Diário de Joha Dark
México, 1980 Hoje, um homem estranho estava me seguindo. Na verdade, sinto que estou sendo seguida desde o mês passado. Mas hoje, eu vi um homem estranho. Sua expressão era fechada, e ele era muito bonito, por sinal. Ele era asiático, só não sei dizer o país porque para mim, eles são todos iguais. No início eu pensei que fosse impressão minha, mas não era. E ele não fez questão de esconder que estava me seguindo. Me senti assustada, por ser mulher, me senti vulnerável. Eu caminhei pelos lugares onde havia mais pessoas, eu não seria louca de parar e perguntar o que ele queria ou o Porquê de estar me seguindo. Eu não sei como eu consegui despistá-lo. Cheguei em casa assustada e, como sempre, o Hugo estava imerso em substâncias não lícitas e bebidas. Ele estava com as vadias das vizinhas, e o pior é que ele mal se importa se eu o vejo com elas ou não. Eu poderia dizer que isso me magoa, mas não. O que me dói é estar presa nessa vida de desgraça. Nasci sendo uma bastarda, meu pai abandonou minha mãe. E ela me culpou por isso, provavelmente desde o dia em que nasci. Quando apareceu o Hugo, ela logo me obrigou a casar com ele e, sem opções, eu tive que me submeter a essa vida cruel para, segundo ela, pagar por ter me dado a vida, comida e uma casa. fim POV ANNIE: — ANNIE... — Já vou!!! Não precisam ficar gritando sempre. Fecho o diário da minha bisavó e coloco em minha caixinha, trancando-a com um pequeno cadeado antes de colocar em meu esconderijo no closet. Desço as escadas e já sei que minha mãe deve estar puta, porque quando ela grita assim, significa que vou ouvir. Olho a minha irmã, Nanda, e a vejo de pé me olhando com uma expressão de desculpas. Arqueio as sombrancelhas a olhando com ódio. — DESCE DAÍ AGORA! — disse minha mãe, como eu disse, ela estava mesmo com raiva. Rapidamente desço e fico parada ao lado da Nanda. — Então quer dizer que as duas decidiram dar uma de rebeldes e sair às escondidas, de madrugada para ir a uma festa. — Mãe, eu posso... — eu tento explicar, mas ela me corta. — Cala boca que eu ainda estou falando. Eu esperava mais de você. Eu achei que você fosse mais responsável. Com essas palavras, minha irmã ri, mas logo o sorriso desaparece quando percebe um olhar de ódio meu e outro de "cala a boca" da nossa mãe. — vão para os vossos quartos, vamos resolver isso quando vosso pai voltar. — O quê? — Dissemos em uníssono, eu e minha irmã. — Mãe, por favor, faz o que quiseres com a gente mas não conta ao pai. — Nanda disse, com um olhar de súplica. Não é exagero, mas quando nós fazemos algo errado e nosso pai descobre, a situação fica séria. Nosso pai é um homem muito rígido, e isso significa que vamos apanhar ou que vamos ficar metade do ano sem celular, TV ou computador e sem sair de casa, apenas ir para escola e voltar para casa. — Vocês deveriam ter pensado antes de sair no meio da noite. Agora, SUMAM DA MINHA FRENTE. Nem foi preciso dizer muito para que eu e minha irmã subissemos rapidamente. Já no quarto, fico parada de braços cruzados encarando a minha irmã. — Comece a falar antes que você fique sem dentes. Ela revira os olhos e se j**a na cama. — A Elan foi pega pela mãe ontem a noite, e se não bastasse, disse a mãe dela que estava comigo. — E aí você me vendeu!? — Eu não ia me ferrar sozinha, Annie. E além disso, foi você quem me convenceu a ir nessa festa. — Eu nunca mais serei sua cúmplice, sua ingrata. — Se você não me convidar mais, eu vou contando para os pais. — Veremos, irmãzinha. Me afasto dela e vou em direção ao meu quarto, do lado oposto do dela, me jogo em minha cama me cobrindo com raiva da ingrata da minha irmã. Passamos o dia em nossos quartos , com medo do que iria acontecer quando nosso pai chegar. Mas era inevitável. — Nanda, Annie, Desçam agora. — Gritou a nossa mãe. Meu sangue gelou e meu corpo começou a tremer instantaneamente. Caminhei até a porta, me encontrando com a Nanda. Olhei para a minha irmã e vi que ela não estava melhor que eu. Descemos devagar as escadas, porque sabíamos que se não descêssemos, não teria conversa quando nosso pai viesse ao nosso encontro. Entramos na sala e a nossa mãe estava parada enquanto nosso pai estava sentado. — Onde vocês estavam ontem noite? — perguntou nosso pai. Qual é, ele sábia o que fizemos, porquê