Os transfigurentur corriam arfando entre as árvores. Seus corações estavam para explodir, mas era isso ou serem torturados por ela, gostariam de ter a ideia de liberdade, mas sabiam que isso nunca iria acontecer enquanto estivessem vivos. Então eles corriam.
Não tinham outras opções cabíveis, eram tratados como animais. Matavam sem querer. Depois de um tempo eles não conseguiam sequer pensar.
Seus focinhos farejaram o que estavam procurando, então eles começaram a emitir o silvo que aterrorizara o coração dos caminhantes. Eles não iam parar até encontrar quem eles queriam.
Yulla.
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Será uma rápida dor, depois disso não haverá sofrimento algum. Yulla ouviu uma voz no seu subconsciente dizer. Tudo aquilo que você tanto temeu irá acabar. Basta você revelar. Ela não sabia de quem era a voz, mas ela sempre a atraia. Revele Yulla, revele o que está em todo o seu ser, revele e você será livre.
Yulla se levantou da cama improvisada na cabana de Hairof. Ela estava suando, estava com ânsia de vômito e sua cabeça não parava de girar, seu corpo também tremia, no entanto não estava fazendo frio algum. Ela se deitou outra vez.
Ela tinha que descansar seu corpo para ficar totalmente curada, Cam dissera que iria voltar quando fizesse a sua jornada, talvez ele a ajudasse com o seu problema.
Yulla ouve um silvo distante. Seu corpo teve um leve arrepio. Ela se levantou de um salto. O que ela temia iria acontecer outra vez, Hairof adentrou o cômodo olhando sério para a moça.
– Seres malignos estão vindo atrás de você, criança.
Ela ouviu o que temia ouvir.
– Por favor, não deixem que eles me matem. – ela implorou já com lágrimas nos olhos, aquele sofrimento de um dia atrás de novo não.
– Eu nunca permitirei tal coisa. – o velho falou segurando o seu velho cajado com força. – Você precisa fugir daqui. Nós, os Lackan, vamos distraí-los.
– Para onde eu devo ir?
Hairof pegou no ombro de Yulla e ela de repente não sentiu mais medo algum.
– Vai para onde seu ser disser que você deva ir.
Yulla se sentiu encorajada e correu para fora e bem longe dali. O silvo de aproximava e com ela o cheiro pungente da morte.
Dessa vez não foi a voz.Cam já estava com uma razoável distância da aldeia quando ouviu o silvo,ele parou e olhou para trás como se já estivesse espreitando o que viria no futuro. As árvores sombrias dava ao lugar um ar mais macabro.Seu corpo travou e ele não sabia o que fazer: voltar e ajudar (pois ele já sabia muito bem do que se tratava) ou seguir sua jornada (o que sua alma e coração nunca o perdoaria).Ele fechou os olhos e pela primeira vez depois de quatro anos, ele pediu ajuda à deusa em silêncio.E ela o ouviu.Cam estava distraído com s
A princesa corria sem parar entre os galhos ressecados machucado seu rosto e braços,estava chorando novamente e aquilo fazia com que sua vista ficasse turvada e a atrapalhasse ainda mais.Sentiu que algo a seguia das sombras,olhou para trás e o que mais a assustava estava lá: os monstros brancos. Três deles para ser exato. Ela acelerou o quanto pode, mesmo com suas pernas latejando de tanta dor. E os pés machucados por causa de seu calçado que não era próprio para isso.Ela queria tanto que Cam estivesse ali...Yulla não percebeu a raiz de uma das árvores a sua frente e prendeu seu pé nele tombando para frente e batendo o rosto no chão. Seu tornozelo doía.&nbs
O coração de Cam acelerou. Ele não acreditava que eles estavam na sua frente. Antes eram 23 caminhantes – contando com Camel – e agora eram apenas 10. E tudo podia se dizer, que era culpa dele.O silêncio se instalou por longos segundos até Sefiron dar a palavra outra vez.– Já faz quatro anos...– É,e foi muito bom ver vocês,mas nós precisamos ir.Yulla não falou nada, Cam a levantou e a colocou nos braços,quando deu alguns passos na direção oposta sentiu um mental pontudo e gelado na sua nuca.Ele n&
Yulla não parava de olhar para trás agarrada ao pescoço de Cam que não parava de olhar fixamente para frente.Yulla não gostava da ideia de serem ameaçados por aqueles homens.Ela se virou para olhar para Cam. Ele estava tenso. Tenso demais, aquilo a deixou mais preocupada do que o fato de ela estar com o tornozelo torcido.A única coisa que ela podia fazer naquele momento era aguardar respostas de Hairof.***Hairof os estava aguardando na porta de sua cabana. Estava bebendo um chá verde e os observando chegar. O conflito que havia se instaurado ali parecia ter acabado de vez, a paz retornara.
Cam só se arrependeu de seu ato quando já era tarde demais. Claro, ele não era mais o seu líder, o homem por quem ele seguiria até o inferno se fosse necessário, mas ele realmente não poderia ter feito o que fez.Mas realmente já era tarde demais.Sefiron ficara paralisado de quatro no chão por alguns segundos sem acreditar no que o seu ex pupilo havia acabado de fazer, porém quando o susto passou veio a ira e a reação.Ele se ergueu com uma velocidade de quem era experiente em lutas corpo a corpo e desferiu um golpe certeiro no abdômen de Cam, o jovem se afastou, mesmo assim seu movimento não fora o suficiente para se livrar de outro golpe do líder dos caminhante
Yulla e Cam passaram o dia todo praticamente dentro daquela carruagem apertada, só saíram dali para fazer suas necessidades fisiológicas e para se alimentar.Logo já era noite e se Cam achava que Sefiron teria piedade deles, e os tirasse dali para dormir, ele estava muito enganado, pois continuaram trancafiados e acorrentados, naquele local minúsculo.Aquela noite estava relativamente fria, devido a aproximação do inverno, e fez com que Yulla se aproximasse de Cam o máximo que ela conseguia.Ele a envolveu em seus braços para mantê-la aquecida, já que nem sequer um cobertor os caminhantes haviam entregue a eles. Yulla apoiou a sua cabeça no peito de Cam e colocou seus braços ao
Ás vezes Yulla achava que estava ficando louca. Todas os dias, quando estava quase anoitecendo ela via a mesma mulher na floresta, a mesma mulher de cabelos ondulados e tão dourados como ouro puro. Ela encarava Yulla entre as árvores e as vezes chegava até mesmo a sorrir para ela.Yulla, que era uma menininha de 7 anos não entendia muito bem as coisas da vida e nem o quão mau e traiçoeiras as pessoas podem ser.Ela já chegou a acenar muitas vezes para aquela mulher, e a mulher sempre acenava de volta e fazia o mesmo gesto com as mãos que Yulla tentara repetir inutilmente.Então, quanto mais ela ia crescendo, menos ela via a mulher e mais ela tinha pesadelos. Só existiam alguns momentos em q
Yulla dormia de forma desajeitada encostada em Cam enquanto ele guiava o cavalo que recebera pelo seu momento heroico.Ofereceram a carruagem para ela descansar, mas ela se recusou fazendo cara feia, já que passara tempo até demais ali.Seu corpo estava escorregando dos braços de Cam e ele a puxou para cima fazendo com que ela acordasse ainda sonolenta, já estava anoitecendo, os grilos se manifestavam ao longe.– Já estamos longe de lá? – ela perguntou um pouco enfraquecida e assustada devido a "luta" que tivera contra a deusa.– Você me perguntou a mesma coisa algumas horas atrás e a resposta é a mesma: já estamos longe o s