Adentramos no carro e pus o sinto de segurança em Henry o carro era bastante velho mas funcionava muito bem, Henry olhou para os lados tentando ver alguma coisa do lado de fora, mas a chuva estava forte demais e a visibilidade era extremamente baixa.
- Não dá para ver nada mamãe, como vamos achar essa tal pousada?
- Fique calmo meu amor, o tio explicou para a mamãe e a mamãe vai dar um jeito de encontrar esse lugar.
Porém, eu disse isso apenas para acalmá-lo por que eu não fazia a menor ideia de como faria para chegar no tal lugar, vi uma rua de tijolos que subia e uma pequena ponte que passava apenas um carro por vez, porém a mesma estava coberta pela água, meu coração bateu acelerado, então era isso eu precisava cruzar a bendita ponte para chegar até o vilarejo, mas como eu faria isso se eu nem ao menos estava enxergando o final da ponte?
Rezei baixi
Quando o dia amanheceu eu abri meus olhos ainda acreditando que tudo aquilo fosse apenas um sonho, ou talvez algum tipo de pesadelo que tinha vindo para me assombrar, porém olhei em volta e logo reconheci o quarto estilo medieval, não com certeza aquilo não tinha sido nem sonho e nem pesadelo, suspirei e me levantei da cama cuidadosa para não acordar Henry.Troquei de roupas e vesti um casaco, depois prendi o cabelo e me olhei no espelho que havia no quarto, certo, eu não era mais aquela menina de 23 anos que ele tinha conhecido e também não era a mesma que aos 25 anos o deixou, eu tinha me tornado uma mulher forte e era capaz de lidar com tudo isso, ainda desconfiada de que tudo isso que eu tinha repetido para mim mesma na minha mente fosse mentira eu sai porta a afora e desci pelas escadas, estava no meio delas quando o vi entrando com um maço de lenha nas mãos, Jack estava como provavelmente sempre estava quand
Henry entrou correndo na cozinha com sua espada de brinquedo.- Ué, onde está a mamãe? Pensei que ela estivesse aqui com você.- Acho que ela subiu para se trocar, o que pensa em fazer com essa espada garotão?Ele sorriu brincalhão e apontou a espada para Jack.- Em guarda! Cavalheiro!Jack riu alto e respondeu o ataque com uma colher de madeira.- Estou em desvantagem, que tal se a tarde eu lhe levar para o centro de treinamento do castelo.- Centro de treinamento?- Quando eu era criança meu pai me ensinou esgrima, temos uma espécie de sala de treinos bem abaixo de nós. – Ele se aproximou do garoto e falou em seu ouvido. – Têm muitas espadas lá, espadas de verdade!Henry pulou animado.- Eba! Vou correndo agora contar para a mamãe.Henry saiu correndo da cozinha enquanto Jack terminou de preparar o almoço,
Assim que cheguei em casa larguei a caixa de vinhos perto da porta e descansei os braços, abri a porta com cuidado e empurrei a caixa pesada com o pé até o meio da sala, olhei tudo em volta e vi que a casa estava silenciosa demais, foi só pensar que logo ouvi os gritos de Henry que vinham de baixo, corri para todos os lados assustada sem saber para que lado ficava a porta, precisei me orientar pelo som, os gritos ficavam cada vez mais altos e eu já estava com o coração aos saltos até que encontrei a porta de madeira que dava para um porão.- Henry?O menino parou de gritar e me olhou sorrindo.- Desculpe mamãe, não sabia que já tinha chegado. – Ele sorriu e eu me acalmei. – Assustei a senhora com meus gritos? Eu e Jack estávamos brincando.Eu olhei para o lado e vi Jack com um sorriso brincalhão no rosto, suspirei.- Sim Henry, me assustou,
