A Estrela do Amanhecer era uma joia de valor inestimável. Vender algo assim só seria possível em uma casa de leilões renomada.Então... seria possível que Frederico a tivesse visto em um leilão?Alva evitou responder diretamente. Em vez disso, perguntou com calma:— Você foi a uma casa de leilões?Frederico hesitou por um momento. Seu olhar desviou levemente antes de responder, com uma voz carregada de justificativas mal disfarçadas:— Queria comprar algumas joias para você.Para ela... ou para Ivana?Ivana havia preparado uma grande surpresa para ele, fazia sentido que Frederico quisesse retribuir à altura.Alva conteve suas emoções, mantendo a voz estável:— Eu não vendi. Eu... doei.Frederico suspirou, pegando gentilmente a mão dela.— Alva, sei que você é generosa, mas, se quiser fazer doações, use qualquer outra coisa... menos essa joia. Esta não pode ser dada a ninguém.Com essas palavras, ele tirou uma pequena caixa de veludo preto do bolso e a colocou diante dela.Quando a abri
Alva permaneceu em silêncio o tempo todo. Após alguns minutos, sua paciência se esgotou.— Está tarde. Eu vou embora.Frederico levantou-se imediatamente para acompanhá-la, mas foi rapidamente impedido pelos amigos:— A Alva precisa descansar, mas nós não nos encontramos há tanto tempo! Você não pode sair agora!— Deixe ela ir dormir. Fique aqui com a gente.Alva soltou suavemente a mão que ele segurava e falou com calma:— O motorista me levará para casa. Fique com seus amigos.Antes que ele pudesse reagir, ela já estava se afastando, caminhando rapidamente para evitar qualquer tentativa de impedi-la.Pouco depois de o carro começar a se mover, Alva sentiu algo estranho no bolso de seu casaco. Ao verificar, encontrou um celular que não era o seu — o celular de Frederico.Com as sobrancelhas franzidas, pediu ao motorista para retornar ao bar.Assim que chegaram, ela viu Ivana descendo de um táxi. A jovem conferia repetidamente a maquiagem no espelho do celular enquanto caminhava distra
Ao chegar em casa, Alva foi tomada por uma febre alta que não cedia.Frederico, ainda embriagado, entrou na casa e encontrou-a inconsciente, com o rosto corado de febre. O pânico tomou conta dele imediatamente.Sem hesitar, ele a pegou nos braços e a levou às pressas para o hospital.Quando Alva finalmente recobrou a consciência, suas pálpebras pesadas se abriram com esforço.Ao vê-la acordar, a enfermeira que trocava o soro exclamou, radiante:— Sra. Castilho, graças a Deus! A senhora finalmente acordou! O Sr. Castilho estava desesperado, ficou ao seu lado o tempo todo até poucos minutos atrás, quando precisou atender uma ligação urgente. Quer que eu o chame? Ele vai ficar tão feliz em saber que você acordou.Com a voz rouca e fraca, Alva balançou a cabeça:— Não precisa.A enfermeira respeitou sua decisão, trocou os medicamentos e saiu do quarto em silêncio, deixando Alva sozinha no enorme e silencioso quarto de hospital.O silêncio era tão absoluto que ela conseguia ouvir a voz de
— Nada. — Alva respondeu, com os olhos vermelhos fixos na janela.No instante seguinte, o céu se iluminou com uma explosão de fogos de artifício, enfeitando a noite com cores deslumbrantes.Alva lembrou-se imediatamente das palavras de Ivana mais cedo: “Frederico vai soltar fogos por toda a cidade esta noite.”Ao vê-la hipnotizada pelos fogos, Frederico a abraçou com ternura, seus olhos brilhando de afeto:— Gosta disso? Eu posso preparar uma exibição de fogos só para você, ainda mais grandiosa. Que tal?Ele apertou Alva gentilmente em seus braços, tentando agradá-la com sua voz suave.Alva esboçou um sorriso melancólico, seus olhos cheios de tristeza e lágrimas contidas:— Frederico, eu não gosto de coisas que já foram usadas.Seja fogos de artifício... ou pessoas.Embora suas palavras parecessem se referir aos fogos, Frederico sentiu uma pontada de ansiedade inexplicável. Seu coração acelerou.Depois de um instante de silêncio tenso, ele a abraçou com mais força:— Vou preparar algo
