Peter
O relógio marcava meia-noite, e a cidade brilhava sob a escuridão como um tabuleiro de jogo em que eu controlava todas as peças. Pelo menos, era assim que deveria ser. Mas a incompetência dos meus subordinados transformava tudo em um caos que eu precisava resolver pessoalmente.
O telefone em minhas mãos parecia quente, como se absorvesse toda a minha raiva. Disquei o número, e quando a chamada foi atendida, minha paciência já estava no limite.
"Você tem ideia de com quem está falando?" comecei, minha voz baixa e carregada de ameaça. Não esperei pela resposta. "Eu dei a você uma tarefa simples. Entrar, pegar as informações e sair. Mas aqui estamos nós, com você me dizendo que ainda não conseguiu nada concreto."
"Senhor Caltonr, eu—" começou a voz do outro lado, hesitante.
"Não ouse me int
LeonardoA manhã começou com o peso de mais uma crise nas costas. Eu estava cansado. Não só fisicamente, mas mentalmente. Cada vez que parecia que Amber e eu estávamos prestes a encontrar alguma paz, algo acontecia para nos puxar de volta ao caos. Hoje, porém, eu estava determinado a dar um fim a tudo isso.Assim que Amber e eu chegamos ao meu escritório na MGroup, tentei organizar minha mente. Ela estava focada e silenciosa, uma combinação que era ao mesmo tempo tranquilizadora e preocupante. Fechei a porta atrás de nós, respirando fundo antes de me virar para ela."Sente-se," falei, indicando minha mesa. "Continue procurando pistas no sistema. Veja se consegue detectar qualquer anomalia ou rastro que eles possam ter deixado."Amber apenas assentiu, seus olhos já fixos no monitor antes que eu pudesse terminar a frase. Era fascinante vê-la assim, t&a
AmberMeus dedos corriam frenéticos pelo teclado, cada comando sendo executado com precisão quase automática. Era como se minha mente estivesse despertando de um longo sono, conectando fios que antes pareciam desconectados. A cada novo acesso, um caminho diferente se abria, iluminando partes de mim que eu nem sabia que estavam apagadas. A euforia pulsava em minhas veias. Eu estava desbravando um pedaço de mim mesma, e isso me fazia sentir viva novamente.Pausando por um momento, respirei fundo e observei a tela à minha frente. Tudo ali era familiar, mas, ao mesmo tempo desafiador. Meus olhos correram pelas linhas de código e relatórios que eu analisava com precisão. Eu estava voltando, lentamente, mas estava.O som de vozes exaltadas do lado de fora da sala interrompeu minha concentração. Franzi o cenho, tentando ignorar, mas o volume aumentava a cada segundo. As palavras eram
LeonardoO som dos saltos de Martina batendo contra o piso da recepção ecoou assim que saí do elevador. O cenário que encontrei ao atravessar as portas foi exatamente o que temia: Martina Ricci em plena performance. Layla estava pálida atrás do balcão, os seguranças parecendo desconfortáveis enquanto tentavam manter a compostura diante de uma mulher que claramente havia ultrapassado todos os limites."Vocês são um bando de inúteis!" Martina vociferava, o rosto contorcido de raiva. "Como ousam obedecer a uma impostora como aquela mulher? Eu sou Martina Ricci! Vocês sabem o que isso significa?" Sua voz cortava o ambiente como uma faca.Respirei fundo, ajustando o paletó e preparando-me para o espetáculo que sabia que estava prestes a enfrentar. "Martina!" Minha voz ecoou pela recepção. Ela congelou por um momento, seus olhos estreitando-se enquanto
MartinaSentei-me no sofá de veludo da cobertura de Peter, minhas pernas cruzadas com elegância calculada. Um sorriso vitorioso curvava meus lábios enquanto girava a taça de vinho em minhas mãos, o líquido rubro refletindo a luz dourada do ambiente. Peter estava de pé ao lado da janela, olhando a vista da cidade com uma expressão que oscilava entre irritação e cálculo.“Eu disse que ia conseguir,” comecei, minha voz doce como mel, mas com a satisfação afiada de uma lâmina. “Enquanto você grita com os seus incompetentes, eu resolvo as coisas. A escuta está lá. Bem debaixo do nariz daquele babaca, além da minha mãe bem estampada em seu rosto.”Peter virou-se para me encarar, os olhos estreitados. “Você teve sorte, Martina. Foi só isso. Eu planejo cada movimento; você só causou uma
