Não era aquele cara de mais cedo?
O que havia pego a máscara do Nathaniel?
O beta o acompanha com surpreso em vê-lo descer a arquibancada e se aquecer com tanta confiança. Virando-se para trás, percebia que Nathaniel continuava encostado na parede com os seus braços cruzados.
Será que aqueles dois realmente não se conheciam?
Bom, Nathaniel não pratica nenhum esporte, o que torna improvável a sua vinda para o ginásio da faculdade. Mas era muita coincidência que a pessoa que pegou a sua máscara estivesse ali. Ainda mais cumprimentando alguns jogadores do time como se fossem velhos conhecidos. Até o treinador parecia familiarizado com ele!
— Tem certeza que quer que eu jogue? Quero dizer, estou meio enferrujado e posso passar vergonha.
— Quero ver que desastre vai me mostrar, fedelho.
— Pelo menos posso escolher o time que quero jogar?
— A vontade.
Aquele alfa de cabelos escuros virou-se na direção do time do beta loiro, para onde apontou o seu indicador.
— Jogarei com eles.
— Ficou com pena, é?
O alfa riu divertido antes de concordar com a cabeça.
Espera um pouco! Ele ia jogar? E ainda no seu time?!
O beta olhou desesperado para os outros jogadores, que também pareciam completamente perdidos. Aquele era um teste para entrar no time de vôlei da faculdade, então poderia ser algum tipo de pegadinha?
Um trote para os calouros?
E ainda teriam de jogar de novo?
— Vamos para a segunda partida. Vocês terão a chance de se reorganizar antes de começarem. Ah, além disso — O treinador apontou para aquele alfa que havia acabado de se aproximar do seu time — Se conseguirem pegar a bola dele, ganharão mais pontos.
— Qual é! Isso é injusto! — Reclamava o alfa.
— Não disse que estava enferrujado? Então se vire.
Que situação era aquela?
O alfa virou-se para o time, sorrindo sem nenhum sinal de nervosismo. Era como se fosse natural ser avaliado.
— Tudo bem se eu jogar como oposto?
Não somente o beta, mas todos naquele time olharam para o capitão, que não tardou em reclamar.
— Não, jogue no bloqueio já que você é alto.
Argh, ele realmente era um pé no saco.
O beta revirava os olhos irritados com a arrogância daquele cara. Típico de um alfa. Sempre querendo comandar, independente do que é certo e errado, só a sua razão e moral era o que importava.
No entanto, o recém chegado continuava a sorrir apesar de sua voz soar mais grossa do que antes.
— Não estou pedindo permissão, estou avisando que jogarei como oposto.
Aquilo foi o suficiente para deixar todo o time tenso.
Tudo bem que o beta havia recebido reclamações durante a partida anterior por não seguir as orientações do suposto capitão, mas não havia lhe respondido tão diretamente como aquele alfa. É claro que isso deixaria todos os jogadores confusos e até mesmo perdidos, por não saberem bem o que fazer.
Tampouco tiveram mais tempo para se reorganizar.
A partida começou com o time adversário sacando.
O beta loiro aproveitou o seu espaço no fundo da quadra para receber a bola o suficiente para o levantador não ter tantos problemas em passar para o atacante. Fazer a defesa era a sua missão, e deveria aproveitar bem enquanto estivesse em quadra.
— Levanta pro João! — Gritava o capitão no instante em que a bola tocou os dedos do levantador.
Mas que droga, ele estava fazendo aquilo de novo!
A forma como ele ditava as regras aos jogadores chegava a ser abusiva. O levantador se embananou completamente ao levantar a bola para o dito cujo do João, que nem estava preparado para receber o passe. Graças aquela jogada ridícula, o bloqueio do adversário conseguiu impedir que a bola passasse pela rede garantindo o primeiro ponto da partida.
Não demorou para que o time adversário tomasse vantagem dos gritos do capitão alfa. As suas coordenações de última hora eram precisamente equivocadas, e ainda entregava de bandeja o que eles iriam fazer.
Além disso, estavam ficando cada vez mais acostumados com os ataques dos pontas que só saberiam que iriam pular no último segundo com a bola indo em sua direção.