Primeiro dia: Quando Ivana enviou uma foto de Frederico descascando camarões para ela, Alva preparou uma fogueira e queimou todas as fotos deles juntos.Segundo dia: Quando Ivana enviou uma imagem de Frederico beijando-a sob uma árvore de plátano, Alva contratou trabalhadores para derrubar todas as cerejeiras que ele plantou no jardim dos fundos.Terceiro dia: Quando Ivana mandou uma coleção de declarações de amor que Frederico fizera para ela durante uma transmissão ao vivo, Alva pegou todas as cartas de amor que ele havia escrito para ela ao longo dos anos.As cartas estavam amareladas pelo tempo, mas a caligrafia ainda era nítida e clara.Ela passou os dedos pelas palavras, sentindo um último toque de nostalgia... antes de jogar cada uma delas na trituradora sem hesitação....Manhã da PartidaAo amanhecer, Alva abriu lentamente os olhos e viu Frederico parado ao lado da cama, segurando seu celular. Seu olhar era profundo e carregado de questionamento.— Alva, seu celular recebeu u
Alva segurava sua identidade temporária e se dirigia ao aeroporto.Quando o avião decolou, tudo ficou para trás.Ao aterrissar no país F, ela assumiu uma nova identidade como proprietária de uma charmosa pousada à beira-mar.Enquanto isso, em Cidade Imperialis, Frederico estava à beira da loucura.Algumas horas antes…Depois de deixar Ivana em casa, ela ainda se agarrava a ele, relutante em deixá-lo partir:— Frederico, você já está aqui... por que não sobe comigo? — murmurou ela, traçando círculos sugestivos na palma de sua mão.Frederico hesitou. Uma inquietação estranha o dominava.— Hoje não. Volte para casa. Eu preciso ir para a Alva.Ele afastou a mão de Ivana, lembrando-se da promessa que havia feito a Alva.Já fazia tempo que não passava bons momentos com ela. Do contrário, sabia que ela ficaria magoada.Pensar nisso trouxe um sorriso genuíno a seus lábios.Mas Ivana não desistiu. Abraçou sua cintura com determinação:— Frederico, você não quer me ver usando aquela lingerie? Ag
— Vocês sabem para onde Alva foi? Quando ela saiu? — Frederico lambeu os lábios secos, sua voz rouca e vacilante.Os empregados trocaram olhares nervosos antes de responderem:— A senhora saiu logo de manhã, levando uma mala... Não sabemos mais nada.Sair? Para onde ela poderia ter ido?A mente de Frederico ficou em branco. Por mais que tentasse, não conseguia imaginar um destino possível.Os pais dela... Eles já tinham suas próprias famílias há muito tempo. Alva jamais os procuraria.Ele só podia colocar suas esperanças nos amigos dela.Pegando o celular às pressas, começou a discar números conhecidos:— Alô? Aqui é o Frederico. Alva está com você?— O quê? Do que você está falando? Por que Alva estaria aqui?Esse tipo de conversa se repetiu incontáveis vezes.Nem mesmo seus próprios amigos tinham qualquer pista.A cada ligação infrutífera, uma nova onda de desespero o invadia.Aquela dor crua e implacável...Era como voltar ao passado, a um tempo antes de Alva entrar em sua vida. Só
Talvez Alva já soubesse de sua traição há muito tempo.Essa ideia atingiu Frederico como uma lâmina fria.Ele acreditava que tinha sido cuidadoso, que conseguia equilibrar sua vida com Alva e suas escapadas com Ivana.Pensava que sua discrição era infalível, que Ivana não passava de um passatempo que jamais seria descoberto.Mas, de alguma forma... ela sabia.Desde quando?A dor de imaginar Alva descobrindo seus segredos o atravessou como uma lança.Como ela pôde ser tão decidida? Como ela pôde simplesmente assinar o divórcio e desaparecer de sua vida?Seus olhos ardiam, sua visão se embaçou com lágrimas.De repente, as palavras de Alva durante o pedido de casamento ecoaram como um aviso tardio:— Eu prometo ser a Sra. Castilho e me esforçar ao máximo, mas nunca aceitarei mentiras. Se você me enganar, desaparecerei para sempre do seu mundo.Na época, Frederico riu, confiante de que jamais faria algo que pudesse magoá-la.Ele se orgulhava de seu amor por ela. Queria tanto entregar seu c