AmberLeonardo estava furioso. O som do impacto da porta sendo fechada ecoava em minha mente enquanto ele andava de um lado para o outro na sala, os músculos tensos e a expressão sombria. Eu o observei por alguns instantes antes de me aproximar, tentando medir as palavras que poderiam atravessar o caos em sua mente."Leo," chamei suavemente, colocando minha mão em seu braço para interromper sua caminhada incessante. "Senta aqui comigo. Vamos pensar com calma sobre isso."Ele bufou, mas se deixou guiar até o sofá que ficava no canto da sala. Ele se jogou no sofá, passando as mãos pelos cabelos com frustração evidente. "Eu não entendo. Ela sabia que não era bem-vinda aqui. Por que diabos veio até aqui hoje, Amber? Ela nunca faz nada sem uma razão."Cruzei as pernas, sentando-me ao lado dele, meu tom calmo contrastando com sua tensão. "Ex
"Positivo."Meus joelhos quase cederam quando vi as duas linhas rosas. Eu estava grávida. Leonardo e eu íamos ter um bebê. Por um momento, a felicidade tomou conta de mim. Imaginei o sorriso dele ao ouvir a notícia, o abraço quente que ele me daria, e como tudo finalmente faria sentido. Nós não precisaríamos mais esconder nosso relacionamento. Estávamos construindo uma família.Respirei fundo e voltei à minha mesa, tentando disfarçar o turbilhão de emoções. Ninguém na MGroup sabia do nosso romance, e era melhor assim. Se alguém descobrisse, com certeza pensariam que o meu cargo de Diretora de Segurança Cibernética era por causa dele, e não por minhas habilidades.Sentei-me e liguei o computador. Precisava pensar em uma maneira especial de contar a notícia. Algo que fosse a nossa cara. Leonardo e eu sempre adoramos jogos e enigmas tecnológicos, então imaginei esconder a mensagem em um código, algo que ele teria que desvendar."Você vai adorar essa surpresa, Léo", murmurei com um sorris
LeonardoAs mensagens recusadas e as insistentes tentativas de Amber, estavam me fazendo falhar e aquilo era intolerável para mim. "Se precisar de um minuto, senhor Martinucci." o Ceo do Grupo Taurus falou."Não, estou apenas com um problema..." não tive tempo de terminar.A porta da minha sala se abriu com violência, interrompendo minha videochamada com os diretores do Grupo Taurus. Por um momento, pensei que tivesse enlouquecido, aquela não podia ser a Amber, minha sempre controlada e profissional diretora. Mas era ela, seus cabelos ruivos emoldurando um rosto que eu nunca tinha visto tão transtornado."Que merda você está fazendo? Saia já daqui. Eu disse que falaria com você depois." Pausei a chamada e me ergui. As palavras saíram mais duras do que eu pretendia, mas estava no meio de uma negociação crucial."Eu preciso falar com você, senhor!" Sua voz tremeu ligeiramente, e aquilo me desarmou por um segundo. Em doze meses de relacionamento, eu nunca a tinha visto vacilar."Seguran
LeonardoNaquela manhã chuvosa, eu tinha certeza de que algo estava prestes a mudar. Meu instinto para problemas era muito aguçado, e desde o momento que Amber saiu do meu hotel, eu pude sentir que tinha acabado de tomar uma péssima decisão."Quando eles irão chegar?" Olhei para minha secretária que continuava a trocar mensagens com alguém do grupo Delux. "Eles já me fizeram aguardar mais do que o necessário, Sra. Torres. Se não houver resposta em 2 minutos, estamos indo embora.""Claro, senhor."Me afastei, deixando que ela tentasse resolver aquele problema. Puxei novamente meu celular do bolso e entrei nas mensagens trocadas com Amber. Não havia nenhuma nova visualização desde ontem, quando saiu do meu hotel."Senhor, eles chegaram."O salão estava impecável para aquela reunião. A mesa de guloseimas já disposta, o ar na temperatura que eu gostava, e os locais com todos os papéis necessários para a apresentação. Se tudo desse certo, eu fecharia um dos maiores contratos de entretenime