sendo a primeira a quebrar o silêncio da sala.
– Eu sei.
– Ou pior, ter sido processada. – completou fazendo Nick lhe lançar um olhar de tédio. – Ainda bem que Ken gosta de você, se fosse outra pessoa com certeza estaria na rua agora.
– É, eu não quero pensar nisso. – Nick falou levantando do sofá com o martini na mão caminhando de volta ao espelho. – Eu vou ser o que eles querem que eu seja, vou proteger o tal senador e quando acabar a missão vou pedir meu emprego de volta.
– Você já leu a ficha dele? – Geórgia quis saber sentando reta no sofá visivelmente animada ao olhar a amiga.
– Não, preciso me apresentar amanhã para conversar com ele pessoalmente. De acordo com Ken, o senador é mais discreto do que todos nós juntos. – uma risada nasalada fez Geórgia olhar com atenção para a amiga tentando lembrar a última vez em que ouviu Nick contar uma piada ou sorrir.
Ela sentiu, apesar de todas as coisas ruins que se antecederam nos dias passados, que Nick estava voltando a ser quem ela sempre foi.
– Uma piada Morgenstern? – Aidan perguntou aparecendo na porta do quarto abotoando sua camisa branca impecavelmente passada, as duas garotas olharam em direção ao homem atraente que Aidan era observando sua feição séria. – O que? – perguntou em curiosidade checando a própria roupa.
– Você conhece o Senador. – Geórgia começou. – E eu sei que tem informações sobre a reeleição dele. Pode começar a falar. – completou sentando na ponta do sofá acenando com uma mão em direção ao amigo sem disfarçar a curiosidade.
Um suspiro vindo de Aidan fez Nick lançar seu olhar cheio de significados para a amiga que logo ergueu as mãos em sinal de rendição, as duas sabiam o quanto Aidan era focado no trabalho e mantinha suas informações como elas deveriam ser, secretas.
Naquela noite decidiram não falar sobre o trabalho, sobre o que aconteceu nos dias anteriores ou qualquer coisa que os fizessem ficar pensativos e em silêncio como quando Geórgia comentou sobre o trabalho que Nick faria sozinha os fazendo lembrar imediatamente de John. Quando Geórgia se deu conta, já não poderia pedir desculpas e voltar ao assunto. Decidiram aproveitar última noite em Washington para espairecer antes de voltarem para o escritório do FBI-YA em Boston.
Caminhavam lado a lado pela calçada observando as pessoas que iam e vinham pensativas e apressadas com seja lá o que acontecia em suas vidas, os carros parando no sinal na esquina faziam Nick engolir duro se forçando a não lembrar do acidente, e a brisa da noite a fez abraçar seu próprio corpo dispersando os sentimentos que ameaçavam controlá-lo. Para ela, os últimos quatro dias haviam sido inesperados, primeiro a briga com John, logo depois a viagem a capital para uma missão os colocando em um avião lado a lado, o acidente e então o velório. Era como se Nick vivesse, por 4 dias, o que viveria em meses. A garota olhou para as estrelas no céu respirando fundo ao saber que seu último dia seria tranquilo e espiando seus dois amigos ao seu lado se permitiu sorrir ao perceber que nunca estaria, de fato, sozinha.
– Morgenstern? Você está sorrindo? – Aidan perguntou colocando um braço em volta dos ombros de Nick em um abraço de lado sem jeito.
Geórgia olhou para a amiga sorrindo de volta, mais um sinal de que Nick estava voltando a ser quem ela sempre foi, alegre e feliz.
– Não enche o saco. – Nick respondeu tentando se desfazer dos braços fortes de Aidan que a segurou firme para lhe prender.
– Vocês dois são idiotas. – Geórgia falou revirando os olhos ao voltar a observar o caminho por onde andavam ignorando os dois ao seu lado.
– Nicollete não consegue manter os braços longe de mim. – Aidan disse ao perceber que Nick o abraçava desajeitadamente na tentativa de segurar seus braços em suas costas.
– Você é um idiota. – Nick exclamou percebendo o que estava fazendo, empurrando o amigo para trás sem disfarçar o sorriso no rosto.
Um coçar de garganta os fez virar na mesma direção para o homem alto de cabelos grisalhos e penteados para trás que se destacavam na roupa social preta. Ao lado dele estava Ken, olhando para os três com feição séria repreendendo-os em silêncio, rapidamente o sorriso no rosto dos três amigos sumiu assim que perceberem quem era o homem ao lado de seu chefe e se colocaram em postura reta um ao lado do outro com as mãos ao lado do corpo em postura. O homem de cabelo grisalho olhou dos pés a cabeça cada um erguendo uma sobrancelha escura no processo, um longo minuto em silêncio os deixou constrangidos.
