descontentamento. Ele nunca apoiou a ideia do hospital, sempre acreditando que os recursos poderiam ser melhor utilizados de outras formas. Seu olhar e
Minhas mãos deslizaram por suas costas, descendo até a curva de seus quadris. Ela suspirou contra meus lábios, seus dedos enroscando-se em meus cabelos. A sensação de sua pele através do tecido fino do vestido era intoxicante. Seus seios pressionavam contra meu peito, e eu podia sentir a ausência de qualquer barreira entre nós.— Gabriel… — ela murmurou, a urgência em sua voz refletindo o que eu sentia.Nossos beijos se tornaram mais intensos, cada toque, cada carícia, alimentando o desejo crescente. Minhas mãos exploraram seu corpo, traçando caminhos que pareciam desenhar um mapa de paixão e desejo.Anne puxou minha gravata novamente, guiando-me até o sofá. Sentamos, ainda entrelaçados, e ela se acomodou em meu colo, suas pernas envolvendo minha cintura. A proximidade aumentou a intensidade do momento, e eu a segurei firmemente.Seus dedos deslizaram pelo meu peito, desabotoando lentamente minha camisa. Cada botão aberto revelava mais da minha pele, e seus lábios seguiam o caminho tr
Rolei na cama e soltei um longo suspiro, sentindo o lençol macio contra minha pele. A noite passada ainda estava fresca na minha mente, cada detalhe gravado como se fosse um sonho.— Continua transando com o prefeito? — perguntou minha melhor amiga, Clara, enquanto se jogava ao meu lado na cama, com um sorriso provocador.— Ei, esse é meu segredinho! — respondi, dando-lhe um leve empurrão.— Você é maluca! — Ela gargalhou, jogando a cabeça para trás.Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso. Clara sempre conseguia me fazer rir, mesmo nas situações mais complicadas. Sentei- me na cama, puxando o cobertor para cobrir meus ombros nus. O quarto estava iluminado pela luz suave da manhã, filtrada pelas cortinas finas.— E aí, como foi? — perguntou Clara, agora com um tom mais sério, apoiando-se nos cotovelos.— Foi… incrível. Mas complicado. Sempre é. — Suspirei novamente, desta vez com uma mistura de nostalgia e desejo.— Eu imagino. Com seu pai e tudo mais… — Clara assentiu, enten
A reunião começou, e fiz o meu melhor para me concentrar nos pontos discutidos. Gabriel manteve uma postura profissional, mas eu podia sentir a tensão entre nós. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, era como se uma corrente elétrica passasse entre nós.Depois de algum tempo, o diretor pediu uma pausa. Gabriel se aproximou de mim, com um sorriso que fazia meu coração acelerar.— Como você está, Anne? — perguntou, roçando levemente sua mão na minha.— Tentando me concentrar — respondi, com um sorriso tímido.— Também estou.O toque dele era breve, mas suficiente para me fazer lembrar de tudo o que aconteceu. O desejo estava ali, apenas sob a superfície, esperando para explodir novamente. Sabíamos que precisávamos ser cuidadosos, mas a atração entre nós era inegável.A pausa terminou e voltamos à reunião, mas eu sabia que aquele momento roubado era apenas um prenúncio do que ainda estava por vir.Quando a reunião terminou, num instante, Gabriel passou por mim enquanto se despedia de
Ele era maravilhoso, e apesar da diferença de idade, aquele homem mexia comigo de uma forma que eu mal conseguia controlar. A rivalidade entre nossas famílias, que durava décadas, parecia insignificante diante do desejo que queimava em mim. Cada encontro clandestino, cada toque, só reforçava o quanto eu estava disposta a desafiar todas as regras por ele.Cerrei os lábios quando ele empurrou o pau para dentro de mim com força, me prendendo contra a parede, fazendo-me revirar os olhos de prazer. A intensidade do momento me consumia, arrancando-me suspiros a cada investida dele e eu lutava para manter sob controle.Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas, erguendo-me para ajustar melhor nossos corpos. A parede fria contra minhas costas contrastava com o calor que irradiava de nossos corpos em contato. O atrito entre nós era eletrizante, uma dança de prazer que eu nunca queria que terminasse.Eu podia sentir cada movimento, cada pulsar dentro de mim, e isso só aumentava a urgência do
Que porra! Eu deveria ter ido atrás dela, ter feito alguma coisa, mas permaneci parado, observando a caminhonete desaparecer no horizonte. A sensação de impotência tomou conta de mim, uma mistura amarga de raiva e frustração. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, e tudo o que consegui pensar foi o quanto havia falhado em protegê-la.Merda!Passei a mão pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar uma solução para o caos que havia se instalado. Meu coração ainda estava acelerado, o sangue fervendo nas veias. Gustavo, aquele desgraçado, havia aparecido do nada, e eu me vi paralisado, sem saber como reagir. Mas a verdade era que ele tinha razão em uma coisa: eu deveria ter feito mais para proteger Anne, deveria ter lutado por ela ali mesmo, sem hesitação.Olhei ao redor, o parque vazio e silencioso, como se o mundo tivesse parado para observar meu fracasso.A brisa noturna, que antes trazia um certo alívio, agora parecia fria e cortante. A única coisa que eu queria era es