Henry entrou correndo na cozinha com sua espada de brinquedo.
- Ué, onde está a mamãe? Pensei que ela estivesse aqui com você.
- Acho que ela subiu para se trocar, o que pensa em fazer com essa espada garotão?
Ele sorriu brincalhão e apontou a espada para Jack.
- Em guarda! Cavalheiro!
Jack riu alto e respondeu o ataque com uma colher de madeira.
- Estou em desvantagem, que tal se a tarde eu lhe levar para o centro de treinamento do castelo.
- Centro de treinamento?
- Quando eu era criança meu pai me ensinou esgrima, temos uma espécie de sala de treinos bem abaixo de nós. – Ele se aproximou do garoto e falou em seu ouvido. – Têm muitas espadas lá, espadas de verdade!
Henry pulou animado.
- Eba! Vou correndo agora contar para a mamãe.
Henry saiu correndo da cozinha enquanto Jack terminou de preparar o almoço,
Assim que cheguei em casa larguei a caixa de vinhos perto da porta e descansei os braços, abri a porta com cuidado e empurrei a caixa pesada com o pé até o meio da sala, olhei tudo em volta e vi que a casa estava silenciosa demais, foi só pensar que logo ouvi os gritos de Henry que vinham de baixo, corri para todos os lados assustada sem saber para que lado ficava a porta, precisei me orientar pelo som, os gritos ficavam cada vez mais altos e eu já estava com o coração aos saltos até que encontrei a porta de madeira que dava para um porão.- Henry?O menino parou de gritar e me olhou sorrindo.- Desculpe mamãe, não sabia que já tinha chegado. – Ele sorriu e eu me acalmei. – Assustei a senhora com meus gritos? Eu e Jack estávamos brincando.Eu olhei para o lado e vi Jack com um sorriso brincalhão no rosto, suspirei.- Sim Henry, me assustou,
Ele atendeu a porta e sorriu, era uma garota baixa e loira, assim como Jack ela tinha a pele bastante bronzeada, trazia nas mãos uma cesta grande de pães e também um bolo.- Fiz alguns pães para você e bolo!Jack sorriu.- É muita gentileza sua Giovana...- Fiz com muito carinho.Eu me levantei me fazendo ser notada e olhei para a garota com atenção, ela era um pouco mais que uma menina, porém pelo que eu podia ver sabia muito bem o que queria.-Óh você está com visitas! Sinto muito se eu lhe atrapalhei.- Ah não se preocupe, Nataly está aqui com o filho por que o barco dela naufragou na ilha.A garota ergueu a sobrancelha e me encarou.- E por que ela não ficou na pousada então?Eu me aproximei de Jack e o enlacei pelo braço.- Na realidade, eu e Jack já nos conhecemos a muito tempo,
Henry desceu as escadas animado no dia seguinte e Jack o pegou no final da escada o jogando no ombro.- Que tal pescarmos hoje companheiro?Desci as escadas entrando na conversa.- Pescar? Como assim?- Pensei em levar Henry para pescar, aliás eu tenho um barco, posso levar vocês quando quiserem para a cidade vizinha onde poderão pegar um carro de aluguel ou alguma outra coisa...Minha cabeça só conseguia raciocinar uma coisa, “barco” ele tinha um barco, ele tinha um barco e ficou calado por esse tempo inteiro sabendo que eu queria ir embora daquela ilha.- Você tem um barco e só fala agora?Ele deu de ombros como se aquilo não tivesse a menor importância.- Você não perguntou a mim como eu fiz para chegar aqui.Eu queria esganá-lo com todas as minhas forças e o teria feito se Henry não estivesse ali.- Ok, He
Henry ficou cerca de dois dias no hospital e então fomos liberados para seguir nossa vida, voltamos para casa no mesmo dia, ele dormiu praticamente toda a viagem, por mais que estivesse bem ainda estava bastante fraca, Cibele foi a primeira a me visitar quando cheguei.-Menina do céu! Fiquei maluca com a sua ligação, como assim o barco naufragou, onde você esteve todo esse tempo?Suspirei e servi uma xicara de café a ela.- Longa história, mas se quer mesmo saber não tenho certeza de como serão as coisas agora.- Do que está falando?- Lembra-se do Jack?- O seu ex? Aquele que te traiu e depois sumiu no mapa?- O próprio, bom ele meio que virou um eremita em uma ilha deserta, ou melhor, quase deserta há cerca de 60 moradores nela, além dele é claro... E adivinha só em qual ilha meu barco decidiu naufragar?- Meu Deus! Isso ta