E assim como o beta loiro, o adversário já havia notado que o capitão não ordenou nenhuma vez que o levantador jogasse para o outro alfa.
O garoto loiro conseguia salvar a bola na maior parte das vezes, mas o levantamento e o ataque não estavam coordenados. A bola batia na rede, ia para fora da quadra ou então eram facilmente recebidas pelo adversário.
Olhando de canto para o alfa na posição oposta, se surpreendeu ao notar que ele não parecia irritado, chateado ou incomodado com o fato de não ter encostado na bola. Apenas acompanhava a bola como se analisasse o jogo de equipe.
Quando os seus olhares cruzaram, o alfa sorriu como uma criança.
Quem era ele? Como podia ficar parado na quadra daquele jeito?
O apito soou finalizando o primeiro set com a vitória do outro time.
O beta loiro suspirou irritado por não conseguir mostrar muito potencial como gostaria, e tudo graças a…
— Então… Agora podemos jogar sério?
Todos os jogadores encararam o alfa que segurava a bola debaixo do braço.
— Tá zoando, né? Você nem fez bosta nenhuma… — Reclamava um dos pontas.
— Qual o seu nome?
O beta se assustou quando aqueles olhos claros repousaram sobre si. Estava falando consigo? Até apontou para si mesmo em um questionamento mudo, tendo o alfa concordando pacientemente.
— G-Guilherme…
— Certo, Guilherme. Ao invés de receber a bola, deixe isso para um dos pontas, e então levante a bola pra mim.
— Ei, por que ele deveria sair da defesa?
Aquele alfa ignorava por completo as reclamações dos demais jogadores, o que surpreendia Guilherme.
Nunca tinha jogado daquele jeito, apenas sabia que precisava defender quando a sua posição chegava ao fundo de quadra, e quando acontecia o rodízio que o jogaria para perto da rede, ele cairia fora. Jamais imaginou que um líbero pudesse levantar a bola se mudasse a sua posição para frente da rede.
Mas essas foram as instruções daquele alfa. E a sua confiança parecia tão límpida que Guilherme escolheu acreditar nele.
Mil vezes ele do que o outro alfa berrante.
Quando o apito soou dando início ao segundo set, o beta estava sentindo o seu coração bater acelerado em nervosismo. A todo momento olhava na direção do alfa, aguardando o sinal para que mudasse a sua posição e fizesse o seu primeiro levantamento.
Não somente o beta estaria ansioso, como também os demais jogadores que não faziam a menor ideia de quando seria esse momento. O seu silêncio atrasava os comandos do capitão, mostrando que ele também esperava pelos sinais.
Claramente muitos pontos foram tirados do seu time por conta disso.
Foi então que Guilherme finalmente recebeu aquele olhar, um tanto profundo o suficiente para que entendesse que o momento havia chegado. Foi no instante em que o time adversário resolveu tentar atacar pelas laterais, obrigando o levantador a se mover e receber a bola atrapalhadamente.
Pulando para a posição do levantador e tocando na bola a jogando alto o suficiente para o alfa, Guilherme pode contemplar a jogada mais bela.
Aquele alfa não somente pulou muito alto, como também o seu corte foi forte e limpo o suficiente para furar o bloqueio fazendo um grande estrondo quando bateu no chão marcando o ponto do time. A sua força era tremenda que os jogadores de ambos os times estavam surpresos.
E tal surpresa continuou quando aquele tipo de jogada se repetiu ao longo do set.
De vez em quando o levantador acabava desobedecendo às ordens do seu capitão e levantava para o outro alfa, que habilmente aproveitava para cortar do fundo da quadra.
Quanto mais Guilherme o observava, mais ansioso ficava.
Jogadas limpas e claras, tão belas e bem feitas. A forma como aquele alfa se posicionava na quadra e respondia rapidamente deixava claro que ele jogava há um bom tempo. E além disso, quando ele foi para o saque…
Fazia Guilherme se lembrar daquela pessoa.
Aquele jogador que costumava jogar na Rapoxia.
