Termino de colocar algumas roupas na mala, fechando em seguida, enquanto Julie arruma a outra mala, colocando meus produtos pessoais nela.
— Isso tudo é uma loucura. — fala, enquanto arruma minha nécessaire. — Como será que vai ser na casa dele?
— Sinceramente? Não faço ideia. — sento-me na cama e pego o celular, vendo que ainda são 19:20, Alex falou que passaria aqui às 20:00. — Ele é tão confuso, as vezes é simpático, outras vezes é arrogante, parece não me suportar. Sinto que nossa convivência não será muito boa.
— Tina, vai ver ele apenas está confuso com tudo isso, afinal é uma desconhecida que irá morar com ele. — dá de ombros. — Da mesma forma que você não o conhece, ele também não sabe nada sobre você além do que deve ter nos relatórios. É uma experiência nova para ambos, tenha paciência.
— Você tem razão.
— Sempre tenho. — acerto um travesseiro nela. — Agressiva. — resmunga.
— Estou tão nervosa. — deito na cama e e
Estico meu corpo sob os lençóis macios da cama, abrindo meus olhos lentamente e me acostumando com a claridade que entrava pelas portas da varanda. Sento na cama e pego meu celular na mesinha de cabeceira, vendo que eram 07:00 da manhã.Com tudo que estava acontecendo, meu chefe decidiu em consenso com os investigadores que o melhor para mim naquele momento era trabalhar em casa, ou melhor, na casa do Alex. Ou seja, meu trabalho passou a ser complemente de casa, para minha segurança.Em outros dias, acharia isso ótimo. Afinal, quem não gostaria de trabalhar na sua própria casa, cumprindo seus horários? Mas nesse momento, moro em outra casa, com alguém totalmente desconhecido. Sinto-me desconfortável, como um peixe fora d'água.Não consegui dormir pela noite, me senti desconfortável. Não pela cama, ou pelos lençóis. Tudo está perfeito. O problema é que sinto falta da minha casa. Gostaria de que tudo isso fosse resolvido o mais rápido possível, para
Nesses últimos dias, que foram um caos, me senti mais cansado e irritado do que o normal. Afoguei-me no trabalho, em busca de alguma pista, por mínima que fosse, que nos leve ao assassino das garotas.Infelizmente, não encontramos nada. Nenhuma pista, rastro ou até mesmo um pequeno fio de cabelo. Absolutamente nada. É como se, mesmo com todo empenho, estivéssemos no mesmo lugar. Nada aparece, nada se resolve.Como suspeitos, dois nomes foram apontados. Pessoas óbvias, geralmente culpados em casos como esse. O primeiro nome é de Josh Bloom. Namorado de Valentina, na época da faculdade. Pelo que li, nos relatórios feitos pela nossa equipe, o término não foi tão bem aceito por ele. Após uma traição, por parte dele, o relacionamento chegou ao seu fim, mas Josh nunca conformou-se. Tentou, por várias vezes, reatar o namoro, apesar dos protestos d
Envergonhada. Surpresa. Assustada.Essas palavras podem definir como estou nesse momento. Alex, parado atrás de nós, espera uma resposta minha. Me encara com um semblante sério, enquanto sinto-me envergonhada por ser vista falando dele. Minhas bochechas estão vermelhas, tenho certeza, e desejo sumir.— Eu... — não consigo responder. Nenhuma frase é formada em meus pensamentos. Minha voz falha e eu me sinto envergonhada por ele escutar isso.Eu deveria pedir desculpas?— Estou meio ocupada. — diz Margot, saindo de mansinho. Lanço para ela um olhar suplicante, pedindo para que fique. — Vou deixá-los conversar. — sai em direção à cozinha.— Então, Valentina. — chama minha atenção, após a saída da governanta. — Você não respondeu minha pergunta. É assim que você me vê? — repete.Respiro fundo, tentando me acalmar, para conseguir responder. Ele ergue uma sobrancelha, esperando por uma resposta.— Bom, sim
— Ok, me fala mais sobre você. — peço, enquanto pego mais uma batatinha.— O que você quer saber, Valentina? — pega a cerveja, dando um gole e se acomodando melhor no assento, olhando para mim.— Idade?— 28.— Família?— Tenho apenas uma irmã, 3 anos mais nova que eu, ela é médica voluntária no Congo. Meus pais moram em San Francisco, se mudaram quando minha irmã entrou na faculdade.— Você sempre gostou de morar aqui?— Pra ser sincero, sim. — dá de ombros. — Fiz faculdade em Nova York e morei lá por uns meses após a conclusão, mas acabei voltando.— Nunca quis trabalhar lá?— Era meu sonho. — suspira. — Mas tive uma oportunidade de trabalho em Healdsburg, me adaptei ao lugar e hoje me sinto feliz aqui. É calmo, tranquilo e tenho a Margot comigo.— Alex?— Oi.— Quem era a garota do porta retrato? — pergunto, apreensiva. Quando questionei Margot, pela tarde