Na semana seguinte eu ouvi batidas na porta e me aproximei com cuidado, logo vi que era Fred, suspirei eu deveria imaginar que este dia chegaria, assim que abri a porta e o vi sério.- Nataly, Nataly... No que você foi me meter agora...- Entenda Fred eu não fazia ideia de onde Jack estava ele desapareceu, nem mesmo você sabia!- Eu sei e eu compreendo tudo, porém ainda assim poderia ter confiado em mim, eu poderia ter ajudado você e Henry, mesmo que Jack não estivesse por perto!- Ele vai tirá-lo de mim?- Acredite não é assim tão simples tirar o filho de uma mãe e eu expliquei isso a Jack, porém considerando que você escondeu a paternidade dele o juiz entendeu que Jack tem o direito de ficar com o garoto por uma semana que ele possa se adaptar.- Uma semana? Uma semana inteira? Não Fred! Isso é inviável, Henry está acos
Os dias passaram lentos e vazios, pensei em ir para a empresa e trabalhar, encher a cabeça com alguma coisa que não fosse Henry e Jack, mas nem mesmo no trabalho eu conseguia me concentrar, então acabei ficando em casa vendo a monotonia de pula de um canal até o outro na televisão me consumir por completo, às vezes eu parecia escutar um barulho ou outro no quarto de Henry e corria até lá, porém era apenas um passarinho que gostava de vir até a janela e bater no vidro, talvez até ele estivesse com saudade dos risos de Henry, acho que passar por esse tipo de vazio é uma coisa que só quem é mãe vai conseguir entender.Com o passar dos dias tentei me acalmar, eu confiava em Jack, sabia que ele não deixaria nada de ruim acontecer a Henry, consegui voltar ao trabalho e naquela noite eu estava pronta para ter uma noite de sono aceitável diante de 4 outras noites fra
Quando chegamos na casa de Jack fui inundada por uma enxurrada de emoções como era de se esperar, estar frente a frente com aquela casa novamente era como reviver todos os meus pesadelos, puxei ar puro e entrei, a casa estava vazia, e as luzes apagadas.- Onde estão todos? Onde está Henry?- Dormindo, já passa da meia noite Nataly, como eu disse uma viagem muito longa, por sorte eu consegui pegar o helicóptero da empresa, caso contrário seria impossível chegar ainda hoje, quanto a Henry deixei com Alice a babá temporária que contratei apenas para hoje, ela deve estar dormindo no quarto dele. – Ele caminhou em direção a cozinha, eu fui atrás dele observando tudo, nada naquela casa tinha mudado até o cheiro era igual, estar ali era uma verdadeira tortura de lembranças.- Bebe algo? Ou já quer subir?- Acho que aceito algo.Mais uma ve
Quando o dia amanheceu me levantei da cama de Jack percebendo que ele não estava mais ali, cobri Henry com carinho e migrei para fora do quarto, ele estava na cozinha e conversava animado com Hortência e minha madrinha.- Mary?- Óh sua danada! Estava morrendo de saudades e ao mesmo tempo de ódio de você!Ela disse me abraçando.- ódio?- Como ousa ter escondido aquele menino lindo de mim? Sou sua madrinha! Estou decepcionada!Ela se referia o fato de só agora descobrir sobre Henry e sim ela tinha toda razão em se sentir assim, pois eu tinha ido embora para Miami sem al menos me despedir.- Desculpe tia, na época eu não estava pensando com todos os neurônios, só queria sumir e tocar minha vida em frente, quando Henry veio eu pensei em ligar, mas tive tanto medo da senhora contar para o padrinho e a novidade chegar até minha Tia que acabei me