Aquele que o fez querer jogar vôlei.
Ao som do apito, ele lançou a bola para o alto e correu um pouco antes de saltar. E toda a força se reuniu na palma de sua mão quando cortou a bola. Ela atravessou rapidamente a quadra, batendo contra o chão com tamanho impacto que ninguém dos times se moveria. Guilherme virou-se para trás, se arrepiando com a seriedade daquele alfa.
Tendo-o no saque, eles conseguiram uma boa quantidade de pontos até que o outro time se acostumou o suficiente para receber as suas bolas. O problema era que nenhum deles pôde suspirar de alívio quando ocorreu o rodízio, pois o alfa se mostrou sedento por pontos quando ficou no ataque.
Até mesmo Guilherme teve que suar a camisa para acompanhar o ritmo do alfa, que parecia não focar em nada além da vitória.
E com o fim do set, o treinador apitou com um sorriso satisfeito.
— Muito bem, já chega por hoje!
Com o treinador encerrando a partida teste, os participantes se jogaram no chão da quadra para descansarem. Os jogadores do time entregavam toalhas e garrafas de água gelada para cada um deles, os confortando e parabenizando pelo jogo.
Guilherme olhava para o alfa moreno ainda surpreso pelo que havia visto em quadra. Definitivamente ele deveria entrar para o time, era talentoso demais.
— É um metido! — Reclamava o capitão alfa, rosnando quando recebeu a garrafa d'água de outro alfa de pele bronzeada — Onde já se viu ignorar o capitão? Fazendo o que quer e o que bem entende.
— Então você gosta de ser capitão?
A pergunta feita pelo alfa da Rapoxia fez aquele os rapazes se entreolharem receosos em responder. Apesar que a prepotência do capitão fosse esbanjada em seu sorriso arrogante.
— Não seria natural já que sou um alfa?
— Se você fosse entrar pro time, não seria o capitão. Porque eu sou.
— Mas você não está no seu último semestre? Logo terá que apontar outra pessoa.
— Que não será você — Sorria o universitário, apesar de conter uma frieza no seu tom de voz — já que eu já escolhi o meu sucessor.
Era uma conversa um tanto quanto arriscada.
Eles ainda estavam sob avaliação, então não poderiam arranjar brigas com os seus veteranos. Só que aquele capitão do time não havia dito nada sobre o rapaz não ser escolhido para entrar, apenas de que não seria o capitão. Guilherme achou interessante as entrelinhas.
Assim que o treinador encerrou o período de teste e avisou que os resultados seriam dados na semana seguinte, os atletas que já faziam parte do time entraram em quadra.
Guilherme observou os seus uniformes, o conjunto todo preto com o emblema da raposa em suas peitos e o nome do time em cima. Rapoxia foi o nome dado ao time universitário, três anos atrás, graças a um único jogador que fez o milagre de levar aquele time à competição nacional.
Aquele que era conhecido como Raposa Branca.
Infelizmente os rumores dizem que ele se formou e abandonou os esportes. Guilherme não sabia o seu nome para procurá-lo, mas talvez pudesse descobrir caso entrasse no time. Mas só se encarar aquele emblema era o suficiente pra sentir cócegas em sua barriga.
Queria usar aquele uniforme também.
Sentindo algo frio tocar a sua bochecha, o beta acordou do seu devaneio percebendo que uma garrafa d'água era estendida para si.
— Vai ficar sentado aí sonhando até quando, Gui?
— Nath! Você não acha que eles são descolados?
— Hm… Você acha?
Pegando a garrafa e a abrindo, Guilherme bebia percebendo que o treinador ainda conversava com o rapaz de cabelos escuros com quem jogou. Era uma grande coincidência que eles fossem se reencontrar no ginásio, será que também iria entrar para o time?
Seria legal ter alguém experiente como ele como seu colega.
— Você sabia, Nath? Aquele é o cara pegou a tua máscara hoje cedo.
— O que tem?
— Ele… Ele é demais!
— Não entendo de vôlei, Gui. Então, se você diz, eu acredito.
