POV: KaelNão consegui me conter e ri alto de sua declaração. Aquela pequena humana se dizia a joia mais poderosa do mundo, lapidada do coração do próprio deus da criação. A maldita joia que foi a causa da ruína do meu povo, a única coisa na porcaria do mundo que poderia resolver todos os meus problemas. Quando me acalmei e a olhei, ela estava tensa. Tremendo como o pobre cervo que era. Estendi minha mão, a convidando para se aproximar. Seu delicado rosto corou e com passos vacilantes sobre a grama molhada, Linnea chegou mais perto, tocando seus finos dedos nos meus.Me contive para não puxá-la para o meu colo, apenas a ajudei a se sentar diante de mim. Linnea estava nervosa, o medo dominava seu cheiro, enquanto suas mãos apertavam o tecido da camisola, seus dentes prendiam o lábio inferior. Rosnei irritado que ela pudesse se ferir, estendi minha mão e toquei seu queixo. Um doce suspiro escapou de seus lábios, seu rosto corado enquanto ela se inclinava sobre minha mão, buscando por aq
POV: KaelDe repente ouvimos um forte estrondo, o alarme soa, deixando todos em alerta. Carter invade o quarto, seu rosto estranhamente pálido. Meu beta não havia conquistado aquela posição a troco de nada, ele era o melhor entre os meus subordinados, em quem eu mais confiava. Sua expressão me alertou de imediato. Levantei, puxando a mulher comigo e a jogando na direção do beta, mas então algo me fez parar, uma voz suave que falou ao meu ouvido, enchendo meu peito com a fúria descontrolada que apenas minha maldita linhagem conhecia.― Proteja a sua peeira. ― Rosnei me virando para a mulher, que mantinha sua cabeça baixa. Segurei seus cabelos e a forcei a olhar para mim.― Quem é você, como sabe sobre mim? ― Outra explosão fez a casa inteira vibrar. As grandes janelas trincaram, um aviso mórbido de que logo se tornaram estilhaços.Saímos do quarto, Carte carregando a mulher que chorava baixinho em seus braços, encolhida como uma bola. Sons de disparos se mesclavam a rosnados e gritos,
POV: Kael Meu beta surgiu em sua forma lupina, olhando para mim surpreso, mas sem proferir nenhuma palavra. Indiquei a direção da floresta e imediatamente ele buscou os sobreviventes, iniciando assim nossa retirada momentânea. Antes de dar qualquer passo, eu precisava entender o que estava acontecendo, porque a deidade ligou aquela pequena mulher a mim e qual era sua real identidade. Tomei Linnea em meus braços a assustando. Meu pescoço era largo demais para que ela o envolvesse com seus braços, o que pareceu deixá-la desconfortável. ― Agarre-se ao meu pelo. ― Sem questionar, seus dedos afundaram em meus longos pelos, os puxando suavemente. Linnea então afundou seu rosto em meu peito o escondendo, mas ainda pude ver suas orelhas vermelhas. Não resisti e dei uma leve mordida nela, fazendo o pequeno corpo responder de maneira deliciosa a minha provocação. Tomei cuidado tanto para segurá-la, quanto em minha corrida. Minha forma Lycan era extremamente poderosa, tornando perigoso cada
POV: KaelNão estava com muita vontade de conversar, mas aquela mulher teimava em resistir a mim. Coloquei minhas mãos nos bolsos, rosnando frustrado por ter de conter meus desejos enquanto ela se mantinha firme de pé e longe de mim.― Muito bem, vamos conversar então, Porém não gosto dessa distância. ― Seu pequeno corpo ficou rígido e pude ver a pele exposta de seus ombros ficar levemente corada, assim como seu rosto.Agarrando as longas mechas que caiam por seus ombros, Linnea tentou se esconder, criando aquela parede tão frágil entre nós. Sorri para sua reação tão infantil e tola e, caminhando lentamente até ela, como o caçador que eu era diante da minha frágil presa, farejei seu desejo e curiosidade O tecido sobre seus olhos não era tão sedutor quanto a renda, mas eu preferia daquela forma. Saber que a renda preta era um fetiche daquele humano porco me causava nojo.Segurei sua mão, a fazendo soltar o cabelo e levei até meus lábios, onde mordi levemente a fazendo suspirar de surpr