– Senhor, estes são os meus melhores agentes jovens. – Ken falou, Nick olhou para seu chefe, que nem mesmo se deu o trabalho em olhar para seus pupilos ao falar, encarando o homem ao seu lado.
– Os melhores? – o homem perguntou virando-se para Ken que encolheu os ombros sutilmente com o olhar firme de seu superior.
O homem de cabelos grisalhos entrou no restaurante logo a frente de onde estavam sem olhar para trás, nem mesmo deixou a porta aberta ao passar deixando os quatro olhando o caminho que ele havia feito. Ken se virou para os três cruzando os braços ao se colocar em sua frente.
– Eu gostaria que nessa noite todos se comportassem como verdadeiros agentes. Não quero gracinhas. – falou olhando para Geórgia. – Nem mesmo brigas. – desviou para lançar um olhar duro para Nick. – Ou puxa saco. – disse olhando para Aidan. – Vocês estarão entre os melhores do país, nosso superior estará presente e não posso deixar que vocês arruínem tudo ou me façam arrepender de não ter convidado Savannah e Troy.
Ao ouvir aquele nome Nick fechou os punhos para manter a calma, pôde sentir a ardência nos nós dos dedos com a ação que a fez piscar várias vezes para esquecê-la. Não poderia estragar uma noite tão importante quanto aquela, principalmente quando poderia se tratar do seu futuro.
Entraram no restaurante parando logo na entrada observando o local de decoração elegante, luzes brancas e mesas redondas postas em todos os lugares. Agentes conversavam em pé uns com os outros trocando experiências e apenas conversas fiadas, outros estavam sentados comendo petiscos servidos pelos garçons que andavam pelo salão com a missão de agradar a todos. Ken engoliu em seco ao ver seus antigos companheiros de treinamento ali, sabia que todos estavam em trabalhos importantes, uns até faziam parte da equipe da Casa Branca e apenas Ken ficou para trás com seu pequeno escritório em Boston para abrigar a extensão criada pelo FBI para recrutar agentes jovens, dividindo espaço com a polícia do condado.
Sentiu a mão delicada de Nick em seu ombro que o fez virar em sua direção, a garota indicou uma mesa vazia e sorriu ao caminhar até ela sendo seguida por seus dois amigos. Ken ficou para trás observando-os com afeição, por mais que fosse ríspido com eles, não poderia negar a si mesmo o quanto tinha orgulho dos três, quatro se John estivesse ali com eles. Baixou a cabeça por um instante limpando uma lágrima que caiu pelo canto do olho, a ergueu novamente observando Nick, a garota sorria e apontava indiscreta para as pessoas fazendo seus amigos se virarem sem vergonha, aquilo fez Ken sorrir e respirar fundo ao se aproximar para sentar na cadeira vazia.
– Nicollete! – exclamou em um sussurro ríspido para a garota que sentou desconfortavelmente em sua cadeira com a repreensão. Tal como fazia quando era criança.
Após todos sentarem para o jantar, um belo discurso foi feito pelo Procurador Geral da Justiça do país, todos o ouviam com atenção não perdendo uma única palavra da pessoa que comandava todos eles. O mesmo homem grisalho que haviam encontrado na frente do restaurante estava ali, atrás do microfone com uma mão no bolso da calça social enquanto a outra segurava uma taça de champanhe. Edward nem mesmo olhou para a mesa de Ken e Nick arriscava dizer que ele não olhava para ninguém em especial apenas passava os olhos para aqueles no final da sala.
Quando os aplausos vieram, os agentes levantaram-se de suas mesas para socializar uns com os outros, exceto, é claro os agentes de Ken. Nick via Aidan olhar ao redor ansiando por uma conversa, ele era a pessoa que mais gostava de fazer amizades com pessoas do trabalho para garantir mais conhecimento, já que fofocavam sobre todos. Já Geórgia bebia a champanhe sem se importar com os outros ao redor, olhava para Nick, para quem passava pela mesa e nunca nos olhos de alguém com medo de que se aproximassem.
