Eu tinha decidido sair do quarto e passar o dia no jardim, tinha algumas flores que queria transplantar e talvez mexer na terra me animasse um pouco, fazia quatro dias que eu não via Jack e já estava começando a acreditar que a única coisa que eu veria agora seria o acordo de divórcio trazido por Daniels, suspirei, só percebi que não estava mais sozinha quando vi que algo tampou o sol, virei-me para olhar quem era e o vi parado atrás de mim, ele estava bem vestido, trazia um ramalhete de rosas na mão e uma caixinha de veludo.
- Sinto muito se eu fui um idiota.Levantei-me para ouvir o que ele falava ainda sem compreender, ele estava se desculpando por ter faltado por tantos dias, mas eu nem ligava mais para isso, eu sabia que eu tinha provocado aquela reação dele, ele também era culpada, movida pelo amor que u sentia por ele eu o abracei pela cintura.- Pensei que fosse me deixar.Quando acordei no dia seguinte eu ouvi Jack novamente brigando com alguém ao telefone, fingi estar dormindo para prestar atenção na conversa, porém eu estava cada vez mais curiosa sobre o que estava acontecendo.- Eu já disse para parar de ligar, falou com meu advogado? Ótimo! Vamos resolver isso como adultos!Ele fez uma pausa andando de um lado a outro no quarto e logo eu ouvi ele falar.- No refeitório da empresa? Ok! Ótimo estarei lá!Assim que ele desligou o telefone eu me remexi na cama fingindo estar acordando.Ele me observou e guardou o telefone, veio até perto da cama e me beijou com carinho.- Preciso ir para a empresa, adorei nossa noite, você vai ficar bem?- Vou sim...- Te amo, não esquece...- Também te amo...Ele me deu mais um beijo e então saiu, assim que a porta fechou eu me virei de barriga para ci
As semanas seguintes foram as piores de minha vida, eu tinha perdi o foco, o rumo, tudo, nada parecia fazer sentido, me olhava no espelho e sentia repulsa de mim mesma, como eu pudera ser tão tola e acreditar naquele homem, agora meu corpo estava coberto de cicatrizes e por dentro estava em farrapos.Tentei pensar em tudo que tinha acontecido ao longo desses anos que estive casada com ele, tentei encontrar algum motivo ou explicação para ele ter me destruído dessa forma, mas eu era incapaz de encontra motivos, eu tinha dado o melhor de mim, e ele tinha me tratado como um lixo.Fiquei uns tempos na casa de minha madrinha, mas logo decidi que precisava de um espaço para mim, peguei um advogado apenas para dar entrada nos papéis de separação, eu não queria nada dele, nenhum centavo se quer, porém ele parecia não compreender isso, pois não parava de me enviar enormes quantias em dinheiro, r
Cinco anos mais tarde...Depois de deixar a empresa para Fred me mudei para Miami, onde segui com minha faculdade e resolvi abrir minha própria empresa, agora tudo tinha mudado.Cruzei o corredor apressada, meu salto alto fazia barulho no porcelanato e a saia justa dançava em minhas coxas acentuando meu perfil, os funcionários me olharam de canto e logo voltaram para os seus afazeres, por algum motivo eu causava certo medo neles, ao longo desses quatro anos eu tinha crescido muito como empresária e também aprendido muito, entrei no meu escritório e logo vi Cibele entrar atrás de mim emocionada com minha entrada triunfal.- Já posso até ver estampado em todas as revistas! Empresária Nataly Osment usou suas dores do passado para crescer profissionalmente e hoje domina o ramo de criação de remédios do país!Eu ri e de
Quando cheguei em casa ainda sem saber o que fazer fui recebida por Henry que correu até mim me abraçando pelo pescoço.- Estava ansioso que chegasse mamãe, é hoje que vamos ver os piratas né?Eu sorri tentando jogar tudo para longe para que ele não sentisse minha preocupação.- Sim meu amor, é hoje que vamos pegar o barco e sair em busca dos piratas, mas me diga marujo não está com medo do mar revolto?- Não capitão! Eu sou um home forte e estou pronto para navegar!Ele disse engrossando a voz como um verdadeiro homenzinho, eu o pus no chão, com cuidado, como eu queria ter um terço da coragem dele.Respirei fundo e fui até o quarto terminar de aprontar minhas coisas, me permiti esquecer tudo que eu tinha descoberto hoje, eu iria me arrumar e aproveitar minhas férias com meu filho e quando voltasse então eu pro
