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Capítulo 5: Abra seus olhos

POV: Kael

Aquela pequena e frágil humana diante de mim se dizia a joia de Octavius. Não consegui conter a risada ao ouvir tamanho absurdo, a surpreendendo. Segurei seu pulso fino, a puxando para mim. Seu suspiro de surpresa fez meu lobo rosnar em meu peito. Desde que a vi naquela m*****a gaiola, exposta sobre a mesa como uma decoração macabra, me senti estranhamente atraído por ela. O mesmo aconteceu quando entrei naquele cofre. O lugar estava impregnado com seu cheiro e me vi focado apenas nela e mais nada.

Aproximei seu pulso do meu rosto, inalando seu cheiro. Sua pele aqueceu sob meus dedos, pude sentir sua pulsação subindo conforme arrastava meus lábios até a parte interna de seu cotovelo. Seu corpo tremeu em resposta ao meu toque, fazendo com que meu lobo desejasse por mais. Precisei me afastar para me conter, afinal eu não sabia quem era aquela mulher e nem o real motivo dela estar naquela gaiola.

― Você faz ideia do que acabou de falar, mulher? ― Disse sussurrando, meu rosto mais próximo do dela. O rosto de feições delicadas ficou vermelho e ela baixou sua cabeça. ― Faz alguma ideia de que joia eu estava falando? ― Ela acenou com a cabeça de forma tímida e rápida.

― Sim senhor. ― a forma como ela me chamou de senhor me irritou mais do que eu esperava. Muitos humanos me chamavam assim, afinal eu não era qualquer um, mas ouvir aquela mulher dizê-lo pareceu simplesmente errado aos meus ouvidos.

― Venha, vamos conversar em outro lugar. ― A puxei pelo pulso até o quarto em que a havia deixado na noite anterior. Assim que entramos, eu a soltei e fui me sentar no grande sofá diante da cama.  ― Agora, fale o que sabe sobre essa joia, pequena.

A mulher se remexia nervosa, suas mãos diante do corpo se esfregando de maneira frenética enquanto ela mantinha sua cabeça baixa. Notei que ela não estava usando o adorno de renda da noite anterior, mas um tecido estranho sobre seus olhos, o que aguçou a minha curiosidade. Olhei ao redor e encontrei no chão a delicada renda preta, possivelmente caiu enquanto ela dormia. Enquanto eu me movia, pude notar o cheiro do medo vindo daquela pequena mulher, cada movimento que eu fazia parecia deixá-la em alerta, como se ela estivesse se preparando para algo. Aquilo me irritou muito.

― Pare de reagir assim a cada m*****a respiração que eu dou. Não vou fazer nada com você. ― Disse tentando manter meu tom de voz o mais neutro possível. A mulher apenas acenou concordando, mas ainda parecia nervosa.

Comecei a questionar os gostos bizarros de Octavius por manter uma mulher tão jovem presa em uma gaiola, dentro de um cofre. Assim que ela pareceu se acalmar, estendi minha mão e toquei de maneira sutil em seu braço, sentindo a suavidade de sua pele quente e macia. Surpresa, a mulher deu um suspiro, o que me agradou bastante. Arrastei meus dedos até seus delicados ombros, onde a alça fina da camisola de seda se apoiava. Um pequeno movimento e aquele tecido estaria no chão, mas continuei subindo. Sua pele se arrepiou e seus lábios rosados entreabriram com um suspiro.

Pouco a pouco, o cheiro do medo foi dando lugar ao desejo. Os longos e volumosos cabelos brancos, que caiam sobre seu ombro esquerdo, brilhavam como a própria lua cheia, atraindo minha atenção. Entrelacei meus dedos neles, puxando uma mecha e a levando até meus lábios. Algo estava errado, o cheiro daquela mulher estava me deixando louco, meu lobo a ponto de dominar minha mente e tomá-la para si.

― Meu senhor. ― Ela voltou a falar. Sua voz baixa, quase um sussurro, estava tomada de luxúria. De repente, me vi interessado naquela pequena criatura diante dos meus olhos. Ergui minhas mãos para desatar a venda que cobria seus olhos, mas a mulher ficou em alerta máximo e correu para longe, se encolhendo em um canto da sala.

Sua súbita mudança de atitude me surpreendeu e irritou. Eu não acreditava que ela fosse cega, até porque, durante aquela festa na casa de Octavius, ela me olhou diretamente.

― Por que usa essa venda? ― Seu pequeno corpo ficou tenso e começou a tremer. Sua reação me irritou. ― Já falei que não vou te machucar, apenas fiz uma pergunta.

― Meus olhos são amaldiçoados, meu senhor. ― Suspirei e voltei a sentar no sofá.

― Venha aqui. ― Ordenei. A mulher se virou, lágrimas já faziam seu caminho pelo seu rosto.

― Meu senhor, eu imploro…

― Mandei vir aqui. ― Ela se levantou trêmula. Segurou seus cabelos com força sobre o ombro, como se eles produzissem em escudo onde ela poderia se esconder. Ela caminhou até que sua perna esbarrou na minha, então deu um passo para trás assustada. ― Vire-se. ― Hesitante e trêmula, a mulher ficou de costas para mim. Pude ver então que seu corpo, mesmo que magro, ainda mantinha belas e sedutoras curvas.

Me levantei, colando meu peito nas suas costas. A mulher se assustou e estava pronta para se afastar quando segurei seus ombros e a mantive no lugar. Minhas mãos desceram por seus braços, espalhando arrepios pela pele clara e então voltaram a subir. Seu pescoço exposto era um convite tentador de mais para deixar passar. Me inclinei e arrastei a ponta da língua por sua pele, saboreando cada centímetro. Quando soltei sua venda, a mulher voltou a ficar tensa, porém, imediatamente cobri seus olhos com a fina renda preta.

Assim que amarrei o frágil tecido, levei minha mão até seu queixo e a fiz erguer seu rosto na minha direção. Seus olhos estavam fechados, os lábios entreabertos respirando com sofreguidão. Envolvi sua cintura com o outro braço e ela soltou um gritinho de surpresa que me fez rosnar de desejo.

― Abra seus olhos. ― Ordenei e ela pareceu ponderar por um momento, então os abriu. Assim que seus olhos encontraram os meus, algo explodiu dentro de mim. Inclinei meu rosto para mais perto e tomei seus lábios, sugando e mordendo, sentindo meu peito ser preenchido com algo completamente louco e incontrolável.

Aquela mulher em meus braços não era uma humana normal, eu podia sentir em cada fibra do meu ser que precisava tomá-la para mim a qualquer custo.

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