Travis estava parado ao lado de sua família, sob um pequeno palco, na frente de inúmeros jornalistas que filmavam o discurso da vitória que seu pai dava frente ao púlpito marrom. Estavam todos no hall principal do Capitólio, em Washington, depois da apuração dos votos que eram contados durante todo o dia. O resultado foi quase unânime e saiu mais tarde do que Travis gostaria, deixando-o preso a capital por mais um dia.
Seu plano principal era voar de Boston para Washington e voltar no mesmo dia para Hanôver e cobrar, mais uma vez, um posicionamento de Ken. Afinal, os homens que estavam com Nick queriam que seu pai renunciasse e mesmo quando não o fez, Travis tinha medo do que fariam com ela. E apesar de seu medo ser maior do que a esperança de tê-la de volta, Travis a
Nick não percebeu quando caiu no sono e sua última lembrança era a de ver Aidan saindo pela porta do quarto. Quando os abriu lentamente ainda sonolenta, encontrou Ken próximo a janela observando a cidade daquele lado. Com as mãos cruzadas atrás do corpo, a roupa social e os ombros retos, Nick soube que aquele que estava ali era o Diretor do FBI-YA, seu chefe e não alguém que poderia considerar um pai. O perfil de Ken, iluminado pela luz da lua estava sério, os lábios eram uma linha fina deixando claro que havia algo lhe preocupando. Como se percebesse os olhares da garota sob ele, Ken desviou o olhar da janela para a cama no quarto escuro, iluminado pela única janela sem cortinas que havia nele. Os dois firmaram seus olhares por um longo momento até Nick suspirar e com dificuldade sentar na cama.
– Eu não acredito que Travis se foi, ele não pode ser tão burro assim de deixar você. – Sophia disse colocando um braço em volta de Nick acompanhando a garota até a saída do aeroporto.– Quando ele me falou sobre se mudar, ele disse que deixou uma carta explicando tudo no lugar secreto de vocês. – Dylan disse, sem esconder a confusão pelas próprias palavras, como se estivesse apenas repetindo o que ouviu do amigo fazendo Nick parar para encará-lo.– Porque você só me diz isso agora? – ela perguntou irritada. Dylan deu de ombros, erguendo os braços em sinal de desculpas.– Achei que daria tempo você alcançar ele.
Era um dia quente em Washington quando todos ouviam o hino nacional ecoando dentro da pequena capela próximo ao Capitólio. Estavam em pé, enfileirados lado a lado, todos os agentes que conheciam John Patrick e o homenageavam pela última vez frente ao caixão fechado com a bandeira do país sobre ele. Uma foto ao lado mostrava o sorriso charmoso de John e o brilho nos olhos que tinha quando vestia seu uniforme. Nick conhecia aquele brilho e sabia que o tinha em seus olhos sempre que ia trabalhar e assim como ela, sabia que seu parceiro, amigo e companheiro amava o que fazia. Se deixou levar em memórias felizes lembrando de como John alegrava sua vida mesmo com todos os momentos conturbados que vez ou outra atingia o relacionamento dos dois. Suas missões eram bem sucedidas pois confiavam um no ou
sendo a primeira a quebrar o silêncio da sala. – Eu sei. – Ou pior, ter sido processada. – completou fazendo Nick lhe lançar um olhar de tédio. – Ainda bem que Ken gosta de você, se fosse outra pessoa com certeza estaria na rua agora. – É, eu não quero pensar nisso. – Nick falou levantando do sofá com o martini na mão caminhando de volta ao espelho. – Eu vou ser o que eles querem que eu seja, vou proteger o tal senador e quando acabar a missão vou pedir meu emprego de volta. – Você já leu a ficha dele? – Geórgia quis saber sentando reta no sofá visivelmente animada ao olhar a amiga. – Não, preciso me apresentar amanhã para conversar com ele pessoalmente. De acordo com Ken,
Nick não teve tempo de respirar e quando percebeu já estava embarcando de volta para Boston. A viagem a fez pensar sobre sua nova missão e em como deve realizá-la com louvor para ganhar pontos com Ken, o senador Barker e talvez, com o Procurador Geral ranzinza. Ela acreditava veemente que a ideia de servir como guarda-costas disfarçado de um universitário não deveria ser tão difícil e mesmo que soubesse da facilidade em como o garoto conseguia descobrir os antigos, Nick já conseguia imaginar missões importantes sendo oferecidas de bandeja para ela quando voltasse. Quando o avião pousou, dois carros esperavam a equipe que havia ficado para trás para o jantar oficial do FBI, Nick aproveitou para se despedir de seus amigos e chefe para iniciar sua missão, naquele momento em diante seria uma simples universitária com uma missão valiosa e secreta. Um a
Nick olhou em volta ignorando a garota em sua frente ao mesmo tempo que praguejava a si mesma em sussurros ao ter perdido seu alvo de vista enquanto se perdia em pensamentos que não iriam ajudá-la naquela missão. Muito pelo contrário, ela percebeu imediatamente. Aquelas lembranças de John iriam distraí-la trazendo consigo sentimentos que força em guardá-los no fundo de seu interior para manter a casca fria e séria de uma agente de campo. – Se você quer ficar perto do time, pode entrar para a equipe de líderes de torcida. – a garota falou chamando atenção de Nick para ela. Encarou seus olhos castanhos procurando um sinal de que aquilo não passava de uma piada e a garota iria rir a qualquer momento, mas isso não aconteceu o que deixou Nick visivelmente ofendida, nem mesmo conseguiu disfarçar em se
– Você checou todas as amizades dele? – Ken perguntou do outro lado da linha. Nick andava de um lado para o outro no quarto com o telefone no ouvido se focando em todas as informações que poderia passar para seu chefe. – Vou pedir para Aidan levantar a ficha de todos, como disse que eram os nomes?– Sophia e Dylan. Não sei o nome do terceiro, mas faz parte do time de futebol, com certeza estão no site da universidade. – Nick respondeu caminhando até a porta onde ouviu sussurros do outro lado.Abriu a porta lento o suficiente para espiar o corredor, a luz que vinha dele iluminou metade de seu rosto no quarto escuro. Viu Dylan e Sophia sussurrando um para o outro de forma romântica, ele com as mãos na cintura enquanto os braços dela estavam despreoc
No dia seguinte Nick estava cochilando sobre sua mesa no meio da aula de álgebra, sentada nas últimas filas de cadeiras, deixou que o professor falasse enquanto descansava os olhos de uma noite mal dormida. Era como se seu corpo clamasse por descanso depois de uma semana corrida e pesada com todos os sentimentos que ela precisou suportar e absorver. Reviveu a noite anterior no sonho, lembrando dos poucos minutos que teve se distraindo com Travis enquanto corriam ao redor do campo e pela primeira vez em uma semana se permitiu sentir livre e mesmo com a lembrança da morte de John ao seu lado, não deixou que a impedisse de sorrir.Em seu cochilo profundo, Nick não percebeu que a aula havia acabado e todos levantavam de suas cadeiras apressados para sair dali, estava quase sendo deixada para trás quando Travis a viu do corredor. Sorrindo, o garoto en