sempre tem que nos interrogar antes dos castigos. — VOCÊS SÃO SURDAS? — gritou nosso pai. — Estávamos na festa de um amigo. Era aniversário dele e queríamos muito ir, mas sabíamos que vocês não iriam nos permitir. Mas nós não ficamos por muito tempo, eu juro pai. — Eu disse, mantendo meu tom baixo para que não parece que o estou desafiando, apesar de já ter o feito. Nosso pai nos olhou por um momento, seu olhar era duro. — Vocês duas sabem muito bem que sair sem permissão, no meio da noite, é algo completamente inaceitável. Eu e sua mãe não somos pais autoritários sem motivo. Há perigos lá fora que vocês nem imaginam! Eu e Nanda nos entreolhamos, sabendo que, independente do que disséssemos, a bronca já estava dada. Mas nada nos preparou para o que veio a seguir. — Por esse motivo, vocês duas estão proibidas de sair para qualquer lugar que não seja a escola, por dois meses. Sem celular, sem internet e sem visitas de amigos. — Mas pai... — tentou dizer Nanda, dei um encosto nela, tentando dizer que era melhor do que apanhar uma surra e ainda ter o mesmo castigo. — Sem "mas", Nanda! O castigo está dado. Agora subam para os seus quartos, e eu não quero ouvir mais nada sobre isso. Eu sou sempre a que tenta argumentar ou negociar, mas a expressão no rosto do nosso pai deixava claro que qualquer tentativa seria em vão, com chance de apanhar. Então apenas subi as escadas ao lado de Nanda, sentindo frustração, mas agradecida por não apanhar. Assim que entrei no meu quarto, joguei-me na cama e enterrei o rosto no travesseiro. Por causa da Elan e da Nanda eu estou de castigo. Que droga. Me virei na cama e encarei o teto. Meu pensamento logo voltou ao diário da minha bisavó, Joha Dark. Eu ainda não havia terminado de ler tudo, e algo me dizia que aquela história estava longe de acabar. Quem era aquele homem que a seguia?Diário de Joha Dark Mexico, 1980Ele me encontrou, ele sabe onde eu moro. O homem desconhecido sempre vem, todos os dias quando o Hugo sai. Fica parado na janela me olhando, e isso é estranho. Estou assustada que decidi pedir ajuda ao vizinho, ele disse que estaria prestando atenção caso o desconhecido viesse. Caminhei até a janela e, como sempre, ele veio. Ele sempre fica parado imóvel olhando para mim. E eu, mesmo tomada pelo medo, algo nele me chama atenção, algo que eu não resisto e que sempre me faz vir a janela para ver se ele veio. Eu sei, eu devo estar ficando louca.Pouco tempo depois, o vizinho se aproxima dele, mas ele não dá atenção a ele. Meu vizinho tenta falar com ele, mas seu olhar não sai do meu, sua boca não se abre, o que significa que não está respondendo ao que o meu vizinho diz. Ele se virá e sai, e logo que ele saí, corro até a porta e vou até onde meu vizinho está. perguntei-lhe se o homem
POV IVAN: — Você pensa que só por tirar 10 na escola você será bom na vida? Cresça e seja um homem, seja um Alfa e não um cachorro assustado. Eu não criei um homem para ser comum, eu criei um homem para ser o melhor. Ouço o velho discurso motivacional do meu pai antes de ir na escola. É sempre assim, desde que perdi a minha mãe, meu pai passou a exigir mais de mim. E isso começou a matar meu psicológico , tanto pela morte da minha mãe quanto pela pressão do meu pai. Aos 16 anos, um ano depois da morte da minha mãe, me envolvi em coisas erradas e isso me fez quase morrer. Me pergunto porquê não morri naquele dia, Por que eu tinha que continuar vivendo essa vida maldita. Para fugir de toda essa merda, entrei no mundo das lutas clandestinas. Me viciei na dor, a dor passou a ser o melhor que essa vida maldita me oferece, além do sexo. Meu pai termina seu velho discurso e saiu sem falar nada. Se eu abrir a boca, é capaz dele me dar uma surra. Posso até ser um playboy de quinta, mas r
POV IVAN: — Ora, ora... Olha quem chegou. — Disse o Tom, animado como sempre. Não sei o que seria de mim se não fosse o Tomás. Ele me encontrou enquanto eu mergulhava em lama. Graças a ele, deixei de me afundar e entrei no mundo das lutas clandestinas. Ele é meu mentor e treinador. — Tenho luta hoje? — pergunto, me aproximando do balcão. — Sirva uma dose de uísque para o riquinho aqui. — ele disse para o barman. — E você... Relaxa a mente e o corpo. Hoje não temos nenhuma luta. — Ele disse, dessa vez para mim. — Estraga-prazeres. — Eu disse, tomando toda a bebida que continha no copo que o barman me serviu. — Como estão as coisas? — Ele pergunta para mim. — Nada de mais. Apenas vou ter que visitar algumas cidades. — Seu pai está te preparando bem para ser líder. — Eu sou o seu único herdeiro, o que você esperava!? — Sempre amável nas respostas ein. — Só quero relaxar, falamos depois. — tomo um último gole. E caminho até uma loirinha. Meto um papinho básico, e a mina já e
