— Frederico, pra quê tudo isso? Ivana já recebeu o que merecia. Você ama tanto assim a Alva?— Pois é! No seu lugar, qualquer mulher estaria aos seus pés. Pra que se importar com uma só?— Ela foi embora... deixa ela ir! Mostre que você não precisa dela pra ser feliz. Arrume outras, aproveite a vida!— Se quiser, até pode encontrar algumas parecidas com ela... ensine-as a agir como Alva, e pronto!Comentários frios e indiferentes se espalharam pela sala.Ao longo dos anos, eles testemunharam o amor profundo de Frederico por Alva e, no fundo, achavam aquilo uma perda de tempo.Enquanto estavam sempre cercados por mulheres, Frederico era o único diferente.Alva era assim tão especial?A simples dúvida já revelava um desejo oculto: eles também queriam algo assim.Quantas vezes não invejaram o que ele tinha?Frederico e Alva compartilhavam uma conexão genuína, algo que eles, presos à imagem de conquistadores, jamais experimentaram.Eles esqueceram como era se importar de verdade.Mulheres
Frederico ergueu os olhos lentamente.Por um instante, acreditou.Alva estava ali.Ela voltou.— Alva! Você voltou! Finalmente voltou! — sua voz tremeu. — Eu procurei você por tanto tempo... vasculhei todo o Imperialis e não te encontrei...Tomado pela ilusão, a abraçou com força.Lágrimas mornas caíram de seus olhos e molharam a roupa da garota, que começou a tremer de medo.Mas, no segundo seguinte, a realidade o atingiu.Algo estava errado.O cheiro... a textura... a presença...Não era ela.Com um olhar gélido e vazio, empurrou a garota brutalmente e a jogou sobre a mesa.Sua mão grande agarrou seu pescoço com uma força sufocante.Os olhos dela reviraram enquanto lutava para respirar.— Frederico! Pare! Você vai matá-la! — gritaram seus amigos, correndo para contê-lo.Foi preciso muita força para afastá-lo.Quando finalmente recuperou a consciência, largou a garota com desprezo, como se tocar nela fosse repugnante.Ele lançou um olhar frio e mortal para cada um dos presentes.Frede
Aquela papelada fria...A última lembrança que Alva deixara para Frederico era a separação oficial.A “presente final”, como se quisesse garantir que nada mais os ligaria.Ironicamente, foi naquela maldita certidão de divórcio que ele encontrou conforto.Um pedaço de papel...Era tudo o que restava dela.Ele mandou plastificar o documento, para que pudesse manuseá-lo repetidas vezes sem destruí-lo.Segurando-o com mãos trêmulas, sussurrou:— Alva... onde você está? Eu realmente sei que errei... Não espero seu perdão... só quero ver você mais uma vez...Seus olhos cansados estavam cheios de dor.— Alva... todos que te fizeram mal já pagaram caro... até eu... minha alma foi despedaçada... por favor, só me deixe ver você... só uma vez...Sua voz se quebrou.Ninguém sabia quanto tempo se passou até seu corpo finalmente sucumbir ao cansaço e desabar.Mesmo com todo o poder da família Castilho, lidar com as famílias daqueles antigos “amigos” não foi tão fácil quanto Frederico esperava.Com o
No começo, o público apenas zombava da busca de Frederico.Alguns, movidos pela cobiça, enviaram informações falsas, na esperança de enganar o sistema e ganhar a recompensa.Mas logo surgiram pistas genuínas.Quando os primeiros pagamentos foram confirmados, milhares de pessoas começaram a rastrear pistas, analisando cada canto do mundo onde Alva pudesse estar.Até Alva ficou sabendo.Mas não se sentiu tocada...... apenas irritada.Ter apagado sua identidade não foi o suficiente?Ela sabia que não era o tipo de mulher que voltava atrás.Jamais pensara em perdoá-lo.As mensagens de desculpas públicas de Frederico apenas a faziam rir com desprezo.Se ele sabia que errou... por que fingiu tanto tempo?Quantas vezes ela desejou que ele fosse honesto, que admitisse que não a amava mais e quisesse seguir seu próprio caminho?Eles poderiam ter se separado em paz.Mas ele escolheu trair, dividindo o corpo e o coração.Será que mentir era divertido para ele?Talvez... ela pudesse jogar também.
