Nick não conseguia abrir totalmente o olho esquerdo e sentia a pressão apenas em mexer a cabeça. Dor lhe alcançava de diferentes lugares de seu corpo que a deixava angustiada e nervosa por não conseguir amenizá-las. Viu com o único olho bom os dois homens mascarados limpando as mãos depois de mais uma sessão de tortura para tentarem tirar alguma informação dela. Bateram, chutaram, xingaram e tentaram, sem sucesso, aterrorizá-la psicologicamente ao ameaçar sequestrar Travis. Nick sabia que Geórgia faria o que seus olhos imploraram para o que ela fizesse naquela noite, sabia que a amiga entenderia e manteria Travis a salvo, e nada do que aqueles homens tentassem iria fazê-la pensar o contrário mesmo que fosse mais fácil dizer qualquer coisa para a libertarem, mesmo que fosse mais rápido acabar com
– Ele ficou com medo do que a gente pode saber sobre o Senador Barker? – Geórgia perguntou a Aidan observando a rua em sua frente.Os dois estavam parados na calçada frente ao beco onde tudo aconteceu. O sol já estava indo embora dando lugar para a noite fria de Hanôver e consequentemente para a má iluminação naquele lugar onde alguns postes de luz não ficavam por perto. Aidan estava observando o caminho até a porta dos fundos do Rock'n' Roll Café quando virou para sua amiga que não teve coragem de entrar.– Ele ficou com medo do que o Senador perguntaria sobre nossas informações. – respondeu ele voltando alguns passos quando notou uma grande lata de lixo amassada. – Quantas horas Troy disse que precisava para consegui
– Você consegue baixar o programa para o meu celular? – Ken perguntou ao técnico de informática que não tirava os olhos da tela do seu monitor. Ken estava fazendo o mesmo, observava o que parecia ser o mapa de Hanôver se movendo a medida em que o sinal do distintivo ficava mais forte.– Está saindo de Hanôver. – Geórgia disse nas costas de Ken. De repente toda a sala ficou em silêncio observando o mapa se mover até o outro lado do Rio Connecticut, um ponto vermelho surgiu no canto da tela que aumentou o suficiente para mostrar a imagem via satélite da garagem a poucos metros da casa principal e o terreno grande que parecia ser de uma fazenda em Norwic
Travis estava parado ao lado de sua família, sob um pequeno palco, na frente de inúmeros jornalistas que filmavam o discurso da vitória que seu pai dava frente ao púlpito marrom. Estavam todos no hall principal do Capitólio, em Washington, depois da apuração dos votos que eram contados durante todo o dia. O resultado foi quase unânime e saiu mais tarde do que Travis gostaria, deixando-o preso a capital por mais um dia. Seu plano principal era voar de Boston para Washington e voltar no mesmo dia para Hanôver e cobrar, mais uma vez, um posicionamento de Ken. Afinal, os homens que estavam com Nick queriam que seu pai renunciasse e mesmo quando não o fez, Travis tinha medo do que fariam com ela. E apesar de seu medo ser maior do que a esperança de tê-la de volta, Travis a
Nick não percebeu quando caiu no sono e sua última lembrança era a de ver Aidan saindo pela porta do quarto. Quando os abriu lentamente ainda sonolenta, encontrou Ken próximo a janela observando a cidade daquele lado. Com as mãos cruzadas atrás do corpo, a roupa social e os ombros retos, Nick soube que aquele que estava ali era o Diretor do FBI-YA, seu chefe e não alguém que poderia considerar um pai. O perfil de Ken, iluminado pela luz da lua estava sério, os lábios eram uma linha fina deixando claro que havia algo lhe preocupando. Como se percebesse os olhares da garota sob ele, Ken desviou o olhar da janela para a cama no quarto escuro, iluminado pela única janela sem cortinas que havia nele. Os dois firmaram seus olhares por um longo momento até Nick suspirar e com dificuldade sentar na cama.
– Eu não acredito que Travis se foi, ele não pode ser tão burro assim de deixar você. – Sophia disse colocando um braço em volta de Nick acompanhando a garota até a saída do aeroporto.– Quando ele me falou sobre se mudar, ele disse que deixou uma carta explicando tudo no lugar secreto de vocês. – Dylan disse, sem esconder a confusão pelas próprias palavras, como se estivesse apenas repetindo o que ouviu do amigo fazendo Nick parar para encará-lo.– Porque você só me diz isso agora? – ela perguntou irritada. Dylan deu de ombros, erguendo os braços em sinal de desculpas.– Achei que daria tempo você alcançar ele.
Era um dia quente em Washington quando todos ouviam o hino nacional ecoando dentro da pequena capela próximo ao Capitólio. Estavam em pé, enfileirados lado a lado, todos os agentes que conheciam John Patrick e o homenageavam pela última vez frente ao caixão fechado com a bandeira do país sobre ele. Uma foto ao lado mostrava o sorriso charmoso de John e o brilho nos olhos que tinha quando vestia seu uniforme. Nick conhecia aquele brilho e sabia que o tinha em seus olhos sempre que ia trabalhar e assim como ela, sabia que seu parceiro, amigo e companheiro amava o que fazia. Se deixou levar em memórias felizes lembrando de como John alegrava sua vida mesmo com todos os momentos conturbados que vez ou outra atingia o relacionamento dos dois. Suas missões eram bem sucedidas pois confiavam um no ou
sendo a primeira a quebrar o silêncio da sala. – Eu sei. – Ou pior, ter sido processada. – completou fazendo Nick lhe lançar um olhar de tédio. – Ainda bem que Ken gosta de você, se fosse outra pessoa com certeza estaria na rua agora. – É, eu não quero pensar nisso. – Nick falou levantando do sofá com o martini na mão caminhando de volta ao espelho. – Eu vou ser o que eles querem que eu seja, vou proteger o tal senador e quando acabar a missão vou pedir meu emprego de volta. – Você já leu a ficha dele? – Geórgia quis saber sentando reta no sofá visivelmente animada ao olhar a amiga. – Não, preciso me apresentar amanhã para conversar com ele pessoalmente. De acordo com Ken,
Nick não teve tempo de respirar e quando percebeu já estava embarcando de volta para Boston. A viagem a fez pensar sobre sua nova missão e em como deve realizá-la com louvor para ganhar pontos com Ken, o senador Barker e talvez, com o Procurador Geral ranzinza. Ela acreditava veemente que a ideia de servir como guarda-costas disfarçado de um universitário não deveria ser tão difícil e mesmo que soubesse da facilidade em como o garoto conseguia descobrir os antigos, Nick já conseguia imaginar missões importantes sendo oferecidas de bandeja para ela quando voltasse. Quando o avião pousou, dois carros esperavam a equipe que havia ficado para trás para o jantar oficial do FBI, Nick aproveitou para se despedir de seus amigos e chefe para iniciar sua missão, naquele momento em diante seria uma simples universitária com uma missão valiosa e secreta. Um a