Deixando para trás uma Ember furiosa e irritada, vou para meu quarto. Ao entrar, me deito na cama, ao lado de Hades, que toma banho, tranquilo. As vezes eu queria ter sua vida, tranquila, sem preocupações ou problemas. Estou exausta, cansada, preocupada com meu melhor amigo e de certa forma, com medo. Aidan não é o assassino, então quer dizer que o real culpado está em algum lugar da cidade, em liberdade.
E como se não bastasse, mais um problema em minha vida. A namorada de Alex e seu ciúmes doentio, suas ameaças para mim. Não sou uma pessoa estressada, não gosto de brigas, mas essa mulher consegue tirar minha paciência por completo. Com suas ameaças, seus chiliques, seu ar de superioridade. E isso para mim, aturar seus ataques de ciúmes, é demais. Não me controlei e bom, não me arrependo.
Não posso mentir, não vou negar. O que disse, em relação à Alex, realmente me machucou. Por mais que eu soubesse que éramos nada mais que um simples caso
Avery Thompson Stirling.Ember Payton.São literalmente a mesma mulher.Estou surpresa, confusa e animada com essas descobertas. São pouco mais de nove da noite, passei o dia inteiro trancada na biblioteca, deixando meu lado stalker agir. Por horas, pesquisei tudo. Sobre Ember, sobre Avery.Descobri bastante.Ember Payton Thomas, uma jovem mulher de dezenove anos, foi dada como morta em um acidente, em vinte e um de maio, no ano de dois mil e onze, oito anos atrás. Nenhuma das pessoas que estavam naquele veículo — três garotas, incluindo Ember, e um garoto — conseguiu escapar com vida.Então, Ember está viva. Porém, de acordo com as testemunhas e vídeos de câmeras de segurança — de acordo com o que os jornais da época apontam —, haviam quatro pessoas no carro. E os quatro corpos foram encontrados, incluindo o de Ember. Então se ela está viva, como seu corpo foi encontrado? Simples, uma morte forjada. Alguém cons
Quando Ember se foi, apesar do nosso término e das constantes discussões entre nós, eu a amava. E por esse amor, por consideração à tudo que vivemos, fazia tudo por ela. Se me pedisse algo, ou precisasse de mim, eu estaria lá, para ajudá-la. Pois no fundo, sentia que era um dever. Que eu deveria ajudá-la. Eu carregava a culpa, pelo nosso término conturbado, pelo bebê, por a bagunça que sua vida se tornou após tudo isso. E quando o acidente aconteceu, alguns anos atrás, senti-me culpado. Pois eu acreditava que, caso fosse buscá-la, ela estaria viva. E carreguei essa culpa, chorei e sofri pela sua morte.Quando voltou, e disse para mim tudo que aconteceu em seus anos afastada, senti que deveria fazer algo por ela. Ember ficou anos sem memória, sem a oportunidade de viver uma vida comum. E para mim, mais uma vez, era minha culpa. E por essa razão, aceitei voltar com Ember.
Ao acordar, já pela manhã, sorrio, ao ver Alex ao meu lado, com um de seus braços em torno da minha cintura. Em um sono tranquilo, calmo. Seus fios escuros estão bagunçados, seus lábios rosados estão entreabertos, seu corpo nu é uma bela visão.Lembro-me da noite passada. Posso afirmar, com toda certeza, que foi incrível. Nossa conexão, nossa química, é simplesmente perfeita. Nossos sentimentos, recíprocos. Em momento algum, poderia imaginar que meus sentimentos por ele são recíprocos. Porém são, ele mesmo admitiu. E me sinto tão animada, tão feliz. Aos poucos, finalmente, estamos nos entendendo.Eu poderia me sentir culpada por Alex ainda estar com Ember, mas por incrível que pareça, não me sinto. O que ela fez, forjar sua morte e retornar como se ainda o amasse, foi bem pior, e duvido muito que ela sinta-se culpada.E ver Alex tão tranquilo, tão bem, me faz pensar que talvez, ao ver os papéis, provas de que Ember não está f
São pouco mais de sete da manhã quando entro na minha sala e coloco meu blazer sob a cadeira, me sentando nela logo em seguida. A dor de cabeça que sinto me incomoda bastante. Cogitei ficar em casa, dormir até tarde e descansar da noite passada, a qual fiquei até tarde da noite estudando um caso, mas o trabalho precisa de mim. Então, mesmo com a dor e cansaço, estou aqui, pronto para mais um dia.Abro a gaveta da mesa e vasculho ali em busca de algum remédio. Encontro um comprimido, que engulo mesmo sem água.Massageio minhas têmporas e me preparo para mais um longo dia de trabalho. Hoje a delegacia está movimentada, policiais andam agitados para lá e para cá, o que é estranho para a pacata cidade de Healdsburg.Nunca há muito trabalho aqui. Sempre são queixas de furtos e invasões. Há também queixas de pessoas desaparecidas, que não aconteciam com tanta frequência, mas aumentaram nos últimos dias.Gosto de trabalhar aqui, das manhãs ca