Adentramos no carro e pus o sinto de segurança em Henry o carro era bastante velho mas funcionava muito bem, Henry olhou para os lados tentando ver alguma coisa do lado de fora, mas a chuva estava forte demais e a visibilidade era extremamente baixa.- Não dá para ver nada mamãe, como vamos achar essa tal pousada?- Fique calmo meu amor, o tio explicou para a mamãe e a mamãe vai dar um jeito de encontrar esse lugar.Porém, eu disse isso apenas para acalmá-lo por que eu não fazia a menor ideia de como faria para chegar no tal lugar, vi uma rua de tijolos que subia e uma pequena ponte que passava apenas um carro por vez, porém a mesma estava coberta pela água, meu coração bateu acelerado, então era isso eu precisava cruzar a bendita ponte para chegar até o vilarejo, mas como eu faria isso se eu nem ao menos estava enxergando o final da ponte?Rezei baixi
Quando o dia amanheceu eu abri meus olhos ainda acreditando que tudo aquilo fosse apenas um sonho, ou talvez algum tipo de pesadelo que tinha vindo para me assombrar, porém olhei em volta e logo reconheci o quarto estilo medieval, não com certeza aquilo não tinha sido nem sonho e nem pesadelo, suspirei e me levantei da cama cuidadosa para não acordar Henry.Troquei de roupas e vesti um casaco, depois prendi o cabelo e me olhei no espelho que havia no quarto, certo, eu não era mais aquela menina de 23 anos que ele tinha conhecido e também não era a mesma que aos 25 anos o deixou, eu tinha me tornado uma mulher forte e era capaz de lidar com tudo isso, ainda desconfiada de que tudo isso que eu tinha repetido para mim mesma na minha mente fosse mentira eu sai porta a afora e desci pelas escadas, estava no meio delas quando o vi entrando com um maço de lenha nas mãos, Jack estava como provavelmente sempre estava quand
Henry entrou correndo na cozinha com sua espada de brinquedo.- Ué, onde está a mamãe? Pensei que ela estivesse aqui com você.- Acho que ela subiu para se trocar, o que pensa em fazer com essa espada garotão?Ele sorriu brincalhão e apontou a espada para Jack.- Em guarda! Cavalheiro!Jack riu alto e respondeu o ataque com uma colher de madeira.- Estou em desvantagem, que tal se a tarde eu lhe levar para o centro de treinamento do castelo.- Centro de treinamento?- Quando eu era criança meu pai me ensinou esgrima, temos uma espécie de sala de treinos bem abaixo de nós. – Ele se aproximou do garoto e falou em seu ouvido. – Têm muitas espadas lá, espadas de verdade!Henry pulou animado.- Eba! Vou correndo agora contar para a mamãe.Henry saiu correndo da cozinha enquanto Jack terminou de preparar o almoço,
Assim que cheguei em casa larguei a caixa de vinhos perto da porta e descansei os braços, abri a porta com cuidado e empurrei a caixa pesada com o pé até o meio da sala, olhei tudo em volta e vi que a casa estava silenciosa demais, foi só pensar que logo ouvi os gritos de Henry que vinham de baixo, corri para todos os lados assustada sem saber para que lado ficava a porta, precisei me orientar pelo som, os gritos ficavam cada vez mais altos e eu já estava com o coração aos saltos até que encontrei a porta de madeira que dava para um porão.- Henry?O menino parou de gritar e me olhou sorrindo.- Desculpe mamãe, não sabia que já tinha chegado. – Ele sorriu e eu me acalmei. – Assustei a senhora com meus gritos? Eu e Jack estávamos brincando.Eu olhei para o lado e vi Jack com um sorriso brincalhão no rosto, suspirei.- Sim Henry, me assustou,