— Não duvido nada que ele já tenha jogado antes. Mesmo sendo ignorado pelo capitão do time, ele não perdeu a paciência.
— Hm… Ainda não sei o que o torna tão especial assim.
O rapaz alto se inclinou pegando a mochila esportiva do beta, e então se dirigiu para saída do ginásio sendo seguido pelo loiro baixinho.
— Confie em mim, talvez se eu ficar próximo dele posso conseguir alguns conselhos pra melhorar.
Nathaniel afagou a cabeça do mais baixo, que o encarou curioso.
— Fico feliz em te ver animado.
— O cara é fera, Nath! E nós dois trombamos com ele hoje de manhã.
Ele inclinou a cabeça não parecendo muito interessado, mesmo assim concordou com a cabeça.
— Para um alfa, ele até parece ser gente boa.
Guilherme parou de andar, encarando atônito o mais alto.
— Você… Gostou dele?
Parando alguns passos à frente, o mascarado virou-se para o beta e pensou por alguns instantes antes de responder.
— É… Não tive uma má primeira impressão.
Ele não transpareceu nenhuma emoção dramática, era como se o seu comentário fosse ocasionalmente lançado ao vento. Sem querer dizer nada nas entrelinhas. Mas Guilherme não deixou de cobrir a boca novamente ao se dar conta de que aquela pessoa finalmente demonstrava interesse por alguém.
Depois daquele treino teste, Jake não teve paz.Por algum motivo, Matheus havia contado a todos sobre ele ter sido parte do time quando estava no seu primeiro ano de faculdade ao ponto de ter pisado em quadra logo de cara.Para um time universitário de grande porte como aquele, era comum que os calouros ficassem na reserva, o que aumentava a curiosidade a respeito do alfa. A curiosidade foi tomada não somente pelos colegas desconhecidos, como também por alguns garotos que queriam entrar para a Rapoxia.As perguntas em si não eram tão incômodas no geral, respondia com prazer já que muitos estavam interessados em sua rotina de treinos e habilidades.O problema era quando uma pergunta específica era jogada no ar.— Por que você parou de jogar?Quando essa pergunta era feita, Jake se calava tentando ao máximo não transparecer o incômodo. Até os s
Com muito custo, Jake também revirou sua mochila pegando o frasco de comprimidos e tomando uma pílula. Enxugando o suor em sua camisa, ele respirou fundo também se esforçando para manter o controle e evitar que os seus feromônios vazassem.— Eu tomei meu supressor, tá de boa! Mas alguém aqui consegue levar ela pra enfermaria?Os rapazes da sala de aula até tentavam se aproximar da garota, mas Jake não pôde ignorar a malícia que alguns deles mostravam em seus rostos.Era uma mulher ômega fragilizada pelo seu cio repentino.Um filho da puta poderia se aproveitar da situação.— Vocês duas são amigas dela, não são? — Perguntava Jake se aproximando, se esforçando ao máximo para fingir não ser afetado pelos feromônios da ômega.— Ah, sim.— Eu posso carregar
Nunca tinha passado por uma situação daquelas, onde precisava urgentemente envolver o corpo de alguém com os seus feromônios para aliviar aquela sensação de possessividade. Assim como também era a primeira vez que encontrava alguém que não tinha cheiro algum, nem mesmo o singelo cheiro de beta.Bem… Imaginava ter sentido o cheiro de ômega quando tocou a sua máscara antes. Contudo o cheiro era tão fraco, que Jake cogitou a hipótese de ter se confundido.A questão era que o seu corpo latejava completamente, ainda sofrendo com os desejos impulsivos do seu lado alfa. Quando tinha vontade de atacar a pessoa da qual estava abraçado, Jake mordia o seu próprio braço tentando se conter.— Não fique se mordendo, por favor.Aquela voz era abafada, mas ainda assim gentil. Jake apertava os olhos tentando se conter de liberar mais do
