Yulla desembaraçava os cabelos com os dedos passando entre os fios molhados. Já estava vestida e tinha um aspecto razoavelmente bem. Cam estava ao seu lado e acabara de embainhar a espada no couro do lobo depois de conferira quando ouviu um zumbido que parecia se aproximar cada vez mais deles, quando ele viu o que era se jogou em cima de Yulla e a derrubou no chão bem a tempo de um raio vermelho passar em uma velocidade sobrenatural atrás deles.
O ar saiu dos pulmões de Yulla por alguns segundos por conta do peso de Cam em cima dela. Ele a puxou para cima e gritou para que ela corresse. Mais e mais raios como aquele apareceram, os perseguindo incansavelmente, as árvores atrás deles começaram a pegar fogo.
– O que está nos atacando? – Yulla gritou p
Gritos estrangulados ecoaram pelos corredores do castelo, ninguém a vista para saber do que se tratava. Várias pancadas também foram ouvidas e o baque surdo de corpos caindo no piso liso e frio. Ereshkigal andava debochadamente pelo corredor manchando-o com o sangue que estava impregnado em seus pés. Ela lambeu os dedos das mãos sujando seus lábios e penetrando
Sefiron se arrastou ao redor de uma pedra e escorregou em outra que estava cheia de musgo, sua mão ficou com um rasgo profundo e ele tentou cobrir com a outra tentando estancar o sangramento.Estava faminto, há dias que não se alimentava e chegar na margem daquele lago era um alivio incomensurável. Ele jogou um bocado de água, com gosto de sangue, na boca usando suas mãos em concha. Sua barba que antes era limpa estava desgrenhada e suja.Ele colocou mais água na garganta com sua sede ainda não acabada e de repente se viu chorando como uma criança assustada e perdida, o que bem poderia se verdade já que antes achava que tinha uma noção de direção, mas agora estava andando em uma direção que desconhecia. Parecia
Yulla não parava de se debater, não importava o quanto Cam e Rafahel tentasse segurar seus membros, ela sempre dava um jeito de se libertar e correr para fora do campo de visão deles, mas sempre era arrastada outra vez e jogada na maca improvisada que fizeram para ela. Seus gritos ecoavam por toda a floresta. E ela não parava de dizer a mesma coisa:– Gaia! Gaia! Gaia! – era sempre o mesmo nome.Seus olhos se reviravam e ela começava a escumar uma espuma amarelada. Seu corpo estava encharcado de suor, braços arranhados e coração prestes a explodir. Cam não sabia o que fazer, assim como os seus problemas corporais que começaram a surgir quando entrara nas terras sagradas ele não sabia como curá-la de alguma forma. Se sentia o ho
Sefiron andava atrás de Ereshkigal como um cãozinho atrás do seu dono. Estava tão fascinado que nem conseguia raciocinar direito, mas como poderia? Uma mulher bela, delicada e que o guiava para o lugar que ele mais ansiava ir e ele não ficaria encantado?!Ereshkigal já estava farta das bajulações daquele humano imprestável. Já achava q
Yulla sabia.Yulla sabia desde o começo que sua missão nas terras do Coração da deusa não era apenas para se purificar, ou, no momento depois, para guiar os caminhantes. Cam não podia acreditar que havia sido enganado durante todo aquele tempo.Então era para aquilo que ele era o escolhido afinal: levar a deusa da luz ao seu destino final. Será se estava incluso ele se apaixonar por ela e sofrer por isso? Ele nunca saberia.Não tinha tempo para choramingar por aquilo, não poderia e nem deveria mostrar fraqueza no momento em que sua deusa mais precisava dele, focou agora toda a sua atenção para a frente. A sua espada começou a brilhar e vibrar descontroladamente e ele correu da
Já haviam passado 69 anos desde a despedida de Yulla e Cam. Quer dizer, a deusa Gaia nunca o abandonara, sempre estivera em seu coração e mente e quando ele tinha que tomar uma decisão difícil ela lhe dava uma iluminação.Cam, com 93 anos, era um homem vigoroso e muito sábio, já não era mais o líder dos caminhantes a 20 anos, mas sempre fora procurado para aconselhar líderes ou caminhantes mais novos.Era um senhor calmo, de fisionomia tranquila, seus cabelos era completamente brancos em um tom prateado, tinha uma barba grande e volumosa, seus olhos azuis olhavam as coisas com cuidado.Estava sentado em uma cadeira de madeira, na sua antiga cabana no meio da floresta virgem e suspiro
Estava sendo um dia como qualquer outro. A floresta estava coberta pela neve, os animais não se atreviam a sair de suas tocas, os pássaros de seus ninhos e o rio de seu leito. Todos respeitavam o inverno. Todos menos Camel, que pisava no amontoado de neve com força como pisando em solo sagrado para ofender os deuses de outras pessoas. Ele olhava de um lado para o outro, esperando ser atacado por algo que nunca atacaria, segurando seu arco com firmeza.Seus cabelos escuros desgrenhados estavam durosdevido a frieza, seus olhos astutos não paravam de se mover assim como o seu pescoço que continha a cicatriz das garras do lobo que o atacara quando criança.Diziam que ele era o escolhido. Ele não acredit
Ouvir aquele silvo arrepiou todos os pelos do corpo de Camel. E seu corpo e espírito rebelde só agiu de uma forma: ele correu em direção ao silvo.Quanto mais ele se aproximava, mais o silvo aumentava e com o passar dos segundos ele começou a ouvir som da batalha dos caminhantes. Ouviu o seu superior gritar para que os outros se mantessem firmes e que não tivessem medo.Mas medo de que? Logo a pergunta de Camel seria respondida. Pois no momento em que ele alcança em vista o acampamento ele vê os caminhantes em um círculo da morte, um de costas pro outro. Olhando sem parar para vários seres sinistros de pelos brancos grossos,em pé com duas patas, meio corcundas e com gar