POV LinneaEstávamos de joelho sobre a cama, o corpo de Kael sobressaia sobre o meu. Sua respiração acariciava meu rosto, levando um leve rosnado aos meus ouvidos conforme seus dedos se arrastavam, subindo pelos meus braços. Agradeci por estar usando aquela blusa com mangas longas, ou o lobisomem perceberia que eu estava ficando arrepiada com sua proximidade. Como ele conseguia emanar uma energia tão envolvente logo após confirmar que carregava uma terrível maldição? Tentei me afastar, mas sua mão prendeu meu pulso, levando minha mão até seu peito nu.― Aonde vai? Achei que quisesse saber mais sobre mim. ― O tom divertido na voz de Kael não parecia combinar com a tensão que vibrava de seu corpo. ― O que vive dentro de mim. ― Os lábios dele tocaram os meus, se arrastando suavemente e descendo pelo meu queixo, me surpreendendo com uma leve mordida.Cai de costas sobre a cama, perdida em minha escuridão, sem saber o que Kael faria a seguir. A cama se moveu ao meu redor, meu coração acele
POV Linnea O silêncio dominou o quarto, apenas a profunda respiração de Kael podia ser ouvida. Eu estava nervosa, pois em nenhum momento ele havia acreditado em mim, porém, se eu realmente quisesse ter uma chance, se eu quisesse ser livre, precisaria da ajuda do alpha diante de mim. Segundo ele, sua maldição poderia ser desfeita usando a joia em meus olhos, se isso realmente fosse possível, eu estaria livre daquela maldição e poderia viver em paz, longe do meu antigo mestre e de toda a dor. Só via uma maneira de fazer com que Kael acreditasse em mim e entendesse o quão perigosa a joia que eu carregava comigo era. Toquei suas mãos, sentindo o aperto se desfazendo. Esfreguei meus braços e Kael rosnou alto, sua fúria fazendo o chão tremer ao nosso redor. Respirei fundo, entendendo que qualquer modificação em meu humor poderia ser captada por ele de alguma maneira. Me sentei na beirada da cama apertando o tecido grosso em minhas mãos. ― Os filhos da lua não foram os únicos amaldiçoados
POV Linnea Sentei na cama, tentando ouvir o ambiente, perceber as mudanças, mas não havia nada. Tudo o que eu conseguia perceber eram as batidas frenéticas do meu coração atordoado. O som dos passos de Kael se afastando e então a batida forte da porta se fechando me assustaram. Continuei em silêncio, sentada no meio da cama, até que entendi que fui deixada sozinha naquele lugar estranho. ― Kael, está aí? ― Perguntei com a voz trêmula. Lentamente abri meus olhos, a fraca luz de um abajur no canto era a única fonte de luz daquele cômodo. Do nado de fora, a escuridão era total. O som de algo se partindo do lado de fora me assustou, fazendo com que eu me encolhesse, cobrindo meus ouvidos e fechando os olhos com força. Será que Kael voltaria para me punir? Sai da cama, ainda sentindo uma leve ardência na minha intimidade, sem compreender direto o que tinha acontecido. Os toques de Kael me deixavam confusa, eu não entendia suas intenções e nem se realmente poderia confiar nele. Desci d
POV Linnea O movimento suave do carro me embalou e acabei dormindo poucos minutos após iniciarmos nossa viagem. Kael havia me dito que a tal bruxa vivia de forma reclusa, apenas seu círculo mais íntimo sabia sua localização. Aquilo voltou a mexer comigo. Kael era um homem conhecido, invejado por todos, muito mais poderoso do que meu antigo mestre. Era apenas natural que ele conhecesse muitas pessoas, mas algo na forma como ele falava da tal bruxa, seu tom de voz vibrava e eu até podia imaginá-lo passando a ponta de sua língua pelos lábios antes de passar qualquer informação referente a mulher, aquilo me irritava. Uma leve mordida em meu pescoço me fez despertar. Abri meus olhos lentamente, notando que o interior do carro parecia mais escuro do que quando entrei e que algo pesado havia sido porto sobre o meu corpo. Voltei a fechar meus olhos e tateei, sentindo o tecido macio, seu corte me fez perceber que se tratava do blazer que Kael estava usando quando saímos da sua casa. Apurei m