O judeu
CAPÍTULO 12

Valéria Muniz

“Cadê a minha bengala? Cadê a bengala?“

Me agarrando nas paredes, fui procurando por ela. O pior é que com esse tenente me agarrando e me beijando, deixei de contar os passos, tenho dúvidas de onde estou, “por Deus, que ninguém tenha visto isso, nem o beijo”. Onde estou?

— Val? — era a voz da dona Anelise.

— Aqui senhora, peço desculpas, mas acho que me perdi pelo movimento da casa.

— Ah, estamos na frente do banheiro do corredor, fique tranquila! — segurou na minha mão.

— Ah, obrigada... me dê alguns minutos e estará tudo como antes.

— Olha, se caso esqueceu, eu posso te explicar novamente...

— De maneira nenhuma, já me lembrei de tudo, volto logo! — entrei apressada no banheiro, fechei a porta e escorreguei no chão, encostada nela.

Meu corpo tremia inteiro, aquele tenente me causas muitas coisas, isso não pode voltar a acontecer...

Em silêncio comecei a ouvir uma conversa do lado de fora, era dona Anelise e... “ele”.

— Também se perde
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