O coração de Cam acelerou. Ele não acreditava que eles estavam na sua frente. Antes eram 23 caminhantes – contando com Camel – e agora eram apenas 10. E tudo podia se dizer, que era culpa dele.
O silêncio se instalou por longos segundos até Sefiron dar a palavra outra vez.
– Já faz quatro anos...
– É, e foi muito bom ver vocês, mas nós precisamos ir.
Yulla não falou nada, Cam a levantou e a colocou nos braços, quando deu alguns passos na direção oposta sentiu um mental pontudo e gelado na sua nuca.
Ele n&
Yulla não parava de olhar para trás agarrada ao pescoço de Cam que não parava de olhar fixamente para frente.Yulla não gostava da ideia de serem ameaçados por aqueles homens.Ela se virou para olhar para Cam. Ele estava tenso. Tenso demais, aquilo a deixou mais preocupada do que o fato de ela estar com o tornozelo torcido.A única coisa que ela podia fazer naquele momento era aguardar respostas de Hairof.***Hairof os estava aguardando na porta de sua cabana. Estava bebendo um chá verde e os observando chegar. O conflito que havia se instaurado ali parecia ter acabado de vez, a paz retornara.
Cam só se arrependeu de seu ato quando já era tarde demais. Claro, ele não era mais o seu líder, o homem por quem ele seguiria até o inferno se fosse necessário, mas ele realmente não poderia ter feito o que fez.Mas realmente já era tarde demais.Sefiron ficara paralisado de quatro no chão por alguns segundos sem acreditar no que o seu ex pupilo havia acabado de fazer, porém quando o susto passou veio a ira e a reação.Ele se ergueu com uma velocidade de quem era experiente em lutas corpo a corpo e desferiu um golpe certeiro no abdômen de Cam, o jovem se afastou, mesmo assim seu movimento não fora o suficiente para se livrar de outro golpe do líder dos caminhante
Yulla e Cam passaram o dia todo praticamente dentro daquela carruagem apertada, só saíram dali para fazer suas necessidades fisiológicas e para se alimentar.Logo já era noite e se Cam achava que Sefiron teria piedade deles, e os tirasse dali para dormir, ele estava muito enganado, pois continuaram trancafiados e acorrentados, naquele local minúsculo.Aquela noite estava relativamente fria, devido a aproximação do inverno, e fez com que Yulla se aproximasse de Cam o máximo que ela conseguia.Ele a envolveu em seus braços para mantê-la aquecida, já que nem sequer um cobertor os caminhantes haviam entregue a eles. Yulla apoiou a sua cabeça no peito de Cam e colocou seus braços ao
Ás vezes Yulla achava que estava ficando louca. Todas os dias, quando estava quase anoitecendo ela via a mesma mulher na floresta, a mesma mulher de cabelos ondulados e tão dourados como ouro puro. Ela encarava Yulla entre as árvores e as vezes chegava até mesmo a sorrir para ela.Yulla, que era uma menininha de 7 anos não entendia muito bem as coisas da vida e nem o quão mau e traiçoeiras as pessoas podem ser.Ela já chegou a acenar muitas vezes para aquela mulher, e a mulher sempre acenava de volta e fazia o mesmo gesto com as mãos que Yulla tentara repetir inutilmente.Então, quanto mais ela ia crescendo, menos ela via a mulher e mais ela tinha pesadelos. Só existiam alguns momentos em q
Yulla dormia de forma desajeitada encostada em Cam enquanto ele guiava o cavalo que recebera pelo seu momento heroico.Ofereceram a carruagem para ela descansar, mas ela se recusou fazendo cara feia, já que passara tempo até demais ali.Seu corpo estava escorregando dos braços de Cam e ele a puxou para cima fazendo com que ela acordasse ainda sonolenta, já estava anoitecendo, os grilos se manifestavam ao longe.– Já estamos longe de lá? – ela perguntou um pouco enfraquecida e assustada devido a "luta" que tivera contra a deusa.– Você me perguntou a mesma coisa algumas horas atrás e a resposta é a mesma: já estamos longe o s
Os pássaros já cantavam alto quando Yulla acordou. Estava com a cabeça encostada em algumas mochilas macias dos caminhantes onde eles guardavam suas ervas medicinais. Ela esfregou os olhos, procurou por Cam e não o encontrou aos arredores.Já haviam se passado 10 dias desde que ela enfrentara Ereshkigal. Suas forças vitais estavam enfraquecidas, seus olhos mortos e avermelhados, seus lábios ressecados não importasse o quanto ela os hidratasse, e os caminhantes temiam que ela morresse antes que chegassem até a deusa.Yulla gemeu de dor. Sefiron a olhou em pânico achando que ela estava nas ultimas.–Onde Cam está? – ela pergunta com a voz quase inaudível.
Três meses, três meses já havia se passado desde o inesquecível e feliz banho no rio. E Yulla tinha a certeza que os sentimentos que ela sentia por Cam não eram mais os de gratidão e admiração, estava se tornando algo a mais.Seu coração pulava quando o via e ela quase sempre prendia a respiração quando ele se aproximava.Mesmo com tudo isso, o seu corpo ainda estava com problemas em reagir bem à proximidade com o Coração da deusa, apesar dos momentos engraçados ao lado de Cam e (ela não queria admitir) ao lado de alguns experientes caminhantes, seu corpo sofria cada dia mais, tanto que nos últimos tempos ela não conseguia sequer caminhar já que seus ossos e terminações ne
Yulla suspirava aquele ar puro e seus pulmões doíam quando fazia isso. Cam a olhou com o canto de olho, ele devia admitir que estava ficando paranoico em relação à saúde de Yulla, mas não poderia evitar aquilo.Cada movimento que ela fazia, ele se virava para olhá-la, cada som que ela fazia para ele era um gemido de dor ou de morte (o que não deixava de ser de dor), aquilo o estava deixando enlouquecido de tal forma que até mesmo Yulla, fraca como estava, conseguia perceber os movimentos paranoicos dele e já estava começando a ficar incomodada com sua forma de agir.Naquele dia, apesar do ar parecer rarefeito e ardente para ela, até que ela se sentia melhor, ao menos conseguia montar no cavalo e guia-lo entre as arvores, coisa que a