Ken encarava seu chefe conversando com um grupo de agentes, sorrindo e aparentemente contando piadas, esperando que ele olhasse para trás para ver o quanto Ken precisava conversar com ele. Olhando ao redor, para homens e mulheres de roupas elegantes que riam e conversavam como verdadeiros conhecidos, Nick se viu com saudade de sua casa onde conhecia todos e poderia conversar ou brincar sem se preocupar em perder o trabalho. Com aquelas pessoas ela sabia que não poderia simplesmente achar que uma brincadeira seria aceita com diversão.
– Nick, vem. – ouviu Ken a chamar levantando da mesa sem tirar os olhos de seu chefe que agora conversava com um homem entre cinco seguranças.
Ao ver a cena de longe Nick engoliu em seco segurando um pedaço de seu vestido com medo de tropeçar na frente de todos. Seguiu a cabeça loira de seu chefe por entre os demais e respirou fundo quando viu os seguranças abrirem espaço para os dois entrarem no círculo.
– Senhor, é um prazer. – Ken falou para o homem de pele morena e cabelos pretos que destacavam a cor de seus olhos, uma mistura de âmbar com mel.
– Roggers! – exclamou o homem sorrindo de forma afetuosa ao erguer uma mão em direção a Ken que apertou em cumprimento.
– Vim lhe apresentar a pessoa que ficará encarregada da segurança de seu filho. – Ken disse ao colocar uma mão nas costas de Nick para mostrá-la.
Nick olhou para os dois homens que a encaravam repetindo milhares de vezes a palavra que seu chefe havia dito: Filho?
– Oh! Então é uma garota. É um prazer, senhorita. Sou Edgar Barker. – falou erguendo a mesma mão para o cumprimento.
Nick encarou por um segundo sem ter certeza se apertaria e selaria o acordo que teria feito com Ken. Sabia que guarda-costas era descer de nível em seu trabalho, mas imaginava que seria de alguém importante como o tal senador e não seu filho.
– É um prazer, senhor. – Nick falou por fim apertando a mão do senador.
– Ainda acho que é um erro. – o homem grisalho, Procurador Geral, falou.
Rapidamente Nick lembrou seu nome ao encará-lo.
– Na verdade Thomas, é perfeito. – Edgar disse mantendo o sorriso no rosto ao encarar Nick. – Meu filho nunca vai imaginar que pode ser ela, sempre coloquei homens grandes e mal humorados para protegê-lo.
– Esse seria o ideal. – Thomas disse interrompendo-o.
– Mas todos eram descobertos. – Edgar falou rapidamente. – O que adianta colocar outros se ele sempre descobre? E dessa vez é diferente, ele pensa que concordei com a liberdade dele. – os dois riram em uma espécie de piada interna fazendo Nick olhar para Ken procurando um sinal do que faria em seguida.
– Eu falei que ela era perfeita. – Ken disse chamado atenção dos dois.
– Roggers, vamos nos reunir amanhã antes de voltarem para Boston e conversar melhor sobre o trabalho. Senhorita. – Edgar falou acenando com um grande sorriso no rosto ao olhar para Nick antes de sair acompanhado de Thomas que não parecia feliz com a situação.
Foi difícil dormir naquele noite, Nick não conseguia nem mesmo fechar os olhos sem lembrar de John caído no chão e o barulho de tiro sempre lhe assustava como se estivesse perto demais de seus ouvidos. Sentou na cama com cuidado para não acordar Geórgia que dormia profundamente ao seu lado, olhou em direção a porta aberta do quarto e respirando fundo levantou caminhando na ponta dos pés até a sala, podia ouvir o ronco de Aidan dormindo no sofá e prendendo a respiração, correu até a varanda fechando a porta de vidro em seguida. Nick permaneceu ali observando a paisagem de prédios até o sol nascer, assustando seu amigo quando acordou com a luz do sol em seu rosto. Ela olhou para Aidan sem disfarçar as lágrimas em seus olhos e sorrindo um sorriso vacilante, deixou que ele se aproximasse para lhe abraçar.
Depois do café da manhã no hotel, Nick acompanhou Ken até o Capitólio onde encontrariam o senador Barker para a conversa formal sobre sua missão. Nick conseguiu disfarçar o nervosismo em todo o trajeto até ficar cara a cara ao homem que havia conversado noite passada e dessa vez com menos seguranças em sua sala. Sentou-se em uma das poltronas frente a mesa quando o senador ofereceu e assim como Ken, balançava a perna liberando todo nervosismo que conseguia disfarçar em suas feições.
