POV: Kael
Aquela pequena e frágil humana diante de mim se dizia a joia de Octavius. Não consegui conter a risada ao ouvir tamanho absurdo, a surpreendendo. Segurei seu pulso fino, a puxando para mim. Seu suspiro de surpresa fez meu lobo rosnar em meu peito. Desde que a vi naquela m*****a gaiola, exposta sobre a mesa como uma decoração macabra, me senti estranhamente atraído por ela. O mesmo aconteceu quando entrei naquele cofre. O lugar estava impregnado com seu cheiro e me vi focado apenas nela e mais nada.
Aproximei seu pulso do meu rosto, inalando seu cheiro. Sua pele aqueceu sob meus dedos, pude sentir sua pulsação subindo conforme arrastava meus lábios até a parte interna de seu cotovelo. Seu corpo tremeu em resposta ao meu toque, fazendo com que meu lobo desejasse por mais. Precisei me afastar para me conter, afinal eu não sabia quem era aquela mulher e nem o real motivo dela estar naquela gaiola.
― Você faz ideia do que acabou de falar, mulher? ― Disse sussurrando, meu rosto mais próximo do dela. O rosto de feições delicadas ficou vermelho e ela baixou sua cabeça. ― Faz alguma ideia de que joia eu estava falando? ― Ela acenou com a cabeça de forma tímida e rápida.
― Sim senhor. ― a forma como ela me chamou de senhor me irritou mais do que eu esperava. Muitos humanos me chamavam assim, afinal eu não era qualquer um, mas ouvir aquela mulher dizê-lo pareceu simplesmente errado aos meus ouvidos.
― Venha, vamos conversar em outro lugar. ― A puxei pelo pulso até o quarto em que a havia deixado na noite anterior. Assim que entramos, eu a soltei e fui me sentar no grande sofá diante da cama. ― Agora, fale o que sabe sobre essa joia, pequena.
A mulher se remexia nervosa, suas mãos diante do corpo se esfregando de maneira frenética enquanto ela mantinha sua cabeça baixa. Notei que ela não estava usando o adorno de renda da noite anterior, mas um tecido estranho sobre seus olhos, o que aguçou a minha curiosidade. Olhei ao redor e encontrei no chão a delicada renda preta, possivelmente caiu enquanto ela dormia. Enquanto eu me movia, pude notar o cheiro do medo vindo daquela pequena mulher, cada movimento que eu fazia parecia deixá-la em alerta, como se ela estivesse se preparando para algo. Aquilo me irritou muito.
― Pare de reagir assim a cada m*****a respiração que eu dou. Não vou fazer nada com você. ― Disse tentando manter meu tom de voz o mais neutro possível. A mulher apenas acenou concordando, mas ainda parecia nervosa.
Comecei a questionar os gostos bizarros de Octavius por manter uma mulher tão jovem presa em uma gaiola, dentro de um cofre. Assim que ela pareceu se acalmar, estendi minha mão e toquei de maneira sutil em seu braço, sentindo a suavidade de sua pele quente e macia. Surpresa, a mulher deu um suspiro, o que me agradou bastante. Arrastei meus dedos até seus delicados ombros, onde a alça fina da camisola de seda se apoiava. Um pequeno movimento e aquele tecido estaria no chão, mas continuei subindo. Sua pele se arrepiou e seus lábios rosados entreabriram com um suspiro.
Pouco a pouco, o cheiro do medo foi dando lugar ao desejo. Os longos e volumosos cabelos brancos, que caiam sobre seu ombro esquerdo, brilhavam como a própria lua cheia, atraindo minha atenção. Entrelacei meus dedos neles, puxando uma mecha e a levando até meus lábios. Algo estava errado, o cheiro daquela mulher estava me deixando louco, meu lobo a ponto de dominar minha mente e tomá-la para si.
― Meu senhor. ― Ela voltou a falar. Sua voz baixa, quase um sussurro, estava tomada de luxúria. De repente, me vi interessado naquela pequena criatura diante dos meus olhos. Ergui minhas mãos para desatar a venda que cobria seus olhos, mas a mulher ficou em alerta máximo e correu para longe, se encolhendo em um canto da sala.
Sua súbita mudança de atitude me surpreendeu e irritou. Eu não acreditava que ela fosse cega, até porque, durante aquela festa na casa de Octavius, ela me olhou diretamente.
― Por que usa essa venda? ― Seu pequeno corpo ficou tenso e começou a tremer. Sua reação me irritou. ― Já falei que não vou te machucar, apenas fiz uma pergunta.
― Meus olhos são amaldiçoados, meu senhor. ― Suspirei e voltei a sentar no sofá.
― Venha aqui. ― Ordenei. A mulher se virou, lágrimas já faziam seu caminho pelo seu rosto.
― Meu senhor, eu imploro…
― Mandei vir aqui. ― Ela se levantou trêmula. Segurou seus cabelos com força sobre o ombro, como se eles produzissem em escudo onde ela poderia se esconder. Ela caminhou até que sua perna esbarrou na minha, então deu um passo para trás assustada. ― Vire-se. ― Hesitante e trêmula, a mulher ficou de costas para mim. Pude ver então que seu corpo, mesmo que magro, ainda mantinha belas e sedutoras curvas.
