Fora uma noite de clima agradável e Yulla conseguira ter uma considerativa boa noite de sono, apesar da fraqueza por ter perdido muito sangue e as pequenas pontadas de dor que sentia do ferimento.
Mesmo com toda aquela complicação ela sentia algo diferente em seu ser. Talvez fosse um leve gosto de liberdade, ela não sabia dizer ao certo. Claro que ela lamentava a morte de seus guardas, do médico e das suas acompanhantes, mas ela sorriu ao perceber que ninguém mais estava com a obrigação de leva-la até o destino designado pelo seu pai. Era muito aliviante para ela.
Ela olhou ao redor, uma leve névoa cobria a estrada e a luz do amanhecer já surgia. Ela respirou fundo fechando os olhos, ah, a vida era tão preciosa para ela, gostaria que todos percebessem isso em seus próprios corações e mentes.
Quando abriu os olhos avistou Cam se aproximando dela na estrada. Ele havia se ausentado enquanto ela dormia? Ela se sentiu ultrajada.
– Como ousou se ausentar? Algo poderia ter me atacado. Você não deveria ter deixado a prin... – parou subitamente, talvez não fosse uma boa ideia revelar sua posição social àquele homem. E se ele a vendesse ou pior a levasse de volta ao seu pai? Era melhor manter segredo até saber quem ele realmente era. – Eu não me senti bem estando sozinha. – comentou sem encara-lo.
Cam riu.
– Você acordou agora. É melhor parar com essa frescura. Temos um longo percurso para fazer.
– Você quer que eu vá andando? Não sei se consigo, ainda estou muito fraca.
Ele jogou a mochila no chão.
– Eu prepararei algo que você possa comer e quanto ao seu ferimento... – ele se aproximou dela e ela institivamente se afastou dele até que topou na carruagem. Cam então retirou o pano do abdômen dela mesmo com seus protestos. Foi quando ela viu a verdade: estava quase completamente curado, só existia um pouco do ferimento e estava bem diminuta a vermelhidão. Yulla arregalou os olhos. Ele sorriu. – digamos que não vai se preocupar com seu ferimento.
– Como fez isso? – ela praticamente gritou quando repôs sua fala.
– Conhecimento. – ele falou apenas e se levantou para preparar um desjejum.
***
Uma hora depois e eles já estavam caminhando a passos lentos pela estrada. Yulla estava quase curada, mas ainda não podia se forçar muito.
Passaram um bom tempo em silêncio. Até que Yulla não aguentou mais aquele agonizante silêncio.
– Você disse que pessoas de uma aldeia qualquer iriam cuidar de mim.
– E iram, eu a deixarei sob os cuidados deles.
– E se eu não quiser ficar lá com eles? - falou empinando o nariz.
Ele olhou para ela de canto de olho e depois voltou a olhar pra frente.
– Nesse caso vai ser problema seu, você é livre para seguir o seu caminho, eu vou seguir o meu.
– E para onde você vai?
– Você não acha que faz perguntas demais?
– Estou tentando saber mais sobre com quem eu estou caminhando, eu nem sei seu nome.
– Cam.
Ela levantou uma das sobrancelhas.
– O que? - ele perguntou erguendo os ombros.
– Só Cam?
– É só o que você precisa saber.
– Você se faz de misterioso demais.
– Não sou misterioso, apenas discreto e essa sua conversa já me cansou.
Cam aumentou o passo. Não seria bonzinho com aquela garota, naquele instante ele sentiu que aquela era uma típica garota que se metia em muitos problema.
E ele nem sabia o quanto.
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– Vocês foram uns incompetentes. – gritou a mulher quase arrancando os cabelos.
Os monstros deram passos para trás, assustados e arredios.
A loira respirou fundo, se sentou em seu trono negro novamente e olhou para eles com aqueles olhos azuis e frios fingindo ter uma calma infinita.
Ela sorriu de forma amável.
– Eu darei mais uma chance para vocês fazerem o que eu pedi. Somente mais uma. Rastreiem a garota e matem-na.
Eles correram para fora dali e em alguns segundos ela estava sozinha lá dentro.
–Yulla precisa morrer antes de cumprir a sua missão.