– Primeiramente quero que me chame de Edgar, se vamos trabalhar juntos, espero no mínimo um tratamento informal. – Edgar falou ao encarar Nick cruzando as mãos no colo. – Posso lhe chamar de Nicollete?
– Nick. – respondeu. O senador assentiu lançando olhares rápidos a Ken que fazia o mesmo.
– Nick, preciso muito da sua ajuda. Estou confiando a proteção do meu filho a você, que de acordo com Ken, é a melhor pessoa para isso.
Nick não pode deixar de olhar para seu chefe, que encarando o senador, não fez menção em desmentir. No fundo a garota queria rir com aquelas palavras ao lembrar que não pode proteger seu próprio parceiro naquela mesma semana.
– Estou me reelegendo a senador, você viu quantos seguranças estão em minha volta e preciso que minha família tenha a mesma proteção. Principalmente agora que estamos a caminho da votação e estou recebendo ameaças vinte e quatro horas por dia. Inclusive, vamos falar sobre isso depois. – Edgar falou se virando para Ken que concordou com a cabeça em uma resposta rápida. – Mas você, minha querida, você vai fazer o trabalho mais importante para mim. Você vai manter meu filho em segurança.
– O que aconteceu com os outros? – Nick perguntou interrompendo-o. – O senhor comentou sobre todos serem descobertos.
– Sim. Meu filho é ingênuo em achar que nada vai lhe acontecer já que vive longe de toda politicagem que trabalho. Ele acredita que vivendo como estudante, as ameaças não chegam até ele. Ele sempre prezou pela liberdade, principalmente quando se mudou para Dartmouth e rejeitou todos os seguranças que enviei com ele. Por alguns anos consegui enganá-lo com seguranças disfarçados, mas como lhe falei ontem, de um jeito ou de outro ele sempre descobria.
– Por isso você precisa ser discreta e invisível. – Ken falou chamando atenção de Nick para ele que a encarava.
– Eu sei ser invisível.
– Nicollete, quero que saiba o quanto estarei grato a você por fazer esse trabalho. Meus filhos são a melhor coisa na minha vida e por isso preciso confiar que estarão em segurança.
– Tatiana já tem seu segurança pessoal. E você ficará com Travis. Já organizamos tudo para você, vai ser aluna na Dartmouth no mesmo curso que ele e claro, como Travis mora no campus, você estará lá também. – Ken dizia fazendo Nick absorver toda a informação em silêncio. – Quando voltarmos, você vai direto para a universidade.
Nick não teve tempo de respirar e quando percebeu já estava embarcando de volta para Boston. A viagem a fez pensar sobre sua nova missão e em como deve realizá-la com louvor para ganhar pontos com Ken, o senador Barker e talvez, com o Procurador Geral ranzinza. Ela acreditava veemente que a ideia de servir como guarda-costas disfarçado de um universitário não deveria ser tão difícil e mesmo que soubesse da facilidade em como o garoto conseguia descobrir os antigos, Nick já conseguia imaginar missões importantes sendo oferecidas de bandeja para ela quando voltasse. Quando o avião pousou, dois carros esperavam a equipe que havia ficado para trás para o jantar oficial do FBI, Nick aproveitou para se despedir de seus amigos e chefe para iniciar sua missão, naquele momento em diante seria uma simples universitária com uma missão valiosa e secreta. Um a
Nick olhou em volta ignorando a garota em sua frente ao mesmo tempo que praguejava a si mesma em sussurros ao ter perdido seu alvo de vista enquanto se perdia em pensamentos que não iriam ajudá-la naquela missão. Muito pelo contrário, ela percebeu imediatamente. Aquelas lembranças de John iriam distraí-la trazendo consigo sentimentos que força em guardá-los no fundo de seu interior para manter a casca fria e séria de uma agente de campo. – Se você quer ficar perto do time, pode entrar para a equipe de líderes de torcida. – a garota falou chamando atenção de Nick para ela. Encarou seus olhos castanhos procurando um sinal de que aquilo não passava de uma piada e a garota iria rir a qualquer momento, mas isso não aconteceu o que deixou Nick visivelmente ofendida, nem mesmo conseguiu disfarçar em se
