Uma foto de uma cama um pouco desarrumada apareceu diante dos olhos de Frederico.Ele quase explodiu de raiva, os olhos faiscando de fúria.— Então... era você! — rosnou, a voz fria e cortante, carregada de uma intensidade sufocante.Sem hesitar, digitou furiosamente:“Ivana, eu me lembro de ter te avisado: Alva não pode saber de nada entre nós!”A mensagem foi enviada. Do outro lado, Ivana leu, deu uma risadinha desdenhosa e, cheia de audácia, ligou para ele.— Alva, desde quando você aprendeu a imitar o tom de Frederico? Quase conseguiu! — provocou com uma ironia afiada.A voz dela ganhou um tom mais venenoso:— Se eu fosse você, já teria saído de cena e deixado o lugar de Sra. Castilho pra mim. Eu já estou esperando um filho dele... quem sabe logo ele me peça em casamento?Fez uma pausa dramática antes de continuar, ainda mais petulante:— No final, quem vai ser humilhada e expulsa sem nada será você. Melhor se adiantar e evitar esse sofrimento. Do contrário, não vai ganhar nada, s
O medo consumia Ivana.Se Frederico ama tanto Alva, o que ele vai fazer comigo quando descobrir tudo?Só de imaginar, seu corpo inteiro tremia.Desesperada, sua mente girava freneticamente, até encontrar a única saída possível para se salvar.Com mãos trêmulas, preparou o equipamento de transmissão ao vivo. Ajustou a maquiagem, trocou de roupa e criou uma imagem de fragilidade irresistível.Tudo pronto.Ligou a câmera.Lágrimas escorreram por seu rosto como se tivessem vida própria. Seus olhos brilhavam de uma dor meticulosamente ensaiada.— Amigos... eu... eu fui traída... — sua voz falhou, quebrada pelo suposto desespero.— Meu namorado... ele tem outra mulher... E agora... talvez ele me abandone... mesmo eu esperando um filho dele... — soluçou, como se o mundo estivesse desmoronando ao seu redor.— Ele me amava antes... por que está fazendo isso comigo agora? — murmurou, a voz repleta de mágoa fingida.Com cada palavra habilmente escolhida, Ivana se pintava como a vítima perfeita.D
— Cale a boca! — rosnou Frederico, seus olhos sombrios faiscando de desprezo. — Ivana, entenda de uma vez: você não passa de um passatempo descartável. Como ousa se comparar à Alva?— Um filho? — ele riu, cruelmente. — Se eu quiser, posso ter quantos filhos quiser.Então, voltou-se para seus seguranças.— Levem essa mulher para o hospital. Façam-na se livrar dessa criança!Ao ouvir isso, Ivana entrou em pânico absoluto.Com os olhos arregalados de medo, ela instintivamente abraçou o próprio ventre, como se pudesse proteger sua última esperança de sobrevivência e status.Ela não podia perder aquele bebê. Ele era sua única chance!Num ato desesperado, saiu correndo em direção à multidão, acreditando que eles ainda estariam ao seu lado. Eles prometeram protegê-la!Frederico ergueu a mão, ordenando que seus seguranças parassem.— Deixem-na correr... — disse com frieza, seus olhos frios acompanhando a figura em fuga como se já estivesse morta.Foi o fim.A verdade atingiu Ivana como um golp
Mas Frederico não estava disposto a dar essa chance a Ivana.Ele já havia cometido erros demais contra Alva.Se quisesse ter qualquer esperança de reconquistá-la, aquele bebê não poderia existir.Se a criança nascesse, ele e Alva nunca mais poderiam voltar a ser o que eram.Com a decisão tomada, Frederico ordenou friamente que seus seguranças arrastassem Ivana para o hospital.Ela lutou, gritou e se debateu inúmeras vezes, mas era impossível vencer a força dos homens que a seguravam.Logo, estava deitada na fria mesa de cirurgia, presa e impotente.O anestésico invadiu suas veias, e seu corpo lentamente cedeu à inconsciência. Suas pálpebras pesaram até se fecharem contra sua vontade.Quando acordou, tudo havia acabado.Seu ventre estava vazio.O bebê... se foi.A dor intensa no abdômen rasgava seu corpo e sua alma. Até mesmo respirar parecia uma tortura.O desespero tomou conta enquanto ela encarava o teto frio e sem vida.Ainda deitada na cama, sob vigilância constante dos seguranças,
