Linnea― Acha que vou ficar parada vendo levar a Luna e o bebê? ― Barbara rosnou ferozmente. Os homens ao redor engatilharam suas armas, prontos para disparar apenas para que eu fosse levada sem problemas por eles.― Espera, Isolde. Mande todos esses homens baixarem as armas e eu vou com você. ― Isolde sorriu ao ver meu desespero. Abracei meu bebê com força e o estendi para Barbara.― O que pensa que está fazendo, irmã. O menino vem conosco. ― Senti todo o sangue fugir do meu corpo.― Não! Você não precisa dele, somente de mim.― Pelo contrário, já que a joia primordial já foi passada para essa criança, ele precisa vir conosco. ― Isolde pegou a arma de um dos homens dele e a apontou diretamente para a cabeça de Barbara. ― Ou será que preciso explodir a cabeça dessa loba para que você entenda?Em meus braços, Nolan chorava, assustado com tudo o que acontecia ao seu redor. Apertei seu pequeno corpo contra o meu, sentindo meu coração apertar. Não havia alternativa. Isolde me levaria de q
LinneaPensei em quanto tempo havia se passado desde que saímos da mansão de Kael. Estava claro que ele já poderia ter sido avisado do nosso sequestro, mas ainda levaria algum tempo para nos encontrar. Tinha de encontrar uma maneira de me comunicar com Kael, enquanto distraia Isolde de alguma forma.― Isolde, irmão. ― Seus olhos verdes brilharam e sua expressão suavizou quando o chamei. Tentei conter os tremores que percorriam pelo meu corpo e estendi minha mão, me afastando do berço onde Nolan estava. ― Pense bem. Levará anos para que os filhos de Nix ressurjam. Não sabemos se existem outras vilas como a que vivíamos, talvez possamos encontrá-los primeiro. Em um segundo, o olhar de Isolde voltou a ficar frio. Ele agarrou meu pulso com força, me puxando para mais perto.― Acha que sou algum idiota, Linnea? Que cairia nesse truque barato de agir com carinho? ― Isolde me empurrou com força, me lançando para a cama. Tentei me levantar, mas ele caiu sobre mim, apoiando um joelho e as mão
LinneaAbracei Nolan, o cobrindo com meu corpo e dando as costas para Isolde. Seria impossível para mim desviar daquele disparo, então eu protegeria meu bebê. O som da arma disparando, o cheiro da pólvora queimada, mas a dor do impacto não veio. Me virei, olhando com cautela por cima do ombro e vi Gideon impedindo Isolde enquanto Kael mordia o ombro de Gideon.Com um rugido alto, Gideon puxou seu ombro da mandíbula de Kael. O sangue jorrou, manchando o lindo pelo branco do Rei alfa, que cuspiu o pedaço do músculo que ficou na sua boca.― Vira-lata miserável. ― Kael rosnou, pronto para desferir outro ataque em Gideon. ― Então Alaric está mesmo por trás de tudo isso.O lobo riu, ainda segurando o braço de Isolde, que gemia de dor e desconforto.― Alaric? Acha mesmo que seu irmãozinho tem essa capacidade? ― Kael rosnou mais alto e avançou contra Gideon, que jogou Isolde na direção de Kael.Com facilidade, Kael desviou de Isolde, que bateu com força contra o chão. Kael lançou um ataque fe
LinneaAquela noite estava particularmente fria. O vento gelado que entrava no quarto me causava arrepios. Até Nolan parecia mais agitado em seu sono, como se algo o estivesse incomodando. Coloquei a manta sobre ele, mas algo ainda parecia incomodá-lo. Kael saiu do banho, uma toalha enrolada em seus quadris e outra sobre seu ombro. O observei enquanto pegava uma calça de moletom, a vestindo. Me aproximei tocando com as pontas de meus dedos sua pele úmida, traçando as linhas de seus músculos, subindo até seus ombros largos.― Parece que meu pequeno cervo está louca para ser devorada. ― Kale segurou minha mão, me puxando para ficar na sua frente, presa entre o armário fechado e seu peito.Mordi meu lábio, a aflição que queimava em meu peito cada vez mais forte. Com meus punhos cerrados e mãos trêmulas sobre o peito de Kael, apoiei minha testa, fechando meus olhos e permitindo que seu perfume apimentado me envolvesse e acalmasse um pouco meu coração. Suas mãos seguraram meus ombros com f