Fora um dia inteiro de caminhada até Cam e Yulla chegarem a uma pequena aldeia.Ela nunca havia estado em uma aldeia e o que ela vira a fascinou.Eram várias pessoas comuns, andando de um lado para o outro fazendo o que já era de sua rotina: alimentar os animais, limpar coisas, preparar a própria comida, plantar,colher. Ela se sentia confortável em estar ali, admirando a cena.Todos que a viam a olhavam com preocupação,até ela se tocar que isso se deviaao fato do seu vestido estar manchado de sangue. Ela tentou cobrir aquilo com a mão para que ninguém se assustasse. Cam percebeu a preocupação dela.– Ele
Os transfigurentur corriam arfando entre as árvores. Seus corações estavam para explodir, mas era isso ou serem torturados por ela, gostariam de ter a ideia de liberdade, mas sabiam que isso nunca iria acontecer enquanto estivessem vivos. Então eles corriam.Não tinham outras opções cabíveis,eram tratados como animais. Matavam sem querer. Depois de um tempo eles não conseguiam sequer pensar.Seus focinhos farejaram o que estavam procurando,então eles começaram a emitir o silvo que aterrorizara o coração dos caminhantes. Eles não iam parar até encontrar quem eles queriam.Yulla.
Dessa vez não foi a voz.Cam já estava com uma razoável distância da aldeia quando ouviu o silvo,ele parou e olhou para trás como se já estivesse espreitando o que viria no futuro. As árvores sombrias dava ao lugar um ar mais macabro.Seu corpo travou e ele não sabia o que fazer: voltar e ajudar (pois ele já sabia muito bem do que se tratava) ou seguir sua jornada (o que sua alma e coração nunca o perdoaria).Ele fechou os olhos e pela primeira vez depois de quatro anos, ele pediu ajuda à deusa em silêncio.E ela o ouviu.Cam estava distraído com s
A princesa corria sem parar entre os galhos ressecados machucado seu rosto e braços,estava chorando novamente e aquilo fazia com que sua vista ficasse turvada e a atrapalhasse ainda mais.Sentiu que algo a seguia das sombras,olhou para trás e o que mais a assustava estava lá: os monstros brancos. Três deles para ser exato. Ela acelerou o quanto pode, mesmo com suas pernas latejando de tanta dor. E os pés machucados por causa de seu calçado que não era próprio para isso.Ela queria tanto que Cam estivesse ali...Yulla não percebeu a raiz de uma das árvores a sua frente e prendeu seu pé nele tombando para frente e batendo o rosto no chão. Seu tornozelo doía.&nbs
O coração de Cam acelerou. Ele não acreditava que eles estavam na sua frente. Antes eram 23 caminhantes – contando com Camel – e agora eram apenas 10. E tudo podia se dizer, que era culpa dele.O silêncio se instalou por longos segundos até Sefiron dar a palavra outra vez.– Já faz quatro anos...– É,e foi muito bom ver vocês,mas nós precisamos ir.Yulla não falou nada, Cam a levantou e a colocou nos braços,quando deu alguns passos na direção oposta sentiu um mental pontudo e gelado na sua nuca.Ele n&
Yulla não parava de olhar para trás agarrada ao pescoço de Cam que não parava de olhar fixamente para frente.Yulla não gostava da ideia de serem ameaçados por aqueles homens.Ela se virou para olhar para Cam. Ele estava tenso. Tenso demais, aquilo a deixou mais preocupada do que o fato de ela estar com o tornozelo torcido.A única coisa que ela podia fazer naquele momento era aguardar respostas de Hairof.***Hairof os estava aguardando na porta de sua cabana. Estava bebendo um chá verde e os observando chegar. O conflito que havia se instaurado ali parecia ter acabado de vez, a paz retornara.
Cam só se arrependeu de seu ato quando já era tarde demais. Claro, ele não era mais o seu líder, o homem por quem ele seguiria até o inferno se fosse necessário, mas ele realmente não poderia ter feito o que fez.Mas realmente já era tarde demais.Sefiron ficara paralisado de quatro no chão por alguns segundos sem acreditar no que o seu ex pupilo havia acabado de fazer, porém quando o susto passou veio a ira e a reação.Ele se ergueu com uma velocidade de quem era experiente em lutas corpo a corpo e desferiu um golpe certeiro no abdômen de Cam, o jovem se afastou, mesmo assim seu movimento não fora o suficiente para se livrar de outro golpe do líder dos caminhante
Yulla e Cam passaram o dia todo praticamente dentro daquela carruagem apertada, só saíram dali para fazer suas necessidades fisiológicas e para se alimentar.Logo já era noite e se Cam achava que Sefiron teria piedade deles, e os tirasse dali para dormir, ele estava muito enganado, pois continuaram trancafiados e acorrentados, naquele local minúsculo.Aquela noite estava relativamente fria, devido a aproximação do inverno, e fez com que Yulla se aproximasse de Cam o máximo que ela conseguia.Ele a envolveu em seus braços para mantê-la aquecida, já que nem sequer um cobertor os caminhantes haviam entregue a eles. Yulla apoiou a sua cabeça no peito de Cam e colocou seus braços ao