— Frederico, pra quê tudo isso? Ivana já recebeu o que merecia. Você ama tanto assim a Alva?— Pois é! No seu lugar, qualquer mulher estaria aos seus pés. Pra que se importar com uma só?— Ela foi embora... deixa ela ir! Mostre que você não precisa dela pra ser feliz. Arrume outras, aproveite a vida!— Se quiser, até pode encontrar algumas parecidas com ela... ensine-as a agir como Alva, e pronto!Comentários frios e indiferentes se espalharam pela sala.Ao longo dos anos, eles testemunharam o amor profundo de Frederico por Alva e, no fundo, achavam aquilo uma perda de tempo.Enquanto estavam sempre cercados por mulheres, Frederico era o único diferente.Alva era assim tão especial?A simples dúvida já revelava um desejo oculto: eles também queriam algo assim.Quantas vezes não invejaram o que ele tinha?Frederico e Alva compartilhavam uma conexão genuína, algo que eles, presos à imagem de conquistadores, jamais experimentaram.Eles esqueceram como era se importar de verdade.Mulheres
Frederico ergueu os olhos lentamente.Por um instante, acreditou.Alva estava ali.Ela voltou.— Alva! Você voltou! Finalmente voltou! — sua voz tremeu. — Eu procurei você por tanto tempo... vasculhei todo o Imperialis e não te encontrei...Tomado pela ilusão, a abraçou com força.Lágrimas mornas caíram de seus olhos e molharam a roupa da garota, que começou a tremer de medo.Mas, no segundo seguinte, a realidade o atingiu.Algo estava errado.O cheiro... a textura... a presença...Não era ela.Com um olhar gélido e vazio, empurrou a garota brutalmente e a jogou sobre a mesa.Sua mão grande agarrou seu pescoço com uma força sufocante.Os olhos dela reviraram enquanto lutava para respirar.— Frederico! Pare! Você vai matá-la! — gritaram seus amigos, correndo para contê-lo.Foi preciso muita força para afastá-lo.Quando finalmente recuperou a consciência, largou a garota com desprezo, como se tocar nela fosse repugnante.Ele lançou um olhar frio e mortal para cada um dos presentes.Frede
Aquela papelada fria...A última lembrança que Alva deixara para Frederico era a separação oficial.A “presente final”, como se quisesse garantir que nada mais os ligaria.Ironicamente, foi naquela maldita certidão de divórcio que ele encontrou conforto.Um pedaço de papel...Era tudo o que restava dela.Ele mandou plastificar o documento, para que pudesse manuseá-lo repetidas vezes sem destruí-lo.Segurando-o com mãos trêmulas, sussurrou:— Alva... onde você está? Eu realmente sei que errei... Não espero seu perdão... só quero ver você mais uma vez...Seus olhos cansados estavam cheios de dor.— Alva... todos que te fizeram mal já pagaram caro... até eu... minha alma foi despedaçada... por favor, só me deixe ver você... só uma vez...Sua voz se quebrou.Ninguém sabia quanto tempo se passou até seu corpo finalmente sucumbir ao cansaço e desabar.Mesmo com todo o poder da família Castilho, lidar com as famílias daqueles antigos “amigos” não foi tão fácil quanto Frederico esperava.Com o
No começo, o público apenas zombava da busca de Frederico.Alguns, movidos pela cobiça, enviaram informações falsas, na esperança de enganar o sistema e ganhar a recompensa.Mas logo surgiram pistas genuínas.Quando os primeiros pagamentos foram confirmados, milhares de pessoas começaram a rastrear pistas, analisando cada canto do mundo onde Alva pudesse estar.Até Alva ficou sabendo.Mas não se sentiu tocada...... apenas irritada.Ter apagado sua identidade não foi o suficiente?Ela sabia que não era o tipo de mulher que voltava atrás.Jamais pensara em perdoá-lo.As mensagens de desculpas públicas de Frederico apenas a faziam rir com desprezo.Se ele sabia que errou... por que fingiu tanto tempo?Quantas vezes ela desejou que ele fosse honesto, que admitisse que não a amava mais e quisesse seguir seu próprio caminho?Eles poderiam ter se separado em paz.Mas ele escolheu trair, dividindo o corpo e o coração.Será que mentir era divertido para ele?Talvez... ela pudesse jogar também.