Carol permaneceu na minha casa, contudo não falamos mais sobre os exames médicos, afinal não queria preocupá-la, porém, de madrugada, acordei sobressaltado, olhei de lado e vi Carol dormindo. Então me levantei com cuidado para não a acordar e fui para a sala. Fiquei sentado no sofá, no escuro, tentando assimilar os fatos. Estava tão perdido com tudo que não sabia o que fazer. Pensei mais uma vez na possibilidade de um dos exames de Carol dar positivo. O que nós faríamos se isso acontecesse? Buscar os tratamentos adequados seria o bastante para propiciar a Carol uma vida com qualidade? Ela se sentiria minimamente bem mesmo que o tratamento desse resultado? E como ficaria o estado emocional dela? Ela se sentiria estigmatizada se tivesse sido contaminada por um vírus letal como o HIV?
Lembrei do amigo que tive na faculdade, que se contaminou por fazer sexo sem proteção
Apesar das poucas horas de sono, levantei-me cedo, pois tinha uma reunião agendada no grupo Bastos. Fiz de tudo para convencer Carol a me acompanhar porque não queria deixá-la sozinha, afinal ainda não tinha contratado um guarda-costas e além do mais Carol estava visivelmente triste. No entanto ela se recusou a ir comigo e jurou que ficaria bem. Cheguei ao ponto de dizer que remarcaria a reunião, mas ao me ouvir Carol protestou e quase brigou comigo. - Alexandre, já disse que você pode ir. Eu vou ficar bem, além do mais a dona Isolda está aqui e é muito simpática, portanto se me sentir triste posso conversar com ela, tenho certeza que conseguirei me distrair com o bate papo descontraído da sua empregada. Soltei um suspiro antes de dizer: - Ok, eu vou, mas quero que prometa que vai telefonar se acontecer qualquer coisa, por mais banal que seja, se ficar
Não contei a Carol sobre a traição do meu pai por um único motivo, não queria aborrecê-la ainda mais, afinal quando voltei para casa na quarta à noite Carol estava triste, mesmo que me dissesse o contrário eu via nos seus olhos sua angústia pelo que tinha vivido e pelo que ainda poderia passar caso um dos exames médicos desse positivo, por isso omiti o fato e me limitei a inventar uma forte dor de cabeça para justificar minha ausência na missa do meu pai. Carol não me condenou por isso, apenas permaneceu comigo e sua presença me ajudou um pouco a amenizar a decepção que eu sentia. De qualquer modo a vida tinha que seguir em frente, por isso na manhã de quinta-feira fui até meu escritório para ver como estavam as coisas. Mais uma vez Carol não quis me acompanhar e me pediu para levá-la até seu apartamento porque queria c
Depois de quase uma hora eu consegui deixar meu escritório, porém não permaneci lá para trabalhar, simplesmente não tinha cabeça para isso, só fiquei na minha sala tentando assimilar a situação, afinal ainda era difícil acreditar em tudo. De qualquer modo, as coisas eram reais e eu precisava enfrentá-las, por mais doloroso que fosse era necessário ser forte, até porque tinha que cuidar de Carol, protegê-la contra qualquer situação ou pessoa e apoia-la quando fosse pegar os resultados dos exames. Então deixei meu escritório e segui para o Brooklin e ao encontrar Carol me senti ainda pior, porque ela estava visivelmente triste e eu tinha absoluta certeza que havia chorado. Os motivos só podiam ser o stress vivido e a angústia pelos exames, contudo eu não consegui dizer nada, a única coisa que fiz foi abraçá
Só consegui contato com o detetive quase oito da noite, estava aflito e por causa disso reclamei. - Caramba seu Rodolfo, já liguei várias vezes para o senhor! Por que não respondeu as minhas chamadas? - Meu celular não estava funcionando, desculpe, no entanto eu ia ligar para você de qualquer maneira porque tenho uma notícia que pode tranquilizá-lo. - O que é? - Eu localizei o suposto sequestrador. - Mesmo?! E onde ele está? - No cemitério. - Como? - O homem morreu, pelo menos um sujeito chamado Clorisvaldo Silva foi morto pela polícia no sábado de manhã após assaltar um posto de combustíveis em Jundiaí. Eu investiguei a ficha do cara e pelo histórico de bandidagem é provável que seja o homem que sequestrou sua namorada, de qualq
Abri os olhos ainda com sono, por isso me virei de lado para dormir mais um pouco, contudo ao ver a cama vazia despertei e chamei por Carol. - Amor? Sentei-me na cama e olhei em direção ao banheiro, no entanto não vi Carol. Procurei pelo celular e ao ver as horas me indaguei se minha namorada tinha levantado tão cedo, afinal não eram nem oito da manhã. De qualquer maneira decidi levantar também e procura-la. Fui até a cozinha chamando por Carol, mas não obtive resposta. - Onde ela está? Novamente me questionei, mas ao ouvir o barulho da porta da sala fui até lá. - Carol, onde... - Bom dia seu Alexandre, levantou cedo, heim? - Ah... bom dia dona Isolda, achei que fosse a Carol, ela está lá fora? - Não, pelo menos não está no jardi
Senti os últimos raios de sol aquecerem minha pele, enquanto a brisa do mar brincava com meus cabelos. De pé em frente ao oceano, olhei para a imensidão de azul que se estendia pelo horizonte e, mais uma vez agradeci aos céus por tudo o que tinha acontecido de bom, até que senti as mãos de Alexandre envolveram minha cintura, e ele encostar seu queixo no meu ombro. - Gostou de ter vindo pra cá? - Se gostei? Eu amei! Sempre adorei praia e meu sonho é um dia poder morar numa cidade do litoral, mas isso só quando não precisar mais trabalhar. - Então apenas por causa dos seus empregos você não realiza esse sonho? Porque se for por isso, é fácil resolver, basta montarmos uma clínica pra você aqui no Guarujá, e depois nos mudamos pra cá definitivamente. Que tal? Alexandre beijou meu rosto provocando
Prometi a mim mesma que eu não gastaria mais um centavo pelo resto da tarde, afinal eu já tinha extrapolado os limites do cartão de crédito e mesmo que o dinheiro de plástico pertencesse ao meu lindo e rico namorado, eu sabia que não era correto gastar tanto com artigos supérfluos, contudo, ao passar em frente a mais uma loja de roupas e ver um lindo vestido de algodão na vitrine, não resisti, entrei no estabelecimento para ver de perto a peça. - É lindo, não é? E fica divino no corpo, devia experimentar. Uma simpática vendedora me aconselhou quando percebeu meu interesse na roupa, contudo tentei ser responsável e respondi. - Eu já gastei muito hoje, na verdade extrapolei, e o pior é que nem foi usando o meu cartão de crédito e sim o do meu namorado, por isso é melhor me controlar. - Ah, ma
Querido ou querida leitora, é importante prestar alguns esclarecimentos sobre a história que acabou de ler. O primeiro refere-se ao fato de não ser uma obra inédita. Na verdade, a história de Carol e Alexandre já foi contada e publicada em dois outros livros, ambos com edições físicas, no entanto com títulos diferentes. Meu primeiro livro se chamava Amor de Cordel e narrava a trama de O ÊXTASE DE UMA PAIXÃO sob o ponto de vista apenas de Carol, ele foi lançado em 2016 e na internet há diversas resenhas sobre ele. É importante relatar também que a história contada em Amor de Cordel tinha pontos bastante diferentes da primeira parte desse e-book, pois no livro físico não há descrições explícitas dos momentos a dois como há na versão digi