POV: Linnea Ouvir aquele nome me fez sentir ainda mais estranha. Segurei o rosto do homem entre minhas mãos, tentando gravar suas feições o melhor que eu conseguia ver através daquela renda escura. Usei meus dedos para percorrer seus queixo e maxilar, subindo pelas maçãs de seu rosto sentindo a barba que crescia em sua pele. Toquei seus olhos suavemente, então as sobrancelhas e o nariz. Suas feições eram simplesmente perfeitas, um rosto com características muito marcantes. Me sentindo um pouco atrevida, movi minhas mãos trêmulas até seus cabelos e arrastei minhas mãos por eles. Kael fechou seus olhos, me dando mais confiança para continuar a explorar. ― Obrigada, senhor Kael. ― Seus olhos se abriram lentamente. Havia um brilho estranho no fundo de seu olhar. Com uma risada estranha, Kael se levantou, me deixando no chão e foi até a porta com as mãos em seus bolsos. Ele se virou e olhou para mim, para todo o meu corpo e então seu olhar se fixou no meu rosto. ― Não se iluda, pequen
POV: Linnea Estava assustada, havia muitas pessoas estranhas dentro daquele lugar escuro. O ambiente estava tomado por uma densa fumaça e uma música estranha tocava alto. A mulher me puxou e senti algumas mãos me tocarem, porém era impossível identificar qualquer coisa naquele lugar. Entramos em um quarto, onde três homens de terno estavam sentados em poltronas muito elegantes. Dei alguns passos para trás, apenas para ser empurrada novamente para frente. ― Vamos começar com os lances. ― As palavras da mulher me deixaram em completo choque. Me arrastei até ela, abraçando suas pernas com as mãos trêmulas. Meu coração estava acelerado enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto. ― Eu te imploro, não me venda! Serei útil para você, aprendo rápido. Prometo não dar trabalho e nem ser um gasto, mas não me venda. Eu te imploro! ― A mulher me deu mais um forte tapa, então me chutou na barriga com força. ― Cale a boca, so de estar respirando aqui já está me dando gastos. Pague sua dívida se
POV: KaelComo uma mulher poderia mexer tanto com a mente de um homem daquela maneira. Ainda podia sentir seu sabor doce na ponta da minha língua, seu cheiro dominava minha mente ao ponto de sentir dores de cabeça. Meu lobo rugia em meu peito, desejando buscá-la daquele maldito lugar. Tentei contê-lo, afinal eu não tinha qualquer obrigação com aquela fêmea. Já tinha problemas demais tendo que lidar com traidores da minha alcateia e a mineradora que herdei do meu pai, não poderia assumir uma guerra contra um humano por causa de uma mulher qualquer. Quanto mais nos afastamos da área vermelha, mais me sentia agitado e desconfortável. Não a larguei naquele lugar a troco de nada, eu sabia exatamente o que seria feito dela ali e eu queria aquilo. Desejava quebrar a imagem em minha mente da mulher doce e inocente que beijei no meu quarto, queria destruir por completo a imagem pura e o brilho suave que vi através daquela maldita venda. Prometi a ela que não a devolveria ao bastardo do Octavi
POV: Linnea O carro se movia para longe daquele estranho bairro. As luzes e sirenes de ambulâncias passavam por nós a toda velocidade. Me abaixei, cobrindo meus ouvidos e puxando meus joelhos para o peito. Ao meu lado, Kael deu uma leve risada enquanto afrouxava sua gravata e começava a tirar suas roupas. Meu coração acelerou e virei meu rosto novamente pela janela. Não conseguia compreender como aquele homem conseguia fazer aquele tipo de coisa de forma tão natural. Abracei meu corpo e senti uma forte dor na minha barriga. Imediatamente fui puxada e me vi sentada sobre as pernas de Kael. ― Espera! ― Gritei me debatendo e tentando voltar para o banco, mas o homem me segurou pelos pulsos, erguendo minhas mãos e minha camisa. ― O que está fazendo? ― Tentando deixar você parada para ver onde está ferida. Agora, fique quieta antes que eu te jogue deitada nesse banco. ― Imediatamente parei de me mexer. Os longos dedos de Kael percorreram minha barriga, a palma de sua mão tocou a later
