A casa parecia vazia e agitada ao mesmo tempo. Desde o momento em que Nathaniel contou a novidade sobre estar grávido, as coisas mudaram com os Mantovani. Matheus deixou o apartamento para ir viver com o seu avô, e o ômega passou a viver com Jake no apartamento.
Contudo, mesmo na ausência do ômega, os pais de Guilherme estavam animados com a ideia de terem um neto.
Um não, dois netos.
Guilherme também estava animado para ser tio, e acompanhava a gravidez do irmão de pertinho. Sempre perguntava coisas, se prontificou a ajudar a cuidar dos bebês quando Jake estivesse trabalhando. Até mesmo acompanhou Nathaniel e Jake para irem comprar os móveis para montarem o quarto dos gêmeos.
Enquanto andavam
Quando um ômega está grávido, ele tende a ser mais sensível, apesar que isso era algo generalizado por todos aqueles que gestam. O corpo muda, tudo parece muito estranho, e você se prepara para uma nova realidade apesar de não saber exatamente como irá lidar com essa nova fase.Apenas se sabe que há um desafio à sua espera.Prestes a se tornar pai, Jake se via ansioso. Desde o momento em que suspeitou que Nathaniel estava grávido, ele já entrou no caminho da ansiedade. Na primeira consulta com a Doutora Priscilla, que inclusive era uma antiga amiga sua que se formou em sua ausência, Jake e Nathaniel receberam uma grande bronca por serem descuidados.Isso porque a doutora tinha avisado Nathaniel que a gravidez seria de risco por causa da
Nathaniel já estava acostumado a passar noites em claro, e por isso atender as demandas dos bebês em plena madrugada não foi uma tarefa difícil.Naquela madrugada, o ômega trocava a fralda de Lucas com cuidado enquanto conversava com o bebê. A resposta que recebia eram sorrisinhos e balbucios fofos, e aquelas pequenas mãos se estendendo em sua direção. Quando o ômega aproximava o seu rosto, aqueles pequenos dedos puxavam sua pele e acariciavam ele enquanto os olhos castanhos claros o encaravam com curiosidade.— Você está olhando o papai? — Brincava Nathaniel, beijando a mãozinha de Lucas, que soltava um "hum" em resposta — É mesmo? Que coisa, hein.Tomando cuidado ao passar a pomada contra as a
Cuidar de duas crianças não era uma tarefa fácil, mas Nathaniel e Jake conseguiram lidar com isso de certa forma. Mesmo que o alfa trabalhasse em casa e conseguisse ajudar a cuidar dos gêmeos e Nathaniel usasse o tempo da soneca dos filhos para limpar a casa e adiantar as refeições, no final do dia os dois se jogavam na cama extremamente exaustos.Mas tudo recompensava quando eles viam aqueles sorrisinhos onde viam os primeiros dentinhos nascendo.Ah claro, a fase dos dentes também estava sendo difícil para eles. As crianças ficavam manhosas quando tinham febre, isso sem falar que colocam tudo na boca. Eles tiveram a sorte de que Joseph era um bisavô que gosta de mimar os bisnetos, pois ele deu alguns mordedores e outras coisinhas.&mdas
Primavera de 2013Jake estava em uma sala de espera, erguendo a cabeça ele deixava a sua tia arrumar a gravata. Ela suspirou parecendo perdida em nos próprios pensamentos, no entanto o alfa fazia uma leve ideia do que se tratava.— Tia, obrigado por ter vindo me acudir.A ômega erguia os olhos e sorria para Jake com um leve rubor no rosto.— Não fiz nada demais. Como eu poderia perder o casamento do meu sobrinho? — Ela sussurrava e então o seu rosto voltou a transparecer certa tristeza — Eu só não acredito que a Renata e o Pablo não quiseram vir.— Seria meio difícil eles virem, depois do que aconteceu… Ano de 2022Sentado na ponta da mesa, o alfa ouvia os relatórios com extrema atenção. O seu semblante era sério e frio, o que deixava os demais funcionários apreensivos por serem incapazes de ler o seu humor.Estaria ele aprovando os relatórios?Será que as equipes se saíram bem naquele semestre?As ações da empresa subiram de novo?Era impossível encontrar uma resposta. Assim que o funcionário terminou de apresentar o relatório, ele lançou um olhar ansioso para os demais gerentes que estavam sentados. Todos eles trocavam olhares e permaneciam em silêncio, até que os olhos claros do alfa se erguessem. Final do verão, 2010"Sintonize sua vibraçãoNão há tempo pra viver em vãoE não pense mais em desistirExiste um mundo que só quer te ver sorrir"A música que soava pelos fones de ouvido não combinava nem um pouco com o lugar em que ele estava. No entanto, elas tinham duas coisas em comum:Recomeço.O vento que passava balançava as flores de ipê branco, fazendo com que algumas delas desprenderem do galho e caíssem ao chão saudando o retorno de um alfa.Mais uma vez as aulas iriam começar, mas para aquele rapaz de cabelos escuros aquele retorno era um verdadeiro recomeço de sua vida. Passar pelos portões da universidade e erguer os olhos claros em direção aos prédios lhe causava cócegas na barriga. Mesmo que estivesse ligeiramente desanimado por ter que estudar, ainda conseguia sentir-se ansioso.Sentindo algo pousar em seus cabelos escuros, o alfa segurou a flor de ipê branco e sorriu ligeiramente. Nunca foi um apreciador de plantas, mal saberia o nome daquela flor que segurava com tCapítulo Extra #02 - Casa dos 30
Capítulo 01 - A chance de recomeçar
Ele estava lá parado de braços cruzados. E graças ao capuz e ao boné que usava, Jake não podia dizer com precisão para onde olhava.Mas só o fato de estar ali era o suficiente para incomodar o alfa. Quer dizer, não estava receoso por causa dos rumores que Matheus contou antes, só achava estranho que estivesse lá. Não parecia ter envolvimento algum com o time de vôlei pelo o que havia entendido mais cedo.De qualquer forma, não daria tanta atenção ao garoto mascarado já que estava ali no ginásio às escondidas.Queria passar despercebido pelo treinador e o pessoal do time, sendo esse o motivo de ter pedido que Matheus e os demais guardassem segredo do seu retorno . Pelo menos por enquanto. Tudo em prol de surpreendê-los!Enquanto esperava pelo começo do treino, Jake ficou escondido atrás das arquibancadas observando o pessoal. Havia rostos desconhecidos entre aqueles que usavam as roupas de treino do time universitário, a Rapoxia. E ao invés de se aquecerem para irem à quadra, eles se s
Não era aquele cara de mais cedo?O que havia pego a máscara do Nathaniel?O beta o acompanha com surpreso em vê-lo descer a arquibancada e se aquecer com tanta confiança. Virando-se para trás, percebia que Nathaniel continuava encostado na parede com os seus braços cruzados.Será que aqueles dois realmente não se conheciam?Bom, Nathaniel não pratica nenhum esporte, o que torna improvável a sua vinda para o ginásio da faculdade. Mas era muita coincidência que a pessoa que pegou a sua máscara estivesse ali. Ainda mais cumprimentando alguns jogadores do time como se fossem velhos conhecidos. Até o treinador parecia familiarizado com ele!— Tem certeza que quer que eu jogue? Quero dizer, estou meio enferrujado e posso passar vergonha.— Quero ver que desastre vai me mostrar, fedelho.— Pelo menos posso escolher o time que qu