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Capítulo 05 - Feromônios de um alfa

Com muito custo, Jake também revirou sua mochila pegando o frasco de comprimidos e tomando uma pílula. Enxugando o suor em sua camisa, ele respirou fundo também se esforçando para manter o controle e evitar que os seus feromônios vazassem.

— Eu tomei meu supressor, tá de boa! Mas alguém aqui consegue levar ela pra enfermaria?

Os rapazes da sala de aula até tentavam se aproximar da garota, mas Jake não pôde ignorar a malícia que alguns deles mostravam em seus rostos.

Era uma mulher ômega fragilizada pelo seu cio repentino.

Um filho da puta poderia se aproveitar da situação.

— Vocês duas são amigas dela, não são? — Perguntava Jake se aproximando, se esforçando ao máximo para fingir não ser afetado pelos feromônios da ômega.

— Ah, sim.

— Eu posso carregar ela, mas já que sou um alfa e ela tá no cio, seria melhor vocês duas irem junto. E levem as coisas dela também.

Sem dar espaço para discussões, e diferente dos betas vergonhosos que estavam na sala, Jake teve facilidade em colocar a garota em suas costas e carregá-la como se não fosse nada.

— Ah, ela desmaiou!

— Temos que nos apressar então!

Não era apenas por preocupação à garota no cio, mas a sua própria situação estava um caos.

Mesmo inconsciente, ela emanava feromônios já que estava nas costas de um alfa. Jake teve que se esforçar muito para reprimir seus instintos e não liberar nenhum odor até que chegassem na enfermaria à salvo.

Foi uma tarefa difícil. Vez ou outra o alfa se apoiava nas paredes ofegando, tendo as meninas abanando o seu rosto para ajudá-lo. Logo ele se recuperava e continuava a descer as rampas para seguir até a ala administrativa do prédio, onde encontrariam a enfermaria.

Depois de deixar a garota com suas amigas ali, Jake só precisava fugir dali o mais depressa o possível.

Ele havia chego no seu limite.

Precisava dar um jeito de cair fora. Não queria atacar ninguém, muito menos contra a vontade, mas do jeito que os feromônios pareciam se intensificar, seria questão de tempo até Jake perder o controle. Tudo o que precisava era de um momento para reunir energia e correr.

Mesmo com sua visão embaçada, assim como todos os seus sentidos completamente bagunçados, o alfa corria pelo corredor sem nem saber ao certo onde estava indo. Só precisava de ar puro e um lugar quieto.

Virando corredores chegou um momento em que seus pulmões ardiam e as pernas endureceram, sendo necessário se esconder atrás de um pilar. Foi lá que descansou sentindo o seu coração bater acelerado.

Encarando a própria mão, Jake sentiu o calor e o suor se acumular em sua pele. Ele queria voltar para a enfermaria e dominar aquela ômega ali mesmo.

Faziam anos que ele reprimia o próprio instinto, evitando ao máximo dormir com alguém caso perdesse a cabeça. Não estranharia que quando tivesse um mísero átomo de feromônio no ar, o seu instinto se descontrolava de tal maneira.

Quanto mais reprimido, pior era. Jake sabia disso, mas o fez por covardia pura. O seu instinto alfa estava completamente fora de controle, quase o deixando à beira de um colapso.

— Mas que merda… Haa… Haaa..

A respiração ficava cada vez mais sufocante.

Precisava dominar.

Precisava encontrar uma ômega para saciar aquela sede impulsiva.

Precisava tornar aquela ômega sua.

Precisava de uma ômega.

— Você está bem?

Mesmo que olhasse para a pessoa que falava consigo, a consciência de Jake não tinha força o suficiente para lembrar dele, ainda mais por estar usando um capuz que fazia sombra no seu rosto. Apenas farejou o ar sem sentir nenhum aroma específico que revelasse a sua classe.

Um rosnado escapou dos seus lábios e para se conter, Jake mordeu o próprio pulso.

— Urgh.

— Parece que isso é um não — A pessoa tocou o braço de Jake afastando o machucado da boca. Estando tão perto o alfa notava a mão enluvada — Respire fundo, eu tenho uma garrafa d'água, quer beber pra tentar se acalmar?

Jake tinha a sua respiração acelerada e seu corpo todo formigando de desejo por dominar alguém. Estava difícil de se manter consciente, mas conseguiu concordar com a cabeça enquanto tentava controlar a sua respiração.

Mas que merda!

Ele tinha tomado o supressor antes de sair da sala, então por que não fez efeito?

— Tudo bem, aguenta aí que vou pegar na minha mochila.

O sujeito se afastou de Jake, apenas poucos centímetros para poder mexer em sua bolsa. Foi então que o capuz que cobria o seu rosto caiu, deixando à mostra a nuca alva. Jake arregalava os olhos para aquele espaço sem nenhuma marca, que parecia tão sedutora.

Alfas adoram morder os seus parceiros, enchê-los de marcas para deixar claro qual era o seu território. Apesar que Jake jamais mordeu alguém, nem mesmo em seus cios, o que era uma grande tentação. No entanto, naquele momento aquilo parecia ser difícil.

Aquele sujeito, que não tinha nenhum cheiro, parecia ser a presa perfeita para aquele alfa. Como uma tela em branco que só esperava pelas primeiras pinceladas coloridas para ganhar forma e pertencer a alguém.

Queria morder ele.

Inconscientemente Jake relaxou e começou a liberar mais e mais do seu cheiro para cobrir o corpo daquele sujeito. Assim que ele se virou com a garrafa d'água, Jake o segurou firmemente em seus braços e o abraçou, afundando o rosto em seu pescoço.

— O que tá fazendo?

Jake estremeceu ao ouvir a voz suave perto do seu ouvido, e então começou a farejá-lo sedento para descobrir a sua classe. Como um alfa desesperado para encontrar um ômega.

Passava a ponta do seu nariz pelo pescoço do sujeito, rosnando cada vez mais por não encontrar pista alguma se era um ômega ou um beta. Somente quando se aproximou do pedaço de tecido que parecia cobrir a sua boca é que Jake finalmente sentiu um aroma.

Leve, como se estivesse se escondendo propositalmente.

Agridoce e ligeiramente sedutor, apesar de não muito. Era como se houvesse pouco daquele aroma.

Era, definitivamente, pouco demais para saciar aquele alfa sedento.

— Mais… Eu preciso de mais…

— Ei, sei que é difícil pra você, mas sabe… Deveria ser mais cuidadoso, se não pode acabar mordendo alguém sem consentimento.

— D-Desculpe… Argh…

Jake fez outro esforço para se afastar do sujeito. Só precisaria de um pouco de energia para encontrar algum outro lugar onde pudesse se acalmar. Mas antes que se afastasse completamente, o outro o puxava pela cabeça para que se encostasse em seu peito.

— Tá tudo bem se você só me cobrir com o seu cheiro, tudo o que quer é marcar território não é? Faça isso pra se acalmar.

O coração de Jake batia tão acelerado que poderia sair do peito.

O seu lado alfa pouco se importou com o bom senso e liberou mais e mais dos seus feromônios até que cobrisse completamente aquele sujeito. E pouco a pouco ele pôde ir se acalmando, se entregando ao cansaço e fechando os olhos sentindo o seu corpo ser envolvido por aquele calor.

Seja lá quem fosse, era uma pessoa gentil o suficiente para deixar ser envolvido por seus feromônios. Alguém cujas mãos eram carinhosas e abraço acolhedor que o fez sentir ter encontrado o seu lugar no mundo.

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