KaelOs ataques continuavam. A falta de uma liderança tornava nossos inimigos imprevisíveis, porém a falta de treinamento adequado para um embate daquelas proporções tornava sua única vantagem completamente inútil. Assim que assumi minha forma Lycan, somente minha presença os assustou, fazendo com que vários daqueles lobos fugissem, em uma tentativa patética de salvarem suas vidas. O problema era que eu jamais permitira que qualquer um deles escapasse com vida.Meu rugido ecoou pela floresta, fazendo o chão tremer diante da minha força. Os lobos ao meu redor uivaram, a moral subindo de imediato enquanto continuavam a atacar todos que avançavam contra nós.Estava buscando por Alaric ou Gideon, afinal aquele ataque só deveria ter partido deles. Todos os alfas já haviam me reconhecido como o supremo, sem qualquer questionamento, porém meu irmão se mantinha em completo silêncio. Não senti o cheiro de nenhum deles no campo de batalha, o que pareceu muito estranho a princípio, até que um ch
KaelAs batidas aceleradas de seu coração, o cheiro característico do medo enquanto suas mão arranharam meu braço, tentando se libertar. Tudo aquilo era o mais puro deleite para mim.Gideon não era apenas um traidor. Ele conspirou contra o alfa, abusou da minha mãe para gerar um filho que ele pudesse controlar e, quando não precisava mais dele, o matou friamente. Alaric era um idiota, acreditando em cada palavra de Gideon cegamente. Suas escolhas o levaram ao seu fim.Soltei Gideon, que rapidamente tomou distância. Farejei o ar, confirmando que Linnea já não estava ao nosso alcance. Não queria que ela presenciasse o que iria acontecer. Não tinha intenção de executar Gideon logo de cara, mas torturá-lo, até que ele implorasse por uma morte rápida.Sua experiência não era muito diferente da minha, já que ambos fomos as mesmas batalhas irracionais de meu pai. Porém, eu tinha muitas vantagens além da minha força superior. A juventude e meu treinamento extremo me faziam superiores a Gideon
NolanTinha de correr.Não deveria ter saído na noite anterior. Meus pais iriam me matar pelo atraso.O castelo do rei alfa estava decorado com pompa, a altura da celebração anual. Me esgueirei pela cozinha, pegando alguma coisa para comer e passei pelos corredores o mais silenciosamente possível. A adrenalina subindo rapidamente.― Fico feliz que tenha se juntado a nós. ― A voz de minha mãe ecoou pelo corredor. Suspirei, me virando para vê-la.Seus longos cabelos prateados caiam em uma trança elaborada sobre seu ombro. O vestido amarelo-claro a fazia parecer um anjo. Ela se aproximou, segurando meu rosto entre suas mãos. Enquanto analisava meu rosto, ela franziu a sobrancelha e estreitou seus brilhantes olhos verdes.― Agradeça que não foi seu pai quem te achou. Kael está atrás de você desde cedo. ― Passei a mão pelos cabelos, recordando do último sermão do meu pai.― É que trabalhei até tarde ontem… ― Minha mãe cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha. ― Ok. Não é como se pudesse
O grande salão estava brilhando com luzes multicoloridas, enquanto os itens que seriam vendidos passavam pelo grande telão, mas mantendo o item principal em segredo. Muitos homens naquela noite esperavam ansiosos, pois boatos haviam se espalhado pela cidade sobre uma joia rara com poderes além do imaginável. Dentre todos esses homens, o empresário a beira da falência, Octavius Kasimir. Um homem egoísta que desejava os poderes da joia para ter poder e riquezas. Sua aparência repugnante afastava todos, nenhum outro visitante do leilão queria ser visto perto daquele pequeno homem rechonchudo, cujo suor manchava suas roupas baratas. As pessoas esbarravam em Octavius quando passavam e riam dele, não entendendo como um homem falido havia conseguido entrar em um leilão tão exclusivo. ― Ao que parece, qualquer um pode entrar nesse leilão hoje em dia. ― Um homem com roupas finas disse, após bater seu braço de maneira proposital em Octavius.A raiva era o combustível que Octavius precisava pa