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Obsession
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Por: R. Maria
Prólogo, por Alex Heights.

São pouco mais de sete da manhã quando entro na minha sala e coloco meu blazer sob a cadeira, me sentando nela logo em seguida. A dor de cabeça que sinto me incomoda bastante. Cogitei ficar em casa, dormir até tarde e descansar da noite passada, a qual fiquei até tarde da noite estudando um caso, mas o trabalho precisa de mim. Então, mesmo com a dor e cansaço, estou aqui, pronto para mais um dia. 

Abro a gaveta da mesa e vasculho ali em busca de algum remédio. Encontro um comprimido, que engulo mesmo sem água. 

Massageio minhas têmporas e me preparo para mais um longo dia de trabalho. Hoje a delegacia está movimentada, policiais andam agitados para lá e para cá, o que é estranho para a pacata cidade de Healdsburg. 

Nunca há muito trabalho aqui. Sempre são queixas de furtos e invasões. Há também queixas de pessoas desaparecidas, que não aconteciam com tanta frequência, mas aumentaram nos últimos dias. 

Gosto de trabalhar aqui, das manhãs calmas e dos poucos crimes que acontecem na cidade, sinais de um trabalho bem feito pela equipe. 

Quando cursei direito, me preparando para atuar como detetive, sonhava em trabalhar em uma cidade grande, resolver crimes e casos, em um lugar agitado. Mas agora, trabalhando aqui e tendo uma vida tranquila, é muito melhor do que qualquer agitação. Minha rotina, baseada em trabalho e sono é ótima para mim. 

Ligo meu computador e pego alguns papéis que estavam em cima da minha mesa, nem percebendo quando Jared — legista da Healdsburg P.D. e meu melhor amigo — entra na minha sala, com uma pasta em mãos. 

— Heights, temos um caso novo. — me entrega os arquivos, sentando na cadeira à minha frente. 

— Bom dia para você também, Jared. 

— Bom dia, Alex. Sua cara não está nada boa, dormiu pouco? — assinto. 

— Me dediquei aos casos das garotas desaparecidas. — suspiro. — Me fale mais sobre o caso. 

— Os corpos de três garotas já foram encontradas na floresta. 

— Três? Por que só agora fui comunicado? — questiono, mal humorado. 

A dor de cabeça costuma me deixar assim. 

— Foram encontrados pela manhã, os três. Foram bem escondidos na floresta. Uma semana de diferença entre cada um. 

— Quem os encontrou? — questiono. 

— Algumas pessoas que faziam trilha pela região.

Passo os olhos pelos papéis e vejo as fotos. Todas parecem seguir um padrão: loiras, olhos claros, magras e com cabelos longos. Até que, ao olhar bem, reconheço alguns rostos. 

As três estão entre as quatro garotas desaparecidas. Estava investigando e estudando seus casos ontem. 

Clarice Evans, Lisa George e Blair Stevens. 

— Essas garotas estavam desaparecidas. — constato. — As famílias foram comunicadas? 

— Sim. Inclusive já fizeram o reconhecimento dos corpos. 

— Temos que começar as buscas e os interrogatórios. Câmeras de seguranças estão sendo analisadas? — assente. 

— A faculdade, onde Clarice e Blair foram vistas por último, já cedeu as imagens. A loja, onde Lisa foi vista por último, ainda não cedeu. 

— Merda. — bufo, irritado. — Irei dar um jeito nisso. 

— Parece que devemos ficar de olho nas loiras da cidade. — comenta. 

— Seja lá quem for, já sabemos qual seu padrão. — suspiro. — Já foi feita a autópsia dos corpos? 

— Todas elas foram esquartejadas e apresentavam sinais de luta corporal. — explica, mostrando os detalhes nas fotos. — Haviam hematomas nos braços, pernas, pescoço e seios. Haviam sinais de violência sexual em todas elas... — suspira. — Porém, não acaba aí. Olhe essas fotos. — pega a pasta da minha mão e tira três fotos dela, uma de cada corpo e coloca sob minha mesa. 

Olho para os corpos, procurando por algum detalhe. Até que o vejo. Um nome, gravado nos braços de cada uma das jovens. 

— Valentina Hale. — pronuncio, em voz alta. 

— Exatamente. Fizemos uma pesquisa sobre essa garota. — entrega mais uma pasta. — Tem as mesmas características físicas das outras garotas. Órfã, mora sozinha desde que se mudou do orfanato onde foi criada, em Detroit. 24 anos, assim como as vítimas encontradas. 

— Ela já foi intimada para depor? — nega. — Os policiais já foram até a casa dela? 

— Ainda não. — reviro os olhos. 

— Precisamos coletar o DNA dela para os exames, verificar seu álibi... — me corta. 

— Alex, você acha que ela seria burra o suficiente para se entregar assim? — ri, sarcástico. — Escrever o próprio nome nos corpos? 

— Ainda não temos pistas. Não posso tê-la como inocente apenas por isso, Jared. Ela pode ser culpada, não é um nome, que aliás, é dela, que irá inocentá-la. — dou de ombros. 

— Certo. Irei providenciar tudo. — fecha as pastas, as colocando sob minha mesa. — Mesmo assim, não creio que seja ela. 

— Se não for, iremos descobrir. — dou de ombros, me erguendo e vestindo o blazer outra vez. 

— Então, teremos de protegê-la. Ela corre perigo. 

— Isso se não for ela própria. — dou de ombros e o vejo revirar os olhos. 

— Quem quer que seja, tem como objetivo chegar até ela. 

— Eu sei. — pego os papéis, sob seu olhar confuso. 

— Para onde você vai, Alex? — questiona, ao me ver sair. 

— Irei até Valentina Hale. 

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