42 - Anjo

  Quatro dias após a morte de meu pai, retornei a São Paulo com Alexandre, porém não fui para o meu apartamento, ou melhor, fui, mas apenas para pegar mais roupas para passar a semana com meu namorado. Alexandre não permitiu que eu ficasse longe dele, e ainda que eu argumentasse que logo retornaria ao trabalho e que ele próprio também estaria trabalhando, ele insistiu para que eu ficasse em sua casa. Concordei, e desse modo passei os dias em Moema.

  Eu gostava de lá, do bairro, da casa, de ver Alexandre chegar do escritório e vir ao meu encontro sorrindo, do modo carinhoso e protetor com o qual ele falava comigo... e eram nesses momentos que mais uma faceta da sua personalidade se revelava. Alexandre era amigo, era fiel a seus afetos. Era o tipo de pessoa que deixaria de comer para alimentar quem estivesse com fome, passaria frio para dar o casaco a quem estivesse tremendo ao seu lado.  Ele n&atild

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