A volta para casa, ao contrário da ida para a lanchonete, foi em um silêncio absoluto. Enquanto Valentina observava pela janela, perdida em pensamentos, eu tentava me concentrar na estrada. Tentando, durante todo tempo, não pensar em quem nos seguiu. Não pensar em como estive perto do assassino, mas ele escapou.Eu me sinto como um inútil. Ele foi mais ágil, fugiu dali rapidamente. E voltamos ao início, sem pistas ou algo que nos leve ao culpado.Ao estacionar, Valentina desce do carro e me dá boa noite, antes de entrar em casa. Ela parece cada dia mais afetada por todo esse caos que está ao seu redor, cada dia mais quieta. E para ser sincero, entendo seu lado.Além de saber que há uma pessoa atrás dela, soube que algumas pessoas na cidade estão mandando mensagens para ela, como se fosse a culpada por tais atrocidades, após uma postagem em um blog local. Ela está sofrendo com tudo isso e as pessoas ainda a culpam, como se fosse ela a pessoa por tr
Desperto pouco depois das sete da manhã, sentindo o corpo peludo de Hades enroscado em mim. Sento na cama e coloco o gatinho ao meu lado, que logo volta a dormir. Pego meu celular e pela barra de notificações, leio a mensagem de Julie, dizendo que mais tarde virá me ver.Após Alex perceber que estávamos sendo seguidos, voltamos para a casa dele no mesmo instante, ele ficou calado durante todo o percurso e quando chegou foi direto ao escritório, onde passou a noite. Não consegui dormir muito bem noite passada — o que vem acontecendo com frequência nas últimas noites —, agora sinto-me cansada e com uma forte dor na cabeça.Ultimamente, tudo me preocupa. O caso, que parece estar pouco longe de ser solucionado. As ameaças, vindas de pessoas daqui, que me culpam pelas mortes das três garotas. A incerteza, em relação à minha segurança. Sei que estou aqui, bem mais segura do que antes, mas ontem me deixou assustada. Fomos seguidos, o que significa que o assassino es
Os lábios macios de Alex encontram os meus, em um beijo macio, calmo e ao mesmo tempo, mostrando o desejo que ambos sentimos. Delicadamente, morde meus lábios e sorri, afastando-se de mim poucos centímetros, apenas para me observar. Aproveito para fazer o mesmo, guardando em minha memória cada detalhe seu.Os lábios avermelhados, as íris esverdeadas, com as pupilas dilatadas. O rosto em um leve tom avermelhado, sua mandíbula marcada pela barba por fazer. Os fios negros bagunçados, algumas mechas caindo pela sua testa.Com cuidado, faz com que me deite. Fica por cima de mim, fazendo uma leve carícia no meu rosto. Esse Alex ainda é novo para mim, nunca o vi assim. Em um misto de fúria, preocupação e no fundo, desejo.— Isso não é um erro? — questiono, insegura.— Por quê?— Você é um detetive, responsável pelo meu caso. — dou de ombros. — Não há algo que impeça nosso contato... — aponto para nós, abraçados. — Hm?
Sentindo o corpo de Alex remexer-se na cama e em seguida afastar-se do meu, saindo da cama, com movimentos cuidadosos para não acordar-me, desperto. Seus esforços foram em vão, pois meu sono é leve.— Alex? — chamo, com minha voz arrastada pelo sono. — Oi. — senta-se na cama novamente e leva a mão ao meu cabelo, acariciando levemente. — Não quis te acordar, loira.— Que horas são? — observa seu celular.— Três da manhã.— Para onde você vai?— Para meu quarto. — diz, desviando o olhar do meu.— Fica aqui. — peço.— Não posso.— Pode sim. — suspiro. — Tem algo a ver com a ligação de mais cedo, não é?— Sim.— O que aconteceu?— Está um pouco tarde, melhor você dormir. — acaricia meu rosto. — Pela manhã conversamos.— Me diz, por favor. — me observa por alguns instantes, antes de falar.— Valentina, durma. — neg