Diário de Joha Dark México, 1980 Eu não consigo, eu nunca consigo chamar a polícia. Hoje ele veio, tentei falar com ele lhe perguntando o que ele queria. Mas ele não respondeu. Ele demorou um pouco mais hoje, mas não disse nada. Eu tive a impressão de que ele queria vir até mim, mas vi que ele hesitou, apertou os punhos e parecia que usava muita força. Parecia lutar consigo mesmo para não vir até mim. Ou será que ele não gosta de mim? Será que eu lhe fiz algo que eu não me lembro? Eu estou ficando maluca, fico horas olhando pela janela esperando que ele venha, mas a cada dia que passa, ele demora mais para aparecer. Eu estou mesmo ficando maluca. Mas não consigo parar, já me esforcei e tentei tantas vezes ignorá-lo, mas sempre volto para aquela janela à procura dele. Estou pensando em tanta coisa que eu já nem sei mais. Será que ele é surdo? Ou é um psicopata!? Psicopatas devem analisar as suas vítimas antes de matá-las. Mas nenhuma das características que eu encontrei na int
Diário de Joha Dark México, 1980Hoje ele não veio. Fiquei esperando, mas ele não veio. Minha ansiedade estava a mil, esperando que ele viesse. Duas semanas. Duas longas semanas sem vê-lo.Temo que algo tenha acontecido com ele.Ou será que fiz algo errado?Ou é minha mente me pregando peças. Me pergunto como ele consegui mexer comigo, porquê ele me deixa assim tão pra baixo? Porquê eu me culpo se eu não fiz nada? Acorda Joha, não se iluda por um desconhecido que você mal sabe se não é um psicopata....Ele veio. Demorou mais de duas semanas, mas ele veio.Hoje, ele estava dentro da minha casa. O pânico me invadiu, e eu peguei a faca, apontando para ele.Ele sussurrava "desculpa". Eu perguntei por quê, e ele permaneceu em silêncio. Antes de ir, olhou-me e foi embora.Estou perdida. E acho que preciso da ajuda de um profissional. Fim.POV
POV ANNIE:— Eu não acredito, eu não acredito, eu não acredito... Estou tão feliz por você!— Obrigada, obrigada, obrigada. — Digo abraçando a minha irmã.Eu contei a ela que consegui e que agora eu sou a nova líder de torcida. — Eu tive uma ideia! — Eu disse, olhando a minha irmã.— O quê você tem em mente? — Vem, segue. — Desço da cama e rapidamente desço as escadas. Indo em direção a cozinha onde está a minha mãe.— Mãeee... — Grito, animada.— Estou aqui!! O que houve?Diz, aparecendo com um pano de pratos em seu ombro. — Eu tenho 5 palavras para dizer a senhora: Eu. Sou. A nova. Líder. De torcida. gritamos todas felizes e nós abraçamos as três. — Isso é ótimo meu amor, parabéns querida. — Disse minha mãe, voltando a nós abraçar.— Obrigada mamãe. — digo, me afastando um pouco delas. — Mãe, agora que sou a nova líder de torcida, eu quero pedir que a senhora nos dê a permissão para que possamos sair para comprar meu novo uniforme. A senhora não precisa pagar, eu tenho dinheiro
POV ANNIE:Já estava tudo pronto. As almofadas estavam em nossas camas e a festa já tinha começado. Era por volta das 22h e nossos pais não acordavam nesse horário. Eu já tinha traçado todo o plano em minha cabeça de como prender o novato. E eu estava ansiosa por isso.Abrimos as janelas e saltamos elas cuidadosamente evitando causar barulho.Eu estava deslumbrante, devo admitir. Mas minha irmã não ficou atrás também. A festa era do outro lado da cidade, um pouco longe de casa. Mas eu estava tão preocupada em planear o meu encontro com o novato que eu não estava ligando para nada.O amigo da minha irmã veio nos buscar perto da paragem de autocarros. Em poucos minutos já estávamos na festa. A festa estava tão cheia, que agora eu não sabia como encontrá-lo.Juntos, eu, minha irmã e amigo dela, nos exprememos no meio da multidão e conseguimos entrar. A casa era linda, apesar de estar cheia de gente dá para ver que quem vive aqui não é qualquer um.— Nós vamos na piscina, se precisar de m