Ele atendeu a porta e sorriu, era uma garota baixa e loira, assim como Jack ela tinha a pele bastante bronzeada, trazia nas mãos uma cesta grande de pães e também um bolo.- Fiz alguns pães para você e bolo!Jack sorriu.- É muita gentileza sua Giovana...- Fiz com muito carinho.Eu me levantei me fazendo ser notada e olhei para a garota com atenção, ela era um pouco mais que uma menina, porém pelo que eu podia ver sabia muito bem o que queria.-Óh você está com visitas! Sinto muito se eu lhe atrapalhei.- Ah não se preocupe, Nataly está aqui com o filho por que o barco dela naufragou na ilha.A garota ergueu a sobrancelha e me encarou.- E por que ela não ficou na pousada então?Eu me aproximei de Jack e o enlacei pelo braço.- Na realidade, eu e Jack já nos conhecemos a muito tempo,
Henry desceu as escadas animado no dia seguinte e Jack o pegou no final da escada o jogando no ombro.- Que tal pescarmos hoje companheiro?Desci as escadas entrando na conversa.- Pescar? Como assim?- Pensei em levar Henry para pescar, aliás eu tenho um barco, posso levar vocês quando quiserem para a cidade vizinha onde poderão pegar um carro de aluguel ou alguma outra coisa...Minha cabeça só conseguia raciocinar uma coisa, “barco” ele tinha um barco, ele tinha um barco e ficou calado por esse tempo inteiro sabendo que eu queria ir embora daquela ilha.- Você tem um barco e só fala agora?Ele deu de ombros como se aquilo não tivesse a menor importância.- Você não perguntou a mim como eu fiz para chegar aqui.Eu queria esganá-lo com todas as minhas forças e o teria feito se Henry não estivesse ali.- Ok, He
Henry ficou cerca de dois dias no hospital e então fomos liberados para seguir nossa vida, voltamos para casa no mesmo dia, ele dormiu praticamente toda a viagem, por mais que estivesse bem ainda estava bastante fraca, Cibele foi a primeira a me visitar quando cheguei.-Menina do céu! Fiquei maluca com a sua ligação, como assim o barco naufragou, onde você esteve todo esse tempo?Suspirei e servi uma xicara de café a ela.- Longa história, mas se quer mesmo saber não tenho certeza de como serão as coisas agora.- Do que está falando?- Lembra-se do Jack?- O seu ex? Aquele que te traiu e depois sumiu no mapa?- O próprio, bom ele meio que virou um eremita em uma ilha deserta, ou melhor, quase deserta há cerca de 60 moradores nela, além dele é claro... E adivinha só em qual ilha meu barco decidiu naufragar?- Meu Deus! Isso ta
Na semana seguinte eu ouvi batidas na porta e me aproximei com cuidado, logo vi que era Fred, suspirei eu deveria imaginar que este dia chegaria, assim que abri a porta e o vi sério.- Nataly, Nataly... No que você foi me meter agora...- Entenda Fred eu não fazia ideia de onde Jack estava ele desapareceu, nem mesmo você sabia!- Eu sei e eu compreendo tudo, porém ainda assim poderia ter confiado em mim, eu poderia ter ajudado você e Henry, mesmo que Jack não estivesse por perto!- Ele vai tirá-lo de mim?- Acredite não é assim tão simples tirar o filho de uma mãe e eu expliquei isso a Jack, porém considerando que você escondeu a paternidade dele o juiz entendeu que Jack tem o direito de ficar com o garoto por uma semana que ele possa se adaptar.- Uma semana? Uma semana inteira? Não Fred! Isso é inviável, Henry está acos
Os dias passaram lentos e vazios, pensei em ir para a empresa e trabalhar, encher a cabeça com alguma coisa que não fosse Henry e Jack, mas nem mesmo no trabalho eu conseguia me concentrar, então acabei ficando em casa vendo a monotonia de pula de um canal até o outro na televisão me consumir por completo, às vezes eu parecia escutar um barulho ou outro no quarto de Henry e corria até lá, porém era apenas um passarinho que gostava de vir até a janela e bater no vidro, talvez até ele estivesse com saudade dos risos de Henry, acho que passar por esse tipo de vazio é uma coisa que só quem é mãe vai conseguir entender.Com o passar dos dias tentei me acalmar, eu confiava em Jack, sabia que ele não deixaria nada de ruim acontecer a Henry, consegui voltar ao trabalho e naquela noite eu estava pronta para ter uma noite de sono aceitável diante de 4 outras noites fra