capítulo 4
A Estrela do Amanhecer era uma joia de valor inestimável. Vender algo assim só seria possível em uma casa de leilões renomada.

Então... seria possível que Frederico a tivesse visto em um leilão?

Alva evitou responder diretamente. Em vez disso, perguntou com calma:

— Você foi a uma casa de leilões?

Frederico hesitou por um momento. Seu olhar desviou levemente antes de responder, com uma voz carregada de justificativas mal disfarçadas:

— Queria comprar algumas joias para você.

Para ela... ou para Ivana?

Ivana havia preparado uma grande surpresa para ele, fazia sentido que Frederico quisesse retribuir à altura.

Alva conteve suas emoções, mantendo a voz estável:

— Eu não vendi. Eu... doei.

Frederico suspirou, pegando gentilmente a mão dela.

— Alva, sei que você é generosa, mas, se quiser fazer doações, use qualquer outra coisa... menos essa joia. Esta não pode ser dada a ninguém.

Com essas palavras, ele tirou uma pequena caixa de veludo preto do bolso e a colocou diante dela.

Quando a abriu, lá estava a Estrela do Amanhecer, brilhando intensamente como sempre.

— Eu a comprei de volta. A Estrela do Amanhecer é o símbolo do meu amor por você. Nunca deve ser retirada.

Com um gesto delicado, Frederico colocou novamente a joia no pescoço de Alva.

Ela olhou para a peça reluzente que agora estava de volta ao seu lugar original e deixou escapar um sorriso amargo.

"Frederico, como você consegue atuar tão bem?

Acabou de sair correndo dos braços de outra mulher e agora fala palavras doces como se nada tivesse acontecido."

Mais tarde, quando Alva estava prestes a dormir, o celular de Frederico tocou de repente.

Ele rapidamente desligou a chamada e acariciou suas costas em um gesto tranquilizador.

Mas poucos segundos depois, o celular tocou novamente.

Isso se repetiu várias vezes até que Frederico, com uma expressão irritada e preocupado em não acordar Alva, foi forçado a atender a ligação.

A voz do outro lado da linha soou clara no silêncio do quarto:

— Frederico, vem sair com a gente! Estamos te esperando!

Sem pensar duas vezes, Frederico recusou:

— Estou colocando a Alva para dormir. Vou desligar.

— Ei, ei, não desliga! Para de ser um marido mandado! Faz séculos que você não sai para se divertir com a gente.

— É isso mesmo! Outros esquecem os amigos quando arrumam uma esposa, mas você... você praticamente abandonou todo mundo! Isso é golpe baixo.

A bagunça do outro lado da linha era evidente. Frederico suspirou e cobriu o celular:

— Chega, silêncio! Já falei, ninguém no mundo é mais importante que minha esposa. Eu vou ficar com ela.

Mesmo depois disso, seus amigos continuaram insistindo, trocando de pessoa na chamada para convencê-lo. Eles não desistiriam facilmente.

Nesse momento, a voz suave de Alva quebrou a tensão:

— Vá encontrá-los. Faz tempo que você não sai com seus amigos.

Frederico franziu o rosto, claramente relutante, mas Alva repetiu o pedido com mais firmeza. Finalmente, ele cedeu:

— Se você for comigo, eu vou. Caso contrário, não vou a lugar nenhum.

Imediatamente, do outro lado da linha, alguém exclamou:

— Alva, venha também! Vai ser divertido!

— Por favor, apareça! Sem você, Frederico não vai vir de jeito nenhum!

Depois de um momento de hesitação, Alva assentiu e eles saíram juntos.

Assim que a porta do camarote se abriu, a visão de seus amigos rodeados por mulheres fez as sobrancelhas de Frederico se unirem em um franzir severo. Sem hesitar, ele se virou para sair.

Seus amigos perceberam o erro imediatamente e apressaram-se a mandar embora todas as mulheres ao redor:

— Vão, fora! Agora!

Somente quando a sala estava completamente vazia, eles se aproximaram de Frederico, batendo amigavelmente em seu ombro:

— Frederico, você não mudou nada todos esses anos. Para você, só existe sua esposa. Nenhuma outra mulher consegue sequer se aproximar.

Frederico afastou o amigo com um olhar de desdém e até fingiu limpar uma poeira imaginária de sua camisa.

— Sou um homem casado. Tenho que dar segurança para a Alva. Você, solteiro, não entenderia isso.

O camarote explodiu em risos e olhares provocadores se voltaram para Alva.

Embora estivessem ali para uma reunião de amigos, desde o início os olhos de Frederico só se fixaram em Alva.

Alguém acendeu um cigarro, mas Frederico lançou um olhar ameaçador que fez o indivíduo apagar o cigarro imediatamente:

— A Alva não gosta de cheiro de fumaça.

Quando outro amigo propôs um brinde, ele balançou a cabeça sem cerimônia:

— A Alva não gosta de cheiro de álcool em mim.

Até quando começaram a cantar, Frederico franziu as sobrancelhas.

— Desliguem isso. A Alva prefere silêncio.

Ignorando completamente as tentativas de interação dos outros, ele pegou uma faca e começou a descascar frutas com habilidade impressionante. Logo, uma tigela de frutas perfeitamente cortadas foi colocada diante de Alva.

— Alva, coma um pouco.

Percebendo que o ar-condicionado estava muito forte e que ela usava um vestido fino, Frederico rapidamente tirou seu paletó e o colocou sobre seus ombros.

— Alva, está melhor agora? Ainda está com frio?

Os amigos ao redor soltaram exclamações e risadas provocadoras:

— Frederico, você realmente nasceu para ser um marido dedicado!
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