Estico meu corpo nos lençóis macios da minha cama, sentindo a preguiça me dominar. Abro os olhos e pego meu celular, vendo que são pouco mais de 07:00. Hoje eu não teria que ir trabalhar, o que me dava algumas boas horas de sono a mais e um dia para descansar, mas mesmo assim, acordei cedo, para deixar parte do meu trabalho de amanhã adiantado.Há pouco mais de um ano trabalho em uma editora na cidade, revisando as obras. Sempre fui apaixonada por livros, desde pequena. Quando a vaga apareceu, fiquei muito feliz. Trabalho em uma área que gosto e recebo bem por isso, além de poder trabalhar de casa na maioria das vezes.Com cuidado, tiro Hades de cima de mim, saindo da cama. O gatinho acorda, mas logo dorme outra vez, enroscado nos meus lençóis. O adotei à poucos meses atrás, quando apareceu na casa da minha melhor amiga, machucado e com fome. Devido à sua alergia a pêlos, fiquei encarregada de cuidar do pequeno bichinho de pelos escuros.Sigo para
— Sim. Algum problema? — questiono, confusa, os dois policiais que estão parados na minha porta.Um é o completo oposto do outro. Não apenas na aparência física, mas na personalidade. Digo isso pois enquanto o loiro de olhos esverdeados me cumprimenta, simpático, o moreno apenas me observa com uma feição de tédio.— Sou Jared Packard, legista da polícia local. — estende a mão para mim, retribuo seu cumprimento.— Olá. — dou-lhe um sorriso.— Esse é o detetive Alex Heights. — ele apenas acena para mim com a cabeça.— Olá. — ele sequer responde. — Em que posso ajudá-los?— Nós viemos até aqui pois precisamos conversar com a Senhorita, tem um minuto? — assinto.— Claro. Entrem, por favor. — Abro espaço e ambos passam pela porta, sentando no sofá da minha sala. Me sento na poltrona em frente para eles e cruzo as mãos, nervosa.— Certo. Senhorita Hale, recentemente estamos investigando u
— Então, senhorita Hale — a loira, que aparenta ter uns 30 anos, se aproxima de mim sob a mesa e pergunta. —, você não tem nenhuma suspeita de alguém que possa estar cometendo esses crimes? — estende novamente aquelas fotos para mim sob a mesa e eu nego.Estamos na sala de interrogatório, que não tem nada além de uma mesa no centro e duas cadeiras, iluminadas por uma luz meio fraca que pende do teto. As paredes são de um cinza escuro e próximo a porta há uma enorme janela de vidro, que apesar de não enxergar por ela, sei que o Detetive Heights está lá naquela salinha, monitorando cada respiração minha.Quando cheguei a delegacia, logo pela manhã? fui recepcionada pelo detetive Alex, que me guiou até aqui, dirigindo a palavra à mim apenas para que eu fosse até a sala de interrogatório. Não fui apresentada à policial que está a minha frente, e ela parece não se interessar por isso, tudo que ela quer é me forçar a falar algo que não sei.Não sei porq
Termino de colocar algumas roupas na mala, fechando em seguida, enquanto Julie arruma a outra mala, colocando meus produtos pessoais nela.— Isso tudo é uma loucura. — fala, enquanto arruma minha nécessaire. — Como será que vai ser na casa dele?— Sinceramente? Não faço ideia. — sento-me na cama e pego o celular, vendo que ainda são 19:20, Alex falou que passaria aqui às 20:00. — Ele é tão confuso, as vezes é simpático, outras vezes é arrogante, parece não me suportar. Sinto que nossa convivência não será muito boa.— Tina, vai ver ele apenas está confuso com tudo isso, afinal é uma desconhecida que irá morar com ele. — dá de ombros. — Da mesma forma que você não o conhece, ele também não sabe nada sobre você além do que deve ter nos relatórios. É uma experiência nova para ambos, tenha paciência.— Você tem razão.— Sempre tenho. — acerto um travesseiro nela. — Agressiva. — resmunga.— Estou tão nervosa. — deito na cama e e