Me levantei, colando meu peito nas suas costas. A mulher se assustou e estava pronta para se afastar quando segurei seus ombros e a mantive no lugar. Minhas mãos desceram por seus braços, espalhando arrepios pela pele clara e então voltaram a subir. Seu pescoço exposto era um convite tentador de mais para deixar passar. Me inclinei e arrastei a ponta da língua por sua pele, saboreando cada centímetro. Quando soltei sua venda, a mulher voltou a ficar tensa, porém, imediatamente cobri seus olhos com a fina renda preta.
Assim que amarrei o frágil tecido, levei minha mão até seu queixo e a fiz erguer seu rosto na minha direção. Seus olhos estavam fechados, os lábios entreabertos respirando com sofreguidão. Envolvi sua cintura com o outro braço e ela soltou um gritinho de surpresa que me fez rosnar de desejo.
― Abra seus olhos. ― Ordenei e ela pareceu ponderar por um momento, então os abriu. Assim que seus olhos encontraram os meus, algo explodiu dentro de mim. Inclinei meu rosto para mais perto e tomei seus lábios, sugando e mordendo, sentindo meu peito ser preenchido com algo completamente louco e incontrolável.
Aquela mulher em meus braços não era uma humana normal, eu podia sentir em cada fibra do meu ser que precisava tomá-la para mim a qualquer custo.
POV: Linnea o Toque suave dos lábios do homem me pegaram de surpresa, mas não achei desagradável nem nada. Na verdade, senti meu corpo ficando mais aquecido conforme ele me apertava em seus braços, minhas costas estavam parcialmente coladas ao seu peito e me sentia tão pequena. A mão que segurava meu queixo deslizou até o meu pescoço, tocando uma das cicatrizes que eu carregava há muito tempo. Tive medo que ele me achasse repugnante, com meu corpo repleto de marcas horríveis e tentei me afasta r, mas meu salvador manteve seu aperto firme sobre meu corpo. Sua língua então invadiu minha boca, explorando e trazendo sensações ainda mais estranhas. Minhas pernas tremeram e vacilaram, me fazendo perder o equilíbrio e quase cair. O homem me amparou, passando a língua por seus lábios e sorrindo de forma predadora. Então a porta se abriu. Um homem alto com cabelos castanhos e olhos verdes que me analisaram cuidadosamente. Eu conhecia aquele olhar, meu corpo tremeu de forma involuntária e me
POV: Linnea Ouvir aquele nome me fez sentir ainda mais estranha. Segurei o rosto do homem entre minhas mãos, tentando gravar suas feições o melhor que eu conseguia ver através daquela renda escura. Usei meus dedos para percorrer seus queixo e maxilar, subindo pelas maçãs de seu rosto sentindo a barba que crescia em sua pele. Toquei seus olhos suavemente, então as sobrancelhas e o nariz. Suas feições eram simplesmente perfeitas, um rosto com características muito marcantes. Me sentindo um pouco atrevida, movi minhas mãos trêmulas até seus cabelos e arrastei minhas mãos por eles. Kael fechou seus olhos, me dando mais confiança para continuar a explorar. ― Obrigada, senhor Kael. ― Seus olhos se abriram lentamente. Havia um brilho estranho no fundo de seu olhar. Com uma risada estranha, Kael se levantou, me deixando no chão e foi até a porta com as mãos em seus bolsos. Ele se virou e olhou para mim, para todo o meu corpo e então seu olhar se fixou no meu rosto. ― Não se iluda, pequen
POV: Linnea Estava assustada, havia muitas pessoas estranhas dentro daquele lugar escuro. O ambiente estava tomado por uma densa fumaça e uma música estranha tocava alto. A mulher me puxou e senti algumas mãos me tocarem, porém era impossível identificar qualquer coisa naquele lugar. Entramos em um quarto, onde três homens de terno estavam sentados em poltronas muito elegantes. Dei alguns passos para trás, apenas para ser empurrada novamente para frente. ― Vamos começar com os lances. ― As palavras da mulher me deixaram em completo choque. Me arrastei até ela, abraçando suas pernas com as mãos trêmulas. Meu coração estava acelerado enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto. ― Eu te imploro, não me venda! Serei útil para você, aprendo rápido. Prometo não dar trabalho e nem ser um gasto, mas não me venda. Eu te imploro! ― A mulher me deu mais um forte tapa, então me chutou na barriga com força. ― Cale a boca, so de estar respirando aqui já está me dando gastos. Pague sua dívida se