– Você checou todas as amizades dele? – Ken perguntou do outro lado da linha. Nick andava de um lado para o outro no quarto com o telefone no ouvido se focando em todas as informações que poderia passar para seu chefe. – Vou pedir para Aidan levantar a ficha de todos, como disse que eram os nomes?– Sophia e Dylan. Não sei o nome do terceiro, mas faz parte do time de futebol, com certeza estão no site da universidade. – Nick respondeu caminhando até a porta onde ouviu sussurros do outro lado.Abriu a porta lento o suficiente para espiar o corredor, a luz que vinha dele iluminou metade de seu rosto no quarto escuro. Viu Dylan e Sophia sussurrando um para o outro de forma romântica, ele com as mãos na cintura enquanto os braços dela estavam despreoc
No dia seguinte Nick estava cochilando sobre sua mesa no meio da aula de álgebra, sentada nas últimas filas de cadeiras, deixou que o professor falasse enquanto descansava os olhos de uma noite mal dormida. Era como se seu corpo clamasse por descanso depois de uma semana corrida e pesada com todos os sentimentos que ela precisou suportar e absorver. Reviveu a noite anterior no sonho, lembrando dos poucos minutos que teve se distraindo com Travis enquanto corriam ao redor do campo e pela primeira vez em uma semana se permitiu sentir livre e mesmo com a lembrança da morte de John ao seu lado, não deixou que a impedisse de sorrir.Em seu cochilo profundo, Nick não percebeu que a aula havia acabado e todos levantavam de suas cadeiras apressados para sair dali, estava quase sendo deixada para trás quando Travis a viu do corredor. Sorrindo, o garoto en
Sem pensar duas vezes e sem desviar o olhar, em um piscar de olhos Nick chutou a cadeira de madeira de um deles, forte o suficiente para quebrar uma das pernas fazendo-o cair no chão. Assustados com a rapidez que tudo aconteceu, os três homens se levantaram de seus lugares ao encarar Nick sem disfarçar a surpresa. Dois segundos foram o suficiente para perceberem que o amigo ainda estava no chão e tentando ajuda-lo a levantar receberam a rejeição dele que levantou com dificuldade se aproximando de Nick encarando-a como se pudesse matá-la com o olhar.– Ei! Briga no meu bar não. – o homem de avental gritou chamando atenção daquele frente a Nick que desviou o olhar da garota para a direção do balcão, ao contrário de Nick que se mantinha em alerta para movimentos surpresa.
Com os fones no ouvido, a música do Redbone tocava no volume máximo formando uma trilha sonora para uma Nick alerta de volta a missão que lhe foi designada. Se privou de assistir as aulas naquele dia para fugir de Travis, Dylan e principalmente Sophia, que apesar de bêbada, traiu sua confiança ao contar tudo o que aconteceu na noite passada. Se manteve do lado de fora dos prédios das aulas observando Travis de longe, o seguindo sempre a espreita para que ele não percebesse e não parecesse estranho para quem via de fora.Acompanhou o garoto em todas as aulas do dia, no almoço observando as janelas do refeitório assistindo Travis conversar e rir despreocupadamente com seus amigos uniformizados com a camisa informal do time da faculdade. Nick viu Sophia e as gêmeas andarem pelo campus de uniforme de líderes de
A pergunta de Travis fez Nick parar e raciocinar como agente, em sua cabeça a atitude de minutos atrás pareceram fúteis se comparando ao que ela deveria fazer e representar ali. Não poderia deixar que descobrissem seu trabalho e não poderia voltar para casa com uma missão fracassada por ter sido descoberta. Seu alvo estava ali, em sua frente, sério e a encarando com atenção aguardando uma resposta, Travis ficou em silêncio observando-a ter seu tempo para responder apesar de achar estranho o quanto ela demorava para isso.Nick conseguiu se acalmar olhando ao redor de forma despreocupada, quando voltou a olhar para Travis estava sorrindo.– Acabei de ter um déjà-vu, se estivéssemos em uma floresta eu diria que você está tentando re
O sol já estava subindo no céu quando Nick e Aidan se despediam na calçada do Campus frente ao Dormitório. O abraço apertado durou longos minutos sem que nenhum deles fizesse menção de se afastar, Nick por saudade de casa e Aidan com saudade de sua amiga. Os dois sorriram ao se afastarem próximos a uma despedida iminente.– Que pena que estou voltando sem nada. Ken vai me matar e matar você por isso. – Aidan disse fazendo Nick dar de ombros.– Pelo menos nos vimos. Manda um beijo pra Geórgia por mim?– Claro. Te vejo depois Morgenstern. – falou deslizando uma mão pelo rosto da garota que fechou os olhos por um momento ao sentir seu toque.
Último capítulo