Cabelo seco, uma mordida nos lábios. Márcia estava de volta a Luanda, chamada pela missão e pelos problemas. Dessa vez, veio com a irmã mais nova, Rita, morena como ela, alta, esguia, cabelos cacheados e 1,70m de altura.Márcia e Rita tomavam um coquetel na piscina ao som de uma música suave. O calor era intenso. Márcia tirou o roupão, os cabelos castanhos caindo nas costas. De fio dental vermelho, mergulhou, sentindo o alívio da água fria.O zelador, jovem negro de 21 anos, forte e alto, não tirava os olhos da irmã de Márcia. Ela percebeu e começou a provocá-lo, saindo e entrando na piscina, abanando a cabeça e tomando o coquetel enquanto o encarava.O zelador, apesar de interessado, respeitava muito a Sra. Márcia. não queria se colocar em problemas, por isso mesmo olhando sem parara por vezes desviava o olhar, só que era difícil lhe resistir. Ela era muito linda e fofinha.Márcia saiu da piscina, vestiu o roupão e deu o último gole no coquetel. Vendo a felicidade da irmã e seu intere
Mais um dia agitado em plena cidade de luanda, Rita estava entusiasmada e disposta para mais um dia de aula, a transferência da universidade Jean Piaget de Benguela para a universidade Óscar ribas ainda deixava Rita conturbada, ela estava com duvida se estivesse pronta para construir novas emoções apesar do entusiamo, durante a viagem dentro carro, se manteve calada, presa entre os pensamentos ocultos e sentimentos que ela não queria esquecer.“Ela se perguntava se estava pronta para sentir algo novo, para abrir espaço no coração que, há pouco tempo, parecia fechado para sempre.”— O que estás a pensar? Perguntou Márcia com uma expressão cuidadosa.— Não se passa nada, apenas pensando como será o dia de hoje! Rita estava com medo, apesar da coragem que ela mostrava facialmente para sua irmã.O relógio marcava 7.20h. O clima estava fresco e nublado, a temperatura estava acima do normal, era muito frio, Márcia vestida de um casaco branco, ao chegar ao destino, estacionou o carro em frent
Quinta-feira da manhã, o relógio marcando 10h, fazia tanto frio que todos preferiam ficar dentro de casa, mas Rita estava aproveitando a piscina, estava de uma lingerie rosa, deu um mergulho tão fundo que quando saiu da água seu rosto deu de cara com o Zelador.Rita caiu de susto e quase gritou por socorro, mas o zelador a tapou a boca com suas duas mãos, Rita por vingança a puxou para dentro da água, ele estava vestido de uma roupa social, prestes a ir para universidade, ficou todo molhado e irritado.— O que foi isso sua doida? Perguntou Ricardo o zelador, seu cabelo estava totalmente molhado e a sua roupa húmida, olhou para ela com desdém.Ela saiu da piscina, e olhou para ele atentamente nos olhos, balançando a cabeça, cada gota de água de seu cabelo ia para o rosto do Ricardo.— Agora quer tirar satisfação? Merda! Quando me assustou, não significou nada para você?O rapaz segurou-a pelo corpo e, com raiva, puxou-a para perto de si, seus olhos nos olhos dela, enquanto ela não parav
Depois de uma gandaia congruente, num período de estágio no hospital David Bernardino, Márcia e suas colegas saíram para relaxar."Viúvas Negras"— era esse o nome que se destacava na cabeceira da porta do espaço lúdico onde Márcia e suas amigas costumavam se apresentar. Não eram clientes, mas dançarinas, garotas que assumiam identidades fictícias para esconder suas vidas fora dali.— Tenente Márcia, já reparaste como o ambiente mudou ultimamente? — comentou uma das amigas, cruzando os braços com desdém.Márcia suspirou, observando a movimentação ao redor.— Nem tanto. Continua a mesma coisa… homens casados, mais velhos, procurando algo passageiro. Nunca aparece alguém diferente, alguém que realmente queira ficar com uma de nós.A outra soltou uma risada curta, quase cética. Ela era a mais prática do grupo, sempre reduzindo tudo à realidade nua e crua.— Ah, Márcia… esperavas o quê? — disse, com um toque de ironia. — A maioria chega aqui cheio de dívidas, cansados da vida… No final, só