POV: KaelComo uma mulher poderia mexer tanto com a mente de um homem daquela maneira. Ainda podia sentir seu sabor doce na ponta da minha língua, seu cheiro dominava minha mente ao ponto de sentir dores de cabeça. Meu lobo rugia em meu peito, desejando buscá-la daquele maldito lugar. Tentei contê-lo, afinal eu não tinha qualquer obrigação com aquela fêmea. Já tinha problemas demais tendo que lidar com traidores da minha alcateia e a mineradora que herdei do meu pai, não poderia assumir uma guerra contra um humano por causa de uma mulher qualquer. Quanto mais nos afastamos da área vermelha, mais me sentia agitado e desconfortável. Não a larguei naquele lugar a troco de nada, eu sabia exatamente o que seria feito dela ali e eu queria aquilo. Desejava quebrar a imagem em minha mente da mulher doce e inocente que beijei no meu quarto, queria destruir por completo a imagem pura e o brilho suave que vi através daquela maldita venda. Prometi a ela que não a devolveria ao bastardo do Octavi
POV: Linnea O carro se movia para longe daquele estranho bairro. As luzes e sirenes de ambulâncias passavam por nós a toda velocidade. Me abaixei, cobrindo meus ouvidos e puxando meus joelhos para o peito. Ao meu lado, Kael deu uma leve risada enquanto afrouxava sua gravata e começava a tirar suas roupas. Meu coração acelerou e virei meu rosto novamente pela janela. Não conseguia compreender como aquele homem conseguia fazer aquele tipo de coisa de forma tão natural. Abracei meu corpo e senti uma forte dor na minha barriga. Imediatamente fui puxada e me vi sentada sobre as pernas de Kael. ― Espera! ― Gritei me debatendo e tentando voltar para o banco, mas o homem me segurou pelos pulsos, erguendo minhas mãos e minha camisa. ― O que está fazendo? ― Tentando deixar você parada para ver onde está ferida. Agora, fique quieta antes que eu te jogue deitada nesse banco. ― Imediatamente parei de me mexer. Os longos dedos de Kael percorreram minha barriga, a palma de sua mão tocou a later
POV: Linnea A leve pressão dos dedos de Kael em meu pescoço, me puxando para mais perto, enquanto sua outra mão apertava meu joelho. Cada vez que ele me tocava eu podia sentir algo me puxar. Estendi minhas mãos, subindo por seu peito largo, mas quando a mão de Kael saiu do meu pescoço e foi até a parte de trás da venda, por instinto, eu o empurrei cobrindo meus olhos. ― Não há mais ninguém aqui, não precisa ficar com isso. ― O tom autoritário na voz de Kael mostrava sua insatisfação. ― Sinto muito, mas não posso. ― Kael se afastou, cruzando seus braços fortes sobre o peito e me observando com atenção. ― Por que? ― Kael estava ficando mais irritado e eu não sabia o motivo. Não queria mentir para ele, mas ainda não confiava completamente em suas ações. Assim como Kael me resgatou daquele cofre sem fazer ideia de quem eu era, ele também me abandonou naquele lugar horrível, onde eu seria vendida novamente. Como eu poderia confiar em alguém que me confundia tanto com suas ações? Eu p
POV: Kael Eu precisava me afastar ou perderia completamente a razão. Aquela mulher estava me provocando, mexendo com minha mente de uma forma muito estranha. Meu lobo rasgava meu peito, o desejo nos consumindo ao ponto que minha mente poderia se perder por completo. Fui para o meu quarto, que ficava bem ao lado, notando de imediato que aquela foi a pior ideia que eu já tive na minha vida. Eu ainda conseguia sentir seu cheiro, podia ouvir a água do chuveiro caindo e imaginar seu lindo corpo coberto de sabão e seus longos cabelos colando em cada curva. Rosnei, atirando o objeto mais próximo da minha mão e fui para o meu próprio banheiro tentar me acalmar. A água fria batia na minha cabeça enquanto apoiava minhas mãos na parede. Minha respiração estava ficando cada vez mais pesada, meu coração acelerado enquanto minha mente continuava a vagar para fantasias quentes com a mulher do quarto ao lado. Arrastei minha mão pela parede e toquei meu membro duro, minha mão se fechando com firme
POV: KaelNão consegui me conter e ri alto de sua declaração. Aquela pequena humana se dizia a joia mais poderosa do mundo, lapidada do coração do próprio deus da criação. A maldita joia que foi a causa da ruína do meu povo, a única coisa na porcaria do mundo que poderia resolver todos os meus problemas. Quando me acalmei e a olhei, ela estava tensa. Tremendo como o pobre cervo que era. Estendi minha mão, a convidando para se aproximar. Seu delicado rosto corou e com passos vacilantes sobre a grama molhada, Linnea chegou mais perto, tocando seus finos dedos nos meus.Me contive para não puxá-la para o meu colo, apenas a ajudei a se sentar diante de mim. Linnea estava nervosa, o medo dominava seu cheiro, enquanto suas mãos apertavam o tecido da camisola, seus dentes prendiam o lábio inferior. Rosnei irritado que ela pudesse se ferir, estendi minha mão e toquei seu queixo. Um doce suspiro escapou de seus lábios, seu rosto corado enquanto ela se inclinava sobre minha mão, buscando por aq