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Dia da Apresentação

Diário de Joha Dark

México, 1980

Hoje ele não veio. Fiquei esperando, mas ele não veio. Minha ansiedade estava a mil, esperando que ele viesse. Duas semanas. Duas longas semanas sem vê-lo.

Temo que algo tenha acontecido com ele.

Ou será que fiz algo errado?

Ou é minha mente me pregando peças. Me pergunto como ele consegui mexer comigo, porquê ele me deixa assim tão pra baixo? Porquê eu me culpo se eu não fiz nada? Acorda Joha, não se iluda por um desconhecido que você mal sabe se não é um psicopata.

...

Ele veio. Demorou mais de duas semanas, mas ele veio.

Hoje, ele estava dentro da minha casa. O pânico me invadiu, e eu peguei a faca, apontando para ele.

Ele sussurrava "desculpa". Eu perguntei por quê, e ele permaneceu em silêncio. Antes de ir, olhou-me e foi embora.

Estou perdida. E acho que preciso da ajuda de um profissional.

Fim.

POV ANNIE:

— Merda, merda, merda... — digo, quase chorando.

Hoje é terça-feira, e tínhamos um encontro entre as claques para treinar depois das aulas, mas a bonita aqui acabou se atrasando para ir à escola. Ontem fiquei vendo vestidos na internet e acabei dormindo tarde.

Corro o mais rápido que posso, mas encontro o portão fechado.

Só hoje para eu ter essa maravilhosa sorte. Vou para trás da escola, procurando o melhor lugar para subir. Não se façam de inocentes, quem nunca quebrou umas regrinhas na escola? Além disso, sou uma pobre coitada que, por ironia do destino, acordou tarde justo no dia mais importante. A idiota da minha irmã nem se importou em me acordar.

Subo o muro e, ao descer, sinto meu pé pousar sobre algo, acho que é uma pedra. Que sorte a minha. Porque eu não queria pular. Sim, eu já saltei.

Desço do muro e vejo que a suposta "pedra" onde pisei era o nerdinho de ontem, o mesmo que me salvou de ser pega pela diretora.

— Você está me seguindo? É algum tipo de assediador? — pergunto, assim que nossos olhares se cruzam.

Ele se aproxima lentamente de mim. Quando estou prestes a cair, ele me segura pela cintura, impedindo a queda.

Estou em algum tipo de dorama e sou a protagonista principal? Porque, sério, isso não para de acontecer. Mas eu queria que fosse o novato… e não o nerdinho.

— Não se atreva a se aproximar mais de mim. — o ameaço, assim que vejo que ele ainda se aproxima.

— Por que você chegou atrasada? — ele pergunta, com uma voz autoritária.

— O quê? Você só pode estar brincando comigo. Eu não te devo explicações sobre o que faço ou deixo de fazer.

Ele estreita o olhar, parecendo irritado. Tiro a mão dele da minha cintura e o cara simplesmente sai. Esse cara é bem estranho.

Ignoro e corro logo para minha sala, mas a professora mais chata já havia entrado e duvido que me deixasse entrar. Vou para o banheiro e me escondo, tentando evitar um encontro com a diretora.

Depois que a aula dela termina, volto para minha turma. As aulas decorrem lindamente, apesar de eu ter dormido acidentalmente na aula de matemática.

Em poucas horas, já é hora do treino da claque.

Todas as meninas do grupo de torcida vão até a quadra. A professora anuncia a competição para escolher a nova líder de torcida e pede que as interessadas fiquem à frente.

Eu e mais seis meninas damos um passo à frente.

A professora explica como vai funcionar a seleção, dizendo que teremos uma apresentação individual com uma pequena coreografia, e depois uma votação entre os membros da equipe. Ótimo. Eu nem tive tempo de ensaiar como eu queria.

As meninas começam a se apresentar. Algumas até mandam bem, mas outras, como a Ana... bom, digamos que o entusiasmo superou o talento.

Chega minha vez. Respiro fundo e penso antes de começar, "Vamos lá, Annie. Você nasceu para brilhar".

Entro no centro da quadra com um sorriso confiante, mesmo que por dentro eu esteja tremendo como uma gelatina. Faço minha apresentação improvisando uns passos, girando, pulando e jogando aquele charme que só eu sei fazer.

Quando termino, escuto alguns aplausos. Ok, nada mal. Sorrio, fazendo uma reverência.

Depois de todas se apresentarem, a professora pede um tempinho para os votos serem contados.

Enquanto isso, vejo aquele nerdinho, sim, ele de novo encostado na grade da quadra. O que ele está fazendo aqui? E por que está me encarando daquele jeito?

— Algum problema? — pergunto, me aproximando.

— Você dança bem. — ele responde, sério, como se fosse um elogio forçado.

— Uau, isso foi quase gentil. — reviro os olhos. — Você veio me perseguir ou veio ver a competição?

Ele dá de ombros.

— Talvez os dois.

Argh! Esse garoto me tira do sério. E olha que eu mal o conheço.

Antes que eu possa responder, a professora chama todo mundo para o resultado.

— Meninas... Devo dizer que vocês foram muito boas. Foi incrível vos ver dançando. Mas infelizmente, temos que escolher apenas uma. — Ela fez uma pausa dramática, antes de continuar. — E a nova líder de torcida é... Annie!

Fico em choque por um segundo. Depois, meus olhos se enchem de brilho. Eu consegui!

As meninas me parabenizam, algumas forçadas, outras realmente felizes por mim. Eu estou muito feliz, finalmente eu consegui.

Olho para a grade, mas o nerdinho já não está mais lá.

— garoto estranho... — murmuro.

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