Frederico estava cada vez mais nervoso, as palmas das mãos frias e úmidas de suor.Esperou por um longo tempo, mas ninguém abriu a porta.Com o coração acelerado e uma sensação crescente de pânico, ele tentou girar a maçaneta.Trancada.A porta estava firmemente trancada, impenetrável.Seu olhar vacilante recaiu sobre uma pequena lousa preta ao lado da entrada.“Hoje fechado.”Ele piscou algumas vezes, tentando processar aquelas palavras simples, mas devastadoras.Primeiro, pensou que Alva tivesse fechado a hospedagem para recebê-lo.Que ela estivesse esperando por ele.Que quisesse privacidade para se reencontrarem.Mas... não.Era uma rejeição clara.Uma despedida silenciosa.Frederico finalmente entendeu.Ela o enganou.Nunca pretendeu vê-lo.Tudo aquilo... foi só uma maneira cruel de dizer “não quero mais você.”O chão parecia se abrir sob seus pés.Com passos trôpegos, ele encarou a hospedagem fechada, imóvel e silenciosa.Como uma lembrança dolorosa de tudo que eles já tinham sid
O celular na cama não parava de vibrar.Mensagens após mensagens inundavam sua caixa de entrada.Eram fotos, localizações, relatos...Tudo vindo de desconhecidos em busca da recompensa.A confusão era imensa.Frederico não conseguia distinguir o real do falso.Mesmo com uma equipe dedicada para filtrar as informações, a enxurrada de pistas era esmagadora.Ele se arrependeu de ter iniciado essa busca pública.Mas... o que mais poderia fazer?Sem a ajuda dos internautas ou alguma pista deixada por Alva, ele não tinha chance alguma de encontrá-la.Perdido em desespero, Frederico desabou na cama, exausto e desiludido.Então, uma nova notificação apareceu.Uma sequência de fotos enviadas por sua equipe.— Sr. Castilho, recebemos um possível avistamento de Alva... — a mensagem dizia.“Ela foi vista em frente a uma igreja na cidade de Belli, país A. Já enviamos pessoas para investigar. Recomendamos que o senhor vá o mais rápido possível.”A esperança reacendeu.Por mais remota que fosse a pos
Frederico se culpava profundamente.Se pudesse voltar no tempo, teria feito tudo diferente.Mas a vida não permite recomeços.Ele estava preso à sua realidade.De pé em uma rua desconhecida, sentia-se perdido, como uma criança desamparada.Deveria continuar procurando?Com certeza.Mas... por onde começar?Com uma esperança desesperada, ele mostrou a foto de Alva para o atendente do hotel:— Olá, esta mulher é minha esposa. Tivemos uma briga e acabamos nos separando. Por favor, poderia me passar o contato dela? Estou tentando encontrá-la.O funcionário hesitou por um momento, mas quando Frederico colocou uma quantia generosa de dinheiro sobre o balcão, seu semblante mudou rapidamente.Com um sorriso ganancioso, entregou o número de Alva.Frederico discou imediatamente...Mas ninguém atendeu.— Ela deve estar no avião... — murmurou para si mesmo, tentando se consolar.Determinando-se a corrigir seus erros, Frederico publicou uma carta de desculpas pública na internet.Frase por frase, d
Após um momento de silêncio, Frederico finalmente falou, com a voz trêmula e cheia de culpa:— Foi tudo culpa minha... Eu fui horrível. Eu não deveria ter te traído.— Eu já mandei Ivana embora e fiz ela tirar a criança... por favor, me perdoa! Eu faço qualquer coisa... só não me deixa!Ele implorava desesperadamente, a voz embargada pela angústia.Mas Alva permaneceu calma.Então, ela sorriu suavemente e disse:— Está bem. Eu te perdoo.Suas palavras foram tão inesperadas que Frederico mal conseguia respirar.— Sério...?Ele mal teve tempo de processar o que ela disse antes de perguntar novamente, tomado pela esperança.Alva soltou uma risada fria.— Não era isso que você queria ouvir?— Eu não guardo rancor. Eu te perdoo por tudo.— Está satisfeito agora? Se estiver, então é o fim.Um simples “eu te perdoo”...Quantas vezes ele quisesse ouvir, ela poderia repetir.Mas voltar ao passado...?Isso jamais aconteceria.Espelhos quebrados não voltam a ser como antes.Mesmo colados, as rach