Precisava arranjar um jeito de agradecer a ele.Mesmo quando era carregado por Matheus para o seu carro e levado para casa, ou então quando ficou acamado pelos próximos dois dias por causa de uma febre e dor muscular, Jake continuou pensando em encontrar o tal do Nath para agradecê-lo.Mesmo que fosse algum tipo de híbrido que não reagiria aos seus feromônios, isso não significa que ele poderia ser abraçado daquela forma. Ele sempre andava com o Guilherme, e pela proximidade talvez fossem mais que amigos…Porra! Será que eles estavam juntos?— Porra, Jake, que mancada.Só de lembrar que ele ficou longos minutos abraçado aquele coringa, Jake sentiu a sua febre aumentar. Esticando os braços para o ar, o alfa encarava as suas mãos ainda se lembrando da sensação de tê-lo ali.O seu corpo não era pequeno, tinha o presse
Jake jamais julgaria alguém pela aparência.Se havia algo que aprendeu nos últimos anos, é que as pessoas podiam ser melhores ou piores do que aparentavam. Por isso preferia ser educado com todos para evitar problemas, apesar de que às vezes não tinha como escapar de discussões e mal entendidos.Mas aquela era a primeira vez que Jake não fazia a menor ideia do que fazer.Os boatos que Matheus tinha contado antes giravam em torno de assassinatos e mandatos de prisão. Certamente aquilo era besteira, no entanto encarar aquela cicatriz causou arrepios em sua espinha como se aquela mentira estapafúrdia fosse uma verdade imutável.— Sei que é desconfortável, mas assim que eu terminar de comer colocarei a máscara de volta.Piscando aturdido, Jake voltou à realidade se recriminando por ter encarado demais o pobre rapaz.— Tá de
Haa… Como ele tinha se metido naquilo?Certamente o seu melhor amigo tinha algum plano por trás daquele sorriso bobo. A desculpa esfarrapada de que era apenas uma forma de se desculpar por ter sumido por dois anos não era tão crível. Pelo menos, Jake não acreditava.— Muito bem, vamos começar esse treino extra.— Conto com você, Jake.Segurando a bola embaixo do braço, o alfa analisava Guilherme de cima a baixo.Faz alguns dias que ele começou a seguir o treinamento de Santiago, provavelmente o seu corpo ainda estava se acostumando com a nova rotina. Apesar dele também ser um reserva, já que era um calouro, as suas habilidades como líbero eram interessantes o suficiente para que entre na quadra antes do esperado.Provavelmente Matheus queira que Jake lapidasse aquele diamante bruto.— No dia do teste, você não parec
A maior felicidade de um universitário eram os feriados.Em especial, o carnaval.Era praticamente uma semana inteira sem ter que ir pra aula. E se fosse esperto, poderia adiantar algumas tarefas para deixar o feriado livre sem nenhuma preocupação.Essas foram as medidas que Jake havia tomado, já que pretendia terminar o seu turno no restaurante e sentar para beber com os seus amigos. Mas para a sua infelicidade, o restaurante teve mais movimento que o esperado, postergando o fim do turno.— Mais cerveja pra mesa 8!— Saindo!— Garçom!— Opa, mestre!Jake serpenteava pelo restaurante desviando das pessoas até alcançar a mesa que o chamou. Retirou o bloco de notas e a caneta, logo anotando os pedidos feitos pelo cliente. E assim, voltou a desviar das pessoas para chegar até o balcão onde passaria o pedido pela pequena janela da cozinha.
Definitivamente a sua paz não duraria muito.Na medida em que os seus amigos bebiam e comiam, mais animados ficavam, principalmente depois que o treinador Santiago foi embora. E pareceu piorar assim que um cantor local começou a tocar algumas músicas ao vivo. Quando começou a tocar "evidências", a cantoria deslanchou. Era a primeira vez que Jake via o efeito manada acontecendo na sua frente.Começou com os bêbados do seus amigos, e quando chegou no refrão, o restaurante todo estava numa cantoria só.E para piorar tudo, os rapazes do time Akaguia reconheceram a Rapoxia.— Não me admira que aqui esteja fedendo, parece que tem um bando de selvagens aqui.Matheus não deixou passar batido a provocação. Sobre o ombro, ele abriu um sorriso malicioso sem demorar em responder.— Passarinho, que som é esse? Que som, que som é esse? Quem s