A mesma menina que, dois anos atrás, havia deixado Benguela rumo a Luanda em busca de melhores condições de vida, de terminar o seu estágio de Medicina e, enfim, poder trabalhar como médica como sempre quis, para poder salvar todas as vidas que sofrem pelos mesmos problemas de saúde que matou seu pai.Lá estava ela diferente, depois do beijo. O cheiro do perfume do jovem, que inalava bem perto das suas narinas, a fez sentir sua vida com mais perplexidade, deixando as cargas amargas que viveu durante dois anos no bordel. E o jovem também se perdeu no perfume que ela usava, só queriam ficar parados se beijando sem se importar com o que estava ao seu redor.Após aquelas conversas que pareciam doces ao entrarem pelos seus ouvidos nos corredores do hospital — mas que, no fundo, eram amargas, já não tinham espaços na vida dela.Pela primeira vez, Márcia sentiu-se jovem de novo.O beijo, repartido entre seus lábios colados, davam a certeza que aquela vida carregada de humiliação estava preste
Passaram-se um ano e seis meses desde o misterioso desaparecimento de Márcia, a jovem que despertara em Helder uma paixão intensa e incontrolável. Ele havia se entregado a ela sem reservas, corpo e alma ardendo em um desejo que não se apagou sequer com o amanhecer.Mas quando o sol nasceu naquela manhã, Márcia já não estava. Nenhum bilhete, nenhuma explicação, apenas o vazio e as promessas sussurradas que agora ecoavam em sua mente como uma melodia inacabada.Desde então, Helder vagava por Luanda, arrastado por um misto de esperança e desespero, procurando por ela em cada esquina, em cada sombra, em cada olhar desconhecido.Mas a cidade grande parecia zombar de sua dor, engolindo qualquer vestígio de Márcia sem deixar rastros. O tempo passou, e o que antes era determinação se transformou em exaustão. Será que tudo não passara de uma ilusão? Uma noite intensa e nada mais?Naquela tarde, obrigado pelas ordens irritantes do irmão mais velho, ele seguiu rumo ao distrito urbano da Samba par
Num belo dia, dentro do carro, a sensação gelada do ar-condicionado contrastava com o calor abrasador que dominava a cidade. O trânsito caótico e o engarrafamento incessante tornavam a viagem exaustiva. Depois de enfrentar o trajeto desgastante, Márcia estacionou numa esquina, em frente ao IMS da Maianga, e seguiu a pé pelos corredores do hospital Jorgina Machel (Maria Pia).Até aquele momento, tudo corria bem. O dia estava tranquilo, sem frustrações na Ala de Geriatria. As conversas das novas estagiárias ecoavam pelos corredores, despertando a curiosidade das enfermeiras e de algumas médicas que ali passavam.Márcia respirou fundo, apreciando a calma rara daquele dia. Sentia-se leve, até que seu telemóvel vibrou, trazendo-a de volta à realidade. Uma mensagem de Roger, seu namorado. "Desculpa pela discussão de madrugada."Roger Lopes… Jovem de personalidade forte, ciumento, mas também delicado. Formado em Administração Pública, trabalhava como contabilista financeiro num dos hotéis da
O dia começou já com clima diferente em torno de mistérios e perguntas que apareceram nos momentos errados, sons de pássaros cantando, no cume das arvores que repousavam sobre a varanda do quarto de Helder.Os vidros fixados entre os vãos da porta corrida, não disfarçavam as luzes que invadiam o quarto pela manhã, e um conjunto de cores brilhando sobre o rosto de Márcia que foi traída ao anoitecer pelo calor deitando o chão os lençóis da cama.Ao som barulhento do alarme, Márcia desperta do sono, já despida e sem cueca, tomou um susto entre alma e o corpo, quando percebe que o Helder está dormindo ao seu lado, reagindo com duvidas no seu interior e questionando-se, se por ventura haveria rolado algo, entre eles na noite passada.Márcia apanha o lençol se forra ao mesmo tempo com a mão no rosto, julgando-se.— O que será que eu fiz, Meu Deus! – murmurou entre suspiros aflitos.Admirou uma tantas vezes, seu coração tomou conta da sua mente, quando desesperadamente percebe que o Roger hav