POV: Linnea A leve pressão dos dedos de Kael em meu pescoço, me puxando para mais perto, enquanto sua outra mão apertava meu joelho. Cada vez que ele me tocava eu podia sentir algo me puxar. Estendi minhas mãos, subindo por seu peito largo, mas quando a mão de Kael saiu do meu pescoço e foi até a parte de trás da venda, por instinto, eu o empurrei cobrindo meus olhos. ― Não há mais ninguém aqui, não precisa ficar com isso. ― O tom autoritário na voz de Kael mostrava sua insatisfação. ― Sinto muito, mas não posso. ― Kael se afastou, cruzando seus braços fortes sobre o peito e me observando com atenção. ― Por que? ― Kael estava ficando mais irritado e eu não sabia o motivo. Não queria mentir para ele, mas ainda não confiava completamente em suas ações. Assim como Kael me resgatou daquele cofre sem fazer ideia de quem eu era, ele também me abandonou naquele lugar horrível, onde eu seria vendida novamente. Como eu poderia confiar em alguém que me confundia tanto com suas ações? Eu p
POV: Kael Eu precisava me afastar ou perderia completamente a razão. Aquela mulher estava me provocando, mexendo com minha mente de uma forma muito estranha. Meu lobo rasgava meu peito, o desejo nos consumindo ao ponto que minha mente poderia se perder por completo. Fui para o meu quarto, que ficava bem ao lado, notando de imediato que aquela foi a pior ideia que eu já tive na minha vida. Eu ainda conseguia sentir seu cheiro, podia ouvir a água do chuveiro caindo e imaginar seu lindo corpo coberto de sabão e seus longos cabelos colando em cada curva. Rosnei, atirando o objeto mais próximo da minha mão e fui para o meu próprio banheiro tentar me acalmar. A água fria batia na minha cabeça enquanto apoiava minhas mãos na parede. Minha respiração estava ficando cada vez mais pesada, meu coração acelerado enquanto minha mente continuava a vagar para fantasias quentes com a mulher do quarto ao lado. Arrastei minha mão pela parede e toquei meu membro duro, minha mão se fechando com firme
POV: KaelNão consegui me conter e ri alto de sua declaração. Aquela pequena humana se dizia a joia mais poderosa do mundo, lapidada do coração do próprio deus da criação. A maldita joia que foi a causa da ruína do meu povo, a única coisa na porcaria do mundo que poderia resolver todos os meus problemas. Quando me acalmei e a olhei, ela estava tensa. Tremendo como o pobre cervo que era. Estendi minha mão, a convidando para se aproximar. Seu delicado rosto corou e com passos vacilantes sobre a grama molhada, Linnea chegou mais perto, tocando seus finos dedos nos meus.Me contive para não puxá-la para o meu colo, apenas a ajudei a se sentar diante de mim. Linnea estava nervosa, o medo dominava seu cheiro, enquanto suas mãos apertavam o tecido da camisola, seus dentes prendiam o lábio inferior. Rosnei irritado que ela pudesse se ferir, estendi minha mão e toquei seu queixo. Um doce suspiro escapou de seus lábios, seu rosto corado enquanto ela se inclinava sobre minha mão, buscando por aq
POV: KaelDe repente ouvimos um forte estrondo, o alarme soa, deixando todos em alerta. Carter invade o quarto, seu rosto estranhamente pálido. Meu beta não havia conquistado aquela posição a troco de nada, ele era o melhor entre os meus subordinados, em quem eu mais confiava. Sua expressão me alertou de imediato. Levantei, puxando a mulher comigo e a jogando na direção do beta, mas então algo me fez parar, uma voz suave que falou ao meu ouvido, enchendo meu peito com a fúria descontrolada que apenas minha maldita linhagem conhecia.― Proteja a sua peeira. ― Rosnei me virando para a mulher, que mantinha sua cabeça baixa. Segurei seus cabelos e a forcei a olhar para mim.― Quem é você, como sabe sobre mim? ― Outra explosão fez a casa inteira vibrar. As grandes janelas trincaram, um aviso mórbido de que logo se tornaram estilhaços.Saímos do quarto, Carte carregando a mulher que chorava baixinho em seus braços, encolhida como uma bola. Sons de disparos se mesclavam a rosnados e gritos,